TÂNIA MARIA DE ANDRADE RODRIGUES
CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES DO GENE RING FINGER 4
NA EMBRIOGÊNESE CARDÍACA
Te se a pr e se n t a da à Fa cu lda de de CI ÊN CI AS D A SAÚD E da
Un ive r sida de de Br a sília pa r a obt e n çã o do Tít ulo de D ou t or e m
Ciências da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis da Rocha Neves
Brasília
2006
Tr a ba lh o r e a liza do no La bor a t ór io de Ana t om ia da Fa culda de de
M e dicina da Un ive r sida de de W isconsin / M a dison / Est a dos
Unidos, com o pa r t e do dou t or a do, e m cola bor a çã o com o
La bor a t ór io de Fa r m a cologia M ole cu la r da Fa culda de de Ciê ncia s
da Sa úde da Un ive r sida de de Br a sília , com a poio fin a nce ir o da
Coor de n a çã o de Ape r fe içoa m e n t o de Pe ssoa l de N íve l Supe r ior
(CAPES)
Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis da Rocha Neves
TÂNIA MARIA DE ANDRADE RODRIGUES
CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES DO GENE RING FINGER 4 NA
EMBRIOGÊNESE CARDÍACA
Te se a pr e se n t a da à Fa culda de de Ciê n cia s da Sa úde da
Un ive r sida de de Br a sília pa r a obt e n çã o do gr a u de D ou t or e m
Ciências da Saúde
A Deus, em sua benevolência.
Aos m eus pais, Seu Osvaldo Andrade ( in m em orium ) e Dona Luzanira,
pelo ensino do valor do t rabalho honest o.
Ao m eu m arido e cúm plice Sandro.
Aos m eus filhos adorados, Vit or e Enrico, razões de m eu viver.
Aos m eus queridos Alice e Chico, Paulo, Mayra e Taynara, Luzanira
Maria, Solange, Manuella, Mônica, Livia e Alicinha, Sandra, Ricardo,
Cam ile, Tiago e Cecília, Célia e Mat eus, Osvaldo, Vilani, Marcelo e Em ir e
Osm ar, Bruno e Bruna.
Aos m eus pacient es. Por vocês, fui at rás do conhecim ent o.
AGRADECIMENTOS
À CAPES, pela concessão da bolsa de dout orado.
Ao Curso de Pós- Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de
Ciências de Saúde da Universidade de Brasília.
À Universidade Federal de Sergipe, pelo apoio à m inha liberação.
Ao professor Francisco de Assis da Rocha Neves, m eu orient ador, a
m inha reverência e grat idão.
Ao Dr. Gary Edw ards Lyons e ao Depart am ent o de Anat om ia da
Faculdade
de
Ciências
da
Saúde
da
Universidade
de
Winconsin/ Madison/ WI / Est ados Unidos, pelo acolhim ent o durant e a
condução dest e t rabalho no Laborat ório de Anat om ia Molecular.
Aos am igos do Depart am ent o de Morfologia, pelo am igável convívio e
pela solidariedade nas horas difíceis.
À Secret aria do Program a de Pós- Graduação em Ciências da Saúde, na
figura das funcionárias Sílvia, Grace e Lillian, m eu apreço.
Aos am igos do Laborat ório de Farm acologia Molecular, Guilherm e,
Lara, Angélica, Rut néia, Alice, Mari e Rilva que est iveram com igo em
algum m om ent o nessa j ornada, m inha am izade.
Às am igas Rosa Am élia Dant as, Virgínia F. B. Passos, Robert a Miranda
Fernandes e Maria August a Mundim Vargas, m eu afet o.
A Hugo Carvalho Pim ent el, pela aj uda na ret a final.
4
RESUMO
Doenças cardíacas t ant o congênit as quant o adquiridas apresent am alt a
m orbi- m ort alidade, const it uindo no Brasil a prim eira causa de óbit o
( 29,9% ) . O im pact o sócio- econôm ico dessas pat ologias repercut e no
sist em a de saúde e em um a realidade de escassez de recursos e
necessidade de priorização em sua alocação, direcionando para a prim acia
de invest im ent os em
experim ent al
m ecanism os
é
de
ciências básicas. Est e est udo de cardiogênese
ext rem a
envolvidos
na
im port ância
form ação
do
para
a
coração,
com preensão
e
o
m odelo
dos
de
cam undongos genet icam ent e m odificados const it ui valiosa ferram ent a
invest igat iva. Cam undongos com deleção do gene Ringer finger 4 ( rnf4)
foram gerados com o obj et ivo de avaliar a repercussão nos em briões
recessivos
negat ivos
das
alt erações
anát om o- pat ológicas,
visando
ent ender a função dest e gene na form ação do coração. RNF4 é um fat or
de t ranscrição que é expresso no coração durant e a em briogênese. Foram
ut ilizados cam undongos das linhagens BALBc e C57Bl6. Foram dissecados
825 em briões, sendo 423 BALBc e 402 C57Bl6, dist ribuídos ent re as
seguint es faixas et árias: de 11 a 17 dias de desenvolvim ent o em brionário,
anim ais com m enos de um dia de vida e anim ais com 21 dias pós- nat al.
Os result ados dem onst raram que 34.6% dos cam undongos com deleção
t ot al do rnf4, a part ir do décim o t erceiro dia de desenvolvim ent o
em brionário,
apresent aram
vent riculares
finas
e
defeit o
do
desorganização
sept o
das
vent ricular,
cam adas
paredes
vent riculares,
ocasionando repercussão hem odinâm ica e clínica sugest iva de insuficiência
5
cardíaca congest iva. Além disso, nenhum anim al foi viável. Conclui- se que
a deleção do gene rnf4 é let al para os em briões de cam undongos por ser
essencial na form ação do coração. Esses result ados cont ribuem para
ent enderm os os m ecanism os m oleculares envolvidos na em briogênese.
Adem ais,
serão
út eis
no
desenvolvim ent o
de
novas
est rat égias
t erapêut icas para as doenças cardíacas.
Palavras- chave: em briogênese cardíaca; defeit o sept o int ervent ricular;
fat ores t ranscricionais; rnf4; cam undongos com deleção de gene.
6
ABSTRACT
Cardiac diseases, whet her congenit al or acquired, show a high m ort alit y
rat e worldw ide and in Brazil, t hey represent t he m aj or cause in nat ural
deat hs wit h 29.9% of t he cases. The social and econom ical im pact of
t hose pat hologies on t he Brazilian Public Healt h Syst em is part icularly
worsened due t o t he lack of resources and t he need t o opt im ize t he scarce
resource allocat ion, leading t o t he priorit izat ion of invest m ent s t owards
t he basic sciences. For all t he above reasons, research in experim ent al
cardiogenesis is of vit al im port ance t o t he underst anding of t he
m echanism s involved in t he heart form at ion, where m odels using
genet ically alt ered m ice const it ut e an invaluable t ool in t he invest igat ion
for cures. Our st udy w as conduct ed by delet ing t he Ring Finger 4 ( Rnf4)
m ouse genes and observing t he effect s t he absence of such gene has in
t he form at ion of t heir heart s. RNF4 is a t ranscript ion fact or which is
expressed in t he heart during em bryogenesis. I n t hat sense, m ice of
lineage BALBc and C57B6 which present ed t he Rnf4 delet ion were select ed
for our experim ent s. A t ot al of 825 em bryos were dissect ed, w here 423
were of t he BALBc lineage and 402 of t he C57B16 lineage. I n eit her case,
t he em bryos were separat ed int o age groups: 1) 11 t o 17 days of
em bryonary developm ent ; 2) less t han 1 day old; and 3) 21- day old
specim ens. The result s show t hat 34.6% of t he m ice wit h delet ion of t he
Rnf4 gene present ed vent ricular sept al defect ( VSD) , t hin vent ricular
walls, and disorder of t he vent ricular layers, leading t o hem odynam ic and
clinical pat hologies t hat suggest congest ive heart failure ( CHF) . Moreover,
anim als which lack of funct ional Rnf4 gene die due t o cardiac defect . We
concluded t hat delet ion of t he rnf4 gene is let hal for m ice em bryos, since
such gene is apparent ly essent ial in t he heart form at ion. These result s will
cont ribuit e t o underst and t he m olecular m ecanism s involved in t he heart
em bryogenesis. I n addit ion, it w ill be helpful t o developm ent new
t herapeut ical st rat egies t o heart diseases.
Ke y w or ds: cardiac em bryogenesis; t ranscript ion fact ors; rnf4; gene t rap
m ice; vent ricle sept al defect
7
SUMÁRIO
1.I NTRODUÇÃO....................................................................
1.1.Em briogênese cardíaca ................................................
1.2.Mecanism o
m olecular
envolvido
na
cardiogênese....................................................................
1.3.Caract erização das funções do gene rnf4........................
12
14
2.OBJETI VOS........................................................................
2.1.Geral.........................................................................
2.2.Específicos..................................................................
31
31
31
3.MATERI AL E MÉTODOS........................................................
3.1.Mat eriais....................................................................
3.2.Anim ais rnf4 delet ados.................................................
3.3.Genot ipagem ..............................................................
3.4.Dissecação dos em briões..............................................
32
32
33
38
42
4.RESULTADOS.....................................................................
4.1.Genot ipagem ...............................................................
4.2.Análise
dos
em briões
rnf4
delet ados.........................................................................
4.3.Análise
dos
corações
rnf4
delet ados.........................................................................
46
46
5.DI SCUSSÃO.......................................................................
54
6.CONCLUSÕES....................................................................
64
REFERÊNCI AS ......................................................................
65
20
24
48
51
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Represent ação esquem át ica da indução de m iócit os.............
Figura 2 Organogênese do coração................................................
Figura 3 Est rut ura e localização do gene rnf4 no crom ossom o
hum ano.......................................................................................
Figura 4 Esquem a est rut ural do RNF4............................................
Figura 5 Configuração t erciária da est rut ura RI NG finger ................
Figura 6 Esquem a represent ando a região 3 do rnf4 locus................
Figura 7 Heredogram a caract eríst ico de herança aut ossôm ica
recessiva....................................................................................
Figura 8 PCR de am plificação do rnf4.............................................
Figura 9 Em briões de cam undongos ..............................................
Figura 10 Em briões rnf4 delet ados..................................................
Figura 11 Corações rnf4 delet ados..................................................
16
19
25
26
27
34
37
46
49
51
53
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Genot ipagem de progenes C57Bl6.............................
Tabela 2 Genot ipagem de progenes BALBc..............................
41
41
10
LISTA DE ABREVIATURAS
5 RACE
- Rápida am plificação do cDNA do t erm inal 5
ß - gal
- ß- galact osidase
AR
- Recept or de androgênio
BMP2
- Prot eína m orfogenét ica óssea
DBD
- Dom ínio de ligação ao DNA
E
- Dia de desenvolvim ent o em brionário
EDTA
- Ácido et ilenodiam inot et racét ico ( 0,5 M)
FGF- 1A
- Fat or de crescim ent o de fibroblast os
GATA4
- Fat or t ranscricional com a seqüência GATA
Gsc1
- Gene Goodsecóide
K
- Quinase
LacZ
- Gene da enzim a galact osidade
MADS
- MCM1, Agam ous, Deficent e, fat or responsivo Sérico
MEF2
- Fat or am plificador de m iócit os
MLC2v
- Miosina de cadeia leve
NLS
- Seqüência nuclear de localização
NTPS
- Ácidos nucléicos t rifosfat os
ORF
- Open Read Fram e
PAGE
- Elet roforese com gel de poliacrilam ida
PATZ
- Prot eína zinc finger com gancho ( hook ) AT
PBS
- soro album inoso bovino
pH
- Pont es de hidrogênio
POZ
- Poxvirus and zinc finger
11
QCE- 6
- Cult ura de células QCE- 6
RING
- Genes novos realm ent e int eressant es
RTR
- Recept or do Horm ônio Tireoidiano
SDS
- Dodecil sulfat o de sódio
Sp1
- Prot eína especial
SPBP
- Prot eína expressada pelo gene Stromelin
TAE
- Tam pão 1 M Tris- HCl pH 8- acet at o- EDTA
TAF
- Fat or associado TATA
TE
- Tam pão 1 M Tris- HCl pH 8 + EDTA
TaqDNA
- Enzim a polim erase Thermus aquaticus DNA
TATA
- Seqüência repet ida de Tim ina, Adenina
Tbx
- Fat or de t ranscrição T box
TGF- ß
- Fat or de crescim ent o t ransform ant e
TrisCl
- Tris( choroet hyl) phosphit e
U3D
- Upst rem 3 t erm inal t ype D
Fosfat o t ris
cloroet il
12
1 INTRODUÇÃO
Doenças cardíacas t ant o congênit as quant o adquiridas const it uem
um conj unt o de pat ologias com alt a m orbi- m ort alidade, sendo no Brasil a
prim eira causa de óbit o, com 29,9% de incidência [ 1, 2] . Tendo com o
base dados do Minist ério da Saúde que é responsável por m ais de 75%
das int ernações hospit alares feit as no País, pelo Sist em a Único de Saúde,
no ano de 2002, foram realizadas 11.714.184 int ernações, sendo as
doenças do aparelho cardiovascular a t erceira causa ( 1.216.771) a um
cust o hospit alar e dom iciliar de cerca de 5 m ilhões de reais nesse ano. E
dent re as causas de int ernações, t am bém nesse m esm o ano, segundo o
Código I nt ernacional de Doenças, a I nsuficiência Cardíaca foi t am bém a
t erceira colocada, com 372.604 hospit alizações [ 2] . Assim , esses dados
epidem iológicos
em
nosso
m eio
são
sim ilares
aos
dos
países
desenvolvidos.
A m elhor com preensão dos m ecanism os bioquím icos e m oleculares
que levam
ao desenvolvim ent o das cardiopat ias poderá perm it ir
a
int ervenção clínica e/ ou cirúrgica m ais precoce e reduzir os alt os índices
de m orbi- m ort alidade associados a essas doenças. Por conseguint e, o
ent endim ent o dessas doenças do coração m ost ra a im port ância do est udo
experim ent al básico em cardiogênese, pois, com o m elhor conhecim ent o
desse processo de form ação do coração pode- se diagnost icar e int ervir
precocem ent e em pat ologias t ant o congênit as,a exem plo de Persist ência
de Canal Art erial, Com unicação I nt erat rial, Com unicação I nt ervent ricular e
Tet ralogia de Fallot , quant o adquiridas, com o Doença Art erial Coronariana,
Hipert ensão Art erial, Febre Reum át ica, dent re out ras present es nesse
órgão, com repercussão social e econôm ica pela possível redução do
im pact o dessas doenças no sist em a de saúde. Além disso, as pesquisas
básicas em em briogênese produzem inform ações para o conhecim ent o dos
diferent es processos de diferenciação das várias linhagens celular que
13
com põem um órgão e, em especial, o coração com suas peculiaridades e
alt o im pact o na população em geral.
A síndrom e de falência cardíaca é com plexa devido à incapacidade
do coração em oferecer adequada ofert a de oxigênio aos t ecidos, ou sej a,
inadequado débit o cardíaco para at ender às necessidades m et abólicas dos
t ecidos [ 3] . Essa falência do coração pode est ar associada à disfunção
sist ólica ou a um a função sist ólica preservada. A disfunção vent ricular
deflagra m ecanism os adapt at ivos associados à at ivação neuro- hum oral,
gerando alt erações na form a e na eficiência m ecânica do coração
( rem odelam ent o vent ricular) , além de alt erações periféricas circulat órias.
Acrescent a- se t am bém que as propost as de t erapêut icas at uais não est ão
m udando esse cenário de redução no núm ero de int ernações por
descom pensação ou na efet iva elevação das expect at ivas de sobrevida,
especialm ent e dos classificados com o graves [ 4] . Em um a perspect iva
biom olecular,
a
análise
da
fisiopat ogenia
da
insuficiência
cardíaca
dem onst ra níveis baixos de prot eínas m usculares nos com ponent es do
disco Z das células m usculares que fazem part e da unidade m orfofuncional dos m úsculos, o sarcôm ero, e na m at riz ext racelular [ 5] . Esse
fat o
corrobora
para
a
int erpret ação
sobre
o
possível
papel
da
anorm alidade do cit oesquelet o na dilat ação progressiva do coração com
insuficiência em bat er nos seres hum anos.
De form a genérica, t em
cardiom iopat ias,
m ut ações
surgim ent o
fenót ipo
do
sido observado que, na m aioria das
nos
genes
hipert rófico,
sarcom éricos
enquant o
as
provocam
m ut ações
o
do
cit oesquelet o est ão m ais relacionadas à cardiom iopat ia dilat ada. Esses
achados
fornecem
alguns
indícios
de
que
m ut ações
genét icas
do
cit oesqulet o ou do sarcôm ero podem causar cardiom iopat ia dilat ada ou
hipert rófica nos seres hum anos, possivelm ent e devido a duas diferent es
séries de event os de rem odelação cardíaca, ou sej a, a dilat ação e a
hipert rofia podem com part ilhar sua origem m olecular [ 6] . Bruneau, 2002
[ 7] , ressalt ou que com preender a fisiologia m olecular do coração é
14
relevant e, e um a boa ferram ent a para a pesquisa do desenvolvim ent o
desse órgão foi a ut ilização de m odelos experim ent ais. Dent re eles, um
excelent e
m odelo
para
est udo
em briogênese e que se t em
dos
m ecanism os
que
cont rolam
a
dest acado é a ut ilização de anim ais
m odificados t ransgenicam ent e, sej a pela ablação sej a pela inserção de
novos genes alvos [ 8] .
1.1
Embriogênese cardíaca
O processo de form ação do em brião inicia- se com as prim eiras
divisões celulares, sendo form ado um disco achat ado que consist e no
blast oderm a, com
aproxim adam ent e 10.000 células, dividindo- se em
duas: um a área opaca, que form ará o em brião e t am bém cont ribuirá para
a form ação de m em branas ext raem brionárias,
e um a área cent ral
t ranslúcida, que form a duas cam adas, o epiblast o ( ext erno) e o hipoblast o
( int erno) . Nest e est ágio, ocorre a im plant ação do saco em brionário. Nos
m am íferos, envolve o cont at o ínt im o com o t ecido ut erino, com ext ensiva
proliferação do t rofoblast o e invasão dessas células no est rom a ut erino,
est abelecendo- se a conexão m at erno- fet al nessa fase designada com o
blast ula [ 9] . Na fase seguint e de gast rulação, o em brião em form ação
apresent a a definição do eixo rost ro- caudal e do m esoderm a pré- cardíaco,
assim com o t êm início os m ovim ent os de diferent es populações celulares,
reforçando o conceit o de padrão local- específico que consist e no fat o de
um a linhagem celular iniciar seu processo de diferenciação som ent e
quando chega ao seu local de dest ino [ 10] . Na gast rulação, são det ect adas
as t rês cam adas germ inat ivas ( ect oderm a, m esoderm a, endoderm a) .
O est ágio im ediat o à gast rulação é o est abelecim ent o da geração de
diversas linhagens de t ecidos, a part ir de um a população de células
progenit oras pluripot ent es e da coloração dos diferent es t ipos celulares em
seus locais apropriados no em brião. Nessa fase, pode- se acom panhar o
15
processo de regionalização de progenit ores da linhagem
de células
cardíacas e sua especificação na form ação dest e órgão [ 11] .
As células cardíacas são recrut adas do epiblast o superficial para a
área pré- cardíaca, ingressam e m igram para dent ro do em brião, form ando
um par de t ubos que se fusionam em um único t ubo, na posição vent ral e
m édia.
Est e
coração
prim it ivo
cont ém
m últ iplas
cam adas,
exibe
regionalização rost ro- caudal e rot ação, sendo possível de ser det ect ado
com dois dias de cult ura de em briões [ 12] .
A cam ada m esodérm ica t am bém cont ribui com linhagens celulares
t ant o da região ext ra- em brionária quant o da em brionária, com o font e de
células precursoras cardíacas, encont rando- se localizada post erior à placa
neural.
A
análise
dos
descendent es
dest a
população
cont ribui,
predom inant em ent e, com a form ação do m iocárdio [ 13] . A cam ada
endodérm ica que irá t am bém com por o coração em erge recrut ada para a
form ação do coração. Chega- se, ent ão, ao form at o de coração t ubular que
m igra ant erior e lat eralm ent e ao t ubo neural. Há evidências de que o
endoderm a age com o um indut or de sinalização, sendo necessário para
que a especificação celular ocorra, levando a diferenciação t erm inal
cardiogênica [ 14] . Essa at ividade cardíaca indut iva é derivada m ais
especificam ent e do endoderm a ant erior, que sinaliza para a diferenciação
do coração, sendo prim ordial no est abelecim ent o da diversidade dos
cardiom iócit os. Em um a et apa m ais t ardia, t am bém a cam ada ect odérm ica
é indut ora cardíaca [ 15] . Resum idam ent e, as t rês cam adas germ inat ivas
dem onst ram possuir um sist em a de sinalização indut ora ent re si para a
form ação do coração, e essa sinalização só se m ost ra específica quando as
células at ingem a área cardiogênica.
Quando os m iócit os diferenciam - se nos t ipos celulares principais,
m iócit os at riais e vent riculares e no sist em a de condução, dados apont am
para um det erm inism o independent e dos progenit ores iniciais. Os fat os
seguint es consist em : os m iócit os prim ordias sofrem ação inicial indut iva
16
dos vasos próxim os, para a diferenciação em
cardiócit os e células
condut oras. Esses dois processos progridem em paralelo at é os est ágios
finais pelo fat o de os cardiócit os diferenciarem - se nos dois t ipos t erm inais
que são os m úsculos at riais e vent riculares e na out ra via, na form ação da
linhagem celular do sist em a condut or, at é o pont o t erm inal de células de
Purkinj e. Porém , acredit a- se que, nest a et apa final, a influência do vaso
do epicárdio não sej a preponderant e para que há et apa a pouco descrit a
ocorra, m as a presença do vaso na fase inical é fundam ent al para dar
início ao processo [ 16] . A sum arização do processo indut ivo est á ilust rada
na Figura 1. [ 17] .
Figura 1
Represent ação esquem át ica da indução de m iócit os. Efeit o
com binat ório indut ivo da cit o- diferenciação de m iócit os e dos vasos
coronarianos na cam ada epicárdica,
na det erm inação do
aparecim ent o das células de Purkinj e, com o com ponent e t erm inal do
sist em a de condução do coração.
Font e: HARVEY; ROSENTAHAL, 1999, p. 51.
Nest e est ágio da organogênese, o coração possui duas cam adas.
Um a int erna, form ada de endocárdio, e um a ext erna, o m iocárdio. Essas
duas cam adas form am o coração t ubular que inicia suas dobraduras sobre
si e, m ais t arde, as cont rações sincrônicas. Nessa et apa, não se det ect am
17
células coronarianas, células do t ecido conect ivo ou neurônios aut ônom os.
Os const it uint es desse coração t ubular são t rês t ipos celulares: o endot élio
e os m iócit os vent riculares e at riais. Com esses const it uint es, o coração
com eça a bat er [ 18] .
A m orfogênese das dobras do coração acont ece no est ágio t ubular
para adquirir o fenót ipo das quat ro câm aras. Ocorre im port ant e efeit o na
det erm inação dext ral da curvat ura do órgão, reflet indo um a regulação
t em poral durant e o processo de form ação do coração [ 19] . Os passos
seguint es são t rabeculação, m odulação da espessura das paredes das
câm aras e das cam adas m usculares.
O coração é avascular at é que a hiperplasia e a t rabeculação levem
à sinalização para a form ação de plexos capilares e sinusóides venosos. No
ent ant o, não se sabe de onde vêm as células para form ar essa rede
vascular, se da crist a neural, se do m esênquim a ou, ainda, de am bos os
t ecidos. O fat o é que a idéia m ais aceit a é a de que ocorre grau variado de
het erogênese em respost a a várias cit ocinas que induzem à form ação dos
vasos coronarianos e, quando est a rede vascular est iver est abelecida e
ancorada na aort a, células progenit oras da cam ada m uscular lisa m igram ,
de form a int racardíaca, at ravés dos canais endot eliais, e passam a se
diferenciar em vasos espiralados [ 20] .
Na form ação do sist em a de condução cardíaco, são necessários
quat ro subcom ponent es: o nodo sinoat rial, o nodo at riovent ricular, o feixe
at riovent ricular e as fibras de Purkinj e. O local inicial de form ação desse
sist em a de condução é a área conhecida com o anel prim it ivo, na j unção
at riovent ricular que cont ém os precursores celulares, que são oriundos da
crist a neural e de m iócit os especializados, os quais exibem diferenças
anat ôm icas,
t ais com o
reduzidas m iofibrilas e
grande
acúm ulo
de
glicogênio [ 21] . Além disso, t em - se um a expressão gênica única, com
achado de genes só descrit os no sist em a nervoso, ou sej a, com o genes
rest rit os a neurônios que expressam
prot eínas neurofilam ent osas e
18
glicoprot eínas associadas ao cérebro. Port ant o, ocorre um a co- expressão
de genes m usculares e neuronais nest a et apa de form ação do coração
[ 22] .
As células de condução t êm um sist em a único de canais iônicos
para a at ividade de m arcapasso e conexinas únicas nas j unções do t ipo
gap que ret ransm it em o pot encial elét rico ent re as células do sist em a de
condução [ 23] . Os com ponent es proxim ais desse sist em a de condução são
const it uídos de nó sinoat rial, nó e feixe at riovent ricular, provenient es da
crist a neural. Mas um a pergunt a ainda fica para ser respondida: o
m ecanism o m olecular envolvido na diferenciação de células cont rát eis
( iniciais) para condut oras ( finais) , com o ocorre com as fibras de Purkinj e,
que passam de células cont rát eis para condut oras. Esse fat o ainda
necessit a de invest igação. Por out ro lado, acredit a- se que um fat or in sit u
faria essa ligação ent re a rede cent ral e a periférica, int egrando t odo o
sist em a condut or [ 24] . Todas as et apas de form ação do coração dos
m am íferos encont ram - se represent adas na ilust ração da Figura 2, a seguir
[ 25] .
19
E8
E9
E10
E11- 12
E13
Figura 2
Organogênese do coração, com
em brionários ( E) .
Font e: HARVEY; ROSENTAHAL, 1999, p. 111.
os correspondent es períodos
20
1.2 Mecanismo molecular envolvido na cardiogênese
O processo m olecular envolvido na cardiogênese é com plexo e
envolve diferent es vias sinalizadoras. Decifrar a com plexidade das relações
de seqüência- est rut ura- função na cardiogênese é obj et o de est udo que
exigirá avanços na biologia est rut ural,
com put acional.
Sim ões- Cost a
et
al.
prot eôm ica e na t ecnologia
2005
[ 26]
afirm aram
que
a
organização m orfológica do coração é direcionada pela função fisiológica
das vias de ent rada e saída, sendo esse processo de cardiogênese
det erm inado pela ação de genes que codificam o eixo ânt ero- post erior do
coração.
Nesse
processo
m orfogenét ico,
exist em
genes que
expressam
fat ores t ranscricionais, t ais com o: Prot eína Morfogét ica Óssea ( BMP) , Fat or
Am plificador de Miócit os ( Mef2c) , Recept or de Ácido Ret inóico ( RAR) e os
fat ores t ranscricionais GATA- 4, 5, 6 que são im port ant es para o coração,
est ando envolvidos na diferenciação e na diversificação celular [ 27] .
Tam bém
os genes dit os selet ores, com o eHAND [ 28]
e Hox [ 29] ,
cont rolam os genes subordinados a eles, cham ados de realizadores com o
por exem plo, Nkx2- 5 [ 30] e Tbx2 [ 31] que possuem o código diret o da
função relat iva à diferenciação celular nas várias linhagens que com põem ,
por exem plo, os órgãos, inclusive o coração que se inicia com o um vaso
m uscular e vai se sofist icando com m últ iplas câm aras, válvulas, sept os,
endocárdio, t rabeculações, sist em a de condução, circulação coronariana e
um a int erface crít ica de lat eralidade, requerendo um a com plexa int eração
ent re os t ecidos.
O gene BMP 2, 4 est á envolvido diret am ent e na m orfogênese
cardíaca, em especial nas fases prim ordiais, agindo com o um sinalizador
present e na cam ada m esodérm ica na dist ribuição das diversas linhagens
celulares que irão com por o coração [ 32] . Assim , em cam undongos
delet ados para o gene bmp, seus em briões não form aram coração [ 33] .
21
Est e fat o coloca em evidência que a ação do BMP ocorre
em um a fase
prévia à gast rulação e esses dados colocam - no com o um gene fet al
m est re que age no início do processo de form ação do coração.
Os genes, com o o mef2B e mef2C ( fat or am plificador de m iócit os 2) ,
são expressos nas células pré- cardíacas [ 34] . Esses genes expressam
fat ores de t ranscrição que prom ovem a indução m iogênica, ou sej a, a
form ação dos m ioblast os que com preenderá as t rês linhagens celulares:
cardíaca, som át ica e visceral. No coração de vert ebrados, o mef2B e o
mef2C são det ect ados j á na fase de vaso t ubular. Durant e o processo de
form ação do coração a part ir do m esoderm a, diferent es am plificadores
agem de form a independent e, int eragindo com o gene D- mef- 2 que é
const it uído de 12 kilos bases de DNA. Esses diferent es fat ores são
com paráveis ent re si, t êm em com um um a origem m esoderm al e est ão
envolvidos em especificação ou diferenciação do coração [ 35, 36] .
Quando o gene mef é at ivado, age am plificando clones de quat ro a
seis cardioblast os de form a segm ent ar. Em briões delet ados para mef2
apresent am
ret ardo
vent riculares
finas,
do
crescim ent o,
desorganizadas
e
efusão
pericárdica,
dilat adas,
com
paredes
ausência
de
vent rículo direit o e sinais de insuficiência cardíaca [ 37] . Nos vert ebrados,
mef2 t am bém produz prot eínas cont rát eis, porém est a não é a única via
de produzi- las. Esse gene apresent a- se de m aneira evolut iva conservadora
na cit o- diferenciação cardíaca.
Est udos com genes que expressam as seguint es prot eínas C- RZF
[ 38] , hFOG- 2 [ 39] , recept or de horm ônio t ireóideo [ 40] e FGF- 1 e FGF- 1A
[ 41] que ut ilizaram a est rat égia de cult ura de célula- t ronco diferenciada
para cardiócit os apresent aram baixa expressão ao longo do processo de
desenvolvim ent o em brionário e, em especial, na form ação do coração.
Porém ,
dem onst raram
form ação
descrevem
do
coração.
serem
im port ant es
Acrescent a- se
genes que se m ost raram
que
em
algum
out ros
m om ent o
est udos
im port ant es num
[ 42,
da
43]
det erm inado
22
m om ent o da cit odiferenciação cardíaca com o, por exem plo, no período
m édio do desenvolvim ent o em brionário desse órgão, em t orno do E10,
que corresponde ao período de diferenciação ent re as câm aras at riais e
vent riculares e ao início do processo de sept ação longit udinal, ou sej a, da
m ont agem do sept o int erat rial, m ost raram m aior expressão de suas
prot eínas, t ais com o m iosina de cadeia leve ( MLC- 2) [ 42] e o fat or
t ransform ant e de crescim ent o ( TGF) [ 43] . Esses achados reforçam a idéia
de m arcador fet al ao longo do processo de cardiogênese e os candidat am
( MLC- 2 e TGF) com o m arcadores dessa et apa específica da form ação do
coração.
Na cardiogênese, um fat or de t ranscrição envolvido é o recept or de
ácido ret inóico. Foi dem onst rado que a privação do ácido ret inóico no
início
da
em briogênese,
levou
ao
aparecim ent o
de
alt erações
do
dobram ent o do coração com conseqüent e m á- form ação dos sept os át riovent ricular e int ervent ricular, assim com o da parede dos vent rículos [ 44] .
Além disso, em briões expost os ao ácido ret inóico apresent am t am bém
anom alias cardíacas envolvendo as vias de saída e ent rada, t endo ação no
m om ent o do dobram ent o do coração para a form ação das câm aras
cardíacas, das valvas at riovent riculares e do sept o int ervent ricular [ 44] .
Evidências acum uladas, apont am para que o ácido ret inóico exerça um
papel de sinalizador da cit odiferenciação das diversas linhagens celulares
que com põem a arquim orfologia cardíaca [ 46, 47]
É
int eressant e
com ent ar
sobre
out ra
prot eína
envolvida
na
t ranscrição, a da fam ília GATA. Os genes que expressam GATA são
det ect ados durant e t odo o processo de m at uração do endoderm a cardíaco,
porém não se m ost ram ser específicos com o precursores cardíacos e
foram descrit os est ar present es na organogênese de out ros órgãos.
Acredit a- se que na form ação do coração ocorre de form a segm ent ar, com
populações dist int as de progenit ores para as diferent es câm aras cardíacas,
envolvendo
especificação
para
cada
câm ara
[ 48] .
Os
fat ores
t ranscricionais de ligação à seqüência GATA agem com o m oduladores
23
dessa especificidade, com o elem ent os regulat órios diret os, por exem plo,
da m orfologia de vent rículo direit o [ 49] e em associação com out ros
fat ores t ranscricionais que agem com o co- reguladores no acabam ent o
final do coração, dando a arquit et ura única de cada região.
Um
específica)
out ro grupo de genes, com o os da fam ília Sp ( prot eína
[ 50] , est aria envolvido na especificação, sobrevivência e
crescim ent o das linhagens celulares no processo de organogênese, o qual
segue um padrão inicial segm ent ar para m ais t arde surgir com o est rut ura
única.
Ut ilizando um a t écnica de seleção de genes que aum ent am sua
expressão durant e a diferenciação de células- t ronco em células cardíacas,
o grupo do Dr. Gary E. Lyons do Depart am ent o de Anat om ia da
Universidade de Wisconcin- Madison- USA ident ificou quat ro genes que
poderiam est ar envolvidos na diferenciação do coração, os genes 6AC6,
6BD4, 8AB2 e 17BC4. Desses, som ent e o gene 6BD4 j á havia sido
ident ificado, sendo, at é ent ão, conhecido com o Jumonji ( jmj) [ 51] .
Para invest igar a im port ância do gene 6BD4, est e grupo est udou
cam undongos com deleção do gene jmj [ 52] e observou que esses
anim ais apresent avam defeit o na form ação do sept o vent ricular e dupla
via de saída. O defeit o de sept o vent ricular const it ui um a com unicação
ent re os vent rículos direit o e esquerdo, com repercussão hem odinâm ica
sugest iva de ret enção de líquido no t erceiro espaço e alt eração da
m orfologia dos vent rículos, por exem plo, paredes finas. Quant o a dupla
via de saída é um a anom alia grave, caract erizada pela saída dos dois
vasos, aort a e pulm onar, do vent ríulo direit o. Nesse est udo, as alt erações
cardíacas descrit as foram dilat ação im port ant e de át rio direit o e edem a
present e na caixa t orácica, sugerindo que esses anim ais evoluiam com
disfunção
hem odinâm ica
grave
e
quadro
de
insuficiência
cardíaca
congest iva. Ent ret ant o, essas alt erações não foram suficient es para levar
ao óbit o fet al em t odos os exem plares, t endo sido regist rado o nascim ent o
24
de anim ais port adores dessa deleção. Esses result ados confirm aram que o
gene jmj t em papel im port ant e na form ação do coração [ 52] .
Dois grupos europeus, um it aliano [ 53] e out ro finlandês [ 54] ,
publicaram post eriorm ent e sobre um novo gene designado com o rnf4,
RI NG finger 4 que coincidiu com o gene 6AC6, o qual t inha sido um dos
t rês isolados pelo grupo am ericano do Dr. Gary E. Lyons que ainda não
t inham , at é aquele m om ent o, sido ident ificados. Esse result ado sugere
que o rnf4 poderia ser um gene t am bém im port ant e na em briogênese
cardíaca.
1.3 Caracterização das funções do gene rnf4
O gene rnf4, no m apa crom ossôm ico, encont ra- se na posição do
gene hum ano no crom ossom o 4 posição 16.3, encont rando- se ent re o
locus da doença de Hunt ingt on e o gene do recept or 3 do fat or de
crescim ent o de fibroblast os ( fgf3). O gene t em , aproxim adam ent e, 47 Kb
e apresent a 8 exons, t endo sido deposit ado no Gene Bank Dat a Library,
com núm eros de acesso: U95/ 40 para rat os RNF4cDNA, e U95/ 41 para
hum anos RNF4cDNA [ 55] . A Figura 3 apresent a det alhes da est rut ura do
gene rnf4 [ 53] .
25
Figura 3
Est rut ura e localização do gene rnf4 no crom ossom o hum ano. Mapa
físico do crom ossom o 4, na região 4p16.3 que cont ém o gene rnf4. A
posição do loci D4S é indicada e o t am anho em kilobases ( kb) ent re o
cent rôm ero ( cen) e o t elôm ero ( t el) . A posição do gene rnf4 é
apresent ada. A organização dos exon- int ron é apresent ada na part e
baixa da figura, 1, 2 e 8 são exons codificados, 3, 4 e 6 são exons
não- codificados, e 5 e 7 são int rons. A set a acim a do exon 1 índica o
sent ido da t ranscrição. Não se encont ra em escala.
Font e: CHI ARI OTTI et al., GENOMI CS, 47: 258- 265, 1998.
O rnf4 j á foi localizado no crom ossom o de cam undongos e em out ras
espécies, com o Gallus gallus e Xenopus t ropicalis [ 56] . Port ant o, esse
gene dem onst ra ser bem conservado filogenicam ent e.
O gene hum ano rnf4 codifica um a prot eína de 190 am inoácidos.
Essa prot eína é const it uída por um a seqüência conservada RI NG finger
na porção t erm inal carboxila e região que orient a o direcionam ent o da
prot eína para o núcleo, que na Figura 4, a seguir, é represent ada pelo box
am arelo. É expresso em baixos níveis na m aioria dos t ecidos hum anos,
26
t ais com o cérebro, fígado, pulm ão, rim , m andíbula e no coração [ 51] ,
t am bém é expresso e exibe m aior expressão nas células germ inat ivas
t est iculares [ 57] .
Essa prot eína é pert encent e à fam ília
significa
RI NG- zinc finger
que
Really I nt erest ing New Gene , cuj a expressão varia durant e a
organogênese, sendo reconhecido com o fat or de t ranscrição RI NG finger 4
e t am bém denom inado SNURF
que significa
sm all nuclear C( 3) H( 4)
finger . A Figura 4 m ost ra a conform ação espacial previst a, da região
RI NG, para a prot eína RNF4 pelos grupos de Chiariot t i et al. ( 1998) [ 53] e
Moilanen et al. ( 1998) [ 54] .
Figura 4
Esquem a est rut ural do RNF4. A região NLS ( Seqüência Localizadora
Nuclear) em am arelo, a região de int eração com o recept or do
hôrm onio androgênio ( AR) em verde e a seqüência C3 HC4 que
ident ifica a região RI NG zinc finger , aqui represent ada pela área cor
rósea que com preende do resíduo 136 ao 180.
Font e: MOI LANEN et al., MOLECULAR AND CELL BI OLOGY, 18: 5128- 5139, 1998.
As prot eínas
GATA4 t am bém
Ring- zinc finger , t ais com o MEF2C, BMP, RAR e
est ão envolvidas no desenvolvim ent o cardiovascular
em brionário. A fam ília de prot eínas
RI NG- finger
cont ém um segm ent o
com um que é caract erizado pela presença de um a seqüência específica
rica em cist eína, cont endo a seqüência de t rês cist eínas, um a hist idina,
seguida de m ais quat ro cist eínas ( C3HC4) . Com essas caract eríst icas, est a
27
fam ília de prot eínas liga- se diret am ent e ao DNA e funciona com o fat ores
reguladores t ranscricionais, t ant o posit ivo quant o negat ivo [ 58] . A Figura
5 m ost ra a configuração est rut ural t erciária da região RI NG finger que
const it ui um a região especializada do t ipo dedo de zinco, com post a por 40
a 60 resíduos que se ligam a dois át om os de zinco. Essa região parece
envolvida em m ediar int erações prot eína- prot eína, sendo ident ificada
com o sinalizadora de t ransdução e desenvolvim ent o [ 59] .
Figura 5
Configuração t erciária da est rut ura RI NG finger . Em verm elho,
observa- se o grupo am ino ( - H2 N) e, ligada ao grupo carboxila ( COOH) ident ifica- se a região dedo de zinco ( set as verm elhas) .
( a) Região onde se encont ram as cist eínas nas posições 6 e 3 da
cadeia e as hist idinas nas posições 19 e 23 da cadeia, ligadas ao
át om o de zinco ( bola laranj a m aior) ; ( b) Dupla fit a do gene ring
e sua correspondent e prot eína expressa RI NG.
Font e: KLUG; CUMMMI NGS, 2000, p. 440.
A presença da prot eína RNF4, t ant o no núcleo quant o no cit oplasm a,
foi docum ent ada por crom at ografia por afinidade e im uno- hist oquím ica.
Esse achado sugere um envolvim ent o do RNF4 em carrear inform ações
ent re o núcleo e o cit oplasm a [ 60] . A int eração RNF4- DNA, in vit ro,
dem onst ra que essa ligação é linear à dupla fit a de DNA, sem aparent e
especificidade de seqüência, de m aneira cooperat iva, dependent e do
t am anho de segm ent o de DNA ut ilizado. RNF4 int erage eficazm ent e t ant o
28
com fragm ent os condensados circulares quant o com j unções DNA do t ipo
quat ro vias. A habilidade de ligação RNF4- DNA é associada à sua
capacidade de am plificar o processo de t ranscrição a part ir de prom ot ores
cont endo elem ent os do t ipo boxe GC [ 61] . Port ant o, RNF4 pode ligar- se
t ant o a prot eínas ( fat ores t ranscricionais) quant o diret o com o DNA.
Um a das funções do RNF4 é a de agir com o um co- at ivador
t ranscricional est eróide, ligando- se ao DNA pela região prom ot ora, at ravés
de elem ent os responsivos ou boxes ricos em GC, t ant o do recept or de
androgênio quant o de est rogênio [ 62] . Ent ret ant o, RNF4 não possui a
função int rínseca de at ivação t ranscricional e seu m ecanism o m olecular
com o co- at ivador ainda necessit a ser elucidado.
É im port ant e ressalt ar que RNF4 t am bém se liga a out ras prot eínas
com o a SP1 ( specific prot ein 1) . As fam ílias SP ( 1,2,3,4 e 5) são fat ores de
t ranscrição prot éicos que exibem na região t erm inal carboxila a seqüência
dom ínio do t ipo dedo de zinco C( 2) H( 2) e part icipam da ligação ao DNA,
at ravés das seqüências de repet ições diret as de GC [ 63] . Esse boxe GC
[ 64] é um a seqüência dom ínio de ligação ao DNA present e na região
prom ot ora de vários genes, inclusive o rnf4 [ 61] . Est udos com a fam ília SP
revelam que eles t êm papel im port ant e em num erosos event os nos m ais
diversos t ecidos em brionários, incluindo as fases de gast rulação e de
alongam ent o do eixo do em brião; na diferenciação do t ubo neural, da
região faríngea e dos som it os; e na form ação dos m úsculos esquelét icos
do
corpo.
Acredit a- se
que
essas prot eínas exerçam
um
papel
de
coordenadoras dessas alt erações na m aquinaria t ranscricional que são
requeridas para gerar as diferent es linhagens de t ecidos ao longo do
desenvolvim ent o do em brião [ 65] .
Com o um regulador de t ranscrição, RNF4 t am bém int erage com
out ras prot eínas, ent re elas a Goosecoid- like ( Gsc1) [ 66] . Gsc1 é um fat or
de t ranscrição com at ividade supressiva, o qual é expresso durant e a
em briogênese do cérebro e das gônadas em em briões de cam undongos,
29
sendo expresso em t ecidos derivados da fenda neural nos est ágios
prim ordiais do desenvolvim ent o em brionário. Acredit a- se que o m esm o
est ej a envolvido na expressão da síndrom e de DiGeorge e nas síndrom es
denom inadas de velocardiofacial, ou sej a, o port ador t em anorm alidades
que incluem defeit os cardíacos na via de saída dos vent rículos, hipoplasia
ou aplasia de t im o e glândula parat ireóide, hipocalcem ia e fenót ipo facial
caract eríst ico.
Todas
essas
desordens
em briogênese,
sendo
derivadas
das
t êm
bolsas
origem
faríngeas
com um
[ 67] .
na
Essas
síndrom es velocardiofaciais envolvem o segm ent o ant erior do em brião, e
m ut ações nos genes im plicados com o causadores dessas disgenesias t êm
sua ação t em poral e espacial no processo de desenvolvim ent o do em brião
hum ano.
O gene stromelisin 1 expressa o fat or de t ranscrição SPBP que
t am bém int erage com a prot eína
RI NG finger
RNF4 e am bas est ão
localizadas no núcleo. A prot eína RNF4 prom ove, inicialm ent e, o acúm ulo
específico de SPBP ligado ao DNA, agindo com o um co- fat or posit ivo
m ediando a t ransat ivação [ 68] .
O gene que causa a Síndrom e t richo- rino- falangeal, a qual se
caract eriza por alt erações esquelét icas, escassa dist ribuição de cabelo no
couro cabeludo e dism orfism o facial em hum anos expressa a prot eína
TRPS1 que é um repressor do fat or de t ranscrição GATA- m ediado. Quando
TRPS1 e RNF4 int eragem , ocorre regulação negat iva da ação do TRPS1.
Acredit a- se que RNF4 iniba a função repressional de TRPS1, reafirm ando
sua vocação de com odulador, ora posit iva ora negat ivam ent e agindo na
t ranscrição e na função dos produt os gênicos, não sendo capaz de at ivar
diret am ent e o processo de t ranscrição. Est e est udo dem onst rou que RNF4
e GATA at uam sinergicam ent e, podendo est e achado dem onst rar o elo
ent re GATA que regula a cardiogênese e RNF4 com o m odulador no
processo de em briogênese cardíaca [ 69] .
Por out ro lado, RNF4 int erage negat ivam ent e com PATZ, a qual
30
t am bém possui em seu dom ínio de ligação ao DNA o át om o de zinco com o
um dos com ponent es, porém com região de DBD denom inada de gancho
( hook ) AT e não do t ipo dedo de zinco [ 70] . Toda essa diversidade de
ação reforça que o m ecanism o de ação do RNF4 envolve m ult i- com plexos,
podendo agir de form a sinérgica ou ant agônica, a depender de com quem
est ej a int eragindo em um det erm inado m om ent o espacial. Assim , foi
dem onst rado que o RNF4, apesar de um conhecido at ivador t ranscricional,
pode m udar seu com port am ent o quando se int erage com PATZ, que é um
repressor t ranscricional. Nest a sit uação, a hiperexpressão de RNF4 com
PATZ pot encializa a repressão da t ranscrição induzida por PATZ [ 70] . Com
esse achado, inicalm ent e, RNF4 havia sido cogit ado com o repressor
t ranscricional [ 70] . Mas, na publicação de Pero et al. 2002 [ 71] foi
dem onst rado a ação at enuant e de RNF4 sobre PATZ, quando ocorria a
ligação PATZ- RNF4.
Os m ecanism os envolvidos na m odulação da diferenciação cardíaca
são pouco conhecidos. É possível que o m Rnf4 at ue com o um co- at ivador
[ 72] ou regulador at enuant e t ranscricional [ 73] essencial na regulação de
genes, provavelm ent e a nível nuclear [ 74] .
Considerando a im port ância da int eração da prot eína RNF4 com
prot eínas im plicadas na m orfogênese cardíaca, e que o gene que codifica
foi isolado, j unt o com o gene j m j , com o genes que est ariam envolvidos na
diferenciação das células- t ronco em células cardíacas [ 51] , o Laborat ório
de Anat om ia do Prof. Dr. Gary E. Lyons da Universidade de Wisconsin,
Madison, USA opt ou por desenvolver cam undongos com deleção do gene
rnf4, e o present e t rabalho t eve com o obj et ivo avaliar o efeit o deleção do
rnf4 na cardiogênese e na m ort alidade desses anim ais.
31
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar a função do gene rnf4 no desenvolvim ent o do coração,
at ravés do uso de cam undongos com deleção desse gene, obj et ivando
descrever
as
alt erações
m orfológicas
dos
corações,
clínicas
desses
em briões, e a m ort alidade, em diferent es est ágios do desenvolvim ent o
em brionário, peri- e pós- nat al.
2.2. Específicos
Em embriões com deleção do rnf4
Caract erizar as alt erações m orfológicas de desenvolvim ent o dos
em briões hom ozigót icos delet ados para rnf4 e seus fenót ipos;
Descrever
achados
anat ôm icos m acroscópicos dos em briões
hom ozigót icos delet ados para rnf4;
Descrever os achados hist ológicos dos corações desses em briões
hom ozigót icos delet ados para rnf4.
32
3 MATERIAL E MÉTODOS
Est e t rabalho foi conduzido no Laborat ório de Anat om ia da Escola de
Medicina em Madison, Wisconsin, Est ados Unidos da Am érica, sob a
orient ação do Dr. Gary E. Lyons. O prot ocolo de m anuseio dos anim ais
ut ilizado foi analisado e aprovado pelo com it ê de ét ica da referida
I nst it uição.
3.1 Materiais
Os prim ers foram feit os pela I nt egrat ed DNA Technologies, I nc.,
Coralville, I A, USA, com ponent es ut ilizados no t erm o- ciclador: t am pão,
dNTPs, Taq DNA polym erase em t am pão de est oque t ipo B, m arcador
m olecular de 100 pares de bases, t odos esses produt os fornecidos por
Promega, Madison, WI , USA. Prot einase k, agarose, TAE, t am pão de
correr, brom et o de et ídio, m arcador m olecular de DNA, t odos adquiridos
da
Sigma- Aldrich
Coorporation,
St
Louis,
MO,
USA.
Solução
de
precipit ação de prot eína adquirida da Gent ra Syst em , Research Triangle
Park, NC, USA. Solução de lise genôm ica foi adquirida da BD Biosciences
Clontech, Palo Alt o, CA, USA. EDTA, eosina, form aldeído, isopropanol,
adquiridos de Ricca Chem ical Com pany, Arlingt on, TX, USA. Suport es,
t ubos cônicos,
ult ra
t ubos,
pont eiras foram
ut ilizados da
Nalgene,
Rochest er, NY, USA. Parafina, et anol e TE adquiridos da BioLabs, Bervely,
MA, USA. Det ergent e de laborat ório DRI - CLEAN adquiridos de Decon Labs,
Inc., King of Prussia, PA, USA. Sulfat o de pot ásio crôm io e gelat ina G7500, adquiridos da Fischer Scient ific Co, Pit t sburgh, PA, USA. Ração
st andart fornecido por Charles River Laboratories, Wilm ingt on, MA, USA.
33
3.2 Animais rnf4 deletados
A deleção do gene rnf4 foi realizada a part ir da inserção de
seqüência
denom inada
de
ROSA
- geo,
expressando
a
enzim a
galact osidade, pela t écnica de ret rovírus. Essa inserção foi no segm ent o
aj uzant e do sít io de iniciação que result ou na reposição de t oda a
seqüência rnf4, excet o pelos 23 prim eiros am inoácidos. A t écnica foi
baseada no descrit o por Baker et al., 1997 [ 51] , e realizada no Serviço de
Anim ais Transgênicos da Faculdade de Vet erinária da UW- Madison onde
foram gerados os anim ais quim éricos a part ir do cult ivo em células
prim ordiais, de m ut ant e alelo de rnf4 associado a um gene repórt er da
enzim a
ß- galact osidase
que
gerou
um a
cult ura
quim érica,
sendo
selecionados só os clones que m ant inham a at ividade lacZ. Essas cult uras
de células- t ronco m ut ant es alelo do rnf4 foram inseridas na fase de
blast ocist os em cam undongas grávidas, t ant o da linhagem BALBc, com
pelagem branca, quant o da linhagem C57Bl6, de pelagem pret a. Essas
duas linhagens foram t rabalhadas em paralelo. As proles de cam undongos
port adores nasceram , cresceram e, quando adult as, foram apt as a cruzar
com cam undongos BALBc e C57Bl6 selvagens, a fim de aum ent ar o
núm ero de port adores, conform e esquem a sim plificado da const rução das
sondas A com o sinalizador ( lacZ) e B com o selecionador ( gene da
resist ência ao ant ibiót ico am picilina) na Figura 6.
34
Figura 6
Esquem a represent ando a região 3 do rnf4
lucus. O vet or
const ruído ( lacZ + sonda B + Am p) foi inserido ent re o prim eiro e
o segundo exon. Am p
gene de resist ência ao ant ibiót ico
am picilina; lacZ - gene repórt er da enzim a galact osidase.
Font e: LEE et al. 2000. Adapt ado.
Os anim ais port adores da deleção do rnf4 ao longo da condução do
experim ent o, t ant o BALBc quant o C57Bl6, foram m ant idos em separado e
conduzidos em pararelo em t odos os procedim ent os a seguir. Eles ficaram
em caixas est éreis, com serragem forrando o fundo da caixa, alim ent ados
com ração st andart , fornecim ent o de água dest ilada em recipient e est éril,
regim e de luz art ificial dia e noit e, sist em a de cont role da t em perat ura
am bient e, para que a m esm a fosse m ant ida a 25 C e sist em a de filt ração
de ar. As caixas de acondicionam ent o dos anim ais seguiam um prot ocolo
do próprio serviço do Cent ro de Anim ais com t rocas sem anais com plet as,
vigilância sanit ária por vet erinários do próprio serviço. Colocação em cada
est ant e de acondicionam ent o dos anim ais, de um a caixa t est e com
anim ais do próprio serviço do Cent ro de Anim ais para rast ream ent o de
vírus, bact érias e fungos pat ógenos próprios dos cam undongos. Esses
cam undongos t inham ident ificação própria e m anuseio só por pessoas
aut orizadas do Cent ro de Anim ais da UW/ Madison.
Em cada caixa, foram acondicionados at é quat ro anim ais do m esm o
35
sexo. Quando adult os, os anim ais foram separados em casais para
cruzam ent o e ant es do nascim ent o da ninhada, o m acho era ret irado da
caixa. A genit ora foi aloj ada com os filhot es at é o vigéssim o prim eiro dia
de vida deles, quando foi realizada a colet a da pont a da cauda para a
ext ração do DNA, para a classificação do cam undongo com o port ador ( + / da deleção do rnf4 ou cont role ( + / + ) .
Os filhot es foram t am bém m arcados com furos na orelha para
facilit ar a ident ificação dos m esm os. Na seguint e ordem : um a perfuração
na orelha direit a e est e cam undongo foi ident ificado com o o núm ero um
da prole. O cam undongo seguint e fazia duas punções à direit a e recebia a
designação
de
segundo
at é
fazer
t rês
punções na
orelha
direit a,
correspondendo ao t erceiro cam undongo da prole. Depois, iniciava- se com
a m arcação dos filhot es da m esm a prole correspondent e à perfuração da
orelha esquerda. Com isso, sabia- se ident ificar naquela prole quais eram
os port adores e separá- los. Quando m uit os foram classificados com o
selvagens, procedia- se à repet ição das am ost ras para recert ificação, assim
com o dos genit ores. Quando ocorriam anim ais em excesso, procedia- se ao
processo de eut anásia com exposição em caixa fechada ao m onóxido de
carbono.
Baseado em genét ica experim ent al anim al, nas prim eiras gerações
descendent es F1 foram desenhadas linhas de endocruzam ent os ent re os
cam undongos das duas linhagens t rabalhadas. No prim eiro cruzam ent o,
anim ais port adores ( + / - ) C57Bl6 foram cruzados com os da linhagem
8AB2/ m RNF4,
pert encent es
ao
Laborat ório
Universidade de Wisconsin, onde foram
de
Pesquisa
Anim al
da
gerados port adores ( + / - ) e
selvagens ( + / + ) . Esses port adores C57Bl6 foram cruzados com ( + / + )
C57Bl6, por cruzam ent os m ãe- filho da prim eira at é a nona geração, para
aum ent o da prole het erozigót ica. Foi feit o o m esm o procedim ent o com os
anim ais port adores ( + / - ) BALBc. Foram cruzados t am bém pela prim eira
vez com a linhagem 8AB2/ m RNF4, sendo gerados port adores e selvagens.
Esses port adores foram cruzados com cont role ( + / + ) da linhagem C57Bl6,
36
por cruzam ent os m ãe- filho da prim eira at é a quart a geração, para
aum ent o da prole het erozigót ica. Todos os anim ais port adores foram
repicados em caixas com quat ro anim ais cada, obt endo- se um grande
núm ero de het erozigot os das duas linhagens. O excesso de hom ogizot os
fêm eas e os anim ais não- viáveis foram subm et idos à eut anasia.
Nessa fase do proj et o, foram iniciados os acasalam ent os ent re
het erozigot os das duas linhagens. Ant es, porém , os dados da genot ipagem
foram novam ent e revist os e os cruzam ent os + / - com + / - iniciados da
décim a ( C57 x LBB) at é a décim a quart a ( LHH x LGG) geração para os
anim ais C57Bl6 e da quint a ( BALBc x BVI I .8) à oit ava ( BXI V.13 x
BXI I I .19) geração dos BALBc. Com esses cruzam ent os dos port adores,
foram obt idos os hom ozigot os recessivos ( - / - ) . As siglas LBB, LHH, LGG,
BVI I .8, BXI V.13 e BXI I I .19 são usadas pelo Dr. Lyons para acom panhar os
endocruzam ent os das duas linhagens de cam undongos.
Nessa segunda fase, foram gerados os descendent es F2 pelos
cruzam ent os das duas linhagens de cam undongos het erozigot os, em
paralelo, t endo com o finalidade a obt enção de em briões hom ozigot os
delet ados para o gene rnf4. Nesse processo, foi m arcada a dat a do
acasalam ent o e as fêm eas foram seguidas, diariam ent e, em busca de
sinais de gest ação, desde hipersecreção est rogênica em
vagina at é
aum ent o do volum e abdom inal. O acom panham ent o da gest ação foi feit o
por m onit oram ent o com exam e clínico diário. Com essa est rat égia, foram
definidas as dat as dos sacrifícios das gest ant es para a colet a dos em briões
com t em po de desenvolvim ent o em brionário pré- est abelecido de E11 a
E17 porque dissecações precoces, com o E9, E9.5 e E10, não exibiam
alt erações
e
os
em briões
m ost ravam - se
adequados
para
a
idade
gest acional. Durant e a condução do t rabalho, por t er ocorrido nascim ent o
de exem plares hom ozigot os delet ados rnf4 ( C57Bl6) , foi decidido que
seriam conduzidos ao longo de t oda a gest ação, sendo deixados nascer as
proles e genot ipados com m enos de um dia de vida, e at é com plet arem 21
dias de vida, para am bas as linhagens est udadas, visando avaliar a
37
viabilidade. Com essa est rat égia, obj et ivava- se avaliar a viabilidade desse
concept o delet ado para o gene rnf4.
O heredogram a da Figura 7 ilust ra a produção de hom ozigot os
aut ossôm icos
recessivos
pelo
efeit o
dos
endocruzam ent os
para
averiguação dos m ut ant es rnf4 e sua repercussão no coração, invest igado
nest e est udo [ 75] .
Figura 7
Heredogram a caract eríst ico de herança aut ossôm ica recessiva. Fase
I cruzam ent o de port ador com selvagem . Fase I I geração de
port adores por endocruzam ent o com selvagens. Fase I I I cruzam ent o
ent re port adores por endocruzam ent os. Fase I V geração de
recessivo negat ivo.
Font e: THOMPSON; THOMPSON, 1993. Adapt ado.
38
3.3 Genotipagem
No procedim ent o de genot ipagem das ninhadas, foi necessária a
obt enção de seqüência int rônica do vet or inserido, a part ir de seqüência
previam ent e conhecida do pedaço do gene lac- Z, desde que essa inserção
t enha m ais um carát er randôm ico do que de um event o- alvo. Port ant o, o
program a de Reação em Cadeia de Polim erase ( PCR) - inversa foi ut ilizado,
obt endo- se um a seqüência da região 3` sít io do vet or de inserção, ou
sej a, que cont inha o sít io codant e iniciador e o sít io - geo. A part ir de DNA
genôm ico provenient e de t ecido de anim al het erozigot o, o qual foi digerido
com a enzim a Eco R1, ligação e am plificação com seqüências iniciadoras
provenient es de casset e de am picilina e do gene inserido. Com esses
com ponent es, foi rodado um program a de PCR. O produt o result ant e foi
um fragm ent o único de 367 pares de bases, designado de sonda B. A
RACE, com
sonda A foi conseguida at ravés do uso da t écnica de 5
obt enção de fragm ent o de 512 pares de bases.
Todo o prot ocolo de ext ração de DNA foi conduzido segundo Gent ra
Syst em s I solat ion Kit s, m odificado por Lee et al. 2000 [ 52] . I nicialm ent e,
am ost ras sej a do t ecido da pont a da cauda para ident ificar port adores sej a
da m em brana am niót ica para ident ificar recessivos negat ivos foram
colet adas, colocadas em t ubos Eppendorff ( 1.5 m l) em 600
de Lise Genôm ica ( TRI S- HCl pH 8.0 ( 200
l de Solução
l) + 4 M NaCl ( 375
l) + 0.5 M
EDTA ( 2 m l) + 10% SDS ( 1 m l) + com plet a com m illiQH2 O ( 6.42 m l) ) ,
m ais 3
l Prot einase K ( 20m g/ m l) , seguido de vort ex por 30 segundos.
Est a solução foi incubada por um a noit e em banho- m aria a 55° C.
No dia seguint e, procedeu- se à precipit ação do DNA. Para isso, as
am ost ras foram ret iradas do banho- m aria, vort exadas por 30 segundos e
em seguida, foram adicionados 300
l de Solução de Precipit ação de
Prot eína em cada am ost ra, seguido de vort ex por 30 segundos. Logo após,
as am ost ras foram cent rifugadas ( 14 g/ 3 m in) para obt enção do pellet
39
de precipit ado de rest os celulares no t ubo. O DNA a ser analisado,
present e no sobrenadant e, foi t ransferido para um novo conj unt o de t ubos
Eppendorf 1.5. Em seguida, a fase de desidrat ação foi iniciada com o uso
do prot ocolo de gradient e álcool. Prim eiro, foi usado isopropanol a 100%
( 600
l) , inversão gent il de cada t ubo por 20 vezes, seguida de
cent rifugação ( 14 g/ 5 m in) . O sobrenadant e foi descart ado em um Beaker
e no t ubo ficava o DNA condensado. Segundo, et anol a 70% ( 600
l) foi
acrescent ado, inversão gent il de cada t ubo por 20 vezes, seguida de
cent rifugação ( 14 g/ 5 m in) . Novam ent e, o sobrenadant e foi desprezado no
Beaker e as am ost ras foram colocadas para secar na capela de fluxo
lam inar
por
15
m inut os. A fase de reidrat ação iniciava- se com
ressuspensão das am ost ras com o uso de t am pão TE pH 8.0 ( 200
a
l) e,
por fim , elas foram deixadas à t em perat ura am bient e ( 25° C) por m ais
um a noit e na bancada do laborat ório.
No t erceiro dia, a am plificação do DNA foi feit a at ravés da t écnica
ut ilizando aparelho t erm ociclador. A solução foi preparada em
t ubo
Eppendorff 0.5 m l adequadam ent e para uso em t erm ociclador e t inha os
const it uint es a seguir: Tam pão com MgCl 2 ( 2.5
l) + 2nM dNTPs ( 2.5
l) +
Prim er 5 em aliquot as de 20nM { CCAGTCGAAAGTGGTCACTATTC} ( 1
Prim er 3
acrescido
l) +
em aliquot as de 20nM { AATGGCACCCATAGCTTTAGTAC} ( 1
do
gene
inserido
{ TTCGCTTCTCGCTTCTGTTC- 3 } ( 1
( U3D
5)
l) , m ais 13.8
sub- t ot al de 21.8
l.
Adicionavam - se 3
l de DNA colet ado + 30
em
aliquot as
de
l) ,
20nM
l de água m illiQ, em um
Seguido de vort ex por 30 segundos de cada t ubo.
l de óleo para Reação em
Cadeia de Polim erase. Os m ixes foram subm et idos ao seguint e program a
de PCR ( reação em cadeia de polym erase) . Fase I : cinco m inut os a 94° C.
Nesse int ervalo de t em po, ( 0.2
polym erase est ocada em
l) da enzim a ( Termus aquaticus) Taq DNA
t am pão B ( Prom ega, Madison,WI ,USA)
foi
adicionada para dar cont inuidade com à segunda fase do program a no
t erm ociclador: 30 ciclos de 45 segundos a 94° C, 90 segundos a 62° C e 90
segundos a 72° C e, finalm ent e, de oit o m inut os a 72° C. Todo esse
40
processo durava cerca de 2 horas e m eia.
Nesse m esm o dia, o gel de agarose a 1.5% foi preparado com 1.2
gram a de agarose, diluído em 80 m l de 1 X TAE, levando- se ao
m icroondas por 2 m inut os, seguido de im ersão do recipient e em banhom aria a 37 C para resfriam ent o por 2 a 3 m inut os. Essa solução foi
derram ada em um aparat o do t ipo subm arino com um pent e na borda.
Quando a polim erização do gel foi concluída, o pent e foi ret irado e o
aparelho era preenchidocom solução 1 X TAE at é t odo o gel encont rar- se
subm erso. A cada am ost ra, foram acrescent ados 2.5
l de m arcador de
correr brom ofenol azul e, com pipet a, foram preenchidas as covas com as
am ost ras. Assim com o 3
l de m arcador m olecular de DNA de 100 pares
de bases foram aplicados e colocados para correr o gel im erso em 1 X
TAE, com volt agem const ant e de 109 volt s por um a hora, t em po est e em
que as am ost ras corriam 2/ 3 do t am anho do gel e o sist em a foi desligado.
O gel de agarose foi ret irado desse aparat o e colocado em recepient e com
solução de brom et o de et ídeo na concent ração de 1 g/ m l, em bandej a
m óvel com rot ação lent a por cinco m inut os, seguidos de m ais cinco
m inut os de rinse do gel em água m illiQ. O gel foi fot ografado em câm era
escura, com raio ult raviolet a, para visualização das bandas de DNA, com
prot eção pessoal at ravés de art efat os de barreira.
Com as fot os, a classificação das am ost ras foi feit a, produzindo as
Tabelas 1, para a linhagem C57Bl6, e 2, para a linhagem BALBc de
cam undongos com suas respect ivas fases do desenvolvim ent o em brionário
de E11 at é 21 dias da dat a de nascim ent o, núm ero t ot al de em briões por
fase, genot ipagens de seus respect ivos sacos am niót icos e as anot ações
das observações do fenôm eno de reabsorção em cada ninhada.
41
Tabela 1. Genot ipagem de progenes C57Bl6.
Estágio
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
P0.5
P21
F2
Total
embriões
29
85
39
28
41
54
47
29
50
402
Nº de embriões
genotipagem Rnf4
+/+
+/-/ 17
11
0
17
50
15
16
18
2
6
17
3
7
23
6
17
31
2
20
21
3
14
12
3
36
14
0
150
197
34
Nº de
embriões
reabsorvidos
1
3
3
2
5
4
3
0
0
21
E Dias de desenvolvim ent o em brionário.
P indica dias pós- nat al.
Necrose
FONTE: Dados colet ados pela aut ora.
Tabela 2. Genot ipagem de progenes BALBc.
Estágio
E11
E12
E13
E14
E15
E16
E17
P0.5
P21
F2
Total
e mbriões
151
66
38
41
21
29
24
19
34
423
Nº de embriões
Genotipagem Rnf4
+/+
+/-/ 39
81
7
15
32
5
13
20
2
12
17
2
6
8
0
9
10
2
5
11
0
8
11
0
21
13
0
128
203
18
E Dias de desenvolvim ent o em brionário.
P indica dias pós- nat al.
Necrose
FONTE: Dados colet ados pela aut ora.
Nº de embriões
reabsorvidos
24
14
3
10
7
8
8
0
0
74
42
3.4 Dissecação dos embriões
Os em briões de cam undongos fêm eas em
gest ação F2 foram
dissecados e a am ost ra do saco am niót ico do lado cont rário à inserção da
placent a no t ecido ut erino m at erno foi colet ada para genot ipagem , com o
descrit o ant eriorm ent e. Com essa est rat égia, procurou- se evit ar o cont at o
da am ost ra com o t ecido m at erno na det erm inação da genot ipagem . O
sacrifício das cam undongas grávidas foi realizado por deslocam ent o
cervical, procedim ent o est e aceit ável pelo com it ê de defesa dos anim ais
de laborat ório, seguido da abert ura por incissura t ransversal de abdôm en.
O út ero foi ret irado sob m icroscópio ópt ico, seguido da cirurgia de
abert ura do út ero e ext ração dos em briões. Um a um foi dissecado,
descrit os os achados m acroscópicos, m ant idos em recipient es ( placa de
pet ri) , com 1X PBS gelado. Cada em brião foi colocado em t ubos cônicos de
10 m l, com paraform aldeído a 4% , preparado no dia, im erso em cont einer
com gelo at é o t érm ino de t oda a cirurgia. Nesse m om ent o, foi preenchida
um a
ficha
individual
para
cada
em brião
e
anot adas
observações
m orfológicas dos m esm os, baseadas em Rugh, 1990 [ 76] . Finalm ent e, os
em briões ficavam por doze a dezesseis horas na câm era a 4 C, nos t ubos
cônicos, com paraform aldeído a 4% em bandej as rot at órias. No dia
seguint e, os em briões foram lavados por t rês vezes com 1X PBS por cinco
m inut os em bandej a rot at ória em ar am bient e e os exem plares foram
est ocados
em
geladeira
a
4
C,
aguardando
os
result ados
da
genot ipagem .
Com a respost a da genot ipagem , foram descart ados os em briões
het erozigot os. Os hom ozigot os delet ados para rnf4 em um a ninhada foram
preservados a 4ºC, assim com o os em briões selvagens daquela m esm a
ninhada, sendo designados de cont role para com paração com os em briões
hom ozigot os delet ados para rnf4. Anot ações de achados de anat om ia
m acroscópica foram feit as e dos núm eros de reabsorvidos por ninhada.
43
Os em briões hom ozigót icos delet ados para rnf4 e seu respect ivo
cont role selvagem em cada est ágio do desenvolvim ent o em brionário foram
incluídos em parafina e seguiam o seguint e prot ocolo: os em briões nos
t ubos cônicos foram lavados com 50 m l por 30 m inut os em bandej a
rot at ória, com cada um a das seguint es soluções e nest a seqüência: 1X
PBS, 1X solução salina, 1: 1 solução salina: 95% de et anol, 95% de et anol,
70% de et anol por 2 vezes, 85% de et anol, 95% de et anol e, finalm ent e,
100% de et anol por duas vezes. Essa et apa foi conduzida em fluxo
lam inar e os resíduos, desprezados na pia. A lavagem dos exem plares foi
cont inuada com 50 m l de xileno por duas vezes, em bandej a rot at ória,
desprezando em recipient e próprio de descart e de m at erial inflam ável,
observando t odas as norm as de precaução que regiam o laborat ório.
Nest a fase, um forno a vácuo a 60 C foi ut ilizado para as lavagens do
em brião, sendo t ransferidos para form a de plást ico. A prim eira lavagem
com 50m l t ot al da solução 1: 1 de xyleno ( 25m l) : parafina ( 25m l) por 45
m inut os, seguida de duas lavagens de 20 m inut os cada, com 30 m l de
parafina. Na parafinação, foi ut ilizada a Panplast plus purified paraffin que
cont ém parafina purificada e dim et il sulfoside ( DMSO) , sendo est e últ im o
um polím ero plást ico de peso m olecular regular que t em com o finalidade
facilit ar a rápida infilt ração no t ecido. Nest e m om ent o, o em brião foi
posicionado no recipient e com o corpo em posição longit udinal, est ando o
crânio t ocando o fundo do recipient e do m olde plást ico, com a finalidade
de obt er cort es do t órax em posição t ransversal.
Nest e pont o do processo, as am ost ras foram para o cort e e obt enção
das lâm inas hist ológicas. Os m oldes de parafina foram cort ados por
m icrót om o, com cort e de espessura de 0,7 m icron. Os cort es hist ológicos
det erm inados para serem corados e lidos foram os que se encont ravam
desde o início da base do coração at é seu ápice e foram aqueles
designados com o os obrigat órios, ou sej a, as lâm inas do plano t ransverso
das quat ro câm aras cardíacas.
Essas lâm inas foram subm et idas a um preparo especial ant es de
44
serem ut ilizadas. O rack de m et al com conj unt o de 50 lâm inas foi
m ergulhado em água quent e com det ergent e DRI - CLEAN por 20 m inut os.
Em seguida, as lâm inas foram lavadas em água quent e corrent e por um a
hora. Depois, por t rês vezes, foram lavadas com água dest ilada e
colocadas para secar no forno a 60 C. Nest e et apa do procedim ent o, 200
m l da solução 4% paraform aldeído- PBS foram preparados ( 10 g de
paraform aldeído + 25 m l de 10 X PBS + 15
l de 10N de NaOH, e o
rest ant e com plet ava- se com água dest ilada) , seguido de elevação da
t em perat ura at é 65 C. Depois, com papel What m an ( # 1, 24 cm ) para
rem over m at erial não- dissolvido foi a solução filt rada. Novam ent e, o
volum e final da solução foi com plet ado com 200 m l de água dest ilada. A
est a solução, foram acrescent ados 2 g de gelat ina G7- 500 e 0.1 g de
sulfat o de pot ásio crom o. Essa solução foi resfriada para 35 C, e o rack
com as lâm inas foram subm ergidas nest a solução por cinco m inut os/ 2X.
Depois disso, o rack foi para a est ufa ( 37 C) para secagem por um a noit e.
As lâm inas selecionadas no m icroscópio ópt ico pelo crit ério cit ado
foram subm et idas ao processo de coloração pelos corant es hem at oxilina e
eosina. A coloração const it uía a passagem do rack com o set das lâm inas
de t ecido pelas seguint es fases: desparafinação com xilol, hidrat ação com
um gradient e de álcool desde absolut o, 90% , 80% , 70% , at é água
dest ilada, seguida da coloração pela hem at oxilina, água dest ilada, eosina,
água acét ica, passando para a fase de desidrat ação com o gradient e de
álcool inverso, e finalizando com a fase de clarificação com xilol. O set de
lâm inas perm anecia no fluxo lâm inar para secagem . A análise hist ológica
foi conduzida no m icroscópio ópt ico no próprio Depart am ent o de Anat om ia
da Escola de Medicina em Madison, Wisconsin, Est ados Unidos. Para isso,
foram realizadas fot os e anot ações hist ológicas det alhadas das est rut uras
m orfológicas cardiovasculares desses em briões.
Durant e a condução desse experim ent o, foi est abelecido o m ínim o
de t rês repet ições para cada idade gest acional, em paralelo, nas duas
linhagens est udadas. Esses casos foram rot ulados com o genot ipagem
45
indet erm inada, m esm o depois de proceder, no m ínim o, a quat ro t ent at ivas
por am ost ra, inclusive com diluições do DNA da am ost ra em quest ão, com
várias quant idades ( 1 l, 3 l, 6 l, 9 l) . Procedeu- se t am bém à repet ição
das am ost ras que, na fot o do gel de agarose, levant asse dúvida ou que o
result ado da genot ipagem não foi o esperado, repet indo- se as am ost ras
de DNA dos genit ores das fêm eas port adoras do m em bro da ninhada em
quest ão. Todos esses cuidados foram t om ados para que os dados obt idos
fossem confiáveis.
46
4 RESULTADOS
4.1 Genotipagem
As reações de cadeia de polim erase conduzidas nos segm ent os de
DNA, ext raídos para am plificação do gene do rnf4, confirm aram o que se
esperava dos anim ais com deleção, het erozigot os e do t ipo selvagem .
Com o
se
observa
na
Figura
8,
nos
anim ais
selvagens
(+ / + ),
a
am plificação do gene rnf4 gerou um produt o de 512 pares de bases. Já os
cam undongos com deleção do rnf4 apresent aram um produt o do PCR
m enor, equivalent e a 367 pares de bases, e os anim ais het erozigot os
apresent avam os dois produt os, frut os do alelo norm al e do delet ado.
PCR de am plificação do rnf4. Os anim ais selvagens ( + / + )
apresent am um a banda de 512 pares de bases. Os anim ais
com deleção do rnf4 apresent am um a banda equivalent e de
367 pares de bases e os anim ais het erozigot os apresent am
duas bandas correspondent es aos alelos norm al e delet ado.
Foi ut ilizado gel de agarose 1.5% .
FONTE: 318 SMI , 2002. [ 77] .
Figu ra 8
47
Essa análise genot ípica foi ut ilizada para com por os dados das
Tabelas 1 ( C57Bl6) e 2 ( BALBc) que foram colet adas a part ir da fase do
desenvolvim ent o de onze dias de vida porque nos est ágios precoces desse
processo de desenvolvim ent o, cham ado de gast rulação, que corresponde
ao período de oit o a dez dias de desenvolvim ent o em brionário, os
em briões t ant o C57Bl6 quant o BALBc não exibiam sinais de m ut ação, e os
fet os t inham desenvolvim ent o com pat ível com os het erozigot os e os
selvagens, sendo essas faixas et árias excluídas da análise. Os prim eiros
anim ais com deleção do rnf4 apareceram som ent e a part ir do 11º dia de
desenvolvim ent o em brionário.
Os dados da Tabela 1 apresent am os cam undongos da linhagem
C57Bl6 com núm ero elevado de 39% ( 150/ 381) de em briões selvagens
( + / + ) e m enor valor de 8,35% ( 34/ 381) de em briões com deleção ( - / - ) .
Esses núm eros não correspondem às proporções do conceit o de herança
m endeliana de 1, 2, 1 para os respect ivos hom ozigot os dom inant es e
hom ozigot os recessivos.
A dist ribuição
que
m ais se aproxim ou
da
m endeliana foi o valor t ot al observado nos anim ais het erozigot os que foi
de 52% ( 197/ 381) . Quando se analisa por fases, pode- se afirm ar que não
foi observada herança m endeliana no P21. Observou- se t am bém que nos
E12, E14 e E15 foram dados que se aproxim aram das proporções da
herança m endeliana, e as fases E16, E17 e P0.5 encont ram - se m ais
discordant es da probabilidade de ocorrência desse padrão heredit ário. O
núm ero de reabsorvidos det ect ados em t odos os est ágios foi de 21.
Além disso, na análise da Tabela 1, foi observado que, dos 34
em briões que apresent avam deleção do gene rnf4, 17 deles encont ravam se nas fases E12 e E13, período correspondent e ao fecham ent o do sept o
int ervent ricular. Com o obj et ivo de invest igar os efeit os da deleção do rnf4
na viabilidade dos anim ais, um grupo de cam undongos foi acom panhado
at é o final da gest ação, logo após o nascim ent o, com m enos de um dia de
vida e com
21 dias de vida. Com o foi observado, som ent e 3/ 34
cam undongos C57Bl6 com deleção do gene rnf4 nasceram . No ent ant o, os
48
m esm os foram encont rados m ort os com a genit ora na caixa que cont inha
som ent e os rest os dos corpos dos em briões. Mesm o assim , foi feit a a
genot ipagem desse m at erial e obt eve- se o result ado ( - / - ) , o qual foi rechecado
por
t rês
vezes
para
confirm ação,
sendo
seus
genit ores
confirm ados com o het erozigot os. Por out ro lado, nenhum anim al com 21
dias de vida foi classificado de ( - / - ) dos 50 analisados.
A análise dos em briões BALBc, na Tabela 2, t am bém obedeceu à
m esm a regra de est ágios, de onze at é dezesset e dias em brionários,
m enos de um dia de vida e com vint e e um dias de vida, t odos de segunda
geração ( F2) . Ent ret ant o, no est udo da viabilidade P0.5 e P21, não foi
observado nenhum exem plar classificado com o ( - / - ) . Foram colet ados 423
em briões, sendo que 74 deles foram ident ificados com o reabsorvidos, ou
sej a, em processo de necrose. Do rest ant e ( 349 em briões) , observou- se
que 128 em briões ( 37% ) foram classificados com o selvagens ( + / + ) , 203
( 58% ) com o het erozigot os
( + / - ) e 18 deles ( 5% ) com deleção t ot al ( - / - ) .
Os dados dos est ágios de E15 a E17 foram significat ivam ent e próxim os
dos núm eros da herança m endeliana de 1: 2: 1. Porém , com os anim ais
deixados nascer ( P0.5) e com os de at é 21 dias de vidas, os result ados de
suas genot ipagens foram
divergent es,
confront ados com
a herança
m endeliana.
4.2 Análise dos embriões rnf4 deletados
Os m Rnf4 het erozigot os apresent aram - se norm ais e reproduziram se, sendo com pat íveis com o desenvolvim ent o das out ras linhagens de
cam undongos. Tant o het erozigot os quant o selvagens foram m ant idos no
m esm o regim e de prot ocolo descrit o ant eriorm ent e. A Figura 9 m ost ra
exem plos da evolução em briológica norm al de cam undongos selvagens
( + / + ) e port adores ( + / - ) BALBc. Com relação aos C57Bl6, t am bém foram
encont rados o m esm o alinham ent o do desenvolvim ent o em briológico e
seus respect ivos fenót ipos em cada est ágio.
49
Figura 9
Fot os de em briões de cam undongos cont role e port adores. Plano
lat eral, vist a longit udinal. BALBc ( + / + ) e ( + / - ) com 11, 14 e 17
dias de desenvolvim ent o em brionário, com desenvolvim ent o
adequado linear para cada est ágio e viáveis. Magnit udes 20, 10
e 6,5 respect ivam ent e. Sem escala.
Font e: Mat erial fot ografado pela aut ora.
Com o foi observado ant eriorm ent e, os em briões com deleção t ot al
do rnf4 m orreram durant e a em briogênese e no período neonat al, e a
análise anát om o- pat ológica m ost rou que t ant o os anim ais C57Bl6 quant o
os BALBc apresent aram um ret ardo acent uado do crescim ent o ( Figura 10) .
Os em briões - / - apresent aram sinais de congest ão e ret enção de líquidos
no t erceiro espaço, ou sej a, com quadro com pat ível de falência cardíaca.
50
Tam bém foram descrit os exem plares com dist úrbios hem at ológicos, t ais
com o sufusões hem orrágicas report adas em
am bas as linhagens e
ret enção de sangue na periferia. O núm ero de reabsorções nos anim ais
BALBc foi
acim a
da
m édia
para
gest ações de cam undongos não-
t ransgênicos que é de dois de acordo com a lit erat ura [ 76] . Foram
report ados, em m édia, t rês reabsorções por ninhada, t endo ocorrido em
17 das 55 ninhadas analisadas. Para os C57Bl6, a ocorrência foi abaixo do
esperado, sendo observada um a reabsorção por ninhada em 14 ninhadas
das t am bém 55 ninhadas est udadas, ressalt ando- se que não foi observada
nenhum a ninhada com 3 ou m ais reabsorções/ ninhada ent re os C57Bl6.
No t ot al, nas duas linhagens ( BALBc e C57Bl6) , foram colet ados 825
em briões,
provenient es
em briões/ ninhada.
A
de
110
m édia
ninhadas,
para
com
m édia
cam undongos
de
set e
não- m odificados
genet icam ent e é de oit o concept os por ninhada, acrescidos das duas
reabsorções,
em
um
t ot al
de
dez
[ 76] .
Alt erações
m acroscópicas
anat ôm icas, com o palidez, edem a, pequeno para idade gest acional,
alt erações hem orrágicas, com o j á descrit as, e m ut ações aberrant es, com o
anencefalia, foram regist radas em m et ade das ninhadas, sendo descrit as
essas alt erações. Alguns exem plos dessas peças e alt erações pat ológicas,
com o as cit adas acim a, est ão ilust rados na Figura 10.
51
Figura 10 - Em briões rnf4 delet ados. A. Em briões C57Bl6 de 12 dias de
em briogênese ( E) classificado com o het erozigot o ( + / - ) e
hom ozigot o com deleção t ot al para rnf4 ( - / - ) , observa- se um
ret ardo acent uado do desenvolvim ent o no em brião hom ozigot o ( / - ) , quando com parado ao em brião het erozigot o da m esm a
ninhada. B. Em brião BALBc em processo de reabsorção, com
necrose avançada, pert ecent e à ninhada com 14 dias de
desenvolvim ent o em brionário. Escala da barra: 1m m .
Font e: Mat erial fot ografado pela aut ora.
4.3 Análise dos corações rnf4 deletados
A análise hist ológica do coração dos em briões C57Bl6 e BALBc
m ost rou que os hom ozigot os com deleção do rnf4 ( - / - ) apresent aram
defeit o do sept o vent ricular, pois não ocorreu o fecham ent o do sept o
m em branoso, após o est ágio do desenvolvim ent o de E13. Quando foram
obt idas evidências dessa persist ência de com unicação esquerda- direit a,
com result ant e alt eração m orfológica em respost a a um a hem odinâm ica
alt erada, foram descrit os os achados de paredes vent riculares finas, em
especial à direit a, associados à desorganização das cam adas celulares e ao
conseqüent e aum ent o das câm aras cardíacas, assim com o paredes at riais
finas e dilat adas. Depois do est ágio de E13, essas alt erações hist ológicas
foram evoluindo e im pedindo o bom funcionam ent o cardíaco. Finalm ent e,
nos est ágios de E16 e E17, t odos os em briões ( - / - ) apresent aram necrose
em est ágios avançados, o que, inclusive, prej udicou o processo de
52
coloração e a qualidade das lâm inas. O foco dest e est udo foi o coração.
Port ant o, não foram anot adas as alt erações ou não foram encont radas nos
out ros órgãos do corpo, com o, por exem plo, pulm ão, rim , ent re out ros.
Todos esses cort ej os m orfológicos foram descrit os nos cort es hist ológicos
analisados de em briões delet ados para rnf4 e m ost rados na série da
Figura 11, a seguir.
53
Figura 11:
Corações rnf4 delet ados. Seccionados em cort e t ransverso
t orácico, visualizando as quat ro câm aras cardíacas, coradas com
hem at oxilina e eosina. A. BALBc E12 cont role. B. BALBc E12
delet ado do gene rnf4 exibindo defeit o de sept o vent ricular. C.
C57Bl6 E14 cont role. D. C57Bl6 E14 delet ado do gene rnf4
exibindo persist ência de defeit o de sept o vent ricular, efusão
pericárdica, desorganização das cam adas vent riculares e
paredes cardíacas finas. E. BALBc E16 cont role. F. BALBc E16
delet ado do gene rnf4 exibindo defeit o de sept o vent ricular e
necrose avançada, com perda da arquit et ura m orfológica. Escala
da barra: 1m m .
local da lesão ident ificada.
Font e: Mat erial fot ografado pela aut ora.
54
5 DISCUSSÃO
A est rat égia da m odificação do pat rim ônio genét ico de um anim al,
sej a at ravés da inserção ou por m eio da deleção de um gene de int eresse,
t em - se m ost rado um a im port ant e ferram ent a para a com preensão de
várias pat ologias, incluindo as relacionadas à em briogênese e, m ais
part icularm ent e,
à
cardiogênese.
Genes
candidat os
a
t erem
papel
im port ant e na cardiom iogênese j á foram isolados usando est e t ipo de
experim ent o [ 78] . Com o result ado desses experim ent os vários genes ao
longo dos últ im os anos vêm sendo im plicados na cardiogênese. Esses
genes est ão envolvidos em processos t ais com o a det erm inação localespecífica de um núm ero considerável de elem ent os, designação dos eixos
direit o- esquerda e ant erior- post erior, dobram ent o sobre si e a rot ação
sobre
o
eixo
na
form ação
do
coração.
Em
t odas
as
et apas
da
em briogenese, ocorre a expressão de grupos de genes que se acredit a
serem com andados por genes- m est res, sinalizadores e organizadores
desse processo de m ont agem de um órgão específico, inclusive, o coração
[ 79] .
Est udos com deleção gênica de cam undongos, com o Jumonji [ 52] ,
mdm4 ( oncogene da via p53) [ 80] e trap100 [ 81] ( prot eína associada do
recept or de horm ônio t ireoidiano) , est e últ im o t am bém conhecido com o
um com plexo m ediador, dem ont raram que quando delet ados, os anim ais
apresent aram defeit os na form ação do coração, apesar de, com o no caso
de Jumonji, o m esm o ser det ect ado ao longo de t odo o processo de
em briogênese. Acrescent a- se que os genes rnf4 e Jumonji foram isolados
do m esm o ensaio [ 51] e os dados de Jumonji m ost raram que ele t inha um
papel na cardiogênese [ 52] . Est e fat o const it uiu um dos m ot ivos de t er
sido desenhada est a pesquisa para invest igar se t am bém o rnf4 revelarse- ia im port ant e na form ação do coração.
55
Em briões
delet ados
do
gene
rnf4
apresent aram
algum as
anorm alidade fenot ípicas, quando com parados com os anim ais selvagens
ou
het erozigot os,
com o
por
exem plo,
t am anho
m enor
e
edem a
generalizado, que foi sugest ivo de ret enção de líquido no t erceiro espaço
( Figura 10) . Esse result ado confirm ou as expect at ivas de que o gene rnf4
desem penha um papel im port ant e na form ação do coração. Com parado
com os em briões jmj ( - / - ) [ 52] , as alt erações dos em briões delet ados do
rnf4 foram
ainda
m ais relevant es,
pois alguns anim ais rnf4 ( - / - )
apresent aram além de edem a generalizado, quadros de hem orragia,
palidez e grande núm ero de reabsorções, Figura 9. B.
O fenôm eno de rebsorção foi observado, em especial, ent re os
cam undongos da linhagem BALBc, com 74/ 423 ( 17,49% ) . I t o et al., 2002
[ 81] , em análise de 308 em briões delet ados para trap100, out ro gene
t am bém envolvido na cardiom iogenêse, encont raram 62 decíduas vazias
( 20,12% ) , um valor duas vezes m aior que o observado para a gest ação
norm al de cam undongos que é em t orno de 10% [ 76] . No ent ant o, o
percent ual encont rado para em briões trap100 - / - ficou próxim o do valor
encont rado nesse est udo. Na linhagem , C57Bl6, a t axa de reabsorções
ficou bem abaixo do esperado, som ent e 5,22% ( 21/ 402) e analisando
esse result ado especula- se um a explicação que poderia ser at ribuída ao
efeit o da sucet ibilidade int rínseca dessa linhagem para a deleção do gene
rnf4. Um a out ra razão seria at ribuir esse efeit o a erro na m anipulação
gênica dessa linhagem de anim ais. Ent ret ant o, esse result ado não pode
ser at ribuído à não- deleção no locus corret o, pois essa possibilidade foi
afast ada pela re- checagem gênica realizada pelo serviço de pesquisa
anim al
da
Universidade
de
Wisconsin,
confirm ando
que
a
deleção
realm ent e ocorreu no crom ossom o corret o de am bas as linhagens,
conform e
o
prot ocolo,
e
est e
procedim ent o
afast ou
t am bém
a
possibilidade de erro pesquisador- dependent e.
No que se refere à m orfologia do coração dos cam undongos, no
décim o t erceiro dia de gest ação, as quat ro câm aras j á se apresent am
56
consolidadas [ 76] . Nos anim ais port adores da deleção rnf4 - / - , a part ir
desse
est ágio,
int ervent ricular
foram
e
descrit as
repercussão
persist ência
dessa
de
sobrecarga
com unicação
hem odinâm ica,
especulando- se que essa deleção foi responsável pelo obit uário.
Cham a-
se a at enção para o fat o de em briões com E16 em diant e só serem
encont rados necrosados ( Figura 16.F) e, em especial, os da linhagem
BALBc.
A
deleção
do
int ervent ricular, com
rnf4
levou
à
persist ência
da
com unicação
a repercussão hem odinâm ica int rínseca a esse
defeit o de sept o vent ricular, caract erizada pela dilat ação das câm aras
cardíacas, paredes finas vent riculares e desorganização de suas cam adas,
levando à insuficiência cardíaca, t endo com o repercussão o acúm ulo de
líquido no t erceiro espaço,
por
esse funcionam ent o inadequado de
propulsão cardíaca, levando a óbit o fet al e a não- sobrevivent es para os
cam undongos
da
linhagem
C57Bl6
de
8%
( 34/ 402) .
Result ados
sem elhant es aos do present e t rabalho foram encont rados em em briões
jmj - / - [ 52] , que em bora sej am capazes de sobreviver e nascer t am bém
apresent am as m esm as alt eraçoes nos est ágios finais de E16. Acrescent ase que nos est ágios de E13 a E15 foram descrit os t am bém defeit o do
sept o int ervent ricular e result ados sem elhant os ao encont rado no present e
t rabalho, no ent ant o com out ros genes envolvidos na cardiom iogênese, j á
foram
report ados na lit erat ura [ 37- 39, 41- 43, 45] . No t rabalho de
Migliorini et al. 2002 [ 80] , a m esm a est rat égia de deleção gênica usando o
gene mdm4 t am bém result ou em t erat ogenias em diversos órgãos,
inclusive o coração.
Os dados anat ôm icos e hist ológicos dem onst raram que os corações
colet ados de em briões selvagens e os delet ados do gene rnf4 obedeceram
à seqüência de m ont agem desde placa pré- cardíaca at é as com plexas
quat ro
câm aras
desenvolvim ent o
( E12) .
Os
em brionário
anim ais
linear,
+ /+
e
foram
+ /-
apresent aram
saudáveis
ao
um
nascer,
cresceram e reproduziram - se ( Figura 9) . Os recessivos ( - / - ) m ost rados na
Figura 11 apresent avam a hist o- arquit et ura de quat ro- câm aras cardíacas
e concordant es com os achados de Lee et al., 2000 [ 52] , de defeit o de
57
sept o vent ricular, m as descordant es com o achado de dupla via de saída
dos corações jmj - / - .
Esses fat os ressalt am a im port ância do rnf4 ao longo do processo de
form ação do coração e o coloca com o candidat o a gene- m est re fet al
prim ordial na form ação do coração. Gene fet al consist e em
genes
present es desde o início do desenvolvim ent o e que, durant e t odas as
fases, age direcionando as linhagens celulares para se diferenciarem em
diversos t ecidos que com põem um órgão [ 41] . Acredit a- se que esses
genes possam volt ar a ser expressos quando o órgão encont ra- se em um a
sit uação de sobrecarga. Port ant o, esses genes poderiam ser im port ant es
m arcadores de doença, por exem plo, no quadro de insuficiência cardíaca.
Acrescent a- se
que
o
conj unt o
dos
dados
provenient es
da
genot ipagem de am bos os grupos ( BALBc e C57Bl6) m ost rou que, em
várias et apas do desenvolvim ent o em briológico, não ocorreu herança
aut ossôm ica recessiva e, no período de E15 a E17, essa condição não foi
sat isfeit a para os cam undongos BALBc, assim com o não houve relat o de
sobrevivent es nesse grupo, o que corrobora para o fat o da m aior
sucept ibilidade dest a linhagem à deleção do rnf4, ou sej a, as duas
linhagens t iveram respost as diferent es em relação ao dogm a da lei de ¼
de ( - / - ) . Todavia, não se pode m enosprezar os fat ores genét icos, além dos
epigét icos e hem odinâm icos que, cert am ent e, int erferem na condução
desse processo de cit odiferenciação, sej am eles locais ou à dist ância. Esse
conceit o defendido, ant eriorm ent e, por Sim ões- Cost a et al. 2005 [ 26] e
esse present e est udo de m anipulação gênica são concordant es.
Nest e est udo, os em briões com deleção do gene rnf4 exibiram m al
form ações cardíacas significat ivas, com let alidade fet al ou no período
neonat al im ediat o ( P0.5) , com o m ost rado na Tabela 1. Adiciona- se o fat o
de que, ao se delet ar o rnf4, obt eve- se m ort e fet al em sua quase
t ot alidade e som ent e foi observada a ocorrência de t rês casos de nat ivivos
( P0.5)
ent re
os
825
anim ais
t rabalhados,
e
t odos
esses
anim ais
58
pert enciam à linhagem C57Bl6, sendo encont radas apenas part es em
decom posição dos corpos na caixa com m enos de um dia de vida, m as
que, m esm o assim , foram genot ipados e revelaram - se ( - / - ) . Ressalt a- se
que ent re os BALBc não ocorreu nascim ent o de anim ais com deleção t ot al
( - / - ) e nenhum vivo com 21 dias de vida em am bas as linhagens. No
ent ant o, Lee et al. 2000 [ 52] , em est udo com deleção do gene jmj, que foi
obt ido no m esm o experim ent o de pré- seleção que rnf4, report aram 38
em brões vivos jmj ( - / - ) e, desses, m ais de 12 m orreram no período
( P0.5) , sendo que esses em briões, provavelm ent e, foram nat im ort os, j á
que nos pulm ões não foi evidenciado ar. Por out ro lado, os em briões - / rnf4 apresent aram lesões cardíacas im port ant es que im possiblit aram o
relat o de sobrevivent es ent re os da linhagem BALBc.
Quant o a let alidade em briônica dos cam undongos da linhagem
C57Bl6, nesse t rabalho, foi em t orno de 8% ( 17/ 211) at é o décim o
segundo dia ( E12) de desenvolvim ent o em brionário podendo especular- se
que
essa
m ort alidade
deve- se
provavelm ent e
a
insuficiência
de
proliferação celular. Sem elhant e m ort alidade, ( 7% - 23/ 308) t am bém foi
report ada no est udo de I t o et al. 2002 [ 81]
que observaram m al
form ações com plexas, inclusive cardíacas, at é o E10.5 de desenvolvim ent o
do em brião. Lee et al. 2000 [ 52] obt iveram 8% ( 27/ 326) de jmj ( - / - ) e
report aram t am bém anorm alidade int ervent ricular. Por out ro lado, na
linhagem BALBc, foi achada a m et ade da incidência ent re os classificados
com o rnf4 hom ozigot os recessivos que foi de 4% ( 18/ 423) , englobando as
faixas de desenvolvim ent o em brionário at é E16.
Na cardiogênese, um a das classes de prot eínas m uit o im port ant e,
const it ui os fat ores de t ranscrição da classe RI NG finger que m ost ram
evidências de exercerem função ao longo do processo de form ação do
coração, t endo alguns represent ant es dessa classe de prot eínas j á bem
docum ent ados com o relacionadas no envolvim ent o desse processo, t ais
com o: BMP [ 32- 33] , MEF [ 34- 37] , GATA [ 48- 49] .
A prot eína RNF4 é
t am bém um fat or t ranscricional RI NG finger ( Figura 6)
e aparece com o
59
m ais um candidat o a t er função na cardiogênese. Essa classe de prot eína
age em associação e esse fat o pode ser essencial na det erm inação da alt a
com plexidade das est rut uras do coração.
As et apas de form ação do
coração ocorrem de form a escalonada e regionalizant e para, no final, t erse o órgão único e funcionant e, ou sej a, durant e a form ação do coração,
ocorre a regionalização das est rut uras e um a ação det erm iníst ica que
direciona det erm inado grupo celular oriundo de um lugar sabidam ent e
conhecido, a m igrar para um out ro local específico e, só quando est a
colônia de células encont ra- se nesse local pré- det erm inado, o fenót ipo e a
função
passam ,
de
fat o,
a
ocorrer.
Por
isso,
essa
expressão
é
det erm iníst ica e específica [ 82] . Esse processo inicia- se a part ir dos
prim órdios da placa pré- cardíaca, seguido pela form ação do t ubo, do
dobram ent o desse t ubo, da sept ação e rot ação, finalizando com
a
m ont agem das quat ro câm aras, pelo posicionam ent o das valvas át riovent riculares. Os dois últ im os event os para com plet ar a form ação do
coração, em conj unt o m ost ram o grau de sofist icação desse órgão, são a
circulação vascular fechada própria e o sist em a condut or, com um a
com plexidade int egradora adm irável, chegando ao décim o t erceiro dia de
desenvolvim ent o ao m odelo de quat ro câm aras [ 25] . Nest e t rabalho, t ant o
os em briões BALBc e C57Bl6 não com plet aram a sept ação vent ricular,
assim com o report ado ant eriorm ent e [ 41- 44] .
A prot eína RNF4 [ 56] , assim com o, prot eína BMP [ 13, 32, 33]
t am bém se m ost ra bem conservada evolut ivam ent e em anfíbios, aves e
m am íferos. BMP é um
fort e candit ado com o m arcador precoce do
desenvolvim ent o, pois se m ost ra com o m arcador genét ico da at ividade
t ranscricional dorsal e vent ral do m esoderm a na fase inicial de blast ocist o,
ou sej a, na det erm inação do eixo ânt ero- post erior e, quando delet ado, os
em briões não form am nem a placa pré- cardíaca [ 33] . Est e carát er
t em poral e espacial de BMP pode represent ar um bom m arcador de fase
precoce do desenvolvim ent o em brionário. RFN4 poderia ser um m arcador
de fase m édia de desenvolvim ent o j á que
nesse experim ent o com
em briões de cam undongos rnf4 - / - , a anom alia descrit a foi det ect ada na
60
fase m édia do desenvolvim ent o a part ir do décim o t erceiro dia de
em briogênese,
quando
o
sept o
int ervent ricular
deveria
t er
sido
com plet ado, e esse fat o não ocorreu vide Figura 11 B, D e F.
É int eressant e observar que out ros fat ores de t ranscrição regulam a
form ação do sept o int ervent ricular. Assim , a deleção do gene m ef2 de
cam undongos codifica as prot eínas MEF2A, B, C e D. Essas quat ro sublinhagens
som ent e
MEF2C m ost raram - se
ser
responsáveis
por
má
form ação do sept o int ervent ricular e das valvas át rio- vent riculares do
coração no décim o prim eiro dia de desenvolvim ent o em brionário que,
acredit a- se, lideraram a causa do óbit o fet al at é o décim o quint o dia
em brionário. No ent ant o, quant o à deleção de MEF2B, não houve relat o de
alt eração cardiológica. Acredit a- se que MEF2C seria um a sub- população de
células cardiogênicas present es no t ubo cardíaco e relacionadas com o
cont role da form ação do vent rículo direit o [ 34- 37] . No at ual t rabalho com
RNF4, t am bém foi docum ent ado defeit o do sept o vent ricular ( DSV) e, em
especial, do sept o m em branoso que é form ado a part ir do anel fibroso
át rio- vent ricular, e não do sept o m uscular, apesar do relat o de alt eração
das cam adas das paredes vent riculares t ais com o paredes finas e
desorganizadas.
Um out ro fat or t ranscricional com função na cardiogênese que t em
t am bém sua ação relacionada na diferenciação do vent rículo direit o é o
GATA [ 49] e est udos [ 39, 48] de deleção gênica em cam undongos, dessa
prot eína, dem onst ram que um fat or rest rit o de um a det erm inada câm ara
at ua de de form a cooperat iva com out ros fat ores t ranscricionais, o que
leva a supor a exist ência de co- reguladores que, em cooperação com
GATA 4, cont rolariam a expressão gênica da form ação do vent rículo
direit o, ou sej a, ação pont ual e específica no processo de form ação do
coração, pont uando- se, ainda, que essa co- regulação t ant o pode ser
posit iva quant o negat iva a depender de quem são os parceiros e do
m om ent o
espacial
ao
longo
desse
processo.
RNF4
e
GATA4
[ 69]
dem onst raram que in vit ro e em cult ura de células int eragiram , e essa
61
int eração result a em am plificação da at ividade t ranscricional por provável
ligação diret a ao DNA, at ravés da região prom ot ora rica em GC [ 61, 64] .
Essas evidências colocam o RNF4 com o t endo um a ação regulat ória e a
deleção do gene que o expressa, ao longo do processo de form ação do
coração, com o essencial na m orfo- arquit et ura do sept o int ervent ricular.
Além
disso, os fat ores de t ranscrição foram
report ados com o
ligant es de recept ores nucleares ( Figura 4) . Est udos ut ilizando anim ais
t ransgênicos dem onst raram que o recept or de ácido ret inóico ( RAR) , um
recept or nuclear que é at ivado por fat ores de t ranscrição, é t am bém
im port ant e no est abelecim ent o da segm ent ação ânt ero- post erior, assim
com o na form ação das câm aras post eriores do coração e vias de saída
( aort a e art éria pulm onar) [ 44] . Em experim ent o com em briões de
cam undongos RAR delet ados, foi descrit a a ocorrência de canal át riovent ricular ( canal A- V) , ou sej a, sem a form ação do sept o int ervent ricular
m uscular e m em branoso de form a adequada [ 45] . O ácido ret inóico é um
m et abólit o at ivo da vit am ina A e um sinalizador m olecular em brionário de
vert ebrados, pois excesso de ácido ret inóico leva a efeit o t erat ogênico
sobre o coração, em em briões na faixa de 9- 15 dias de desenvolvim ent o
em brionário, e a via de ocorrência é at ravés do RAR e não at ravés do RXR
( recept or
de ácido ret inóico X)
[ 46] . Além
disso, os em briões de
cam undongos jmj - / - [ 52] apresent aram canal A- V associado a DSV e, no
est udo de Habet s et al. 2002 [ 31] , foi descrit o só canal A- V. Nos em briões
rnf4 - / - com o dit o ant eriorm ent e, foi descrit o DSV de m aneira isolada.
A prot eína RNF4 é um fat or t ranscricional de localização nuclear
[ 60] , agindo em com plexos, a depender de com que parceiro est á
int eragindo, est im ulando diret am ent e com o com
est eróide [ 54, 63] ,
andrôgeno [ 57, 71, 74] , est rógeno [ 72, 73] , GATA [ 69] ou co- at ivando
Sp1 [ 63] , SPBP [ 68] , TRPS [ 69] ) at ravés de m ult i- com plexos, at uando no
núcleo. Por out ro lado, co- reprim indo com o quando se liga à PATZ [ 70,
71] ,
sendo
reconhecido
com o
co- regulador
t ranscricional
ou,
m ais
precisam ent e, com o um a pont e de ligação ent re fat ores de t ranscrição,
62
at uando
com o
um
fat or
t ranscricional
m ult ifuncional
envolvido
na
regulação do crescim ent o celular. Apesar de o est udo at ual ser m orfofuncional, concorda- se com
esses dados publicados ant eriorm ent e e
especula- se que, em decorrência de ser um regulador t ranscricional, a
ausência de RNF4 pode est ar envolvida no achado do núm ero reduzido de
cam adas celulares dos vent rículos, configurando um a parada no ciclo
celular ( Figura 11. D) .
Evidências sobre o rnf4 e sua prot eína expressa RNF4 foram
com piladas com o est ando envolvidos na em briogênese. Com o prot eína é
reconhecida com o fat or de t ranscrição da fam ília RI NG finger
e por t er
seqüência de ligação diret a ao DNA, acum ulam - se indícios de agir com o
co- at ivadora ou co- repressora, a depender de com quem est ej a se ligando
e form ando com plexos [ 54, 61, 62, 64, 66, 68- 71] . Em decorrência de
t odos esses dados, at é o m om ent o, sugere- se que a prot eína RNF4 pode
t er ação no ciclo celular, por sua localização nuclear [ 60] , t endo os dados
prelim inares nort eado o desenho dest e est udo e as inform ações obt idas,
reforçando o fat o da ocorrência de alt eração no processo de divisão
celular,
com
desorganização das cam adas celulares em
parede de
vent rículos, com o vist o nas lâm inas hist ológicas at é o ext rem o quadro de
alt eração m orfológica de anarquia t ot al da arquit et ura t ecidual que, no
final do desenvolvim ent o fet al, apresent a- se com o necrose difusa e
avançada. Com o ressalt aram Kent sis e Borden 2004 [ 83] , m uit o ainda
t em a se desvendar a respeit o dessas assem bléias supra- m oleculares de
prot eínas, seus m ecanism os e significado biológico.
As anorm alidades encont radas nos cam undongos delet ados para o
gene rnf4 foram com pat íveis com o quadro clínico pat ológico em hum anos
de insuficiência cardíaca, associado a doenças congênit as cardíacas. Com o
os
genes
rnf4
hum ano
e
de
cam undongo
apresent am
98%
de
com pat ibilidade, pode- se ext rapolar os achados dest e t rabalho para
m elhor
ent ender
congênit as,
as pat ologias do coração t ant o adquiridas quant o
no que diz respeit o ao papel desses genes fet ais na
63
m orfologia e na fisiologia do coração. Por fim , os achados anat ôm icos e
hist ológicos do present e est udo são com pat íveis com
as alt erações
fisiopat ológicas de insuficiência cardíaca congest iva, e evolução com
prognóst ico fechado para m ort e. Sabe- se que essa síndrom e clínica em
hum anos, os pacient es, expressa genes fet ais, com o j á dem onst rado para
o recept or do horm ônio t ireoidiano por Kinugawa et al. 2001 [ 40] . Sendo
assim , o rnf4 poderia t am bém candidat ar- se a gene fet al m est re, podendo
ser esse fat or t ranscricional ( RNF4) o elo ent re os genes const rut ores do
coração e o ret orno de sua expressão, em
decorrência do est ado
pat ológico da falência cardíaca, t ant o em decorrência de m orbidades
congênit as
quant o
cianót icas
( Tet ralogia
( Persist ência do Canal Art erial) ,
bem
de
Fallot )
ou
acianót icas
com o adquiridas ( Síndrom es
Coronárias) . O desafio para os próxim os anos consist e em ent ender com o,
at ravés
de
indução,
o
m úsculo
cardíaco
é
form ado
durant e
a
em briogênese e qual o im pact o dessas inform ações com o recurso na
t erapia de regeneração cardíaca e de subst it uição de células do coração,
assim com o essas inform ações sobre cardiogênese podem aj udar na
ut ilização de t erapia gênica com células- t ronco t ant o em briônicas quant o
adult as na rest auração da função m iocárdica.
64
6 CONCLUSÕES
O gene rnf4 é essencial na form ação do coração de cam undongos;
Cam undongos hom ozigót icos com deleção do gene rnf4 apresent am
persist ência da com unicação ent re vent rículos direit o e esquerdo
devido à m á form ação do sept o vent ricular, com
hem odinâm ica
e
m orfologia
clínica
de
repercussão
insuficiência
cardíaca
congest iva;
Essa m á form ação cardíaca est á associada à elevada t axa de óbit o
fet al nos prim eiros m om ent os de vida int ra- ut erina, sem regist ros de
sobrevivent es com deleção do gene rnf4.
65
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