Índice
Introdução histórica sobre a indústria de moldes Portuguesa -------------------------- 2
Introdução ao projecto de moldes------------------------------------------------------------- 4
O processo de moldação------------------------------------------------------------------------- 6
O ciclo de moldação------------------------------------------------------------------------------ 8
A máquina de injecção ------------------------------------------------------------------------ 10
O molde ------------------------------------------------------------------------------------------ 11
A estrutura do molde ------------------------------------------------------------------------- 12
Maquinabilidade ------------------------------------------------------------------------------- 14
Processos de fabrico-------------------------------------------------------------------------- 15
Corte por arranque da apara, fresagem----------------------------------------------------- 16
Corte por arranque da apara, torneamento------------------------------------------------- 18
Material de injecção --------------------------------------------------------------------------- 20
Definição do produto a obter----------------------------------------------------------------- 22
Condições de processamento---------------------------------------------------------------- 24
Simulação do enchimento--------------------------------------------------------------------- 26
Simulação do MolFlow ---------------------------------------------------------------------- 26
Pré processamento ------------------------------------------------------------------------- 26
Análise -------------------------------------------------------------------------------------- 28
Pós – processamento ---------------------------------------------------------------------- 28
Simulação estrutural do molde -------------------------------------------------------------- 33
Simulação térmica do molde ----------------------------------------------------------------- 37
Execução do molde em SolidWorks ---------------------------------------------------- 37
Analise térmica utilizando o Cosmos Works------------------------------------------- 37
A maquinagem do molde --------------------------------------------------------------------- 40
Tempo e preço do molde------------------------------------------------------------------ 40
O produto final --------------------------------------------------------------------------------- 44
Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------- 45
Referências bibliográficas -------------------------------------------------------------------- 46
Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------- 47
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Introdução histórica sobre a indústria de moldes Portuguesa
A história da Indústria de Moldes Portuguesa tem a sua génese na evolução da
Indústria do Vidro. Foi já no século XX, que se começam a produzir os primeiros
moldes para vidro, pois até então em Portugal, a necessidade deste tipo de moldes era
satisfeita através da importação de moldes da Alemanha e da Áustria.
No final dos anos 20, surge em Portugal a “Ureia Industrial”, mais conhecida por
“baquelite”, que originou então o aparecimento dos primeiros moldes para tampas e
peças simples. Com o inicio da 2ª Guerra Mundial, as matérias-primas escassearam, o
que provocou a paralisação na produção de moldes, que só viria a arrancar
definitivamente em 1945, com o reaparecimento do “baquelite”, acabando por produzir
o primeiro molde para a injecção de plásticos em 1946, com o aparecimento de
materiais “termoplásticos”. As relações de exportação iniciaram-se com Inglaterra nos
finais dos anos 50, dando-se assim início ao desenvolvimento da Indústria de Moldes.
Nas décadas posteriores, acentuou-se a qualidade dos moldes portugueses, fruto da
exigência dos mercados, que foi incentivando o incremento de investimentos em novas
tecnologias, permitindo assim, um desenvolvimento sustentado desta indústria.
Em 1969, foi criada a CEFAMOL- Associação Nacional da Indústria de Moldes,
com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento do sector em causa, ajudando a
promover os moldes portugueses no exterior, representando o sector nas negociações
com o governo e com outras organizações oficiais, tanto nacionais como estrangeiras. A
sua esfera de acção inclui a pesquisa tecnológica, a formação profissional e o
intercâmbio de informações técnicas e científicas com outras entidades da mesma área,
tanto em Portugal como no estrangeiro. Refira-se ainda que a associação abrange a
globalidade dos sub-sectores da Indústria de Moldes e não apenas os moldes para
plásticos.
Em 1980, exportava-se já para mais de 50 países e só na região da Marinha
Grande e Leiria existiam 64 empresas ligadas aos Moldes. Em 1983, foi instalado o
primeiro sistema CAD/CAM na Indústria Portuguesa de Moldes.
Em 1991 com o apoio da CEFAMOL, foi criado o CENTIMFE - Centro
Tecnológico da Indústria de Moldes e Ferramentas Especiais, com o objectivo de dar
apoio técnico e tecnológico ao sector e de desenvolver actividades de interface entre
outras “Instituições de saber” e a indústria, permitindo desta forma a promoção e
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difusão da investigação e desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento de redes de
cooperação e de conhecimento.
Actualmente e perante o nível de mutações técnicas e tecnológicas aceleradas, a
indústria de moldes e plásticos, tem procurado uma crescente interligação e cooperação,
procurando por um lado uma adaptação em tempo real às exigências dos mercados, e
por outro, antecipar ciclos e tendências mundiais [1].
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Introdução ao projecto de moldes
A indústria dos plásticos tem-se expandido extraordinariamente desde 1945 e
parte substancial por injecção.
Foi o advento da indústria petroquímica que catalisou o desenvolvimento da
moldação por injecção, a partir do fim da 2ª Grande Guerra. Hoje, este processo é talvez
o de maior interesse científico e um dos de maior importância industrial, dado que quase
todos os materiais termoplásticos podem ser injectados, sendo possível obter formas
muito complexas.
Esta revolução, por sua vez, provocou um aumento muito grande no número,
tamanho, precisão e complexidade das ferramentas de injecção utilizadas, juntamente
com um aumento correspondente do número de engenheiros empenhados nos projectos
e fabricação dos moldes.
Devido a toda esta evolução na indústria dos plásticos, houve uma enorme
necessidade de recorrer à utilização do computador na indústria dos moldes. A
computação gráfica e os métodos numéricos, são basicamente ferramentas de suporte
para sistemas CAD/CAM/CAE. Actualmente, estes sistemas facilitam muito o trabalho
dos engenheiros, o que permite obter produtos de melhor qualidade através da
modelação dos mesmos, análise e ensaios numéricos, evitando o ensaio destrutivo e a
construção de possíveis protótipos. No fim, o custo do produto é substancialmente
reduzido, verificando-se uma enorme melhoria na qualidade e performance do produto
final. Na elaboração deste projecto tem como objectivo utilizar ferramentas deste tipo,
como o SolidWorks, CosmosWorks, MoldFlow e o MasterCam. Alguns destes
programas recorrem à formulação por elementos finitos. Neste processo existem vários
tipos de elementos finitos uns adequados para simular escoamentos não Newtonianos,
outros para simular processos térmicos e outros para simular processos relacionados
com o comportamento estrutural da ferramenta mais importante deste processo, o
molde. A integração das diferentes tarefas parece adequada para melhorar a qualidade
do produto final. Numa primeira fase é efectuada uma simulação do enchimento
testando diferentes condições de processamento e simultaneamente, alterando a
definição do produto nos locais autorizados. Numa segunda fase é efectuada uma
simulação térmica da transferência de calor das placas do molde para as placas da
máquina, com base na informação térmica obtida na primeira fase. O terceiro tipo de
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análise decorre à simulação estrutural do molde, partindo do campo de pressões
determinado aquando da simulação do escoamento.
Depois de optimizadas todas as variáveis de projecto, o processo decorre com a
definição do preliminar global e os respectivos desenhos de definição. Todo este
trabalho foi elaborado em SolidWorks.
Para conclusão deste projecto, são preparados os programas de maquinagem e
efectuadas operações tradicionais mais simples para a construção do molde.
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O processo de moldação
A moldação por injecção de termoplásticos obedece ao ciclo típico de
transformação destes materiais, envolvendo, sequencialmente, as seguintes etapas:
aquecimento do material até este adquirir uma viscosidade suficiente baixa; enformação
sobre pressão; e arrefecimento com consequente recuperação de rigidez, ver figura 1.
Fig.1 - Ciclo de transformação de termoplásticos.
Este ciclo é exercido sobre compostos a moldar, com características específicas,
sendo de realçar: a baixa difusidade térmica, onde os plásticos são intrinsecamente maus
condutores de calor, dificultando as trocas térmicas necessárias à sua transformação.
Esta característica implica que na moldação por injecção se deva utilizar peças plásticas
de pequena espessura. Em relação ao comportamento reológico, os termoplásticos,
quando no estado fundido, apresentam-se sob a forma de fluidos com elevada
viscosidade. A sua viscosidade é função da taxa de deformação imposta ao material,
podendo ser relativamente baixa para velocidades de deformação elevadas. Em relação
à elevada dependência térmica da densidade, o modo de organização das cadeias
moleculares constituintes de um sistema polimérico é altamente dependente da
temperatura. De facto, um aumento da temperatura provoca o crescimento do volume
livre intermolecular e a consequente expansão do material. Assim se justifica a
necessidade de estudar a contracção que se verifica durante o processo de arrefecimento
[2].
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O equipamento a utilizar e as estratégias a seguir para optimizar o processo
deverão ter em conta a qualidade do produto final.
Em termos conceptuais, o processo de moldação por injecção de termoplásticos
desenvolve-se da seguinte forma: inicialmente o material plástico a transformar,
originalmente no estado sólido e normalmente sob a forma de grãos, é carregado na
tremonha da máquina de injectar e alimentado para o interior do cilindro de
plasticização onde é aquecido afim de amolecer e homogeneizar. Procede-se ao
aquecimento do material que é garantido pelo calor transmitido através das paredes do
cilindro e pelo calor gerado por efeito de dissipação viscosa, em resultado do esforço
mecânico resultante da rotação do fuso. O fundido resultante é forçado, sob pressão, a
fluir para o interior de um molde, o qual irá encher a respectiva impressão e arrefecer
devido às trocas de calor com as superfícies moldantes. O processo conclui-se com a
extracção da moldação, que ocorre após o período de arrefecimento completo.
O processo de moldação assenta em dois equipamentos essenciais; a máquina de
injecção e o molde, embora possa ter outros equipamentos auxiliares como: robô,
tapetes transportadores, moinho, dispositivos de controlo da temperatura do molde, etc.
A figura 2 apresenta uma célula típica de moldação por injecção.
Fig.2 - Célula de moldação por injecção. CT = Controlador de temperatura, R = Robot, T =Tapete transportador, M=Moinho [2].
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O ciclo de moldação
A injecção por moldação é um processo cíclico. O conjunto de operações
necessário à produção de uma moldação designa-se por ciclo de moldação, ver figura 3.
6ª Fase
1ª Fase
2ª Fase
3ª Fase
5ª Fase
4ª Fase
Fig. 3 - O ciclo de moldação.
Numa primeira fase, designada por fecho e trancamento, o molde deve estar em
condições de operação permanente, sendo necessário o tempo para restabelecer as
condições iniciais do ciclo.
Numa segunda fase, designada por fase de injecção é garantida pelo avanço
linear do fuso que, funcionando como um pistão, força o material fundido a entrar no
molde e a fluir no interior da zona de impressão. A velocidade de injecção deve
corresponder a um compromisso entre rapidez (para assegurar o enchimento global da
impressão) e a qualidade do produto final.
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A terceira fase passa pelo enchimento do molde, é necessário continuar a
pressurizar a impressão, afim de reduzir o efeito da contracção por arrefecimento e
evitar o refluxo do fundido. No entanto, a pressurização não deve ser excessiva
porquanto daí podem advir danos à peça e dificuldades na sua extracção.
A fase de arrefecimento, numero 4, inicia-se no fim da injecção e termina logo
que a peça atinja uma temperatura que permita a desmoldação sem distorção.
A fase 5 serve para abrir e extrair a peça. O tempo para esta operação é uma
função da máquina utilizada para garantir a extracção da moldação. É uma operação
crítica do ponto de vista produtivo, pois em simultâneo, e mediante a utilização de
mecanismos apropriados, pode ser efectuada a separação do jito dos canais de
alimentação.
A fase 6 é definida pelo período de tempo que decorre entre o fim da extracção e
o início do novo ciclo. É desejável que este período de tempo seja nulo, mas em alguns
casos pode ser prolongado para que a remoção da peça seja manual.
Na actividade industrial o objectivo é produzir peças, conforme as respectivas
especificações, no mais curto intervalo de tempo possível, aumenta a produtividade.
Para o efeito, as condições de processamento tais como pressão de injecção,
temperaturas do fundido e do molde, velocidade de injecção, contra pressão e tempo de
arrefecimento, necessitam de ser ajustadas tendo em conta as propriedades do material,
a geometria da moldação e as especificações do produto final [2].
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A máquina de injecção
A constituição típica de uma máquina de injecção é baseada em quatro
constituintes, ver figura 4.
Fig. 4 - Unidades funcionais de uma máquina de injecção.
A unidade de potência, fornece a energia adequada aos diversos actuadores da
máquina. Sistema baseado num sistema de pressão óleo-hidraulico, cuja bomba é
accionada por um motor eléctrico, ou eventualmente baseado num sistema pneumático.
A unidade de injecção promove o transporte, aquecimento, plasticização e
homogeneização do material, desde a base da tremonha até ao bico de injecção.
Também garante a subsequente injecção e pressurização do fundido.
A unidade de fecho assegura a fixação e a movimentação do molde, devendo ser
capaz de o manter fechado durante as fases de injecção e de pressurização. Integra
também os dispositivos necessários à extracção das moldações. Construtivamente,
corresponde a uma prensa que terá de ser capaz de suportar a força resultante da
injecção do plástico.
A unidade de comando das operações e os dispositivos necessários para
assegurar a monitorização e controlo das diversas variáveis do processo estão
centralizadas nesta unidade. Assegura, igualmente, a interface com o operador e as
comunicações com periféricos ou sistemas de gestão da manutenção [2].
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O molde
Um molde deverá produzir peças de qualidade, num tempo de ciclo mais curto
possível, possuir o mínimo de manutenção durante o tempo de serviço, definir os
volumes com a forma das peças a produzir, assegurando a reprodutibilidade
dimensional, de ciclo para ciclo, permitir o enchimento desses volumes com o polímero
fundido, facilitar o arrefecimento do polímero e promover a extracção das peças.
A constituição dos moldes é, assim, determinada pela necessidade de realizar
adequadamente as funções associadas à execução do ciclo de moldação.
Um molde pode ser uma unidade complexa, capaz de produzir moldagens na
forma projectada, quando colocada na prensa de injecção. Os sistemas funcionais de um
molde incluem a zona moldante, espaço definido pela conjugação da cavidade e da
bucha, que serão responsáveis pela forma das peças a produzir. O sistema de centragem
e guiamento, é o sistema que permite, por um lado montar o molde na máquina, e por
outro ajustar as partes do molde, assegurando a reprodutibilidade dimensional das
peças. O sistema de alimentação, é o sistema que permite a passagem do polímero desde
o cilindro da máquina de injecção até às zonas moldantes, permitindo o seu enchimento.
O sistema de escape de gases, é o sistema que permite que o ar existente nas zonas
moldantes possa sair, possibilitando o seu enchimento. O sistema de controlo da
temperatura ou de arrefecimento, é o sistema que contribui para o arrefecimento das
peças. O sistema de extracção, é o sistema que permite a extracção das peças [2].
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A estrutura do molde
A estrutura de um molde é constituída pelo conjunto de placas e calços, cujo
número depende do tipo de molde. A estrutura típica de um molde de duas placas, que é
o tipo de molde mais simples, é constituída por uma parte fixa ou lado da injecção e por
uma parte móvel ou lado da extracção. A parte fixa é constituída pelas placas de aperto
da injecção e placa das cavidades, a parte móvel é constituída pela, placa da bucha,
placa de reforço da bucha, calços e placa de aperto da extracção.
Placa de aperto de extracção
Calços
Placa de reforço da bucha
Placa da bucha
Placa da cavidade
Placa de aperto da injecção
Fig. 5 - Estrutura de um molde de duas placas.
Na placa das cavidades é maquinada a cavidade, parte fêmea do molde, que
define a forma exterior da peça.
Na placa das buchas é maquinada a bucha, parte macho do molde, que define a
forma interior da peça.
É de notar que a cavidade e a bucha podem estar situadas, indiferentemente, na
parte fixa ou na parte móvel do molde. No entanto, é mais comum a configuração
descrita já que esta facilita a extracção das peças.
Os calços permitem definir o espaço necessário aos movimentos do sistema de
extracção e podem contribuir para a altura mínima do molde, exigível pela máquina
onde vai ser instalado o molde.
Para dar rigidez ao conjunto, as placas têm que ser aparafusadas e encavilhadas
entre si, de forma a criar tantas partes quantas as necessárias ao tipo de molde em
questão.
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Os parafusos não deixam que as placas se separem, mas devido às folgas
existentes nas roscas e aos furos de passagem não impedem que possa haver um
pequeno movimento relativo entre elas. As cavilhas, que entram justas nos furos,
impedem esses movimentos mas não a separação das placas. Assim, estes dois
elementos devem andar sempre combinados. Em muitos casos as cavilhas podem ser
substituídas por outros elementos que desempenham as mesmas funções como por
exemplo, guias ou casquilhos, que tenham um respigado na parte de trás, podendo
assim, fazer a função das cavilhas, como indica a figura 6.
Fig. 6 - Substituição de cavilhas por guias e casquilhos com respigado.
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Maquinabilidade
A maquinabilidade de um material é uma grandeza tecnológica com uma
influência determinante sobre a produtividade. É determinada, normalmente, como a
aptidão que um material tem para ser processado por uma ferramenta de corte.
Algumas das características mais importantes do material a cortar com o efeito
decisivo sobre o processo de corte, são: propriedades da tensão e deformação, grau de
encruamento, a micro-estrutura, a dureza, a abrasividade, a composição química, a
condutibilidade térmica, o coeficiente de atrito, a homogeneidade e a isotropia.
O grande número de indicadores, reflecte bem que nenhum deles é totalmente
satisfatório, o que é consequência da complexidade do fenómeno.
Alguns dos indicadores de maquinabilidade a considerar incluem a vida da
ferramenta, a rugosidade e integridade das superfícies maquinadas, a produtividade, a
força e potência necessária ao corte e a maquinabilidade relativa [2].
É essencial o conhecimento do material a maquinar para se obter sucesso numa
operação de maquinação. Quando numa liga de aço o teor de carbono sobe, a
maquinabilidade desce. Quanto mais liga tiver o aço, mais difícil de maquiná-lo com as
ferramentas de corte. A mesma relação prevalece para a dureza e a maquinabilidade.
Quando a dureza sobe a maquinabilidade desce. Para aumentar a maquinabilidade
desses materiais, o teor de enxofre pode ser aumentado no material, resultando em
maior maquinabilidade do mesmo. Entretanto, o enxofre reduz as propriedades
mecânicas nos aços, por exemplo a tenacidade. Outra desvantagem do enxofre está
relacionada com o acabamento superficial.
Aços trabalhados a frio têm frequentemente ligas de carbono, cromo e vanádio
para que os carbonetos nesses aços fiquem duros e resistentes à abrasão. Os carbonetos
duros reduzirão, porém, a maquinabilidade do aço, gerando um alto desgaste da
ferramenta de corte.
Seleccionar a classe de aço não é tarefa fácil, a selecção da classe do aço é
normalmente feita no estágio do projecto do molde, para que o material possa estar em
stock e pronto aquando o projecto estiver finalizado. Em muitos casos, a escolha é um
compromisso entre aquele que projecta e aquele que o maquina [3].
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Processos de fabrico
Os processos de fabrico utilizados pela indústria dos moldes são essencialmente
dois, o processo de alteração de formas e o de alteração de propriedades.
No processo de alteração de propriedades destacam-se os processos de alteração
das estruturas, tratamentos térmicos (têmpera, normalização,…) e tratamentos
mecânicos (martelagem, under-stressing, over-stressing,…), os processos de alteração
de
composição
química
e
estrutura, tratamentos
termo-quimicos
(nituração,
cementação,…) e os revestimentos de superfícies, revestimentos de crómio duro, PVD,
pintura, …
Nos processos de alteração de formas consideram-se varias maneiras de conferir
a forma final, os que envolvem a remoção de material desde o bloco em bruto até à
forma final. Processos de alteração de forma, como o processos de corte por arranque da
apara (fresagem, torneamento, furação, HSM,…), ver figura 7, corte térmico (plasma,
oxicorte), corte por abrasão, laser, jacto de água, electroerosão, os processos de ligação,
soldadura, ver figura 8, e os processos de enformação, fundição, pulverotecnologias,
enformação plástica, são comummente utilizados na produção de moldes.
Fig. 7 – Processos de corte por arranque da apara.
O processo de alteração de formas que na indústria de moldes tem mais
importância são os processos de remoção de material, com especial destaque o corte por
arranque de apara e suas tecnologias, a electroerosão e a rectificação [2].
Fig. 8 - Processos de ligação.
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Corte por arranque da apara, fresagem
Numa operação de fresagem, a ferramenta de corte roda em torno de um eixo
enquanto a peça se desloca segundo um determinado movimento, linear ou circular.
Existe uma coordenação de movimentos entre a ferramenta e a peça a maquinar. As
máquinas que utilizam esta tecnologia controlam, normalmente, três ou mais eixos, não
necessariamente lineares.
O desenvolvimento dos últimos anos, quer nos aspectos construtivos das
máquinas, quer nos comandos CNC e de CAM, quer nas ferramentas de corte, permitem
a execução de várias operações com uma eficiência e qualidade impensáveis no
passado.
O corte por fresagem, ver figura 9, pode incluir o processo de fresagem
periférico em que a superfície maquinada, gerada por dentes e gumes localizados na
periferia do corpo da ferramenta, situa-se, de modo geral, num plano paralelo ao eixo da
fresa. O fresamento periférico ou tangencial normalmente é realizado em fresadoras em
que o eixo da árvore está na posição horizontal. A largura de corte (ap) normalmente é
substancialmente maior do que a penetração de trabalho (ae). A superfície maquinada é
gerada pelo gume principal. No fresamento frontal, a superfície maquinada resulta da
acção combinada dos gumes localizados na periferia e na face frontal da fresa. A
superfície maquinada é plana, sem qualquer relação com o contorno dos dentes. O
fresamento frontal, pela sua alta produtividade, deve ser preferido sempre que possível.
Neste fresamento ocorre simultaneamente fresamento concordante e discordante.
Analisando apenas a trajectória de um dente, primeiro começa como fresamento
discordante. A espessura da apara cresce até um valor máximo na linha que passa pelo
centro da fresa e com direcção igual à do avanço. A partir deste ponto o corte passa a
ser concordante. A espessura da apara decresce até o gume sair da peça [6].
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Fig. 9 - Formas de fresagem.
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Corte por arranque da apara, torneamento
O torneamento é um processo que consiste em gerar formas de revolução com
uma ferramenta de uma só aresta de corte, geralmente sem movimento de rotação. O
movimento e corte é dado rotação da árvore da máquina, com movimento simultâneo da
ferramenta segundo uma directriz definida no mesmo plano do eixo da peça. É um
processo que está bastante optimizado, mas requer uma análise exaustiva de
determinados factores para as diferentes aplicações. As operações básicas permitem
tornear exterior ou interior no sentido longitudinal, facejar no sentido radial, copiar
cónico ou interpolação circular, ranhurar, sangrar e roscar.
Fig. 10 - Formas de torneamento.
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O torneamento é a combinação do movimento de rotação da peça e o movimento
de avanço da ferramenta segundo, normalmente, dois eixos lineares independentes. O
eixo Z com a direcção do eixo da árvore da máquina e o eixo X normal ao anterior. Esta
solução construtiva permite gerar formas cilíndricas, cónicas e interpolações circulares.
Os centros de torneamento podem ter mais um eixo linear aos outros dois, um ou
dois eixos rotativos controlados por CNC [1].
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Material de injecção
Os polímeros polipropilenos oleosos ou de cera, são conhecidos há mais de 100
anos. Em 1953, foi descoberta a possibilidade de fabrico de moléculas lineares de
polietileno. Natta produziu uma mistura adicionada com catalisador, que permitiu a
obtenção de polipropileno com boa estrutura regular. Este polímero tem um alto grau de
ordem e de cristalinidade.
Em 1990, Hilmont introduziu um novo processo. A considerável melhoria das
propriedades permite um novo campo de aplicações que melhoram, o impacto a baixas
temperaturas, melhor processamento, superfícies mais suaves. O polipropileno substitui
os polímeros convencionais numa multiplicidade de aplicações.
Esta classe de material é o mais consumido no mundo, cerca de 7 milhões de
toneladas por ano, ocupa o terceiro lugar na classificação de plásticos de maior
comodidade [4].
Neste projecto específico foi escolhido para injectar o molde, o termoplástico
APPRYL 3060 MN5 da Atofina, com as seguintes características:
Propriedades Mecânicas
ρ = 0.89832 [g/cm3]
Cp = 2618.6 [J/KgºC]
ν = 0.392
K = 0.1762 [W/mºC]
E = 1340 E6[MPa]
Tabela 1 – Propriedades mecânicas do PP Appryl 3060 MN5.
O material escolhido recomenda, para um bom processamento, uma temperatura
de injecção mínima de 200 [ºC] e máxima 260 [ºC], tendo-se optado uma temperatura
de 230 [ºC]. O material apresenta uma variação do volume específico com a
temperatura, de acordo com o gráfico da figura 10. A contracção linear varia entre os
1,192%. e 1,227%.
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Fig. 11 - Volume especifico em função da temperatura.
O material apresenta uma variação das propriedades com a temperatura e com a
taxa de corte de uma forma não linear. No que diz respeito à viscosidade segue o
seguinte comportamento, ver figura12.
Fig.12 - Viscosidade em função da taxa de corte.
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Definição do produto a obter
A definição do produto a obter, teve em conta os limites de processamento da
máquina de injecção existente no Laboratório de Tecnologia Mecânica (LTM) para a
produção das peças em plástico. A máquina tem um limite de massa de injecção de 12
[g] e o molde estará constrangido pelas dimensões máximas de largura e altura 100*130
[mm].
O produto definido foi um protector de tomadas, incluído na categoria de
segurança, para que as crianças não introduzam os dedos nas tomadas eléctricas, e ainda
uma chave para poder retirar esses mesmos protectores ver, figura 13.
Fig. 13 – Conjunto completo a produzir num ciclo de moldação.
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O objectivo deste trabalho passa pela definição simultânea das duas peças,
aquando de um ciclo de moldação. Esta característica económica é responsável pela
definição de uma zona moldante desequilibrada, pelo facto de não apresentar
características de simetria geométrica e material.
A chave deverá possuir uma massa de 1.02 [g], um volume de 1144,2 [mm3] e
uma área projectada aproximada de 994,5 [mm2].
O protector das tomadas deverá ter uma massa de 1.5 [g], um volume de
1688,73 [mm3] e uma área projectada de 1518,52 [mm2].
O sistema completo, gito, canais de alimentação e as “gates” deverá ser
responsável pela massa de 4,74 [g], um volume de 5330,37 [mm3] e uma área
projectada de 3770,23 [mm2].
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Condições de processamento
Para que o processo de injecção seja o mais correcto, a peça não deverá ter
nenhuma marca na superfície, afim de agradar visualmente ao cliente.
Foram assim escolhidas as condições que à partida poderão conferir o
procedimento mais adequado, ou seja, uma temperatura de injecção de 230 [ºC],
temperatura do molde de 40 [ºC], e uma duração de enchimento de 1.216 [s].
Fig.14 - Tempo de enchimento.
A contracção da peça é determinada pela pressão, ou seja, uma pressão elevada
provoca sobre empacotamento, uma pressão baixa provoca marcas na superfície
(chupados ou vazios). Se a pressão não for mantida tempo suficiente pode provocar
elevados níveis de contracção. Para que o processo de injecção seja efectuado segundo
as condições, será necessária uma pressão máxima de 40 [MPa], ver figura 15.
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Fig.15 - Pressão ao longo do tempo resultante da simulação.
O ciclo de produção é o intervalo de tempo transcorrido para completar uma
operação de injecção e obter a peça desejada. O processo de injecção é dividido em 3
fases. Numa primeira fase, verifica-se o enchimento durante 1.216 segundos, a uma
temperatura de 230 [ºC], a caudal constante e a pressão vai aumentando até atingir os 10
[MPa]. Ao atingir 99% de volume de material existente na cavidade, dá-se passagem a
passagem do estado de caudal constante para pressão constante. Na segunda fase, fase
de empacotamento, é mantida uma pressão constante de 40 [MPa] durante 10 [s], para
evitar marcas na superfície das peças a obter. A última fase corresponde ao
arrefecimento e extracção. Nesta fase dá-se o arrefecimento global da peça, serão
necessários cerca de 5 [s]. A pressão vai diminuindo progressivamente até zero e ai se
manter enquanto é arrefecida.
B
40
A
C
10
1.2
11.2
16.2
Fig.16 - As 3 fases do processo de injecção na máquina do LTM.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Simulação do enchimento
Simulação do MolFlow
Nesta fase foi utilizado o programa de elementos finitos que permite verificar o
processo de enchimento dentro da cavidade do molde. Este programa foi utilizado para
simular o enchimento do molde para obter as peças pretendidas. A simulação é dividida
em três fases: pré-processimento, análise e pós-processamento.
Pré processamento
Nesta fase é criado a geometria da peça, bem como o sistema de alimentação.
Após a criação da geometria, é necessário criar a malha de elementos finitos, não
só da peça mas também do sistema de alimentação. Foram utilizados 8520 nós e 44121
elementos do tipo tetraédricos nas peças e elementos de viga nos canais de alimentação.
Nos canais de alimentação são elementos com 2 nós e lineares. Nas peças, para simular
a parte sólida do material, são usados elementos com 4 nós, tetraédricos com 3 graus de
liberdade (temperatura, pressão e velocidade).
Fig.17 - Malha de elementos finitos.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Pode-se agora definir o material polimérico utilizado Appryl 3060 MN5, as
condições de processamento bem como o aço utilizado na construção do molde
P20AISI. Define-se a máquina de injecção disponível bem como as características de
injecção na máquina.
Fig.18 - Características na máquina de injecção.
O aço do molde apresenta uma densidade 7.8 [g/cm3], uma condutividade
térmica de 29 [W/mºC], um módulo de elasticidade de 200000 [MPa], ver figura 19.
Fig.19 - Características do aço do molde.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Análise
A análise é um processo iterativo, uma vez que este processo é fundamentalmente não
linear, para além do material apresentar um comportamento não linear.
A equação que segue o comportamento funcional é o resultado da determinação
de dois campos que se influenciam mutuamente. O campo de pressões é determinado
através da expressão (1).
∇(S∇p)=Q
(1)
em que
S = ∫ Z 2dz
h
(2)
0
sendo h representativo da espessura do escoamento. A equação que rege o
comportamento térmico do plástico fundido o transporte convectivo na perpendicular ao
plano do escoamento, bem como aos termos de inércia.
⎛ ∂θ
∂θ ∂θ ⎞
∂ ⎛ ∂θ ⎞
⎟
+ υ x υy
⎜λ
⎟ + η γ = ρcp⎜⎜
∂x
∂y ⎟⎠
∂z ⎝ ∂t ⎠
⎝ ∂t
(3)
em que θ representa a temperatura, o η a viscosidade, γ a taxa de corte, ρ a massa
específica e cp o calor específico [5].
Pós – processamento
Após a análise de pressão e temperatura é possível retirar conclusões sobre todo
o processo de enchimento e empacotamento.
Ao nível dos campos de pressão, verifica-se que o valor máximo instalado na
cavidade ocorre para o instante t = 1.216 [s]. o instante de maior solicitação bárica
sucede no final do enchimento.
Na figura seguinte, apresenta-se os resultados dos campos de pressão instalados
durante o processo, para os instantes 0.2411 [s], 0.7251 [s], 1.217 [s], 7.286 [s] e 16.216
[s].
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig. 20 - Campos de pressão.
A pressão na frente de escoamento é sempre nula, enquanto que a pressão a
montante será função da pressão instalada e programada na máquina.
Como resultado da pressão instalada durante o processo, a máquina será
submetida a um esforço de afastamento dos seus pratos proporcional ao valor da pressão
em cada ponto. Ao efectuar o integral a todo o domínio da cavidade do campo de
∫ pdA = F
pressão, é possível obter a variação do valor da força de fecho dos pratos da máquina.
(4)
A
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Na figura 21 é apresentada a variação da força de fecho da máquina. O valor
máximo é inferior ao máximo admissível pela máquina, a qual possui um valor máximo
admissível de 9 [ton].
Fig. 21 - Variação da força de fecho da máquina.
Nos
campos
de
temperaturas
não
existem
locais
que
originam
sobreaquecimento, sendo o instante final de enchimento um termo de comparação deste
campo. No instante final do enchimento não deverá possuir um gradiente superior a 20
[ºC], ver figura 22.
Este facto importa referir, pois será uma indicação de como se irá processar o
arrefecimento. A não existência de um elevado gradiente é um indicador da maior
uniformidade na contracção da peça [5].
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
30
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Fig. 22 - Campo de temperaturas.
A contracção volumétrica é primeiramente determinada pela exercida no
polímero durante a solidificação. Tipicamente, as zonas mais longe do ataque têm maior
contracção porque sentem menos pressão, enquanto que as zonas perto do ataque terão
pequenas contracções, uma vez que a ultima pressão vista nesta zona é grande.
Inicialmente, o empacotamento a altas pressões força o material a entrar no molde,
enquanto o material vai solidificando da frente do escoamento para o ataque, a pressão é
trazida para trás, produzindo contracções uniformes [5]. A figura 23 traduz a variação
da construção volumétrica em percentagem.
Fig. 23 - Contracção volumétrica (%).
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
31
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A taxa de corte é definida como sendo a velocidade relativa entre camadas de
escoamento [5]. Conclui-se que, devido às pequenas dimensões da ligação do canal de
alimentação com a peça, a taxa de corte aumenta nesta zona, pois caso isto não se
verificasse o material solidificava, impedindo o deslocamento do fundido, ver figura 24.
Fig. 24 - Taxa de corte
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Simulação estrutural do molde
Na figura 25, estão representadas os diferentes elementos que constituem o
molde a 3D, dos quais se destacam o anel de centragem, a cavidade, a bucha, os calços e
a placa de aperto da extracção.
A placa dos extractores e a placa de aperto dos extractores, apenas asseguram o
efeito cinemático do molde, não sendo utilizados na análise estrutural.
Fig. 25 - Molde a 3D.
Esta análise foi feita em função do nível e distribuição da pressão, tendo em
conta as seguintes condições de fronteira: extremidades fixas (placa de aperto da
extracção e a bucha) e superfícies de contacto entre a cavidade e a bucha. O campo
de pressões utilizado foi o obtido na simulação de enchimento no instante crítico t =
1.216 [s]. Para um cálculo mais aproximado do real usaram-se diferentes pressões,
ver figura 26, para a cor vermelha 10 [MPa], para a azul 9 [MPa], para a verde 6
[MPa] e para o cinzento 5 [MPa].
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig.26 - Diferentes pressões de analise.
Depois das condições de fronteira e o campo de pressões, o próximo passo foi a
malha de elementos finitos, sendo constituída por 53120 elementos e 79023 nós, ver
figura 27. Os elementos utilizados são tetraédricos parabólicos, possuem 3 graus de
liberdade (ux, uy, uz)., com funções de interpolação parabólicas com 10 nós por
elemento. Na figura 28 pode ser observada a forma do elemento parabólico.
Fig. 27 - Malha de elementos finitos.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig. 28 – Elemento parabólico.
O valor máximo da tensão de von Mises é de 36,9747 [MPa], valor
relativamente pequeno quando comparado com o do material utilizado na fabricação do
molde P20, que apresenta um limite de tensão admissível de 80 [Kg/mm2],
correspondendo a cerca de 785 [MPa].
Fig. 29 - Tensões de von Mises.
O campo de deslocamentos é muito importante pois deste valor depende o
material e a formação de rebarbas. Para que isto não aconteça, o valor do deslocamento
não deve ser superior a 0.02/0.03 [mm].
Como podemos ver na figura, o valor máximo é de 0.000407946 [mm], logo não
deverá haver fugas de material nem formação de rebarba.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig. 30 - Campo de deslocamentos.
A deformada do molde, ver figura 31, tem um ligeiro empeno, mas como o valor
do deslocamento é muito pequeno, não haverá abertura do molde nem ruptura.
Fig.31 - Deformada do molde.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Simulação térmica do molde
Execução do molde em SolidWorks
Desenharam-se as diferentes peças que constituem o molde, anel de centragem,
cavidade, bucha, calços, placa de aperto da extracção, placa dos extractores e placa de
aperto dos extractores, e as duas placas de aperto da máquina de injecção que possuem
os canais de arrefecimento do molde.
Fig. 32 - Molde com as placas da máquina de injecção.
Analise térmica utilizando o Cosmos Works
Esta análise foi feita tendo em consideração o campo obtido na simulação do
escoamento relativamente às temperaturas, estando presentes vários processos de
transferência de calor, como convecção natural, forçada e radiação.
As temperaturas foram obtidas na simulação de enchimento no instante mais
crítico (t = 1.216 [s]), usaram-se diferentes temperaturas para um cálculo mais exacto,
ver figura 33, para a cor vermelha 235.5 [ºC], cor azul 230 [ºC], cor verde 225 [ºC] e cor
cinzenta 200 [ºC].
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig. 33 - Diferentes temperaturas para a análise térmica.
Considerou-se para a convecção natural α = 10[W/m2K] e T = 20 [ºC], para a
convecção forçada ( admitindo que o refrigerante é água) considerou-se α= 30 [W/m2K]
e T = 10 [ºC], para a radiação considerou-se uma emissividade de 0.56 e o factor de
forma igual a 1. Considerou-se convecção natural e radiação em todas as faces à
excepção das extremidades que se consideram adiabáticas.
Após aplicar os diversos factores, o próximo passo é a malha de elementos
finitos, sendo constituída por 79530 elementos e 118473 nós, ver figura 34. Os
elementos são de forma tetraédricos parabólicos, com 10 nós por elemento e 1 grau de
liberdade por nó (temperatura).
Fig. 34 - Malha de elementos finitos.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fez-se então a análise térmica e verificou-se que a temperatura e o fluxo de calor
tinham valores aceitáveis.
O valor máximo da temperatura é igual ao imposto no campo de temperaturas
233.5 [ºC], como podemos ver na figura 35, a temperatura na bucha e na cavidade varia
entre 15 a 20 [ºC].
Fig. 35 - Campo de temperaturas nos nós.
Fig. 36 - Campo de temperaturas nos nós em corte.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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A maquinagem do molde
Ciclos de vida mais curtos do produto tornam a produtividade e a flexibilidade
de todo o processo de manufactura essencial para se obter uma boa economia total. As
máquinas ferramenta estão-se a tornar cada vez mais sofisticadas, a fim de executarem
aplicações com velocidades e avanços grandes e com muita precisão. Os aços préendurecidos e os aços ferramenta endurecidos são usados com mais frequência assim
como outros materiais difíceis de maquinar. Todas essas exigências contribuem para
que se faça uma escolha e aplicações mais cuidadosas dentre as ferramentas as mais
capazes, o que é decisivo para uma produção bem sucedida.
A combinação optimizada de ferramentas específicas e tecnologias de aplicação
avançada é fundamental para a obtenção da melhor economia de fabricação [3].
Tempo e preço do molde
Recorrendo à matéria-prima existente no armazém do Laboratório
Oficinas de Mecânica (LOM) e com base nos desenhos previamente projectados
procedeu-se à maquinagem do molde para a obtenção do produto final.
Fig. 37 - Máquinas do LOM.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Na elaboração do molde procedeu-se à maquinagem das diferentes peças
a utilizar no molde. Inicialmente recorreu-se ao Laboratório Oficinas de
Mecânicas para colocar os blocos em esquadria, ver figura 39, para depois os
poder maquinar na máquina CNC existente no Laboratório de Fabricação
Assistida por Computador (LFAC), ver figura 38.
Fig. 38 - CNC do LFAC.
No Laboratório de Fabricação fez-se a programação da maquinagem das
diferentes peças de forma a obter as peças conforme o estabelecido previamente
no projecto, ver figura 39.
%_N_CAVIDADE2_MPF
N100 G54
N102 T4
N104 M06
N106 G0 Z50.
N108 G0 X-6.07 Y0. S1145. M3 D1 F150.
N110 Z10.
N112 R2=10. R3=-1. R10=10.
N114 G81
N116 X-6.07 Y0.
N118 G80
N120 G0 Z50.
N122 X0. Y0.
N124 T5
N126 M06
N128 G0 X-6.07 Y0. S2864. M3 D1 F171.84
N130 Z10.
N132 R0=0. R1=2. R2=10. R3=-
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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%_N_BUCHA_MPF
N100 G54
N102 T8
N104 M06
N106 G0 Z50.
N108 G0 X-25.105 Y25.105 S1145. M3 D1 F120.
N110 Z10.
N112 R2=10. R3=-4. R10=10.
N114 G81
N116 X-25.105 Y25.105
N118 X24.749 Y-24.749
N120 X-.001 Y0.
N122 G80
N124 G0 Z50.
N126 X0. Y0.
N128 T15
N130 M06
Fig. 39 - Exemplo de programação da maquinagem da bucha e cavidade.
Há peças que pela sua geometria necessitam de ser maquinadas no torno
existente no laboratório, ver figura 40.
Fig. 40 - Torno do LOM.
O processo de montagem e verificação do molde fez-se com o auxílio
das ferramentas existentes no Laboratório Oficinas de Mecânica.
Após o molde estar conforme o projecto fez-se a aplicação do molde na
máquina de injecção, existente no Laboratório de Tecnologia Mecânica,
ajustaram-se os parâmetros e procedeu-se à injecção, ver figura 41.
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Projecto, Molde de Injecção de Plástico
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Fig. 41 – Maquina de injecção do LTM.
Função a executar
Local de realização
Preparação dos blocos em LOM
Tempo de actividade
Preço/h *
5h
25€
esquadria
Programação CAM
LFAC
3h
30€
Maquinagem na CNC
LFAC
6h
30€
Torneamento de peças
LOM
6h
25€
Verificação
LOM
4
25€
Montagem do molde
LOM
5
25€
Injecção
LTM
2
* Preço por hora que os laboratórios da ESTiG praticam em actividades para o exterior
Total do preço de maquinagem = 770 €.
Matéria-prima, foram utilizados 10 [Kg] de aço, a um preço de 1€/Kg, bronze
2.50 €, foram necessários 20 parafusos M6 com um preço de 0.20€/unidade. Total de
custos 787.5€.
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O produto final
Depois de ajustar todos os parâmetros da máquina de injecção com o respectivo
molde obteve-se o produto final, ver figura 42.
Fig. 42 – Peça na máquina de injecção.
As peças estão de acordo com o projecto e prontas para serem utilizadas, ver
figura 43.
Fig. 43 – Produto final
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Conclusão
Com a realização deste projecto, visto ter uma grande componente prática,
permitiu ultrapassar várias etapas e revolver os vários problemas iniciais, relacionados
com as dimensões do molde, a peça a obter e o peso desta, porque estes parâmetros
estão relacionados com as características da máquina de injecção e com os meios
disponíveis nos laboratórios.
A familiarização com os códigos de elementos finitos e o aperfeiçoamento da
utilização foram melhorados tendo em vista o grande auxilio que eles prestam para os
projectistas. Foi possível simular tudo antes do produto final, o que permite eliminar
irregularidades e optimizar a sequência de produção.
Espero que este produto final seja aperfeiçoado e que possa ser utilizado em
nossas casas por todos aqueles que o necessitarem.
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Referências bibliográficas
[1] www.centimfe.com
[2] Centimfe, “Manual do projectista para moldes de injecção de plásticos”
[3] Sanvik Coromant, “Fabricação de Moldes e Matrizes”
[4] Caleiro, Carla; projecto de estágio profissional
[5] Piloto, Paulo; “Moldes para plásticos – abordagem estrutural, térmica, reológica e de
escoamentos”.
[6] Caleiro, Carla; Tecnologia Mecânica II
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Anexos
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