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Devaneios Nos caminhos da decolonialidade

2020, CAVALCANTE, Matheus - Devaneios Nos caminhos da decolonialidade

Uma pequeno roteiro meu que fiz para uma aula, que, obviamente, servirá para futuras pesquisas.

Devaneios inconclusivos - nos caminhos da decolonialidade -MATHEUS RODRIGUES PAES CAVALCANTE Para podermos criar uma síntese de um entendimento histórico da decolonialidade trago uma perspectiva advinda de outros intelectuais que já veem se debruçando sobre o estudo desse assunto. Devemos também entender que isso não é apenas uma tarefa da história ou da filosofia, mas sim um acumulo de profundas análises filosóficas e científicas, políticas ou sociais e dos mais diversos campos do saber. Desta forma me basearei em um artigo publicado pelo filósofo afrobrasileiro Renato Nogueira, onde o mesmo faz referencias a diversos outros intelectuais importantíssimos para a comunidade acadêmica e social como: Cheikh Anta Diop, Molefi Kete Assante, Théophile Obenga e outros, também mencionados em seu artigo: “A ética da serenidade e o caminho da barca e da balança na filosofia de Amem-em-ope. Para tanto é necessário termos um entendimento que as verdades do conhecimento foram eurocentradas, ou seja, foram desqualificadas outras formas de saber e imposta uma soberania dos povos europeus, sobre tudo o pensamento grego-romano, como os fundadores da filosofia. Martin Bernal classifica o período da expansão do império gregro ao território romano e os demais territórios persas, hoje conhecido como oriente médio, como período helênico. Bernal conceituou a palavra helenofilia no qual seria a negação de quais quer conhecimentos advindos de povos e territórios não pertencentes aos gregos, dando início as formas de xenofobia e proto-racismos como diz Carlos Moore em seu livro “Racismo e sociedade”. O período helênico é entendido à partir da morte de Alexandre O Grande e a expansão do território grego. Por isso o pensamento decolonial é tão importante e alvo de muitas críticas formas de “racismo intelectual”, por ignorância ou falta de outras formas de saberes e entendimentos sobre o ‘vós’. Cheikh Anta Diop, intelectual senegalês, é um dos mais importantes acadêmicos sobre o estudo de África e a história negada – e também desqualificado pelo pensamento hegemônico como “afrocentrista”. Diop por seus estudos como engenheiro químico, arqueólogo, historiador e filósofo entende que o Egito que deveria ocupar o espaço do ‘berço’ da civilização e filosofia que hoje ocupa a Grécia. É importante lembrar que a intenção desses intelectuais não é de forma alguma criar uma anterioridade histórica ou superioridade intelectual, mas apenas colocar em cheque os problemas trazidos por eles, – e também por intelectuais brancos europeus que discordam que a Grécia é o berço da filosofia – que são fatos não só históricos e arqueológicos, mas também químicos, pelo avanço da ciência biomolecular. Como a filosofia é a capacidade de por em debate questões críticas ao saber humano, nada como a discussão do fato negacionista do pensamento europeu dos mais diversos campos do saber e de povos, não só do pensamento africano, mas também dos persas, ameríndios, astecas, asiáticos, etc.