2015, Cadernos de Geografia
Apesar de não ser habitual a revista Cadernos de Geografia começar com uma "Nota de Abertura", entendemos que desta vez tal se justifica, pois tem por objetivo dar a conhecer aos leitores uma nova fase desta publicação periódica. Com efeito, os seus dez primeiros números constituem aquilo que, mais tarde, se veio a designar por primeira série. Do mesmo modo, os dez números seguintes e mais três especiais, vieram a constituir aquela que denominámos segunda série. Depois, a edição abrandou o ritmo de publicação anual e, em 12 anos, apenas se publicaram seis volumes, sendo o primeiro deles trienal e os seguintes bienais e que se foram organizando numa terceira séria. Só no último número, o 32, se voltou à periodicidade anual, que se espera manter no futuro, e, por isso, até se poderia ter dado início a uma nova série, que seria a quarta. Todavia, entendemos que tal não se justificava e que nem sequer seria razão suficiente para, então, ter dado azo a uma nota introdutória. Com feito, se, em termos de periodicidade, o n.º 32 marca o início de uma nova era, na prática ele não sofreu alterações visíveis na sua imagem, quer em termos de formato, quer de paginação, pelo que sem existirem profundas alterações na sua apresentação, ou no conteúdo da revista, não se justificaria criar uma nova série. Desta feita, porque a edição do n.º 33 comporta algumas novidades em relação aos números anteriores, nomeadamente as que resultam do acordo celebrado com a IUC -Imprensa da Universidade de Coimbra, entendemos que se justifica esta nota explicativa. Com efeito, na sequência deste acordo de edição, há pelo menos dois aspetos que merecem ser realçados. Um deles, diz respeito à indexação dos Cadernos de Geografia, desiderato que se espera conseguir no próximo ano de 2015. O outro, não menos importante, respeita à divulgação internacional da revista, através da sua inclusão na plataforma UC -Impactum, que integra a UC -Digitalis, a maior plataforma de divulgação de trabalhos científicos da comunidade lusófona. Qualquer deste aspetos contribui para tornar esta publicação mais atraente e, ao mesmo tempo, mais exigente para os autores, o que, sem dúvida, também contribuirá para uma maior afirmação da revista quer em termos de qualidade, quer no que respeita à sua projeção internacional. Por fim, uma última e triste razão que justifica esta nota introdutória. O ano de 2014 foi particularmente aziago para a geografia portuguesa e, em particular, para a geografia coimbrã. Com efeito, se desfolharmos os 29 volumes até agora publicados, rapidamente percebemos que os Cadernos surgiram na sequência de uma situação muito adversa para a geografia de Coimbra. Como se pode ler na nota de abertura do n.º 1: "… De súbito, em 29 de Dezembro de 1982, o Grupo de Geografia foi abalado pela morte do mais prestigioso e prestigiado dos seus membros: o Professor Doutor Alfredo Fernandes Martins, que também sonhava com o projeto de lançamento duma publicação do Instituto deixou -nos. […] No momento de tornarmos realidade o sonho trazendo a lume este primeiro número do que chamamos "Cadernos de Geografia", fazemo -lo totalmente em sua homenagem". Por isso, os Cadernos de Geografia, nasceram com três textos de "homenagem ao Mestre que uma vez tivemos e que nunca poderemos esquecer" como Fernando Rebelo rematou a nota de abertura desse já longínquo n.º 1. Depois, felizmente durante mais de uma vintena de anos, não houve notas necrológicas. A segunda, descrita nas últimas páginas do número 24/25, relativo aos anos 2005/6, refere -se a outro Mestre da Geografia de Coimbra, o Professor Doutor José Manuel Pereira de Oliveira, que "será sempre recordado pelo seu brilho científico, pela sua erudição, pela capacidade de manter a atenção dos seus alunos […] mas, é sobretudo pelo carácter sereno, conciliador e amigo com que sempre tratou colegas, funcionários e alunos que o recordaremos", como escreveu Rui Gama. Anos mais tarde, no n.º 28/29, referente aos anos de 2009/2010, Fernando Rebelo dá conta do desaparecimento do colega e amigo francês Bernard Valadas. Depois, foi preciso chegar a este n.º 33, para que num único volume tenhamos de dar conta de tantos óbitos quantos os publicados em todos os números anteriores e, do mesmo modo, sendo também dois deles de Coimbra e o terceiro, com profundas ligações à geografia de Coimbra e que foi o primeiro a partir, o Professor Doutor António de Sousa Pedrosa, que nos deixou a 19 de Agosto. Seguiu -se -lhe o Professor Doutor Fernando Rebelo, que faleceu a 9 de outubro e, no último dia do ano, em 31 de dezembro, partiu o Dr. António Manuel Gama Mendes, como noticiamos a seguir, um número de óbitos que, por não ser normal numa única revista, também contribuiu para que se justifique este nota explicativa.