INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES
Autarquia associada à Universidade de São Paulo
Avaliação de dose em radiologia diagnóstica pediátrica
Versão Original
ADERSON RESENDE DE SOUSA JUNIOR
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do Grau de
Mestre
em
Ciências
na
Área
de Tecnologia Nuclear – Aplicações
Orientadora:
Profa. Dra. Letícia L. C. Rodrigues
São Paulo
2020
.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Autor: ADERSON RESENDE DE SOUSA JUNIOR
Título: Avaliação de dose em radiologia diagnóstica pediátrica
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Tecnologia Nuclear da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências.
Data: ______/_____/______
Banca Examinadora
Prof. Dr.: _________________________________________________________
Instituição: ____________________________ Julgamento:________________
Prof. Dr.: _________________________________________________________
Instituição: ____________________________ Julgamento:________________
Prof. Dr.: _________________________________________________________
Instituição: ____________________________ Julgamento:________________
Prof. Dr.: _________________________________________________________
Instituição: ____________________________ Julgamento:________________
Prof. Dr.: _________________________________________________________
Instituição: ____________________________ Julgamento:________________
Dedico esta dissertação à minha gentil esposa,
que me acompanha com seu cuidado e carinho
incansável, presença sempre marcante em cada
etapa, no incentivo diário com palavras e gestos
de uma mulher, sem seu amor minha vida teria
outro sentido; à minha mãe por ter me dado a
oportunidade da vida e meu saudoso irmão pelo
companheirismo, ambos in memoriam.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, à Deus, pela presença constante nessa caminhada.
Ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nuleares – IPEN, na pessoa do Senhor
Superintendente, Dr. Wilson Parejo Calvo, pela oportunudade de realizar este trabalho.
Agradeço também à Profa. Dra. Letícia Lucente Campos Rodrigues, orientadora
desse trabalho pela intensa contribuição, empenho dedicado, interesse e paciência em todas
as etapas ensinando-me sempre.
Especiais agradecimento aos profissionais Técnicos funcionários do IPEN-USP,
que em vários momentos contribuíram cada um com seu conhecimento, principalmente aos
Sres. Aldo Ramos de Oliveira, Alan Naor da Silva e Vicente de Paulo de Campos.
Por fim, mas não menos importante, agradeço aos amigos Professores Gustavo
Barretto Vila, João Carlos Alves Prestes e Tallyson Sarmento Alvarenga pelos vários
momentos de contribuição no incentivo e discussões dialogadas nessa caminhada em todo o
trabalho científico.
Como todo trabalho de pesquisa cientifica, temos o tempo atuando sobre si com
possibilidades de novos conhecimentos e conceitos, evidenciando a experiencia de outros
colegas. Todavia, críticas e sugestões são sempre bem vindas de forma a colaborar com o
aperfeiçoamento de outras pesquisas e seus ensinamentos.
Obrigado a todos.
RESUMO
SOUSA JUNIOR, A. R. d. Avaliação de dose em radiologia diagnóstica pediátrica. 2020.
84 p. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Nuclear), Instituto de Pesquisas Energética e
Nucleares, IPEN–CNEN/SP, São Paulo
De acordo com o relatório do Conselho Nacional de Proteção Radiológica – NCRP (2009),
nos Estados Unidos foi registrado um aumento médio anual nas exposições médicas de
0,6mSv/ano para 3 mSv/ano entre os anos de 1987 a 2006. Portanto estima-se que em países
ocidentais as irradiações médicas devidas ao radiodiagnóstico são responsáveis por pelo
menos 300 exames por milhão de habitantes, representando 90% das fontes artificiais
aproximadamente. Este número de exposições médicas é 20 vezes maior que a contribuição
das investigações da medicina nuclear, que também é irradiação médica, e 1000 vezes mais
que a contribuição advinda da indústria nuclear. No Brasil, essa utilização vem crescendo a
taxas próximas de 10% ao ano, e os exames de diagnóstico por imagem, segundo dados do
DATASUS, tiveram acréscimo de 45,27% entre dezembro de 2000 e 2006 (Soares e
colaboradores, 2011). As crianças são mais sensíveis à exposição à radiação e, por terem
maior expectativa de vida, têm maior chance e risco de manifestar as consequências dessa
exposição ao longo de suas vidas. Este Trabalho tem por objetivo geral a identificação e
avaliação da dose entregue aos pacientes em radiologia radiodiagnóstica convencional,
Raios X, em procedimentos radiológicos de tórax pediátrico, de crianças entre 1 a 5 anos.
Para isso, será utilizado um Objeto Simulador de polimetilmetacrilato (PMMA),
especialmente projetado para avaliação da dose de radiação. Para as avaliações foram
utilizados dosímetros termoluminescentes (TLD) de CaSO4: Dy (sulfato de cálcio dopado
com disprósio), desenvolvido pelo Laboratório de Materiais Dosimétricos do IPEN/CNENSP, e seguidos os procedimentos do Comitê de Avaliação de Serviços de Monitoração
Individual Externa - CASMIE/IRD. As exposições com raios X foram efetuadas em um
Serviço Público Municipal de Pronto Atendimento (PA), situado no Município de Cotia,
fora do IPEN, parceiro do trabalho.
Palavra-chave: (TLD) de CaSO4:Dy, dosimetria em radiodiagnóstico pediátrico, radiologia
ABSTRACT
SOUSA JUNIOR, A. R. d. Dose evaluation in pediatric diagnostic radiology. 2020. 84 p.
Dissertation (Master in Nuclear Technology), Energy and Nuclear Research Institute, IPENCNEN/SP, São Paulo
According to the report of the National Council for Protection and Radiation Measurements
- NCRP (2009), in the United States there was an average annual increase in medical
exposures from 0,6mSv / year to 3 mSv / year between the years 1987 to 2006. Therefore, it
is estimated that in Western countries medical irradiations due to radiodiagnosis are
responsible for at least 300 exams per million inhabitants, representing approximately 90%
of artificial sources. This number of medical exposures is 20 times greater than the
contribution of nuclear medicine research, which is also medical radiation, and 1000 times
more than the contribution from the nuclear industry. In Brazil this use has been growing at
rates close to 10% per year, and diagnostic imaging tests, according to DATASUS data,
increased by 45,27% between December 2000 and 2006 (Soares et al., 2011). Children are
more sensitive to radiation exposure and, because they have a longer life expectancy, they
have a greater chance and risk of manifesting the consequences of this exposure throughout
their lives. This work has the general objective the identification and evaluation of the
absorbed dose in conventional radiodiagnostic radiology, X-rays, in pediatric chest
radiological procedures of children between 1 and 5 years old. For this, will be used a
Phantom of polymethylmethacrylate (PMMA), specially designed to evaluate the radiation
dose. For the evaluations were used thermoluminescent dosimeters (TLD) of CaSO 4: Dy
(calcium sulphate doped with dysprosium), developed by the Dosimetric Materials
Laboratory of IPEN/CNEN-SP, and according to the procedures of the Evaluation
Committee for External Individual Monitoring Services - CASMIE/IRD. The exposures
with X-rays were performed at a Municipal Public Emergency Service (PA), located in the
Cotia city, outside the IPEN, working partner.
Keywords: CaSO4 (TLD): Dy, Pediatric Radiology Diagnostic Dosimetry, Radiology
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
- Dados fornecidos pela comissão europeia (CE, 1996; ICRP, 2006) .............. 24
Tabela 2
- Dose efetiva aproximada de radiação à qual um adulto médio é
exposto durante a realização de alguns exames.............................................. 34
Tabela 3
- Limites de dose estabelecidos pela norma CNEN – NN 3.01 ........................ 36
Tabela 4
- Requisito de desempenho para os porta dosímetros IRD/CNEN ................... 45
Tabela 5
- Espessura média para o tórax em cm.............................................................. 48
Tabela 6
- Unidade de pronto atendimento Caucaia do Alto – Cotia/SP ........................ 55
Tabela 7
- Resultados obtidos do programa de garantia da qualidade............................. 56
Tabela 8
- Resultados obtidos. ......................................................................................... 57
Tabela 9
- Tabela de exatidão do tempo de exposição. ................................................... 57
Tabela 10 - Planilha algoritmo 137Cs do LCI-IPEN. .......................................................... 64
Tabela 11 - Avaliação da dose e energias na fonte 137Cs do LCI-IPEN. ........................... 65
Tabela 12 - Ciclos de leitura TL(nC) para seleção do lote de detectores a
serem utilizados. ............................................................................................. 68
Tabela 13 - Curva de distribuição de resposta TL ............................................................. 69
Tabela 14 - Avaliação da dose e energias na fonte 137Cs do LCI-IPEN. ........................... 70
Tabela 15 - Irradiações empregando tensão de 50kV e corrente de 200mA em
função do tempo de exposição........................................................................ 73
Tabela 16 - Irradiações empregando tensão de 60kV e corrente de 200mA em
função do tempo de exposição........................................................................ 73
Tabela 17 - Tensão de 50kV e corrente de 200mA - objeto simulador isopor. ................. 74
Tabela 18 - Tensão de 60kV e corrente de 200mA - objeto simulador isopor. ................. 75
Tabela 19 - Tensão de 50kV e corrente de 200mA - objeto simulador PMMA. ............... 76
Tabela 20 - Tensão de 60kV e corrente de 200mA - objeto simulador PMMA. ............... 77
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
- Interação da radiação coma matéria. ............................................................... 20
Figura 2
- Predominância relativa dos efeitos/fenômenos de interação da radiação
com a matéria. ................................................................................................. 21
Figura 3
- Tubo de raios X - ilustração. ........................................................................... 22
Figura 4
- Tubo de raios X. .............................................................................................. 22
Figura 5
- Produção dos raios X. ..................................................................................... 23
Figura 6
- Imagem pediátrica de raios X, de tórax (AP), com DFF 1 metro de
criança de cinco anos idade ............................................................................. 24
Figura 7
- Corrente de saturação do tubo de raios X. ...................................................... 26
Figura 8
- Cartas radiográficas típicas de rendimento para tubos de raios X. ................. 26
Figura 9
- Carta de resfriamento do anodo. ..................................................................... 27
Figura 10 - Exemplo de uma carta de isodose. .................................................................. 29
Figura 11 - Materiais que podem blindar as emissões nucleares. ...................................... 35
Figura 12 - Esquema de transições eletrônicas que ocorrem durante o processo
de ionização e de aquecimento do cristal. ....................................................... 38
Figura 13 - Porta-dosímetro do IPEN para CaSO4:Dy. ..................................................... 45
Figura 14 - Curva de emissão do CaSO4:Dy - resposta para radiação gama do 137Cs,
dose de 1Gy. .................................................................................................... 49
Figura 15 - Bandeja de alumínio para tratamento térmico dos detectores. ........................ 51
Figura 16 - Porta dosímetro do IPEN, específico para os detectores de CaSO4:Dy. ......... 51
Figura 17 - Forno tipo Mufla Vulcan................................................................................. 52
Figura 18 - Sistema leitor de termoluminescência marca Harshaw, modelo 5500. ........... 52
Figura 19 - Avental de chumbo. ........................................................................................ 53
Figura 20 - Irradiador panorâmico de 137Cs. ...................................................................... 53
Figura 21 - Aparelho de raios X, marca SAWAE. ............................................................ 54
Figura 22 - Objeto simulador de poliestireno expandido – isopor e bandeja de alumínio. 59
Figura 23 - Objeto simulador de polimetilmetacrilato - PMMA e bandeja
de alumínio – vista 1 ....................................................................................... 60
Figura 24 - Objeto simulador de polimetilmetacrilato - PMMA e bandeja
de alumínio – vista 2 ....................................................................................... 60
Figura 25 - Simulador antropomórfico - boneca de borracha. ........................................... 61
Figura 26 - Curva de distribuição da sensibilidade TL média das amostras
de CaSO4:Dy. .................................................................................................. 69
Figura 27 - Curva de resposta TL em função da dose (137Cs) ........................................... 70
Figura 28 - Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros
posicionado sob o filtro de Pl. ......................................................................... 71
Figura 29 - Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros
posicionados sob o filtro de Pb. ...................................................................... 72
Figura 30 - Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros
posicionados sob o filtro de Pbº. ..................................................................... 72
Figura 31 - Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose, utilizando
o objeto simulador Isopor com diferentes tempos de exposição. ................... 74
Figura 32 - Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose, utilizando
o objeto simulador Isopor com diferentes tempos (ms). ................................. 75
Figura 33 - Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy, utilizando o objeto simulador
PMMA em função do tempo de exposição ..................................................... 77
Figura 34 - Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy, utilizando o objeto simulador
PMMA com diferentes tempos (ms). .............................................................. 78
LISTA DE ABREVIATURAS
ANSI
Instituto Nacional americano de Padrões
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CASMIE
Comitê de Avaliação de Serviços de Monitoração Individual Externa
CE
Comissão Europeia
CNEN
Comissão Nacional Energia Nuclear
CR
Radiologia Convencional
Cs
Césio
DATASUS
Departamento de Informação do SUS
IEC
Comissão Eletrotécnica Internacional
EPI
Equipamento de Proteção Individual
ICRU
Comissão Internacional de Unidades de Medidas de Radiação
ICRP
Comissão Internacional de Proteção Radiológica
IP
Protocolo Internet
IPEN
Instituto de Pesquisas de Energia Nucleares
IRD
Instituto de Radioproteção e Dosimetria
LMD
Laboratório Metrologia Dimensional
LNMRI
Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes
mAs
Miliamper por segundo
Mev
Mega elétron volt
MSv
Milisilvert
MS
Ministério da Saúde
NCRP
Conselho Nacional de Proteção e Medidas de Radiação
NN
Normas para Radioproteção
OSI
Objeto Simulador Isopor
OMS
Organização Nacional da Saúde
AP
Antero Posterior
PA
Pronto Atendimento
PMMA
Polimetilmetacrilato
Pb
Chumbo
PGQR
Programa da Garantia da Qualidade
SUS
Sistema Único de Saúde
SSD
Distância foco superfície constantes
Sv
Silvert
TLD
Dosímetro Termoluminescente
TL
Termoluminescente
Kv
Kilovolts
US
Ultrassom
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14
1.1
2
3
Motivação.............................................................................................................. 16
OBJETIVOS ................................................................................................................. 18
2.1
Geral ...................................................................................................................... 18
2.2
Específicos ............................................................................................................ 18
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 19
3.1
Raios X - radiação ionizante ................................................................................. 19
3.1.1
Interação da radiação com a matéria ................................................................... 19
3.1.2
Produção de raios X .............................................................................................. 21
3.1.3
Tubos geradores de raios X .................................................................................. 23
3.2
Radiologia diagnóstica .......................................................................................... 24
3.2.2
Aplicação de objetos simuladores........................................................................ 27
3.2.3
Distribuição de dose .............................................................................................. 28
3.3
Controle de qualidade ........................................................................................... 29
3.3.1
Programa de garantia de qualidade ...................................................................... 30
3.3.2
Unidades e grandezas ............................................................................................ 31
3.3.3
Limites de dose ...................................................................................................... 33
3.4
Proteção radiológica .............................................................................................. 33
3.5
Dosimetria das radiações....................................................................................... 36
3.5.1
Termoluminescência (TL) .................................................................................... 37
3.5.2
Dosimetria termoluminescente............................................................................. 38
3.5.3
Materiais dosimétricos .......................................................................................... 39
3.6
Dosímetros termoluminescentes ........................................................................... 40
3.6.1
Homogeneidade ..................................................................................................... 40
3.6.2
Reprodutibilidade .................................................................................................. 40
3.6.3
Linearidade ............................................................................................................. 41
3.6.4
Dependência energética ........................................................................................ 41
3.6.5
Dependência angular ............................................................................................. 41
3.6.6
Estabilidade ............................................................................................................ 42
3.6.7
Sensibilidade ao calor e à luz ............................................................................... 42
3.6.8
Sinal residual .......................................................................................................... 43
3.6.9
Efeito da taxa de dose ........................................................................................... 43
3.6.10
Tratamento térmicos .............................................................................................. 43
3.6.11
Curva de emissão ................................................................................................... 44
4
3.6.12
Porta-dosímetro do IPEN ...................................................................................... 44
3.6.13
Resposta em função da dose - calibração............................................................ 46
3.6.14
Armazenamento e manuseio................................................................................. 46
MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................................... 48
4.1
Grupo de análise .................................................................................................... 48
4.2
Materiais ................................................................................................................ 48
4.2.1
Pastilhas dosimétricas de CaSO4:Dy ................................................................... 48
4.2.2
Dosímetros.............................................................................................................. 49
4.3
4.3.1
Sistema de irradiação ............................................................................................ 53
4.3.2
Parâmetros do equipamento de raios X. .............................................................. 55
4.4
5
Equipamentos e acessórios .................................................................................... 49
Programa de qualidade dos equipamentos de raios X, radiologia médica. ........... 56
4.4.1
Exatidão do tempo de exposição.......................................................................... 57
4.4.2
Avaliação dos resultados ...................................................................................... 57
4.5
Protocolo de atendimento pediátrico. .................................................................... 58
4.6
Objetos simuladores .............................................................................................. 59
4.7
Métodos ................................................................................................................. 61
4.7.1
Tratamento térmico de reutilização dos dosímetros TL .................................... 61
4.7.2
Leitura TL............................................................................................................... 62
4.7.3
Caracterização do equipamento de raios X ......................................................... 66
RESULTADOS ............................................................................................................ 67
5.1
Seleção final do lote de detectores TL de CaSO4:Dy............................................ 67
5.1.1
5.2
Resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose para radiação
gama do 137Cs. ........................................................................................................ 70
Resposta à radiação X ........................................................................................... 73
6
CONCLUSÃO .............................................................................................................. 79
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 80
14
1 INTRODUÇÃO
As descobertas científicas do final do século XIX e início do século XX
desencadearam transformações nos paradigmas das ciências naturais e nas bases teóricas e
práticas da medicina. Entre essas, a dos raios X talvez tenha sido aquela cujas aplicações
foram mais importantes e que, mais rapidamente, foram incorporadas às práticas médicas.
A descoberta de Roentgen possibilitou a visualização do interior do corpo
humano de forma não invasiva, proporcionando grandes mudanças na medicina,
principalmente no campo da anatomia e fisiologia humana. [Wilhelm Conrad ‘Roentgen em
1895], a partir daí, os exames radiológicos são utilizados para diagnosticar certas doenças,
bem como a sua extensão e comprometimentos de determinadas regiões anatômicas e/ou
órgãos (JOHNS et al., 1983).
Em 1896, a realização de radiografias e fluoroscopias com fins de diagnósticos
já eram realizadas na Alemanha, Áustria, nos Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia,
Escócia, Espanha e Itália. (ABRAMS, 1996, CALDER, 2001; PERIAGO, 2006). Porém, a
preocupação com os riscos causados pela exposição à radiação foi o fator primordial para
que muitas pesquisas fossem desenvolvidas com o objetivo de melhorar a imagem, com
doses tão baixas quanto razoavelmente exequíveis (KATHREN et al., 1980).
A radiação ionizante pode interagir com o organismo de diversas maneiras,
produzindo efeitos danosos ao corpo humano. Por outro lado, esses efeitos podem ser usados
para o tratamento de doenças, como quando a radiação é utilizada para destruir tecidos
neoplásicos, por exemplo, ou para o diagnóstico, dessa maneira podemos verificar em sua
maioria a utilização na radioterapia e no radiodiagnóstico.
Na década de 1960, a Comissão Internacional de Proteção Radiológica
(ICRP - do inglês International Commission on Radiological Protection), disponibilizou um
guia para otimização de procedimentos radiológicos, o qual apresenta a preocupação com a
redução das doses na população. No final de 1970 o foco foi direcionado para dose individual
no paciente.
Na década de 80 foram iniciadas avaliações criteriosas sobre a relação risco e
custo-benefício da radiação, estabelecendo o princípio de otimização (DAVISON et al.,
1987).
Nessa década a radiologia diagnóstica foi marcada pela introdução da radiologia
computadorizada - CR no mundo, sem referências para procedimentos de otimização de
imagens. Na década seguinte alguns estudos realizados compararam a tecnologia do sistema
15
tela-filme e do sistema CR quanto à qualidade das imagens. Estes estudos não mostraram
diferença significativa na acurácia diagnóstica entre os sistemas de aquisição de imagem
avaliados (PROKOP et al. 1990, WILSON et al. 1991, MURPHEY et al. 1992). MURPHEY
et al publicaram um artigo de revisão em 1992 onde mostraram que a CR mantém benefícios
significantes em relação à radiologia convencional para todos os tipos de exames, onde seria
possível a redução de dose de radiação com a diminuição de exposições entre 25 e 50%, sem
perder a acurácia do diagnóstico.
A radiologia diagnóstica contribui com aproximadamente 14% da dose efetiva
anual média em relação a todas as fontes, incluindo a radiação natural. As doses de radiação
provenientes da radiologia diagnóstica contribuem com mais de 90% de toda exposição
produzida pelo homem, tornando-se a maior contribuição para dose coletiva (INKOOM et
al., 2009). Atualmente, os princípios de Proteção Radiológica são regulamentados por órgãos
internacionais (ICRP- Comissão Internacional de Proteção Radiológica) e nacionais
(CNEN- Comissão Nacional de Energia Nuclear e Portaria 453 do Ministério da Saúde).
Esses órgãos normatizam a justificação e prática das exposições médicas individuais, a
otimização da Proteção Radiológica e a limitação de doses individuais (VALENTIN et al.
2007, INKOOM et al. 2009, CNEN-NN: 3.01 2011).
O controle de qualidade é o conjunto de operações (programadas, coordenadas
e aplicadas de acordo com um Programa da Garantia da Qualidade em Radiodiagnóstico –
PGQR, definido pela Organização Mundial da Saúde – OMS em 1984, como sendo um
esforço organizado por parte de todo o pessoal e sua instalação para realizar com segurança
imagens de diagnóstico com qualidade elevada, com menor dose de exposição ao paciente e
seu custo empregado em todo o processor de uso das radiação ionizantes.
O controle de qualidade da dose entregue aos pacientes é feito por meio da
dosimetria. A dosimetria termoluminescente - DTL é um método bastante utilizado na área
Clínica devido à simplicidade, possibilidade de utilização de detectores de tamanho reduzido
e alta sensibilidade.
Os principais materiais utilizados como materiais termoluminescentes – TL para
dosimetria são o LiF:Mg,Ti (fluoreto de lítio dopado com magnésio e titânio) e o CaSO 4:Dy
(sulfato de cálcio dopado com disprósio).
Para ser considerado um dosímetro, o material TL deve apresentar as
características abaixo:
(a) resposta linear para um amplo intervalo de doses;
(b) resposta preferencialmente pouco dependente da energia dos fótons;
16
(c) sensibilidade mesmo para doses muito pequenas (entre 0,005mSv e 0,2mSv);
(d) resposta estável, mesmo sob condições climáticas desfavoráveis;
(e) resposta reprodutível, mesmo para doses pequenas (próximas do limite de
detecção do material);
(f) curva de emissão TL simples, de preferência com um único pico de emissão,
ou com picos de emissão bem resolvidos.
O CaSO4:Dy é um material termoluminescente que apresenta alta sensibilidade
e baixo custo. No Brasil, o CaSO4:Dy é produzido pelo Laboratório de Materiais
Dosimétricos do IPEN. Em virtude da sua alta sensibilidade, esse detector é utilizado em
diversas práticas envolvendo radiação ionizante, como por exemplo, a dosimetria pessoal,
sobretudo para a dosimetria da radiação gama, apresentando diversas características, como:
sensibilidade gama relativa ao LiF igual a 38; número atômico efetivo igual a 15,3;
dependência energética igual a 11,5 (em relação à resposta TL para a energia de 30 keV);
decaimento térmico do sinal TL igual a 3% em 30 dias, e não possui decaimento óptico
(CAMERON, 1968).
1.1 Motivação
Percebendo o crescente aumento de solicitações de procedimentos de exames
radiodiagnósticos, logo veio a preocupação com o futuro do indivíduo que é exposto à
radiação ionizante, ou seja, fonte de raios X, portanto, cada um desses pacientes podendo ter
uma expectativa de vida longa até 70 ou 80 anos após os procedimentos radiodiagnósticos.
A prática do acompanhamento clínico de pacientes pediátricos, inclusive
envolvendo a utilização de radiação ionizante para o diagnóstico e terapia, tornou-se uma
realidade e seus benefícios, inquestionáveis. Entretanto, deste modo, se a proteção
radiológica de pacientes expostos à radiação ionizante é importante, está o é, sobretudo, nos
pacientes pediátricos.
A boa técnica radiográfica em pacientes pediátricos difere muito dos pacientes
adultos, muitos profissionais técnicos/tecnólogos em radiologia e o pessoal de apoio não
dispõem de conhecimento, formação e experiência suficientes no domínio da radiologia
pediátrica, portanto, um programa de controle de qualidade é de suma importância para
manter a qualidade das imagens radiográficas, em especial as imagens pediátricas, e para
controlar as doses absorvidas pelos pacientes, uma vez que estas podem apresentar variações
de um fator igual ou diferente de um serviço radiológico para outro.
17
As Normas de Proteção Radiológica, na maioria das vezes, deixam de ser
seguidas corretamente por desconhecimento ou imprudência principalmente pelas elevadas
exposições desnecessárias e que acabam por prejudicar a qualidade da imagem e
proporcionar uma dose acima do nível estabelecido aos diagnósticos.
Em 2007, o uso abusivo de métodos de imagem que envolvem radiação ionizante
inspirou a criação da Campanha Mundial “Image Gently” pela Sociedade Americana de
Radiologia Pediátrica aliada à Sociedade de Tecnólogo em Radiologia e a Associação
Médica Americana com o objetivo de promover a radioproteção em Radiologia Pediátrica
Atualmente, a Campanha “Image Gently” conta com mais de 70 organizações nos cinco
continentes.
As crianças são mais sensíveis à exposição à radiação e, por terem maior
expectativas de vida, têm maiores chance e risco de manifestar as consequências dessa
exposição ao longo de suas vidas.
A Radiologia alcançável, que se dedica à criação de protocolos de exames com
Dose Pediátrica, é uma realidade nos grandes Centros, onde seja capaz de produzir uma
imagem diagnóstica e não abordagem diferenciada, capaz de otimizar a relação
risco/benefício esteticamente perfeita, de acordo com o tamanho e a faixa etária para os
exames de imagens pediátricos/criança.
18
2 OBJETIVOS
2.1
Geral
Realizar avaliação da dose de radiação em procedimentos radiológicos de tórax
pediátricos de crianças entre 1 a 5 anos.
2.2
Específicos
• Desenvolver um objeto simulador de tórax para crianças entre 1 a 5 anos,
empregando material equivalente ao tecido;
• Avaliar os parâmetros das técnicas radiográficas de máquina adequados
para a radiologia pediátrica;
• Avaliar a dose de entrada na pele dos pacientes empregando objetos
simuladores desenvolvidos e a técnica de termoluminescência;
• Avaliar o desempenho do objeto simulador desenvolvido de
polimetilmetacrilato (PMMA), especialmente projetado para avaliação da
dose de radiação.
19
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Raios X – radiação ionizante
3.1.1 Interação da radiação com a matéria
As formas de interação da radiação com a matéria dependem do tipo de radiação:
fótons (radiação eletromagnética), partículas carregadas ou nêutrons.
A radiação eletromagnética (fótons) interage com a matéria em 3 (três) diferentes
formas, de acordo com a sua energia: o efeito fotoelétrico, o efeito Compton e a formação
de pares (Figura 1).
No efeito fotoelétrico, a interação acontece entre o fóton incidente e o elétron no
material absorvedor, ou seja, arranca um elétron pertencente a um átomo da superfície. O
fenômeno efeito fotoelétrico ocorre geralmente com fótons de energia baixa e caracteriza-se
pela interação do fóton com um elétron orbital fortemente ligado de camadas mais internas.
O fóton transfere toda sua energia para o elétron, chamado de fotoelétron, que é ejetado do
átomo com energia igual à diferença entre a energia do fóton e a energia de ligação do elétron
no átomo. (PODGORSAK, 2005).
Em energias intermediárias, um fóton e um elétron livre ou fracamente ligado a
um átomo se comportam como duas partículas que se chocam, modificando suas trajetórias
e obedecendo as leis de conservação da energia e da quantidade de movimento. Esse
fenômeno é denominado efeito Compton.
Se a energia do fóton é bastante alta, pode ocorrer a formação de pares: o fóton
desaparece, dando origem a um elétron e um pósitron, obedecendo a lei de conservação da
massa-energia. Esse fenômeno ocorre nas proximidades de um núcleo, que recua,
obedecendo a lei de conservação da quantidade de movimento. A energia do fóton deve ser
maior que 1,02Mev.
Pode também ocorrer o fenômeno inverso, a aniquilação de pares: um pósitron
e um elétron se aniquilam, gerando fótons de energias correspondente às massas e energias
do par. Embora não tenham origem nuclear, esses fótons são chamados radiação gama,
devido à sua alta energia CARVALHO (2017).
20
Figura 1: Interação da radiação coma matéria.
A: Ilustração do efeito fotoelétrico,
B: do efeito Compton e
C: da formação de pares.
Fonte: CARVALHO; OLIVEIRA, 2017.
As partículas carregadas interagem com os átomos, principalmente, arrancando
elétrons (ionização) ou transferindo-os para níveis de energia mais elevadas (excitação).
Durante a interação, elas sofrem desaceleração e emitem radiação eletromagnética.
Os nêutrons, por não possuírem carga elétrica, interagem com os núcleos através
de espalhamento (choque com troca de energia) ou captura, quando levam o núcleo a um
estado excitado e provocam reações nucleares ou fissão do núcleo.
A Figura 2 apresenta predominância relativa dos efeitos/fenômenos de interação
da radiação com a matéria.
O tipo de interação da radiação com o tecido depende da energia do fóton e do
número atômico (Z) dos elementos constituintes da matéria biológica. Ao interagir com a
matéria, os fótons de energia atravessam os átomos de diferentes maneiras.
As energias dos fótons que variam de 50keV a 500keV atravessam a matéria
promovendo o espalhamento Compton, sendo o efeito dominante de interação em materiais
com números atômicos baixos, como o tecido humano (Z = 75). O fenômeno se explica
quando, o fóton transfere parte de sua energia para um elétron de camadas externas ejetandoo átomo. Este então é denominado de elétron Compton e o ângulo de espalhamento do fóton
21
depende da quantidade de energia transferida do fóton para o elétron. (POWSER e
POWSER, 2006).
Figura 2: Predominância relativa dos efeitos/fenômenos de interação da radiação com a matéria.
Fonte: Adaptado de POWSER AND POWSER, 2006.
3.1.2 Produção de raios X
Os raios X podem ser obtidos por desaceleração de partículas carregadas ou por
bombardeamento. Quando as partículas são desaceleradas, há uma emissão de raios X, o
fenômeno é conhecido como bremsstrahlung, palavra alemã que significa radiação de
freamento.
O choque do feixe de elétrons com o alvo (anodo) produz dois tipos de raios X,
de freamento (apresentam espectro contínuo de energias) e raios X característicos (espectro
de linhas ou raias, com energias bem definidas).
O espectro de emissão de raios X de freamento se estende de zero até a energia
máxima dos elétrons projetados, com a maioria dos raios X tendo aproximadamente um terço
da energia máxima.
3.1.2.1 Tubo de raios X
Os raios X são produzidos por conversão de energia quando uma movimentação
rápida de corrente de elétrons é subitamente desacelerada no alvo (anodo) de um tubo de
raios X, esse tubo é constituído de uma ampola de vidro contendo vácuo e dois eletrodos,
22
esses eletrodos são projetados de modo que os elétrons produzidos no catodo (eletrodo
negativo ou filamento) possam ser acelerados por diferença de potencial para o anodo
(eletrodo positivo ou alvo).
Na ampola de raios X a corrente passa pelo cátodo, aquecendo o filamento, que
fornece energia aos elétrons, que saltam do filamento atraídos pelo ânodo.
As Figuras 3 e 4 ilustram um tubo de raios X com alguns de seus componentes
(CURRY et al., 1990).
Figura 3: Tubo de raios X - ilustração.
Fonte: BUSHONG, S.C. (2010).
Figura 4: Tubo de raios X.
Fonte: Autor da dissertação.
23
Se somente a alta tensão está sendo aplicada, os elétrons ainda podem ser
atraídos pelo ânodo, mas em menor número, gerando a corrente escura (dark current).
3.1.3 Tubos geradores de raios X
Os tubos geradores de raios X têm sido aperfeiçoados constantemente visando a
maior eficiência e resistência ao uso. Pela diferença de potencial elétrico aplicada entre os
polos do tubo de raios X forma-se uma corrente de elétrons de energia proporcional ao valor
da tensão empregada.
Os elétrons partem em altíssima velocidade do filamento catodo (quando
submetidos a uma tensão de 100kV, sua energia chega a 55% da velocidade da luz), e
atingem a superfície metálica do ânodo com extrema violência. No ponto do impacto ou
ponto focal liberam uma pequena parte de sua energia sob a forma de fótons de radiação,
conforme Figura 5.
O foco/mA (miliampere) é utilizado para evitar a dispersão dos elétrons
produzidos no filamento. Muitas ampolas/tubos de raios X possuem dois filamentos/focos,
um pequeno chamado fino e um grande chamado grosso. Entretanto, o foco fino tem
comprimento entre 0,3 e 1,0 mm e o foco grosso tem comprimento entre 1,3 e 1,5cm, logo
esses focos são escolhidos conforme o biótipo a ser examinado, ou seja, estudado.
(BONTRAGER, 2009).
Figura 5: Produção dos raios X.
Fonte: BUSHONG, S.C. (2010).
24
3.2 Radiologia diagnóstica
Nos exames radiológicos realizados em crianças menores de 2 anos, as
incidências no exame são realizadas com o paciente deitado em AP (Antero Posterior), no
entanto, com o uso da gaveta Potter bucky como opcional, contudo, se esta for utilizada,
deverá aumentar a tensão (kV) na mesa de comando.
Considerando que crianças até 5 anos costumam necessitar de imobilização para
a incidência ser de uma única exposição, esta dever ser preferencialmente executada pelos
pais da criança e ou acompanhantes (exceto e caso de gravidez), sob orientação do
profissional Técnico/Tecnólogo todos devem ser protegidos com vestimentas Plumbiferas
(Pb), conforme orientação da Portaria MS SVS 453, 1998.
A Comissão Europeia, em suas diretrizes, procurou adequar uma imagem
radiológica de qualidade diagnóstica e ao mesmo tempo buscar uma menor dose, conforme
Tabela 1 e Figura 6.
Tabela 1: Dados fornecidos pela comissão europeia (CE, 1996; ICRP, 2006)
Categoria
Incidência
Dose entrada
Pele (μGy)
Faixa de
Energia (kVp)
Máxima
Exposição (ms)
Recém-nascido
Tórax PA/AP
80
60 -65
4
Até 5 anos
Tórax PA/AP
100
60-80
10
Até 5 anos
Tórax Lateral
200
60 - 80
20
Fonte: CE, 199; ICRP, 2006.
Figura 6: Imagem pediátrica de raios X, de tórax (AP), com DFF 1 metro de criança de cinco
anos idade
Fonte: Autor da dissertação.
25
O exame de radiodiagnóstico serve para confirmar uma suspeita clínica, e assim,
geralmente, mostra o que se suspeitava existir. Assim, o nível de qualidade dos serviços de
radiodiagnóstico e seu consequente papel para o sistema de saúde de um país estão
associados basicamente ao nível de formação técnica, científica e ética dos profissionais e
da sociedade (NAVARRO, 2009).
3.2.1.1 Cartas de técnicas radiográficas
Uma das razões para os raios X serem amplamente utilizados no diagnóstico de
patologias é, sobretudo, pelo fato de ser de baixo custo e muito eficiente para detecção de
determinadas doenças quando realizadas com controle e qualidade (GOOD et al. 1994,
HELLIO LE GRAVERAND et al. 2009, FELÍCIO et al. 2010, MORALES et al. 2012).
Dessa forma, as imagens radiográficas devem ter qualidade para um diagnóstico
médico seguro, entretanto, atualmente, são raras as instituições que apresentam cartas de
técnicas radiográficas para realizações de exames, conforme solicitam as normas vigentes
(PORTARIA/MS/SVS-nº453 1998). Ao se tratar de CR, as cartas de técnicas são uma lacuna
na rotina clínica do Brasil.
3.2.1.2 Cartas de técnicas radiográficas
O profissional Tecnólogo é treinado para a utilização de tubo de raios X.
A capacidade de armazenamento de calor do anodo e do invólucro do tubo é
medida em unidades de calor (Figura 7).
Três tipos de carta de rendimento do tubo são particularmente importantes:
• Carta de rendimento radiográfico
• Carta de resfriamento do anodo
• Carta de resfriamento do invólucro protetor do tubo
Qualquer corrente do filamento do tubo de raios X aumenta com o aumento da
tensão até um ponto máximo. Um novo aumento da tensão não resulta em uma corrente mais
intensa porque todos os elétrons disponíveis já foram utilizados. (corrente de saturação.
Entre as três cartas de rendimento, a carta de rendimento radiográfico é a mais importante
por mostrar quais técnicas radiográficas são seguras e quais técnicas são inseguras para a
26
operação do tubo de raios X. Cada carta mostrada na Figura 8, contém uma família de curvas
que representam as várias correntes do tubo em mA.
Figura 7: Corrente de saturação do tubo de raios X.
Fonte: BUSHONG, S.C. (2010).
Figura 8: Cartas radiográficas típicas de rendimento para tubos de raios X.
Fonte: BUSHONG, S.C. (2010).
27
Se uma exposição não segura for realizada, o tubo pode falhar de repente.
A maioria dos equipamentos de imagem tem um controle de microprocessadores
que não permite que uma exposição seja realizada quando a técnica radiográfica selecionada
possibilita que o tubo ultrapasse as condições de segurança da carta de rendimento
radiográfico.
A Carta de Resfriamento do Anodo tem a capacidade limitada para armazenar
calor. Embora o calor seja dissipado para o óleo de resfriamento e para o involucro do tubo
de raios X, devido ao uso prolongado ou múltiplas exposições é possível exceder a
capacidade de armazenamento de calor do anodo (Figura 9).
Figura 9: Carta de resfriamento do anodo.
Fonte: BUSHONG, S.C. (2010).
3.2.2 Aplicação de objetos simuladores
Em 1983, GRAY (1983), desenvolveu um objeto simulador equivalente ao
paciente baseado nas recomendações da ANSI, contendo objetos testes para avaliações
qualitativas da qualidade da imagem, utilizando materiais facilmente disponíveis e de baixo
custo.
JENNINGS (1988), demonstrou um método para projetar objeto simulador de
dois componentes, que simulam com precisão a atenuação do feixe e o coeficiente de
espalhamento de um dado tecido. A partir deste estudo, qualquer composição de tecido
poderia ser simulada por materiais com diferentes propriedades de atenuação.
28
3.2.3 Distribuição de dose
A distribuição de dose de acordo com a profundidade em um eixo central não é
suficiente para caracterizar um feixe de radiação que produz uma distribuição de dose em
um volume tridimensional. Com o objetivo de representar uma variação planar ou
volumétrica na dose absorvida são produzidas as curvas de isodose.
As curvas de isodose são geralmente desenhadas em intervalos regulares de dose
absorvida e expressas como porcentagem da dose e um ponto de referência (KHAN, 2010).
Uma carta de isodose de um feixe consiste em uma família de curvas de isodose
geralmente desenhadas em iguais incrementos de porcentagem de dose profunda,
representando a variação de dose em função da profundidade e distância transversal do eixo
central.
Os valores das curvas da dose de acordo com a profundidade são normalizados
ou no ponto de máxima dose no eixo central ou a uma distância fixa ao longo do eixo central
irradiado.
As cartas na primeira categoria são aplicáveis quando o paciente é tratado a uma
distância foco-superfície constante (SSD), independente da direção do feixe.
Na segunda categoria, as curvas de isodose são normalizadas a uma
profundidade além da profundidade de máxima dose, correspondente ao eixo de rotação de
uma unidade diagnóstico.
Na Figura 10 são apresentados dois tipos de cartas de isodose para feixes de
raios X e radiação gama do 60Co.
A verificação de uma carta de isodose revela algumas propriedades gerais das
distribuições de dose de raios X, ou radiação gama:
• I – A dose em qualquer profundidade é maior no eixo central do feixe e
diminui gradualmente em direção as bordas do feixe, com exceção de
alguns aparelhos de raios X, que exibem áreas de altas doses ou picos
próximos superfície na periferia do campo.
• II – Próximos às bordas do feixe (região de penumbra) a taxa de dose
diminui rapidamente em função da distância lateral do eixo do feixe. A
largura da penumbra geométrica, a qual existe nas vizinhanças
geométricas dentro e fora do feixe, depende do tamanho da fonte (ou foco),
distância da fonte (foco) ao diafragma.
• III – Próximo a borda do feixe a queda do feixe é causada não somente
pela penumbra geométrica, mas também pela reduzida dispersão lateral.
29
• IV – Fora dos limites geométricos do feixe e da penumbra a variação de
dose é resultado do espalhamento do sistema de colimação. A distribuição
de dose é governada pelo espalhamento lateral do meio e fuga do cabeçote
da máquina (KHAN, 2010).
Figura 10: Exemplo de uma carta de isodose.
A: SSD = 80 cm; feixe de 60Co; tamanho campo = 10 x 10 cm na superfície.
B: SAD = 100 cm; feixe de 60Co; profundidade de isocentro = 10 cm; tamanho campo no isocentro = 10 x 10 cm.
Fonte: KHAN, 2010.
3.3 Controle de qualidade
O controle de qualidade é o conjunto de operações programadas, coordenadas e
aplicadas, exclusivamente destinadas à implementação de procedimentos operacionais
técnicos para a execução de exames radiográficos, que visem a otimização de exposições e
consequentemente as doses empregadas em pacientes pediátricos.
O controle de qualidade é o instrumento mais tangível e primordial nas
instituições radiológicas, destinadas a manter a qualidade, abrangendo o monitoramento,
30
avaliação e a manutenção de níveis requeridos de todas as características do equipamento,
desde a utilização de tensão menor até as maiores variando seus tempos de exposições.
O Programa de Garantia da Qualidade visa principalmente a obtenção de
imagens de boa qualidade que permitam diagnósticos corretos, com redução da dose dada
ao paciente e diminuição do custo, devido principalmente à repetição de exames.
A Portaria 453 Serviço de Vigilância de Saúde/Ministério da Saúde (01 de junho
de 1998) entrou em vigor após os primeiros acidentes com radiação ionizante no Brasil.
Trouxe especificações a respeito da utilização dos raios X, para fins dos radiodiagnósticos
médicos.
A Portaria 453 SVS/MS (01 de junho de 1998) descreve a estruturação de salas
e ambientes adequados para setores de radiologia em clínicas e hospitais, e os requisitos
básicos de cada equipamento utilizado, norteiam os princípios de radioproteção ocupacional
e da população em geral são apontados, porém se enfatizando a exposição a qual o
técnico/tecnólogo ou médico é submetido e não discute propriamente a dose em paciente
(ANVISA, 1998).
A justificação se refere à indicação do exame, porém, o princípio da justificação
pode reduzir em até 100%, Campanha “Image Gently, que conta com mais de 70
Organizações a dose de radiação. Ter um radiologista pediátrico de referência têm maior
chance e risco de manifestar as consequências dessa para ajudar nessas decisões pode
agilizar o processo diagnóstico e exposição ao longo de suas vidas.
Devido à radiossensibilidade em pacientes pediátricos, houve a necessidade de
adaptar diretrizes, que antes havia somente para adultos, para uso efetivo na pediatria.
Observa- se hoje que os guias de maior aceitabilidade no Brasil e o maior alcance
internacional são organizados pelo ICRP e os protocolos europeus.
Ambos trazem informações significativas a respeito da dosimetria e
procedimentos radiológicos (CE, 1996; ICRP: 2006).
3.3.1 Programa de garantia de qualidade
Programa de Garantia de Qualidade visa principalmente a obtenção de imagens
de boa qualidade que permitam diagnóstico correto, com redução da dose dada ao paciente
e diminuição do custo, devido principalmente a repetições de exames.
Nos efeitos biológicos existe um limiar de dose denominado efeito
determinístico, que são causados por irradiação total ou localizada de um tecido, causando
31
um grau de morte celular não compensado pela reposição ou reparo, com prejuízos
detectáveis no funcionamento, ou seja, na fisiologia do tecido ou órgão. Existe um limiar de
dose, abaixo da qual a perda celular é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um
modo detectável. Isto significa que os, efeitos determinísticos são produzidos por doses
acima do limiar, onde a severidade ou gravidade do dano aumenta com a dose aplicada.
A probabilidade de efeitos determinísticos para valores de dose acima do limiar
é de 100%. São exemplos de doenças de grandes acometimentos dos efeitos determinísticos:
catarata, esterilidade no homem e na mulher e depleção da hematopoiese na medula óssea
(TAUAHATA, 1999). A otimização dos procedimentos radiográficos é mais que crucial
para se obter uma imagem de qualidade que apresente as informações necessárias para o
correto diagnóstico, e que seja com doses tão baixas quanto razoavelmente exequível
princípio ALARA, 1990 “As low as reasonably achievable”, não esquecendo que a cultura
da garantia da qualidade tem gerado espaço cada vez mais nas instalações radiológicas
empregando os testes com energias menores e tempos menores. (NCRP;148, 2004)
3.3.2 Unidades e grandezas
Algumas grandezas físicas foram definidas para quantificar a radiação, tais
como: exposição (X), dose absorvida (D) e a dose equivalente (H). Nesse trabalho será
enfatizada a grandeza dose absorvida (D).
Uma vez que exposição é bem definida em termos de ionização das partículas
do ar, não é adequada para descrever a energia de qualquer tipo de radiação absorvida por
qualquer tipo de meio. Por outro lado, as mudanças químicas e biológicas que ocorrem, por
exemplo, no tecido exposto aos raios X, depende da energia absorvida por ele. Logo foi
introduzida a grandeza dose absorvida D (gray).
Apesar do avanço, a grandeza “exposição” apresentava inconvenientes, tendo
sido o meio padrão previamente escolhido (no caso, o ar seco), o número de ionizações
esperado pela passagem de um feixe de fótons de alta energia em qualquer outro meio não
apenas seria diferente, mas apresentaria uma dependência com a energia do feixe incidente.
À grandeza “dose absorvida” foram associadas unidades correspondentes. É
definida como a “energia depositada por unidade de massa” tratada no sistema internacional.
A dose absorvida “D” é definida pela International Commssion on Radiantion
Units ansd Measurements (ICRU) como sendo a razão entre a energia absorvida da radiação
(E) e a massa do absorvedor (m), que pode ser observada na Equação 1.
32
Equação 1
Fonte: TURNER, 2007.
A ICRU adotou para unidade de dose absorvida o Gray (Gy). No Sistema
Internacional de Unidades, 1Gy – 1 J/kg. (TURNER, 2007).
A dose absorvida é a quantidade de energia depositada nos tecidos/órgãos por
unidade de massa e sua unidade é o Gray (Gy). Um Gray equivale a uma unidade de grandes
dimensões na radiologia diagnóstica, ou seja, radiodiagnóstico, pelo que é mais frequente
usar-se o miligray (mGy).
Os riscos de exposição a diferentes tipos de radiação podem ser comparados em
termos da dose equivalente. Esta é a dose para determinado tipo de radiação através do uso
de um fator de ponderação, como a dos raios X, e gama sendo 1, mas podendo ser maior
para outros tipos de radiação.
A dose efetiva foi determinada como uma ferramenta para proteção radiológica,
a nível profissional e público, devendo ter valor prático na comparação de doses de diferentes
exames de diagnósticos e procedimentos de intervenção, contudo, ainda, a comparação entre
doses resultantes de diferentes técnicas ou tecnologias utilizadas em exames médicos e/ou
doses resultantes de intervenções semelhantes realizadas. A dose efetiva não foi gerada com
o objetivo de estimar com precisão o risco dos efeitos da radiação para indivíduos que são
submetidos a procedimentos radiodiagnósticos.
Para análise individual e para estudos epidemiológicos será adequado considerar
a dose nos órgãos (absorvida ou equivalente).
A dose efetiva coletiva é usada em exposições médicas para comparação de
doses estimadas em populações, entretanto, não recomendada para estimativa da ocorrência
de efeitos na saúde. Está dose obtém-se através da multiplicação da dose efetiva média para
determinado procedimento radiodiagnostico pelo número estimado de intervenções numa
população específica.
33
A dose efetiva total de todos os procedimentos radiodiagnósticos, para a
totalidade da população, podem ser utilizada para descrever as tendências globais no uso
médico da radiação.
A unidade de dose equivalente e de dose efetiva é o Silvert (Sv). Um Silvert é
uma unidade de grandes dimensões, em radiologia diagnóstica, ou seja, radiodiagnóstico,
onde as doses devem ser muito pequenas, o mais frequente é utilizar o milisilvert (mSv). A
dose efetiva coletiva é medida em pessoa-silvert.
3.3.3 Limites de dose
Os limites permissíveis são conhecidos de forma a reduzir a probabilidade dos
efeitos estocásticos nos indivíduos expostos, na sua descendência direta e na população
como um todo.
A CNEN e a ICRP recomendam os limites de doses equivalentes para
trabalhadores com radiação e para o público em geral. Elas acreditam que um método válido
para julgar a aceitabilidade do nível de risco no trabalho com radiação seja compará-lo com
o de outras ocupações reconhecidas como tendo alto grau de segurança, ou seja, aquelas
onde o nível médio anual de mortalidade devida à incidência de trabalho não exceda a 1 em
100.000.
Para individuo do público, a Comissão Europeia limitou em 1mSv a dose
equivalente anual. Para pacientes, não existe um limite de dose equivalente, mas níveis de
referência de acordo com os exames empregados.
A exposição desnecessária deve ser evitada e as exposições necessárias devem
ser justificadas pelo benefício do diagnóstico, a dose administrada deve limitar-se a
quantidade mínima necessária para produzir uma boa imagem, ainda que não se aplique um
limite de dose individual (TILLY, 1997).
3.4 Proteção radiológica
A radioproteção se baseia em três princípios básicos:
• A Justificação é o primeiro princípio básico de proteção radiológica,
estabelece que nenhuma prática ou fonte adstrita a uma prática deve ser
autorizada a menos a compensar o detrimento que possa ser causado.
34
• A Limitação é o segundo, representa o limite de dose anual por órgão, por
indivíduo do público ou ocupacionalmente exposto, estabelecido com o
avanço da tecnologia.
• A Otimização é o terceiro, estabelece que as instalações e suas práticas
devam ser planejadas, controladas, planejadas e executadas de modo a
magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e todas as
probabilidades de exposições acidentais sejam tão baixas quanto
razoavelmente exequíveis (Princípios ALARA = “as low as rasoanably
achievable”), levando -se em conta fatores econômicos e sociais e as
restrições de dose aplicáveis.
• A otimização é o grande alvo da Campanha “Image Gently” nas diversas
subespecialidades médicas correspondentes.
A Tabela 2 mostra a dose efetiva aproximada de radiação à qual um adulto médio
é exposto durante a realização de alguns exames. Apesar de se referir a adultos, é interessante
comparar a radiografias de tórax correspondente a um único procedimento fluoroscópico ou
tomográfico.
Por exemplo, uma tomografia de crânio corresponde a cerca de 200
radiografias de tórax.
Tabela 2: Dose efetiva aproximada de radiação à qual um adulto médio é exposto durante a
realização de alguns exames.
EXAME
DOSE EFETIVA
APROXIMADA
RADIOGRAFIA DE
TÓRAX
0,01 – 0,15 mSv
TC CRÂNIO
2 mSv
TC SEIOS DA FACE
0,6 mSv
TC ABDOME TOTAL
10 mSv
TC TÓRAX
1,5 mSv
TC TÓRAX HELICOIDAL
7 mSv
Fonte: PEDROSA, 2019.
Para que as atividades com radiações ionizantes sejam realizadas com segurança,
há necessidade de assegurar que, primeiramente, outra atividade seja planejada e executada
com total eficácia, a proteção radiológica. O objetivo da proteção radiológica é fornecer um
35
padrão de proteção apropriado ao homem, contra as radiações, sem inibir atividades
benéficas que aumentam a exposição à radiação (ICRP, 1991).
Uma das ferramentas básicas da proteção radiológica é a adoção de programas
de monitoração, que têm como objetivo geral avaliar as condições radiológicas do local de
trabalho e assegurar que estas condições sejam aceitavelmente seguras e satisfatórias aos
indivíduos expostos.
No contexto das radiações indiretamente ionizantes (fótons e Neutros), a palavra
interação é aplicada aos processos nos quais a energia e/ou a direção é alterada. Tais
processos são randômicos, e desta maneira, só é possível comentar sobre probabilidade de
ocorrência das interações.
As interações fotoelétricas predominam para todos os materiais em energia de
fótons suficientemente baixas, mas, à medida em que a energia cresce, o efeito fotoelétrico
diminui mais rapidamente que o efeito Compton e este acaba se tornando o efeito
predominante. Continuando a aumentar a energia do fóton, ainda que o efeito Compton
decresça em termos absolutos, continua aumentando em relação ao efeito fotoelétrico.
A Figura 11 mostra a variação da participação de cada um desses processos para
a variação de Z e da energia dos fótons.
Figura 11: Materiais que podem blindar as emissões nucleares.
Fonte: Baseado em CARVALHO; OLIVEIRA, 2017.
36
3.5 Dosimetria das radiações
A radiação ionizante, é conhecida por duas maneiras: diretamente ionizante ou
indiretamente ionizante.
Partículas carregadas como os elétrons, os prótons, as partículas alfas (α) e os
íons pesados são radiações diretamente ionizantes, pelo fato de depositar sua energia no meio
através de interações coulombianas diretas com elétrons orbitais dos átomos do meio.
Os raios X, a radiação gama (γ) e os nêutrons são considerados radiações
indiretamente ionizantes, pois transferem sua energia recebida através de interações
coulombianas diretas com elétrons orbitais dos átomos do meio (PODGORSAK, 2005).
Os valores de doses individuais são representados por dose efetiva ou dose
equivalente, estabelecidos para exposições ao público decorrente das práticas controladas,
onde a magnitude não deva ser executada (CNEN NN 3.01,2011; ANVISA, 1998; ICRP
103, 2007), conforme Tabela 3.
Tabela 3: Limites de dose estabelecidos pela norma CNEN – NN 3.01
Limite de dose anuais [a]
Grandeza
Dose efetiva
Dose
equivalente
Órgão
Indivíduo ocupacionalmente exposto
Indivíduo público
Corpo Inteiro
20 mSv [b]
1 mSv [c]
Cristalino
20 mSv [b]
15 mSv
Pele [d]
500 mSv
50 mSv
Mãos e pés
500 mSv
-
[a] Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose anual deve ser considerado como
dose no ano calendário, isto é, no período decorrente de janeiro a dezembro de cada ano.
[b] Média ponderada em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano.
[c] Em circunstâncias especiais a CNEN, poderá autorizar um valor de dose efetiva de até 5 mSv em um
ano, desde que a dose efetiva média em um período de 5 anos consecutivos, não exceda a 1 mSv por ano.
[d] Valor médio em 1 cm2 de área, na região mais irradiada.
Fonte: CNEN-NN-3.01.
Essa realidade pode ser ainda pior se o protocolo de adulto for utilizado em
pacientes pediátricos. Diante dessa preocupação, foi proposta a criação de uma caderneta de
radiação semelhante ao cartão de vacina, pela Campanha “Image Gently”, para controlar a
dose de radiação e a criança, é atento às possibilidades diagnósticas específicas de cada faixa
que procedimentos a criança foi exposta ao longo de sua vida.
Todos os princípios de radioproteção são importantes e devem ser seguidos,
porém, o princípio da justificação pode reduzir em até 100% a dose de radiação ao concluir
37
que uma tomografia de abdome total, por exemplo, é desnecessária em determinada
condição clínica, podendo ser substituída pela US (ultrassom) de abdome. Muitas vezes está
decisão não é fácil, principalmente para um não especialista, com tantos métodos disponíveis
de diagnósticos por imagem.
Por isso o trabalho em equipe é fundamental. Ter um radiologista pediátrico de
referência para ajudar nessas decisões pode agilizar o processo diagnóstico e reduzir muito
a dose de radiação à qual o paciente será exposto, reduzindo o número de exames de alta
complexidade, onerosos e inconclusivos realizados sem indicação justificável.
3.5.1 Termoluminescência (TL)
A termoluminescência (TL) é a técnica mais comumente utilizada na dosimetria
as radiações ionizantes. Baseia-se no fenômeno da emissão de luz termicamente estimulada,
emitida por certos materiais cristalinos, sendo proporcional à quantidade de radiação a qual
foram previamente expostos esses materiais.
A termoluminescência (TL) nada mais é que uma fosforescência termicamente
estimulada. Dentre as propriedades encontradas estão a dureza, inércia química, ausência de
stress e de variação do índice de refração, resistência à formação de cor induzidas por
radiação, e facilidade de fabricação.
Os fenômenos de luminescência podem ser divididos em dois tipos a
fluorescência e fosforescência.
A fluorescência ocorre especificamente com a emissão de luz ocorrendo em um
tempo menor que 10-8 s após a excitação. Na fosforescência, ao decair do estado excitado, o
sistema permanece em um estado metaestável por um tempo muito maior que 10 -8 s. Para
retornar ao estado fundamental, o sistema necessita receber energia suficiente para voltar ao
estado excitado e só então sofrer desexcitação por um processo semelhante ao da
fluorescência. Assim, como na excitação inicial, o estímulo necessário para retirar o sistema
do estado metaestável pode ocorrer de diferentes maneiras, e a absorção de calor
(fosforescência oticamente estimulada) e a absorção de calor (fosforescência termicamente
estimulada).
A termoluminescência (TL) nada mais é que uma fosforescia termicamente
estimulada. Ela é a emissão de luz por um isolante ou semicondutor quando este é aquecido.
Como ela ocorre em materiais que foram excitados por radiação ionizante, sua denominação
38
correta seria radioluminescência termicamente estimulada, mas na literatura o termo
termoluminescência vem sendo empregado desde o final do século XIX (McKeever,1985).
3.5.2 Dosimetria termoluminescente
A dosimetria termoluminescente é amplamente utilizada na dosimetria externa
in vivo, devido às suas inúmeras vantagens nesse tipo de monitoração, possibilitando
avaliações de doses em órgãos críticos e em geometrias difíceis. Os detectores
termoluminescente são geralmente compostos de um único material e possuem tamanho
pequeno, tornando a leitura do detector independente da distribuição angular da radiação.
As maiores desvantagens dos dosímetros termoluminescentes (TLDs) são a demora na
leitura e a perda do sinal após o processo de leitura (CAMPOS,1998; OLIVEIRA, et al,
2009).
O objetivo da dosimetria termoluminescente é determinar a quantidade de
energia absorvida por unidade de massa do material durante o processo. Portanto, esse
fenômeno é muito explicado em termos das “armadilhas para elétrons ou buracos” através
do modelo de bandas de energia; os materiais termoluminescentes possuem, em geral, a
banda de valência repleta de elétrons e a condução, vazia entre elas uma faixa constituída de
estados energéticos não permitindo a elétrons e por isso denominada banda proibida.
A Figura 12 apresenta os estados energéticos envolvidos nos processos de
ionização e de aquecimento do cristal até a emissão luminescente.
Figura 12: Esquema de transições eletrônicas que ocorrem durante o processo de ionização e de
aquecimento do cristal.
(a) Ionização;
(b) e (e) processos de armadilhamento de
elétrons e de buracos respectivamente;
(c) e (f) desarmadilhamento dos elétrons
e buracos;
(d) e (g) recombinações indiretas;
(h) recombinações diretas.
Fonte: CAMPOS, 1998; McKEEVER et al, 1995.
39
3.5.3 Materiais dosimétricos
A escolha do material depende do tipo de radiação que se quer medir, pois as
radiações interagem de forma diferente com a matéria dependendo do seu tipo (radiação
eletromagnética, partículas carregadas leves/pesadas, nêutrons).
As características de um material TL deve possuir para poder ser empregado em
dosimetria TL dependem muito da área onde se pretende empregá-lo (individual, ambiental,
de área, “in vivo” etc.), além disso, a escolha de um material TL para uso como dosímetro
(TLD = dosímetro ou detetor termoluminescente) depende do planejamento específico da
dosimetria.
Conforme IRD (2001) o desempenho do TLD é medido por algumas
propriedades de sua resposta TL, mas a importância relativa a cada uma delas depende muito
da aplicação. Entretanto, qualquer que seja a aplicação, é indispensável conhecer as
propriedades de sua resposta TL. As propriedades normalmente analisadas para verificar se
um material TL pode ser utilizado para uma determinada aplicação dosimétrica serão
apresentados resumidamente abaixo:
•
•
•
•
•
Homogeneidade do lote do material
Reprodutibilidade da resposta TL
Intervalo de linearidade em função da grandeza dosimétrica de interesse
Dependência energética da resposta
Dependência angular da resposta
•
•
•
•
•
•
Estabilidade, em diferentes condições climáticas
Efeito da luz
Sinal residual
Efeito da taxa de dose
Tratamento Térmico de reutilização
Curvas de Emissão
• Resposta em função da dose
• Armazenamento e Manuseio
O desempenho de um sistema dosimétrico TLD é descrito na norma IEC 1066Comissão Eletrotécnica Internacional. As normas brasileiras de certificação de serviços de
monitoração individual especificam critérios para sistemas TLD’s nesta área.
40
3.6
Dosímetros termoluminescentes
Geralmente, os dosímetros termoluminescentes são armazenados em estojos
próprios feitos de materiais com baixo coeficiente de atenuação para as radiações ionizantes
e alta atenuação da luz, para que estas não influenciem no sinal termoluminescente (TL).
O principal parâmetro de caracterização de um material termoluminescente é a
sua curva de emissão característica. A curva de emissão é a curva que representa a
intensidade de luz emitida por um material TL em função da temperatura ou do tempo de
aquecimento do material na medição emissão. É preferível que o material tenha uma curva
de emissão simples, com poucos picos bem resolvidos (CAMPOS, 1998). O mais adequado
é que a emissão termoluminescente apresente um comportamento linear com a variação de
dose em um amplo intervalo. Entretanto, isto nem sempre é possível e, em muitos casos,
utiliza-se um intervalo de dose em que a resposta do dosímetro é supralinear (McKEEVER,
1995). Outra característica importante de um dosímetro termoluminescente (TLD) é o
decaimento do seu sinal termoluminescente devido ao tempo de armazenamento.
O decaimento do sinal TL é a perda na intensidade de sinal. Como os TLDs são
dosímetros passivos, portanto, é necessário que seu decaimento seja mínimo.
3.6.1 Homogeneidade
Conforme IRD (2001), para que um material possa ser usado como TLD é
preciso que se possa produzir lotes que tenham sempre a mesma resposta TL. A sensibilidade
pode variar entre os lotes de produção, mas a maneira e o comportamento da emissão TL
tem que sempre igual. Dentro de um mesmo lote de fabricação, é ainda desejável que a
sensibilidade dos TLD’s seja a mesma, para que não seja necessário o uso de fatores de
calibração diferentes para cada TLD.
3.6.2 Reprodutibilidade
Conforme IRD (2001), se a resposta TL de um material não for reprodutiva é
impossível usá-lo em dosimetria, pois não será possível realizar sua calibração.
41
3.6.3 Linearidade
A Curva da resposta de um dosímetro TL em função da dose identifica três
possibilidades em suas leituras, ou seja, linear, supralinear e de saturação. A primeira é a de
maior interesse em dosimetria, visto que permite uma maior exatidão em suas medidas.
Conforme IRD (2001), uma característica desejável para um TLD, é que exista uma relação
linear entre a intensidade TL e a grandeza dosimétrica que se queira avaliar, e que a constante
de proporcionalidade seja independente da taxa de dose. A maioria dos materiais TL
apresentam esta resposta linear em determinado intervalo de dose, independente da taxa (até
taxas de pelo menos 108 Gy/s). O intervalo de linearidade depende do material e, para doses
maiores, o material normalmente apresenta uma faixa de supralinearidade seguida de
sublinearidade e saturação.
3.6.4 Dependência energética
Conforme IRD (2001), a intensidade da termoluminescente emitida por um
material é proporcional à quantidade de energia inicialmente absorvida pelo material. A
resposta com a energia é a variação da intensidade do sinal TL para uma determinada dose,
em função da energia da radiação incidente, sendo importante avaliar a variação do
coeficiente de absorção do material em função da energia da radiação. Para fótons, a
dependência energética da resposta de um TLD pode ser obtida pela razão entre os
coeficientes máximos de absorção de energia do material TLD e o meio de referência (ar,
água, tecido equivalente) onde se deseja estimar a dose.
Para aplicações dosimétricas que visam a avaliação de dose em tecidos humanos,
é desejável o uso do material TL com uma carga nuclear efetiva sendo uma propriedade da
tabela períodica Zef = 7,4 (materiais equivalentes a tecido), próximo do tecido humano.
3.6.5 Dependência angular
A dependência angular tem o objetivo de determinar a variação da resposta do
TLD e apesenta problemas quando a orientação do detector pode afetar o tamanho da
cavidade, isto é mais significativo para elétrons, todavia, é sempre importante irradiar normal
à superfície plana do detector. Conforme IRD (2001), é necessário conhecer qual a influência
do ângulo de incidência da radiação sobre a reposta TL do material que ser utilizar. Nas
42
aplicações práticas, o TLD é sempre colocado em algum suporte, não se deve esquecer que
a dependência angular da resposta TL de TLD, assim como a dependência energética,
também depende do tipo e geometria destes suportes.
3.6.6 Estabilidade
O teste do tempo de estabilidade da resposta TL é necessário para verificar a
estabilidade da resposta a um feixe de radiação. Conforme IRD (2001), se o sinal TL de uma
amostra é instável ao longo do tempo, isto é, se sua resposta TL diminui com o tempo após
a irradiação, diz ser que o sinal decai. O decaimento do sinal pode ter várias causas, mas as
principais são óptica e térmica.
A umidade e a luz também podem influenciar no decaimento do sinal de alguns
materiais TL. Materiais não higroscópios são preferíveis para a dosimetria TL.
3.6.7 Sensibilidade ao calor e à luz
Conforme IRD (2001), uma consideração importante na escolha de um TLD é o
quão estável é o seu sinal nas condições ambientais aonde o dosímetro será utilizado, isto é,
é necessário saber se a carga armadilhada no material pode ser liberada antes da leitura por
calor (decaimento térmico), luz (decaimento óptico), ou qualquer outra causa (decaimento
anômalo). A umidade também pode causar o decaimento da resposta de alguns materiais,
por isto materiais não higroscópios são normalmente preferíveis para a leitura TL. O
decaimento do sinal pode ocasionar uma subestimativa da dose, por isso precisam ser
evitados ou corrigidos.
O princípio do decaimento térmico é bem conhecido, pois está associado à
própria estimulação da termoluminescência, quanto maior a temperatura maior a
probabilidade de liberação das cargas armadilhadas. Quando a profundidade da armadilha é
muito pequena, a probabilidade de liberação do elétron é muito grande, mesmo na
temperatura ambiente, e o decaimento do sinal é grande.
O decaimento óptico é ocasionado pela absorção de energia dos fótons
provenientes da luz do sol, ou qualquer outra fonte de luz. Estes fótons podem estimular as
transições eletrônicas no material, podendo liberar elétrons armadilhados, causando o
decaimento do sinal.
43
Ao contrário do efeito de decaimento à luz, principalmente a luz ultravioleta –
UV pode induzir um sinal TL no material (sinal espúrio). A absorção da energia dos fótons
de luz pode transferir elétrons para níveis energéticos de armadilhas envolvidas no processo
TL do material. A partir de níveis energéticos do estado de equilíbrio, todos os efeitos óticos
dependem do comprimento de onda (energia) da luz incidente no material.
3.6.8 Sinal residual
O sinal de fundo deve ser verificado primeiro com a prancheta vazia e depois
com um detector não irradiado. Conforme IRD (2001), a irradiação de materiais TL com
doses altas (doses acima de seu intervalo de linearidade) pode gerar defeitos no material que
não possam mais ser revertidos, depois desse prejuízo, a resposta dos TLD’s não irradiados
aumenta, este incremento é chamado sinal residual. Após vários ciclos de irradiação (mesmo
de baixas doses) e aquecimentos, sempre há um sinal residual crescente, o que varia de um
material para o outro é o quanto isto é significativo, e a partir de que exposição acumulada
e de quantos ciclos térmicos. A sensibilidade dos TLD’s também é modificada com o
acúmulo de ciclos de aquecimentos e irradiação e com a exposição a doses muitos altas.
3.6.9 Efeito da taxa de dose
Conforme IRD (2001), estudos demonstram que a resposta dos TLD’s mais
utilizados não são modificados até taxas de dose de cerca de 10 9Gy/s. Para fins de
radioproteção, a resposta destes TLD’s podem ser considera independente da taxa de dose.
3.6.10 Tratamento térmicos
Muitos materiais apresentam curvas de emissão com vários picos, alguns bem
localizados a baixas temperaturas, e, logo, sujeitos a um decaimento térmico do sinal
considerável à temperatura ambiente. Conforme IRD (2001), a resposta TL dos materiais
são modificadas por tratamentos térmicos. Desta maneira, é possível melhorar ou piorar
alguma de suas características. Cada material escolhido para ser utilizado como TLD precisa
ter suas condições otimizadas de tratamentos (s) térmicos (s) bem determinadas. O
tratamento térmico de pré-irradiação é um processo de aquecimento do material até uma
dada temperatura, seguida de resfriamento. O objetivo do tratamento térmico é de
44
restabelecer o equilíbrio termodinâmico dos defeitos que existia no material antes da
irradiação e da leitura.
3.6.11 Curva de emissão
A curva de emissão representa a intensidade de luz emitida por um material TL
em função da temperatura ou do tempo de aquecimento a que este é submetido. Esta curva
pode apresentar um ou mais máximos, denominados picos de emissão, conforme o número
de diferentes armadilhas presentes no material e suas profundidades.
O que se considera como a resposta de um dosímetro TL é a área sob a parte
estável da curva de emissão, ou seja, a área sob um ou mais picos localizados a temperaturas
elevadas.
O procedimento escolhido para o tratamento térmico das pastilhas/dosímetros
termoluminescentes de sulfato de cálcio dopado com disprósio (CaSO4:Dy) influi na
estrutura da sua curva de emissão TL, modificando, drasticamente, as relações entre as
intensidades dos seus picos de emissão.
3.6.12 Porta-dosímetro do IPEN
O porta-dosímetro é uma caixa plástica de material de poliestireno de alto
impacto, Figura 13, foi projetado especialmente para dosimetria pessoal, ambiental e de área
empregando detectores de CaSO4:Dy, tem dimensões 59cm x 37cm x 7cm. É constituído de
quatro filtros (frente e verso): uma janela aberta para aplicação na dosimetria da radiação
beta; um filtro de 3mm de plástico da própria caixa, que oferece equilíbrio eletrônico para
radiação gama do 137Cs; um filtro de 1mm de chumbo, para blindar radiação X de energias
baixas e um filtro de 0,8mm de chumbo com um furo central de 2,0mm de diâmetro, que
permite uma resposta TL independente da energia, equivalente à resposta do dosímetro de
LiF. Esse modelo de porta dosímetro permitiu o desenvolvimento de um algoritmo de
cálculo de dose, a partir da relação entre as respostas TL dos detectores posicionados sob os
diferentes filtros.
Os requisitos de desempenho do dosímetro: homogeneidade dos filtros, que tem
como objetivo de assegurar a uniformidade da espessura do material dos filtros;
autoirradiação, que tem como objetivo verificar a possível contaminação dos filtros com
45
radionuclídeos; resistência a impacto, visa testar a robustez dos porta-dosímetros, são
apresentados na Tabela 4.
Figura 13: Porta-dosímetro do IPEN para CaSO4:Dy.
Fonte: IPEN – SP.
Tabela 4: Requisito de desempenho para os porta dosímetros IRD/CNEN
Características a serem testadas
Requisitos
a) Homogeneidade dos filtros
Este teste é realizado com o objetivo de
assegurar a uniformidade da espessura do
material dos filtros.
A diferença entre o máximo e mínimo da resposta
TL medida atrás de qualquer um dos filtros do
porta-dosímetro, devido a variações na espessura
do material do filtro, deve ser menor que 5% do
valor da resposta TL média para cada um dos
filtros, considerando um conjunto de porta
dosímetros. O desvio padrão da resposta média,
atrás de qualquer um dos filtros do portadosímetro, não deve exceder a 2% para o mesmo
conjunto de porta dosímetros.
b) Auto irradiação
Este teste é feito para verificar a possível
contaminação dos filtros com radionuclídeos.
A diferença da resposta TL média, atrás de
qualquer um dos filtros do porta-dosímetro, em um
conjunto de porta-dosímetros, em relação aos
conjuntos de controle não deve exceder a 0,05.
c) Resistência a impactos
Este teste visa testar a robustez dos portadosímetros
O porta-dosímetro deve ser robusto o suficiente e
os filtros bem afixados de modo a resistirem ao
impacto sobre uma superfície rígida devido a uma
queda livre.
Fonte: Comitê de Avaliação de Serviços de Monitoração Individual Externa – CASMIE.
46
3.6.13 Resposta em função da dose - calibração
O fator de Calibração para a resposta TL dos dosímetros para radiação gama do
137
Cs (fator de calibração do lote), é o mesmo para os três filtros do porta dosímetro.
A técnica de calibração utilizada depende da forma do dosímetro e da exatidão
exigida. A quantidade máxima de dosímetro em um lote é limitada pela estabilidade da
calibração da leitora e a necessidade de assegurar que o lote todo seja submetido a um ciclo
de aquecimento idêntico. Cada lote novo deve ser irradiado e aquecido duas ou três vezes
antes de se obter resultados confiáveis, para aplicações clínicas é recomendado cinco ciclos
de avaliação. O efeito destas irradiações preliminares é completar algumas armadilhas
permanentemente.
O serviço de Monitoração individual externa, SMIE identifica todas as
instituições onde foram realizadas as irradiações. Todas as calibrações e caracterizações
devem ser realizadas utilizando instrumentos rastreados aos padrões nacionais LNMRI ou a
padrões por um laboratório estrangeiro equivalente. Ter rastreabilidade significa ser capaz
de mostrar que ações apropriadas, e documentadas, foram tomadas para se comparar (direta
ou indiretamente) o padrão de referência com o padrão nacional.
3.6.14 Armazenamento e manuseio
Os materiais TLD não devem ser contaminados principalmente com gordura, e
por isso não devem ser manuseados com a mão. Os dosímetros severamente contaminados
devem ser descartados.
Características Gerais: A avaliação de um dosímetro individual envolve
basicamente os seguintes passos.
Primeiro: A avaliação dos detectores em uma instrumentação adequada e a
transformação dos valores obtidos, através de um algoritmo, em um valor expresso em
termos da grandeza de calibração;
Segundo: A interpretação dos dados em termos de uma grandeza relacionada a
dose no individuo, como por exemplo, as definidas no ICRU 39 e ICRU 47. Enquanto estas
grandezas não forem formalmente introduzidas no sistema metrológico brasileiro, será
adotado o conceito de Dose Profunda de Fótons.
A necessidade de utilização do objeto simulador, para simular o corpo humano
em termos de espalhamento ou absorção de radiação ionizante, mantém o objetivo de avaliar
47
os dosímetros. As irradiações devem ser realizadas com um valor verdadeiro convencional,
com um feixe de energia efetiva de 60kev para determinar o valor avaliado de cada dosímetro
e o desvio padrão. Os testes determinaram suas características físicas e dosimétricas de um
sistema de monitoração individual.
Para os testes que se utiliza radiação X e gama, os aspectos das radiações deverão
cobrir a faixa de 20 a 1.250keV, com feixes convenientemente filtrados e caracterizados.
48
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Grupo de análise
Para fins comparativos foram pesquisadas e analisadas as espessuras de
pacientes pediátricos através de estudos das faixas etárias dos pacientes, como sugerido por
(HART et al, 2000), que afirma que existe uma pequena variação de espessura do paciente
em determinadas áreas do corpo nas faixas escolhidas, conferindo menor variabilidade na
simulação e análise dos dados, Tabela 5 abaixo.
Tabela 5: Espessura média para o tórax em cm
Idade
Tórax AP
(cm)
0
8,5
1
12
5
14
Fonte: Hart, 2000.
4.2 Materiais
4.2.1 Pastilhas dosimétricas de CaSO4:Dy
Detectores termoluminescentes de sulfato de cálcio dopado com disprósio
(CaSO4:Dy) /pastilhas produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
(IPEN/CNEN-SP).
As pastilhas dosimétricas, desenvolvidas pelo Laboratório de Materiais
Dosimétricos, LMD/IPEN, são constituídas pela mistura do fósforo de CaSO4:Dy e de um
material agregante, pó de Teflon (na proporção de 1:4), as pastilhas possuem dimensões
médias de 6,0mm de diâmetro, 0,80 mm de espessura e massa média de 50mg.
A Curva de Emissão Termoluminescente (Figura 14) apresenta 2 picos
principais, sendo o primeiro em aproximadamente 130oC, o qual apresenta forte decaimento
quando exposto à luz, e o segundo em aproximadamente 220 oC, o qual é bastante estável,
49
chamado pico dosimétrico. A presença do Teflon impede que o tratamento térmico de
reutilização e a leitura TL desse dosímetro seja realizada a temperaturas superiores a 400 oC.
Figura 14: Curva de emissão do CaSO4:Dy - resposta para radiação gama do 137Cs, dose de
1Gy.
Leitura realizada com taxa
de aquecimento de 10ºC/s
até 350ºC.
Fonte: McKEEVER et al, 1995.
4.2.2 Dosímetros
Uma vez que o tratamento térmico de materiais TL pode afetar suas principais
características dosimétricas (curva da emissão e sensibilidade), um conjunto de condições
específicas foi estabelecido, com o objetivo de avaliar a resposta TL e a sensibilidade do lote
de detectores de CaSO4:Dy para a radiação gama do 137Cs. Os detectores foram selecionados
com sensibilidade dentro de + 5%, identificados em planilha Excel e, em seguida, os dados
foram utilizados para alimentar dos à planilha de algoritmo de cálculo de dose e
determinação do fator de calibração do lote.
4.3 Equipamentos e acessórios
Para a realização dessa pesquisa foram utilizados os seguintes acessórios:
• Bandeja de alumínio para colocar as pastilhas CaSO4:Dy (Figura 15);
• Pinça para manuseio dos dosímetros;
50
• Porta-dosímetros de poliestireno de alto impacto, contendo quatro filtros:
uma janela aberta, para avaliação do radiação beta; um filtro de plástico
(2,8mm), que garante equilíbrio eletrônico para radiação gama do 137Cs;
um filtro de chumbo (1,0mm), para blindar radiação de energia baixa e um
filtro de chumbo (0,8mm) com furo central (2mm), que fornece uma
resposta TL independente da energia da radiação incidente, equivalente à
resposta dos detectores de LiF (Figura 16), pertencente ao Laboratório de
Materiais Dosimétricos do IPEN;
• Objeto Simulador de poliestireno expandido - Isopor de dimensões 16,5cm
x 16,5cm x 10cm;
• Objeto Simulador de polimetilmetacrilato (PMMA) de dimensões 16,5cm
x 16,5cm x 10cm, projetado e construído para simular o toraz de uma
criança de 5 anos;
• Objeto Simulador Antropomórfico - boneca de pano, com tamanho
pediátrico;
• Régua Espessômetro em aço inox.
Os equipamentos empregados foram:
• Forno tipo Mufla marca Vulcan – para os tratamentos térmicos (Figura 17)
pertencente ao Laboratório de Materiais Dosimétricos do IPEN;
• Leitora termoluminescente da marca Harshaw, modelo 5500 (Figura 18)
pertencente ao Laboratório de Materiais Dosimétricos do IPEN.
A leitora TL é o instrumento utilizado para avaliar a dose em função da
quantidade de luz emitida. O leitor termoluminescente é composto de um sistema que faz
um aquecimento controlado, de uma válvula fotomultiplicadora, que transforma o sinal
luminoso em um sinal elétrico amplificado, e de um sistema de processamen.to e
apresentação (display) do sinal.
Avental de Chumbo (Pb) constituído de: lâminas Pb e borracha enriquecida com
Pb, espessura entre 0,25 mm e 0,5 mm Pb, pertencente à entidade parceira. É uma vestimenta
de proteção individual de borracha plumbífera com equivalência de 0,25mmPb, à radiação
espalhada. A legislação brasileira através da Portaria MS453/98 e da NR6 estabelece que as
instituições de saúde que possuem equipamentos emissores de raios X ofereçam Vestimentas
de Proteção Individual (VPI) tanto aos seus funcionários, quanto para pacientes e
acompanhantes quando possível e/ou necessário. Essas VPLs devem ter no mínimo a
espessura de borracha equivalente a 0,25mm de chumbo (mmPb) (Figura 19).
51
Figura 15: Bandeja de alumínio para tratamento térmico dos detectores.
Fonte: IPEN – SP.
Figura 16: Porta dosímetro do IPEN, específico para os detectores de CaSO4:Dy.
Fonte: IPEN – SP.
52
Figura 17: Forno tipo Mufla Vulcan.
Fabricante: Vulcan
Modelo: 3-550 PD
Fonte: IPEN – SP.
Figura 18: Sistema leitor de termoluminescência marca Harshaw, modelo 5500.
Fabricante: Harshaw TLD Reader
Modelo: 5500
Fonte: IPEN – SP.
53
Figura 19: Avental de chumbo.
.
Fonte: Autor da dissertação.
4.3.1 Sistema de irradiação
1) Irradiador Panorâmico com fonte de
137
Cesio (Figura 20) pertencente ao Instituto de
Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP). Atividade de 3,7x1010 Bq (1 Ci).
Sistema Irradiação: Fabricante Hopewell - Modelo SC 1015G.
Figura 20: Irradiador panorâmico de 137Cs.
Fabricante: Hopewell
Modelo: SC 1015G
Atividade: 3,7 x1010 Bq (1 Ci)
Fonte: IPEN – SP.
54
2) Aparelho de raios X, marca SAWAE, Modelo ALTUS ST, Tensão Máxima (125kV),
Corrente Máxima 500mA, Altura 100cm, pertencente à Entidade Publica Municipal
Pronto Atendimento Caucaia do Alto – Cotia/SP (Figura 21). O Equipamento de raios
X opera no intervalo de tensão de 35 a 125kV, intervalo de corrente entre de 50 a
500mA, e tempo de 0,02 a 1,00ms.
Figura 21: Aparelho de raios X, marca SAWAE.
Fonte: Autor da dissertação.
Para a avaliação do desempenho dos equipamentos de raios X foram utilizados:
• monitores de radiação tipo TL fornecidos pelo Laboratório de Dosimetria
Termoluminescente do IPEN;
• equipamento para análise não invasiva da qualidade do feixe de raios X
marca SAWAE, Modelo ALTUS ST pertencente à Entidade Publica:
Municipal Pronto Atendimento Caucaia do Alto – Cotia/SP;
• conjunto para teste de alinhamento do raio central e colimação do feixe da
Empresa TEC RAD.
Os valores médios obtidos apresentaram variações comparáveis aos índices
permitidos no país, de acordo com a legislação sanitária vigente.
55
4.3.2 Parâmetros do equipamento de raios X.
Os parâmetros representam um conjunto mínimo de limites de tolerância a serem
testados anualmente para a obtenção de imagens de boa qualidade que permitam o
diagnóstico correta e adequado (Tabela 6).
Exatidão do indicador de tensão do tubo (kVp), indicada pela mesa de comando.
Exatidão do tempo de exposição (ms), mostrado no display na mesa de comando.
Posicionar o tubo de raios X, a uma distância de 100cm ou 1m.
Tabela 6: Unidade de pronto atendimento Caucaia do Alto – Cotia/SP
Descrição técnica do equipamento de raios-x e sua utilização
Automático ou manual
Marca
SAWAE
Disparador
com tempo ajustável
ALTUS ST Técnica de exame
Modelo
Radiologia Médica
543 F
mais frequente
Nº série
KM 0333G
FASE
Monofásico
Série Tubo
Tensão Máxima
kV
Corrente Máxima
N º semanal exame
(F)
Carga semanal de
Trabalho
W = F.T/3.600 h/sem
125
Colimador
500
Base
Tempo usado
Segundos
800 + ou 0,0066 h/sem
Comprimento
Diafragma de Chumbo
Metálico
Fixo
0,3
-
do fio extensor (m)
Fonte: TEC RAD, 2019.
O indicador de tensão do tubo deve apresentar um desvio (diferença entre o valor
nominal e o valor medido) no intervalo de tolerância de ± 10% teste em conformidade com
a portaria 453/98 (Tabela 7).
A intensidade de um feixe de raios X é função do número total de fótons de
raios X e da energia que os mesmos transportam, existem quatro grandezas das quais
dependerão as intensidades do feixe de raios X: tensão do tubo, corrente do tubo, filtração e
material do alvo (BITELLI, 2006).
56
Tabela 7: Resultados obtidos do programa de garantia da qualidade.
Resultados obtidos
kvp gerador
76
90
93
mA
mAs
Tempo (seg)
200
36
0,18
200
60
0,3
200
16
0,08
DFF (mm)
100
100
100
68,7
68,6
68,6
-9,7
82,4
82,4
82,3
-8,5
85,1
85,3
85,3
-8,4
Kvp medidor
% erro
Fonte: TEC RAD, 2019.
4.4 Programa de qualidade dos equipamentos de raios X, radiologia
médica.
Deve ser verificado se o tempo de exposição da ampola de raios X mantém um
indicador de tensão do tubo, onde deve apresentar um desvio (diferença entre o valor
nominal e o valor medido) no intervalo de tolerância de mais ou menos 10% teste em
conformidade com a Portaria 453, item 4.49d.
Procedimentos utilizados:
• Selecionar de uma técnica de exposição, ajuste do tempo e a, mAs
adequada e distância foco filme;
• Escolher o tempo de exposição;
• Nivelar o tubo de raios X;
• Disparar o aparelho de raios X e anotar o valor encontrado da dose (sem o
filtro de alumínio);
• Colocar a placa de alumínio sobre a câmara de ionização de 2,2mm Al;
• Anotar o valor encontrado.
Os resultados obtidos foram os seguintes: camada semi-redutora (CSR) 2,2mm
Al, para uma tensão de 76kVp, teste em conformidade com a Portaria 453, item (Tabela 8).
57
Tabela 8: Resultados obtidos.
Espessura em
alumínio
kVp
gerador
mA
Tempo
(seg.)
Exposição
(mR)
0
76
200
0,18
136,8
2,2
-
-
-
66,6
Fonte: TEC RAD, 2019.
4.4.1 Exatidão do tempo de exposição
Objetivo, verificar se o tempo de exposição selecionado no painel de comando
do equipamento de raios X é o tempo real de exposição.
4.4.2 Avaliação dos resultados
O indicador de tensão do tubo deve apresentar um desvio (diferença entre o valor
nominal e o valor medido) no intervalo de tolerância de mais ou menos 10% (Tabela 9) teste
em conformidade com a Portaria 453, item 4.49e.
Tabela 9: Tabela de exatidão do tempo de exposição.
Aparelho de rx Tempo encontrado Tempo encontrado Média do tempo
regulado para
encontrado
com medidor
com medidor
desvio
(s)
(s)
(s)
0,08
0,082
0,082
0,082
2,5
0,3
0,304
0,304
0,304
1,3
0,18
0,182
0,182
0,182
1,1
(%)
kV: 93
mA: 200
Fonte: TEC RAD, 2019.
Recomenda–se que os feixes utilizados possuam aspectos aproximados aos
descritos na Norma ISSO DIS 4037-1, que serão aqueles utilizados no LNMRI para análises
do desempenho dosimétrico.
As fontes de radiação utilizadas para calibração dos dosímetros devem ser
calibradas em relação a padrões primários ou secundários apropriados.
58
4.5 Protocolo de atendimento pediátrico.
• O profissional deve estar paramentado com os EPI – Equipamentos de
proteção individual, avental de Chumbo;
• O profissional deve posicionar a criança sob a placa de digitalização das
imagens radiográficas, a uma distância de 1 metro ou 100cm do tubo de
raios X;
• O profissional deve realizar a colimação adequada nos quatro lados da
Placa, como medida de proteção radiológica.
Os profissionais de saúde que realizam procedimentos de imagenologias
radiológicas em crianças, têm o dever de comunicar aos doentes, pais e outros cuidadores,
de forma precisa e eficaz o posicionamento adequado para a realização do exame e seus
riscos e benefícios. As crianças não alcançam um sentido de compreensão dos
procedimentos, por esse motivo as boas práticas médicas devem sempre prevalecer como
maneira de informação de apoio e benefício na comunicação.
Na imagenologia pediátrica, os riscos estocásticos são especialmente
preocupantes, uma vez que as crianças são mais vulneráveis ao desenvolvimento de
determinados tipos de tumor, esta maior sensibilidade varia de acordo com a faixa etária,
logo, as crianças com menos idade são as que se encontram em maiores riscos, que os adultos
e têm maios esperança de vida para o desenvolvimento de efeitos induzidos pela radiação a
longo prazo. Embora os riscos individuais associados à radiação sejam, na sua maioria
pequenos, a melhoria da segurança na exposição à radiação na imagenologia pediátrica
tornou se um problema de saúde pública dada a grande porção de população pediátrica que
é exposta a estes procedimentos, bem como do aumento da atenção pública e, muitas vezes,
da inquietação por parte da população.
Portanto, o profissional Tecnólogo pediátrico não deve supor que criança
menores não possuem capacidade de ficar imóveis e ou sentadas para a realizações de
exames, todavia o profissional dever ser o mais acolhedor possível na orientação e claro o
suficiente para o adulto que está acompanhando o menor no sentido de solicitar ajudar
conforme legislação. Entretanto, por volta de dois anos, a maioria das crianças normais pode
ser submetida a um estudo radiológico diagnóstico sem imobilização ou auxílio dos pais para
sua contenção, todavia, o genitor ou a pessoa de confiança da criança deve permanecer na
sala de exame para acompanhamento. No primeiro encontro, a maioria dos pacientes está
acompanhada por pelo menos um dia pais, portanto, é importante para o profissional:
59
• Apresentar se como profissional que realizará o exame;
• Conversar com o responsável, sobre as informações necessárias fornecidas
pelo médico. Explicar em detalhes, o que fará para execução do exame e
suas necessidades para a contenção da criança. O exame sempre é
realizado sem nenhuma movimentação, para evitar repetições
desnecessárias. A maior contenção é aquela que o próprio genitor assume
o entendimento fornecido pelo profissional Tecnólogo, como na imagem
da Figura 25.
Atualmente, a radiografia computadorizada e digital (RC e RD) está tomando o
lugar da radiografia convencional com filmes, dando origem a imagens que estão
instantaneamente disponíveis para análise e distribuição eletrônica a baixo custo e com
acesso facilitado.
4.6 Objetos simuladores
• Objeto simulador de poliestireno expandido - isopor, de dimensões:
16,5cm x 16,5cm x 10cm (Figura 22).
Figura 22: Objeto simulador de poliestireno expandido – isopor e bandeja de alumínio.
Fonte: Autor da dissertação.
60
• Objeto simulador de Polimetilmetacrilato – PMMA, de dimensões:
16,5cm x 16,5cm x 10cm (Figuras 23 e 24), projetado e desenvolvido
especialmente para o projeto.
Figura 23: Objeto simulador de polimetilmetacrilato - PMMA e bandeja de alumínio – vista 1
Fonte: Autor da dissertação.
Figura 24: Objeto simulador de polimetilmetacrilato - PMMA e bandeja de alumínio – vista 2
Fonte: Autor da dissertação.
61
• Objeto simulador antropomórfico – Boneca de Borracha, de dimensões
pediátricas: 50cm de comprimento e peso 1,200kg, Figura 25.
Figura 25: Simulador antropomórfico - boneca de borracha.
Fonte: Autor da dissertação.
4.7 Métodos
4.7.1 Tratamento térmico de reutilização dos dosímetros TL
O tratamento térmico dos dosímetros CaSO4:Dy é executado sempre
imediatamente antes da irradiação. Para o tratamento térmico foi utilizado o Forno Mufla
Vulcan por um período de uma 1 hora a uma temperatura de 340ºC. O procedimento adotado
para o tratamento térmico depende do material e influi na sensivelmente na sua resposta TL,
portanto, um rígido controle na execução desse tratamento é necessário para garantir a
reprodutibilidade das medidas com os TLD’s.
Os TLD’s foram sempre manuseados com pinça (para evitar contaminação) e
alocados em bandeja de alumínio. Quando o tratamento térmico foi realizado no dia anterior
ao dia da irradiação, os TLD’s foram mantidos em blindagem de chumbo.
Vale salientar que o resfriamento das pastilhas após os tratamentos térmicos foi
feito de modo rápido, colocando o recipiente contendo as pastilhas ao ser retirado do forno
mufla sobre uma placa de alumínio de 1cm de espessura em atmosfera ambiente.
62
4.7.2 Leitura TL
Para a leitura da resposta TL é imprescindível que a forma de aquecimento e o
método de mensuração da luz produzida sejam confiáveis e reprodutíveis.
Os ajustes necessários representam o processo sob condições prescritas do
método de leitura e as condições do meio ambiente, que elimina erros nos valores obtidos
na leitura ou observados em um equipamento durante a calibração, ou reduz a um mínimo
possível aceitável.
Os seguintes fatores devem ser observados para garantir a reprodutibilidade da
leitura TL:
• leitura da luz de referência: representa o valor obtido por meio da leitura
de uma fonte contida na leitora. Ruído do sistema, isto representa o valor
obtido quando o leitor é operado sem a presença de um detector TL;
• leitura do sinal residual: representa o valor obtido por uma segunda leitura,
consecutiva do detector;
• determinação de dose: representa a medida total de luz emitida, sob
condições constantes de taxa de aquecimento, pode ser avaliada pela altura
do pico dosimétrico ou a área integrada da curva de emissão.
Durante a leitura TL as pastilhas de CaSO4:Dy são submetidas a um prétratamento térmico na leitora a 150ºC por 20 segundos e, durante a leitura, as pastilhas são
aquecidas de 150ºC a 340ºC, a uma taxa de 10ºC/seg.
Após a leitura TL é feito um tratamento térmico de reutilização ou de préirradiação no forno mufla a 340ºC por 60 minutos.
O tempo e a temperatura de tratamento pré irradiação são determinados a partir
da análise de repetidas leituras realizadas, sendo que o conjunto que apresentar maior
reprodutibilidade indica o tempo e a temperatura adequados, que asseguram a uniformidade
da resposta TL em uso rotineiro.
4.7.2.1 Propriedades dosimétricas analisadas
• Homogeneidade do lote de detectores;
• Reprodutibilidade da resposta do detector TL;
• Tratamento Térmico pré-irradiação;
• Curvas de Emissão;
• Resposta TL em função da dose - Curva de Calibração.
63
4.7.2.2 Seleção do lote e reprodutibilidade da resposta TL
Após seis ciclos completos de tratamento térmico, irradiação com radiação gama
do
137
Cs e leitura TL, os valores médios das respostas TL obtidos para cada pastilha de
CaSO4:Dy foram avaliados, juntamente com o desvio padrão da média, foram construídas
as curvas de distribuição da resposta para uma dose padrão de 2mGy e extraído o lote de
detectores a ser utilizado, com resposta dentro de + 5%, com o objetivo de assegurar que o
sistema dosimétrico apresente a mesma resposta, dentro de + 5%, para uma mesma dose.
A avaliação do desempenho dos detectores termoluminescentes e da
homogeneidade do lote é realizada para assegurar a uniformidade de sensibilidade dos
detectores dentro de um mesmo lote, onde é determinado o valor A (valor avaliado) para
cada dosímetro e identificados os dosímetros que apresentam os valores avaliados maior e
menor, Amax e Amin respectivamente.
Avaliação de desempenho do lote têm o objetivo de demonstrar que o sistema
satisfaz os padrões técnicos estabelecidos.
Todos os valores coletados e avaliados com os dosímetros TL foram lidos com
intervalo de 24 horas após a irradiação, não sendo obtidas diferenças maiores que + 5% ,
sendo que segundo as Normas do CASEC, o coeficiente de variação do valor avaliado não
deve ser maior que 7,5% para cada dosímetro considerado individualmente, como também
para o conjunto de 10 dosímetros considerados coletivamente, para uma dada dose.
Após e durante a leitura TL as condições de temperatura e umidade do
Laboratório foram mantidas constantes (20oC e 60% humidade) e acompanhadas
sistematicamente em cada etapa na operação de leituras.
O ruído de fundo do leitor não variou mais que 20% em relação ao limite inferior
de detecção exigido de 0,2mGy.
O sinal residual, que assegura que o detector não sofreu nenhuma alteração, e
que o limite inferior de detecção exigido não foi ultrapassado e as respostas não sofreram
alteração em mais de 10% para uma dose de 2mGy, foi sempre observado. As leituras de
dose zero, dosímetros não irradiados, foram realizadas periodicamente.
64
4.7.2.3 Algoritmo de cálculo de dose.
O Laboratório de Dosimetria Termoluminescente desenvolveu um algoritmo
para o Cálculo da Dose e determinação da Energia Efetiva Média para aplicação na
Monitoração Ambiental e de Área (Tabela 10).
Tabela 10: Planilha algoritmo 137Cs do LCI-IPEN.
Fonte: Autor da dissertação.
65
Os dados de entrada do algoritmo são:
• Fator de calibração do lote de dosímetros para a radiação gama do 137Cs,
para cada filtro do porta-dosímetro;
• Leitura TL do dosímetro de controle dos dosímetros sob os 3 filtros;
• Leitura TL dos dosímetros a serem avaliados sob os 3 filtros.
• Os cálculos realizados pelo algoritmo são:
• Subtrair o valor das leituras do dosímetro de controle das leituras dos
dosímetros a serem avaliados;
• Aplicar os fatores de calibração para cada filtro;
• Calcular a relação entre as respostas TL sob os diferentes filtros;
• Determinar a energia efetiva média;
• Corrigir as respostas sob diferentes filtros para a dependência energética
da resposta;
• Calcular a dose equivalente média.
Todos os detectores e dosímetros empregados como dosímetros de controle e
aqueles empregados nos testes pertenciam ao mesmo lote de sensibilidade, para assegurar a
homogeneidade do lote utilizado na rotina.
Um exemplo da utilização do algoritmo é mostrado na Tabela 11, onde são
listadas as respostas TL em função da dose para os diferentes filtros do porta-dosímetros do
IPEN (Tabela 11).
Tabela 11: Avaliação da dose e energias na fonte 137Cs do LCI-IPEN.
Dose
(mGy)
TL
(PL)
TL
(Pb)
TL
(Pbo)
2
13,9 ± 1,1
14,8 ± 0,7
15,04 ± 0,51
10
73,7 ± 3,5
70,0 ± 8,4
68,22 ± 1,99
50
533,6 ± 36,5
577,8 ± 56,0
501,33 ± 11,66
100
1112,4 ± 77,3
1167,0 ± 40,0
996,55 ± 44,65
200
2247,5 ± 136,1
2467,1 ± 0.13
2155,54 ± 183,06
Fonte: Autor da dissertação.
Esses materiais exibem uma relação linear entre a dose absorvida e a intensidade
termoluminescentes, todavia é possível utilizar uma escala de dose variável pata obter uma
Curva típica de resposta TL de um material em função da exposição à radiação à qual foram
previamente expostos esses materiais.
66
4.7.3 Caracterização do equipamento de raios X
A caracterização do feixe de raios X foi realizada avaliando a resposta
termoluminescente dos dosímetros de CaSO4:Dy com aplicação de diferentes tensões no
tubo, sendo avaliada a resposta TL em função do tempo de exposição, sendo determinadas
as curvas de resposta em função da dose e a energia média do feixe.
O estudo da linearidade da resposta dos dosímetros termoluminescentes em
função da dose de radiação X foi realizado utilizando inicialmente um objeto simulador de
isopor (OSI) sendo aplicadas as tensões de 50 e 60kV com uma variação de tempo de 0,05ms
a 0,18ms, e corrente de 200mA fixa, ou seja, não houve variação na corrente, na Tabela 10,
exemplo para tensão de 50kV. Avaliações semelhantes foram realizadas empregando os
simuladores de PMMA e antropomórfico.
67
5 RESULTADOS
5.1 Seleção final do lote de detectores TL de CaSO4:Dy
Na Tabela 12 são apresentadas as respostas das leituras TL(nC) obtidas por cada
detector de CaSO4:Dy durante a realização dos 6 ciclos de tratamento térmico de 300oC/1h,
irradiação com uma dose fixa de 2mGy de radiação gama do 137Cs e leitura TL efetuada 24h
após a irradiação.
Após e durante a exposição à radiação as condições de temperatura e umidade
foram mantidas constantes. As condições ambientais na sala do leitor foram acompanhadas
sistematicamente em cada etapa na operação de leituras, o ruído de fundo do leitor não teve
variação em mais de 20% em relação ao limite de detecção exigida e seus valores avaliados.
A Tabela 12 13 também apresenta a média das leituras (M), os desvios padrão
expressos em porcentagem (%), de cada detector. O ruído da leitora de TLD foi desprezível
(menor que 0,01% em relação aos valores das leituras) e não foi considerado na
determinação das leituras (M) dos detectores TL.
Embora todos os detectores tenham apresentados os coeficientes de variação
inferiores a 10%, de acordo com a norma ISO 12794 (ISO, 2000), foram escolhidos os
detectores que apresentaram os valores melhores que + 5%, esse estudo permitiu também a
avaliação de reprodutibilidade do sistema eletrônico do leitor.
68
Tabela 12: Ciclos de leitura TL(nC) para seleção do lote de detectores a serem utilizados.
Teste 01
Quant.
Teste 02
Teste 03 Teste 04
Teste 05
Teste 06
Média
Porcentagem
Desvio
Padrão
4%
4%
3%
3%
5%
5%
4%
6%
6%
4%
4%
6%
6%
4%
6%
5%
6%
5%
3%
4%
3%
3%
6%
6%
4%
6%
5%
4%
4%
3%
2%
5%
5%
6%
6%
5%
3%
4%
6%
5%
6%
6%
5%
4%
3%
5%
3%
2%
6%
5%
5%
17/12/18
9/1/19
15/1/19
31/1/19
13/2/19
11/3/19
1
2
3
7
14
15
16
19
22
24
25
26
27
28
29
30
33
34
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
51
52
60
61
62
63
64
65
66
67
69
75
76
78
79
80
85
86
87
88
91
92
93
12,113
12,356
12,519
12,620
12,930
12,943
12,982
13,126
13,308
13,414
13,432
13,432
13,438
13,453
13,454
13,460
13,476
13,480
13,689
13,689
13,699
13,722
13,733
13,760
13,824
13,826
13,881
13,884
13,980
14,013
14,169
14,196
14,271
14,344
14,345
14,356
14,410
14,417
14,441
14,679
14,771
14,803
14,808
14,816
14,925
14,952
15,018
15,044
15,089
15,102
15,161
12,672
13,839
12,529
13,787
13,222
13,828
12,661
12,802
13,193
13,736
13,366
12,980
12,139
13,768
13,660
12,754
13,588
13,277
14,123
13,656
13,232
12,867
12,718
12,961
14,807
14,018
13,129
14,824
14,365
14,615
14,739
14,718
14,560
13,771
14,511
15,014
13,224
13,595
13,670
13,657
13,823
14,711
14,939
14,561
14,546
14,779
15,230
14,360
13,372
13,797
14,064
12,399
13,419
12,063
13,457
12,961
13,292
12,455
12,788
12,051
13,274
13,165
12,717
12,085
14,464
13,095
12,820
13,399
13,145
13,331
13,145
13,396
13,164
13,146
13,657
14,329
12,519
13,472
13,720
13,727
14,244
14,016
13,439
13,683
13,329
14,126
14,273
13,936
13,463
12,632
12,633
12,865
13,803
13,821
14,502
14,006
14,241
14,725
14,494
12,563
13,093
13,466
13,573
13,223
12,654
13,158
14,369
14,689
13,755
14,484
13,574
13,381
14,179
13,445
13,581
15,032
13,257
14,468
13,997
15,158
14,642
14,117
13,856
13,917
14,945
13,750
13,324
14,963
13,981
13,822
13,608
13,732
14,556
13,086
13,153
14,436
15,205
14,059
13,555
14,225
14,913
14,088
14,690
14,824
14,591
14,532
13,992
15,067
14,769
15,182
14,324
13,571
13,337
12,908
13,725
12,997
13,623
14,213
14,175
13,275
14,096
12,716
13,965
14,335
14,551
13,556
14,529
15,395
12,471
15,357
13,960
14,328
13,603
14,258
13,560
13,903
14,885
14,138
14,179
15,051
13,618
12,889
13,517
14,101
14,684
13,241
13,069
14,467
15,342
13,960
13,192
14,153
14,458
13,185
13,161
14,931
14,082
14,377
13,950
14,979
14,669
13,620
13,551
13,380
12,601
13,377
13,310
12,947
14,423
13,559
13,660
12,690
14,457
12,450
12,936
14,627
13,765
14,068
14,180
13,386
12,902
13,708
14,161
14,586
14,004
13,427
13,044
12,585
14,137
13,543
13,366
13,315
14,218
14,082
13,982
13,885
14,780
12,479
12,726
13,277
13,746
13,018
13,388
13,508
12,950
13,295
13,124
13,050
14,052
13,177
13,810
14,410
14,237
13,932
14,204
Coef.
Variação
12,711
13,323
12,679
13,265
13,686
13,748
13,131
13,331
13,217
13,370
13,569
13,625
13,094
14,219
13,840
13,227
13,787
13,788
14,046
13,799
13,741
13,443
13,582
13,600
14,093
13,841
13,813
13,864
13,798
14,034
14,261
14,001
13,948
13,571
14,230
14,387
13,805
13,652
13,866
13,837
13,714
14,100
14,369
14,257
14,316
14,361
14,755
14,693
13,868
13,841
13,935
Resultado
13,851
13,779
13,354
14,153
14,041
13,565
13,791
Total = 53 Dosímetros final na seleção
3 porta-dosímetros x 3 dosímetros cada x 5 energias diferentes = 45 Dosímetros
2 portas-dosímetros x 3 dosímetros cada = 2 dosímetros padrão
Total a utilizar = 51 Dosímetros
Fonte: Autor da dissertação
69
A partir dos dados da Tabela 12 foi possível construir a Tabela 13. Empregando
a sensibilidade TL das amostras, dada em mGy/nC, foi possível construir um histograma, ou
curva de distribuição da sensibilidade TL (mGy/nC) do lote de detectores avaliado,
apresentado na Figura 26, o qual permitiu a seleção do lote a ser utilizado no trabalho.
Tabela 13: Curva de distribuição de resposta TL
Máximo
Minimo
Média
Tamanho (n)
Estimativa de Classes
Classes
Incremento
Desv Pad
Incremento2
Minimo 2
Classes
1
2
3
4
5
6
7
0,143
0,08
0,1086
47
6,8557
6
0,0105
0,0153
0,00063
0,07
Corte
0,080
0,091
0,101
0,112
0,122
0,133
0,143
Frequência
1
3
10
16
8
4
5
Fonte: Autor da dissertação
Figura 26: Curva de distribuição da sensibilidade TL média das amostras de CaSO4:Dy.
18
30
16
25
14
Frequência
12
20
10
15
8
10
6
4
5
2
0
0,0700
0,0800
0,0900
0,1000
0,1100
0,1200
0,1300
0,1400
0,1500
0
0,1600
Sensibilidade TL média (mGy/nC)
Fonte: Autor da dissertação.
Foram escolhidos 51 detectores de CaSO4:Dy que apresentaram sensibilidade
TL dentro de + 5% para a realização do estudo.
A sensibilidade TL média das amostras de CaSO4:Dy do lote selecionado foi
também testada em função da dose para as doses de 2mGy, 10mGy, 50mGy, 100mGy e
200mGy foi de 0,11mGy/nC.
70
5.1.1 Resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose para radiação gama do
137
Cs.
Para a avaliação da resposta dos dosímetros (detector + porta-dosímetro) em
função da dose radiação gama os dosímetros foram irradiados com doses de 2mGy, 10mGy,
50mGy, 100mGy e 200mGy utilizando uma fonte de 137Cs. Esse procedimento foi repetido
por 3 vezes, cada ponto apresentado corresponde à média das respostas. A Tabela 14
apresenta a média das três medições e o desvio padrão da média para cada dose e filtro.
Tabela 14: Avaliação da dose e energias na fonte 137Cs do LCI-IPEN.
Dose
(mGy)
TL
(PL)
TL
(Pb)
TL
(Pbo)
2
13,9 ± 1,1
14,8 ± 0,7
15,04 ± 0,51
10
73,7 ± 3,5
70,0 ± 8,4
68,22 ± 1,99
50
533,6 ± 36,5
577,8 ± 56,0
501,33 ± 11,66
100
1112,4 ± 77,3
1167,0 ± 40,0
996,55 ± 44,65
200
2247,5 ± 136,1
2467,1 ± 0.13
2155,54 ± 183,06
Fonte: Autor da dissertação.
Os resultados obtidos fazendo a média das respostas dos detectores sob os três
filtros do porta-dosímetro (plástico, chumbo e chumbo furado) são apresentados na
Figura 27.
Figura 27: Curva de resposta TL em função da dose (137Cs)
Fonte: Autor da dissertação.
71
Como pode ser observado, a curva apresenta comportamento linear no intervalo
de dose estudado. O fator de calibração do lote para a radiação gama do
137
Cs obtido foi
fcal=0,10mGy/nC.
Nas figuras 28, 29 e 30 são apresentadas as curvas dose- resposta TL dos
detectores CaSO4:Dy para a fonte de 137Cs do LCI-IPEN posicionados sobre os filtros de
Pl, Pb e Pbo respectivamente, onde, como já foi observado, para todos os filtros do portadosímetros do IPEN, as curvas apresentaram um comportamento linear no intervalo de dose
estudado.
A curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy posicionado sobre o filtro de Pl
apresentou incertezas menores que 9%. (Figura 28), a curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy
posicionado sobre o filtro de Pb incertezas menores que 9%. (Figura 29) e a curva doseresposta TL do CaSO4:Dy posicionado sobre o filtro de Pbº as incertezas foram menores que
9% (Figura 30).
Essa caracterização teve como objetivo demonstrar que o sistema satisfaz os
padrões técnicos estabelecidos de desempenho.
Figura 28: Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros posicionado sob o
filtro de Pl.
Fonte: Autor da dissertação.
72
Figura 29: Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros posicionados sob o
filtro de Pb.
Fonte: Autor da dissertação.
Figura 30: Resposta TL em função da Dose - Fonte 137Cs para dosímetros posicionados sob o
filtro de Pbº.
Fonte: Autor da dissertação.
73
5.2 Resposta à radiação X
Para radiologia em crianças as técnicas radiográficas que empregam baixo tempo
de exposição e alto Kvp devem ser predominantemente adotadas, para fins de proteção
radiológica. Em geral, o foco fino tem comprimento entre 0,3 e 1,0mm e o foco grosso tem
comprimento entre 1,3 e 1,5cm.
A caracterização da resposta dos dosímetros para a radiação X utilizada em
diagnóstico pedriátrico foi estudada paras as tensões de 50 e 60kV.
O estudo da linearidade da resposta dos dosímetros termoluminescentes em
função da dose de radiação X foi realizado utilizando inicialmente um objeto simulador de
isopor (OSI) sendo aplicadas as tensões de 50 e 60kV com uma variação de tempo de 0,05ms
a 0,18ms, corrente de 200mA fixa, e Distância Foco Objeto Filme de 1metro. Nas Tabelas
15 e 16 são apresentados exemplos da planilha para operação.
Tabela 15: Irradiações empregando tensão de 50kV e corrente de 200mA em função do tempo
de exposição.
50 kV
Tensão
Corrente
Tempo
(kV)
50
50
50
50
50
50
50
(mA)
200
200
200
200
200
200
200
(ms)
0,05
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
Fonte: Autor da dissertação.
Tabela 16: Irradiações empregando tensão de 60kV e corrente de 200mA em função do tempo
de exposição.
60 kV
Fonte: Autor da dissertação.
Tensão
Corrente
Tempo
(kV)
60
60
60
60
60
60
60
(mA)
200
200
200
200
200
200
200
(ms)
0,05
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
74
Nas Tabelas 17 e 18 são apresentados os valores obtidos para as respostas TL
dos dosímetros irradiados com tensões de 50kV e 60kV, respectivamente, corrente de
200mA e variação do tempo de exposição entre 0,05ms e 0,18ms, disponíveis no
equipamento de raios X para aplicação pediátrica utilizado, com Distância Foco Objeto
Filme de 1metro. Os dosímetros foram posicionados no centro geométrico do objeto
simulador de isopor - OSI, o que fornece a dose média de entrada na pele.
Empregando o algoritmo de cálculo de dose foi possível obter os valores médios
da dose de entrada na pele em função do tempo de exposição.
As curvas de resposta em função da dose para as tensões de 50kV e 60kV,
respectivamente, são apresentados nas Figuras 31 e 32 para os 3 filtros do porta-dosímetro.
Tabela 17: Tensão de 50kV e corrente de 200mA - objeto simulador isopor.
Dose de entrada média (mGy)
Tempo
TL
TL
TL
(ms)
(Pe)
(Pb)
(Pbo)
Dose média de entrada
na pele
(mGy)
0,05
4,48 ± 0,52
0,41 ± 0.01
0,64 ± 0,11
0.06
0,08
8,36 ± 0,24
0,46 ± 0.03
1,13 ± 0,16
0.09
0,10
10,68 ± 0,48
0,55 ± 0.06
1,54 ± 0,08
0.12
0,12
12,52 ± 0,24
0,58 ± 0.05
1,74 ± 0,30
0.13
0,14
16,13 ± 0,45
0,61 ± 0.02
2,04 ± 0,06
0.16
0,16
19,22 ± 0,54
0,69 ± 0.01
2,57 ± 0,12
0.20
0,18
22,30 ± 0,81
0,74 ± 0.13
3,32 ± 0,60
0.24
Fonte: Autor da dissertação.
Figura 31: Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose, utilizando o objeto
simulador Isopor com diferentes tempos de exposição.
Dose (mGray)
Fonte: Autor da dissertação.
75
Tabela 18: Tensão de 60kV e corrente de 200mA - objeto simulador isopor.
Dose de entrada média (mGy)
Tempo
TL
TL
TL
Dose média de entrada
na pele
(ms)
(Pe)
(Pb)
(Pbo)
(mGy)
0,05
11.33 ± 0.51
0,61 ± 0.02
1,49 ± 0.16
0,14
0,08
17.74 ± 0.28
0,75 ± 0.04
2,13 ± 0.12
0,18
0,10
24.19 ± 1.43
0,90 ± 0.01
2,77 ± 0.19
0,23
0,12
28.16 ± 3.20
0,94 ± 0.01
2,97 ± 0.24
0,26
0,14
30.63 ± 0.82
1,04 ± 0.04
3,43 ± 0.36
0,3
0,16
35.96 ± 2.69
1,12 ± 0.10
3,65 ± 0.26
0,34
0,18
38.24 ± 2.13
1,17 ± 0.08
3,76 ± 0.22
0,35
Fonte: Autor da dissertação.
Figura 32: Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy em função da dose, utilizando o objeto
simulador Isopor com diferentes tempos (ms).
Dose (mGray)
Fonte: Autor da dissertação.
Nas Tabelas 17 e 18 e Figuras 31 e 32, como esperado, as diferenças
significativas nas respostas entre os materiais Pl, Pb e Pb o indicam a dependência energética
da resposta.
A resposta TL para a tensão de 50kV apresenta comportamento linear no
intervalo de dose estudado, já, para a tensão de 60kV, o comportamento se apresenta não
linear para tempos de exposição maiores, o que pode ser explicado pelo fato do equipamento
não se calibrado para operar em tempos maiores que 0,14s. Cada ponto da curva representa
a média de quatro leituras e as barras de erro seus respectivos desvios-padrões da média com
o nível de confiança de 95%.
76
A utilização da simulação com a boneca foi especificamente avaliar a condição
real do posicionamento da criança, sua contenção, quando necessária, para o posicionamento
na obtenção da imagem radiográfica e, principalmente, a exposição a qual a criança é
submetida na realização do exame de raios X de Tórax (AP) para a leitura de
radiodiagnóstico.
Portanto não houve nenhuma exposição à radiação, somente foto ilustrativa do
posicionamento no momento do exame, bem como do posicionamento dos objetos
simuladores de isopor e PMMA.
As Tabelas 19 e 20 apresentam valores obtidos para as tensões de 50kVe 60kV,
corrente de 200mA e variação dos tempos de exposição, com Distância Foco Objeto Filme
de 1metro empregando objeto simulador PMMA. O objeto simulador foi projetado para
simular um paciente pediátrico de aproximadamente 5 anos.
Tabela 19: Tensão de 50kV e corrente de 200mA - objeto simulador PMMA.
Dose H média (mSy)
Tempo
TL
TL
TL
o
Dose média H
(ms)
(Pl)
(Pb)
(Pb )
(mS y)
0,05
0,56 ± 0.02
0,19 ± 0,03
0,20 ± 0,02
0.03
0,08
0,62 ± 0.04
0,34 ± 0,05
0,38 ± 0,01
0.05
0,10
0,75 ± 0.08
0,47 ± 0,02
0,48 ± 0,02
0.07
0,12
0,78 ± 0.07
0,52 ± 0,09
0,56 ± 0,01
0.09
0,14
0,83 ± 0.02
0,62 ± 0,02
0,72 ± 0,02
0.12
0,16
0,93 ± 0.01
0,78 ± 0,04
0,86 ± 0,02
0.14
0,18
1,00 ± 0.17
0,89 ± 0,18
0,94 ± 0,04
0.17
PMMA - Polimetilmetacrilato
Fonte: Autor da dissertação.
Nas Figuras 33 e 34 são apresentadas as curvas de dose-resposta TL do
CaSO4:Dy, utilizando o objeto simulador de PMMA em função de diferentes tempos de
exposição e com tensões de 50kV e 60kV, respectivamente. Cada ponto da curva representa
a média das quatro leituras e as barras de erro seus respectivos desvios-padrões da média.
77
Figura 33: Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy, utilizando o objeto simulador PMMA em
função do tempo de exposição
PMMA - Polimetilmetacrilato
Fonte: Autor da dissertação.
De modo análogo aos resultados obtidos para irradiações empregando objeto
simulador de isopor, a resposta TL para a tensão de 50kV apresenta comportamento linear
no intervalo de dose estudado, já, par a tensão de 60k, o comportamento se apresenta não
linear para tempos de exposição maiores, o que pode ser explicado pelo fato do equipamento
não se calibrado para operar em tempos maiores que 0,14s. Cada ponto da curva representa
a média de quatro leituras e as barras de erro seus respectivos desvios-padrões da média com
o nível de confiança de 95%.
Tabela 20: Tensão de 60kV e corrente de 200mA - objeto simulador PMMA.
Dose H média (mSy)
Tempo
TL
TL
TL
o
Dose média H
(ms)
(Pl)
(Pb)
(Pb )
(mS y)
0,05
0,52 ± 0.01
0,30 ± 0,01
0,40 ± 0,04
0.03
0,08
0,64 ± 0.03
0,46 ± 0,01
0,57 ± 0,03
0.05
0,10
0,77 ± 0.01
0,63 ± 0,04
0,74 ± 0,05
0.05
0,12
0,80 ± 0.01
0,74 ± 0,08
0,79 ± 0,06
0.09
0,14
0,91 ± 0,10
0,80 ± 0,02
0,89 ± 0.03
0.10
0,16
0,97 ± 0,07
0,94 ± 0,07
0,96 ± 0.08
0.12
0,18
1,20 ± 0.06
1,04 ± 0,06
1,18 ± 0,06
0.18
PMMA – Polimetilmetacrilato
Fonte: Autor da dissertação.
78
Figura 34: Curva dose-resposta TL do CaSO4:Dy, utilizando o objeto simulador PMMA com
diferentes tempos (ms).
PMMA - Polimetilmetacrilato
Fonte: Autor da dissertação.
A partir dos resultados obtidos podemos considerar que um paciente pediátrico
sujeito a um procedimento radiográfico de tórax padrão, isto é, tensão de 50kV, corrente de
200mA, tempo de exposição de 0,12ms, está sujeito a uma dose média de 0,09mSv e para a
tensão de 60kV, corrente de 200mA, tempo de exposição de 0,12ms, está sujeito à mesma
dose média de 0,09mSv.
Com base nos princípios da não maleficência (ou seja, primeiro, não fazer mal e
segundo fazer o bem), os profissionais de saúde têm o dever ético de otimizar a relação riscobenefício para todas as intervenções, com o objetivo de garantir que os benefícios superem
os melfícios (Skool,2013).
79
6 CONCLUSÃO
1.
A resposta TL do dosímetro de CaO4:Dy apresenta comportamento linear no
intervalo de energia (tensão) e tempo (dose) utilizados nos exames pediátricos;
2.
Os resultados obtidos indicam que um paciente pediátrico sujeito a um
procedimento radiográfico de tórax padrão, isto é, tensão de 50kV, corrente de
200mA, tempo de exposição de 0,12ms, está sujeito a uma dose média de
0,09mSv;
3.
Este estudo teve grande importância como instrumento no aprendizado,
principalmente por estabelecer parâmetros específicos sobre metodologias de
dosimetria termoluminescentes para a avaliação da dose em Radiologia
Pediátrica;
4.
O aprimoramento dos profissionais nas técnicas radiológicas é muito importante
para se obter resultados na diminuição da dose pediátrica, e consequentemente
levando ao conhecimento da dosimetria e possíveis consequências da radiação
no organismo, que é somada à grande expectativa de vida das crianças.
80
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMS, H. HISTORY OF CARDIAC RADIOLOGY. American Journal of
Roentgenology, v. 166, p. 255 – 258, 1996.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Portaria 453/98. Brasilia, 1998.
Disponível em <http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=1021> Acesso
em: dez. 2019.
BITELLI, T. (2006). Física e dosimetria das radiações. São Paulo: Atheneu.
BIRAL, A. R. RADIAÇÕES IONIZANTES PARA MÉDICOS FÍSICOS E LEIGOS. Ed
Insular Ltda, 2002.
BONTRAGER, K.L. Tratado de Técnica Radiologica e Base Anatômica. ED. Guanabara
Koogan S.A. 7ª ed. Rio de Janeiro, 2009.
BUSHONG, SC. Manual de radiología para técnicos. Física, biología y protección
radiológica. 2_ ed. Missouri: Mosby-Year Book, 2001.
BUSHONG, S.C. (2010). Ciência Radiológica para Tecnólogos: Física, Biologia e Proteção;
Rio de Janeiro; Ed.Elsevier.
CAMPOS, L.L. Termoluminescentes de materiais e sua aplicação em dosimetria da
radiação. Cerâmica. P 144, 1998.
CAMERON, J. R.; SUNTHARALINGAM, N.; KENNEY, G.N. Thermoluminescent
Dosimetry. The University of Wisconsin Press (1968).
CALDER, J. F. THE HISTORY OF RADIOLOGY IN SCOTLAND, 1896–2000.
Edinburgh, UK: Dunedin Academic, 2001.
CARVALHO, R. P.; OLIVEIRA, S. M. V. Aplicações da Energia Nuclear na Saúde. São
Paulo: SBPC/IAEA, 2017.
CASMIE - Comitê de Avaliação de Serviços de Monitoração Individual
Externa,Desempenho de Sistemas de Monitoração Individual – Critérios e Condições. Rio
de Janeiro: Comissão Nacional de Energia Nuclear, Instituto de Radioproteção e Dosimetria,
1995.
CE. Commission of European Communities. European Guidelines on Quality Criteria for
Diagnostic Radiographic Images, Office for Oficial Publications of the European
Communities, Luxembourg> EUR 16260, 1996.
CNEN Nº 102 – (2019). Coeficiente de dose para exposição do público. Rio de Janeiro – RJ.
CNEN NN 3.01.(2011). Diretrizes Básicas de Proteção Radiologica. Rio de Janeiro – RJ.
81
CNEN, Comissão Nacional de Energia Nuclear – Requisitos técnicos para certificação de
Laborató-rios de calibração de Instrumentos de medição para radiação ionizante usados em
radiopropteção. RT-LCI-001/2011. CASEC/IRD/CNEN (2011).
COSTA, R.F. (2015). Avaliação do conhecimento e das práticas, na proteção de pacientes,
nos exames com raios X e a melhoria do serviço através do treinamento. Braz. J. Radiat.
Scien., 03 (1A): 01-09.
CURRIE D, Garlick G F J. Luminescence in crystals Methuen and Co Ltd. (1963).
CURRY, T. S., DOWDEY, J. E., & MURRY, R. C. (1990). Christensen's Physiscs of
Diagnostic Radiology. Williams & Wilkins.
DAVISON M. Optimisation of radiation protection in the Health Service. J Soc Radiol Prot.
1987;7(3):119-23. DOBBINS, J.T., 1995. DQE 4 ger CR. Med. Phys.
FELÍCIO CMF, RODRIGUES VMCP. A Adaptação do Técnico de Radiologia às novas
Tecnologias. Radiologia Brasileira. 2010;43(1):23-8.
GOOD WF, GUR D, FEIST JH, THAETE FL, FUHRMAN CR, BRITTON CA, et al.
Subjective and objective assessment of image quality-a comparison. J Digit Imaging. 1994
May;7(2):77-8.
GRAY, J.E., WINKLER, N.T.., STEARS, J.., FRANK, E.D., 1988. Quality Control in
Diagnostic Imaging by 920. Doi: 10.1118/1.595437.
HARSHAW CHEMICAL CMPANY – Model 300 A TLD System, Instrucion Manual,
1982.
HART, D; WALL, B.F.; SHRIMPTON, P.C.; DANCE, D.R. The estabilishment of
reference doses in pediatric radiology as a function of patient size. Radiation Protection
Dosimetry, v 90, p 235-238,2000.
HELLIO LE GRAVERAND MP, MAZZUCA S, DURYEA J, BRETT A. Radiographic
grading and measurement of joint space width in osteoarthritis. Rheum Dis Clin North Am.
2009 Aug;35(3):485-502.
IAEA, International Atomic Energy Agency, Workplace Monitoring for Radiation and
Contamination, Practical Radiation Technical Manual, Viena, 1995.
IAEA (a) - International Atomic Energy Agency, Assessment of Occupational Exposure Due
to External Sources of Radiarion, Safety Standards Series, Safety Guide, No. RS-G- 1.3,
Viena, 1999.
IAEA (b) - International Atomic Energy Agency, Occupational Radiation Protection, Safety
Standards Series, Safety Guide, No. RS-G- 1.1, Viena, 1999.
IAEA - International Atomic Energy Agency, Workplace Monitoring, Draft Safety Report
(a ser publicado), Viena, 2003.
82
IAEA - International Atomic Energy Agency, Calibration of Radiation Protection
Monitoring Instruments, Safety Reports Series no 16, Viena, 2000.
IEC – International Electrotechinical Commission IEC 1066, of Thermoluminescence
dosimetry systems for personal na environmental monitoring. IEC 1991.
ICRU - International Commission on Radiation Units and Measurements, Determination of
Dose Equivalents Resulting from External Radiation Source – Part 2, ICRU Report 43,
Bethesda, MD, 1988.
ICRU - International Commission on Radiation Units and Measurements, Measurement of
Dose Equivalents from External Photon and Electron Radiations, ICRU Report 47,
Bethesda, MD, 1992.
ICRU - International Commission on Radiation Units and Measurements, Radiation
quantities and units, ICRU Report 33, Bethesda, MD, 1980.
ICRP. International Commissioan ou Radiological Protection. Brasis for dosimetric
quantities used em radiological protection. Pergamon Press, Ocford, UK: Draft of 12
February 2006.
INKOOM S, SCHANDORF C, FLETCHER JJ. Optimisation of patient radiation protection
in conventional X-ray imaging procedures using film reject analysis: a demonstration of the
importance of rare earth screen-film systems. Radiat Prot Dosimetry. 2009 Sep;136(3):196202.
IRD, Instituto de Radioproteção e Dosimetria - Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Desempenho de Sistemas de Monitoração Individual – Critérios /e Condições. Comitê de
Avaliação de Serviços de Monitoração Individual Externa (CASMIE/IRD). IRD-RT N
09/2001.
ISO, INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Nuclear energy
– Radiation protection – Individual thermoluminescence dosemeters for extremities and
eyes. Genève: ISO, 2000 (ISO 12794:2000(E).
JENNINGS, R.J., 1988. A method for comparing beam- hardening filter materials for
diagnostic radiology. Med.Phys. 15,588-99.
JOHNS HE, CUNNINGHAM JR. The physics of radiology. 4th ed. Springfield, Ill., U.S.A.:
Charles C. Thomas; 1983.
KATHREN RL. Guide to reducing radiation exposure to as low as reasonably achievable
(ALARA)1980. Report No.: DOE/EV/1830-T5; TRN: 80-011580 United StatesTRN: 80011580Wed Feb 06 20:47:35 EST 2008NTIS, PC A11/MF A01.PNNL; ERA-05-027860;
EDB-80-086485English.
KHAN, F. M; The physics of radiation theraphy. 4 ed. Baltimore, Maryland: Lippincott
Williams & Wilkins, 2010.
83
LACERDA, M. A. S.: KHURY, H.J, SILVA, T.A.: AZEVEDO, A. C. P.: GUEDES, E.C.
Avaliação das Condições de Radioproteção e Dose Pacientes em Exames Tóraz Realizado
em um Hospital Público Infantil de Belo Horiznte, Anais do 1º Congresso Brasileiro de
Proteção Radiologica. Rio de janeiro, 2005.
MADRIGANO, R.R.; Abrão, K.C.; Puchnick, A.; Regacini, R. (2014). Avaliação do
conhecimento de médicos não radiologistas sobre aspectos relacionados à radiação ionizante
em exames de imagem. Radiol. Bras., 47 (4): 210-216.
McKEEVER,S.W,S. Thermoluminescence of solids. London: Cambridge,1985.
McKEEVER,S.W,S: Mosvovitch, M Townsend,P.D. termoluminescent
materials: properties and uses. Kent:Nuclear Techonogy Publishing, 1995.
dosimetry
MURPHEY MD, QUALE JL, MARTIN NL, BRAMBLE JM, COOK LT, DWYER SJ, 3rd.
Computed radiography in musculoskeletal imaging: state of the art. AJR Am J Roentgenol.
1992 Jan;158(1):19-27.
NAVARRO, M.V.T. (2009). Risco, Radiodiagnóstico e Vigilância Sanitária. Salvador:
Editora EDUFBA, p. 166.
NCRP Report 148. (2004). Radiation protection in veterinary medicine. National Council on
Radiation Protection and Measurements. Bethesda.
NOBREGA, A.I. (2011). Tecnologia Radiológica e Diagnóstico por Imagem. Volume 3.
São Caetano do Sul, 5 ed., Editora Difusão.
OLIVEIRA, J.P. DA ROSA, L.A.R, BATISTA, D.V.S., BARDELLA, LH, CARVALHO,
AR. Avaliação da dose no reto em pacientes submetidos a braquiterapia de alta taxa de dose
para o tratamento do cancer bdo colo uterino. Radiologia Brasileira, v12, p83-88, 2009.
OKUNO, E. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. ed. Harbra ltda., São Paulo, 1998.
OKUNO, E.; YOSHIMURA, E. M. Física das radiações, Oficina de textos, São Paulo, 2010
Rodrigues Júnior, A. A. O que é irradiação? E contaminação radioativa? Vamos esclarecer?
Física na Escola, v. 8, p. 40 – 43, 2007.
PEDROSA, J.F. Exame de Imagem em Radiologia Pediátrica. Boletim Científico. SMP.
Disponível em: <http://www.smp.org.br> Acesso em 29 de dez. 2019.
PERIAGO, M. R. Radiological Physics Within The Framework of PAHO Technical
Cooperation Programs. Rev. Panam Salud, v. 20, n. 2-3, 2006.
PINA, D.R. Metodologia para otimização de imagens radiograficas. Ribeirão Preto:
Universidade de São Paulo (USP), tesse de doutorado, 2002.
PODGORSAK, E. B. Radiantion Oncology Phisics: A Handbook for Teachers and Students,
Viena, Austria, InternacionalAtomic Energy Agency, 2005.
84
PORTARIA/MS/SVS-Nº453. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - SVS/MS, de 01 de junho de 1998 D.O.U. 01/06/98 1998.
PORTO, L.E. Avaliação de Kerma na Superfície de entrada da pele em pacientes pediátricos
do Hospital de Clínicas de Curitiba, 2010.
POWSER, R. A.; POWSER, E.R. Essential Nuclear Medicine Physics 2º Ed. Malden:
Blackwell Science; 2006.
PROKOP M, GALANSKI M, OESTMANN JW, VON FALKENHAUSEN U,
ROSENTHAL H, REIMER P, et al. Storage phosphor versus screen-film radiography: effect
of varying exposure parameters and unsharp mask filtering on the detectability of cortical
bone defects. Radiology. 1990 Oct;177(1):109-13.
RADIATION RISKS AND PEDIATRIC COMPUTED TOMOGRAPHY (CT): A Guide
for Health Care Providers - www.cancer.org
RADIOLOGYINFO.ORG.The radiology information resource for patients. Disponível em:
<https://www.radiologyinfo.org/>. Acesso em jan. 2019
SOKOL DK (2013). “First do no harm” revisited. BMJ. 347:f6426. doi:http://dx.doi.
org/10.1136/bmj.f6426: Acesso em: set. 2020
TAUHATA, L., SALATI, I. P. A, DI PRINZIO, R. D., DI PRINZIO, A R. – Radioproteção
e Dosimetria, IRD/CNEN, Rio de janeiro, 1999.
TEC RAD – Tecnologia em Radioproteção Ltda, CONTROLE DE QUALIDADE DOS
EQUIPAMENTOS DE RAIOS-X RADIOLOGIA MÉDICA, 2019.
TILLY JR, J.G. Avaliação de dose de radiação em pacientes submetidoà exames
radiológicos convencionais, Ribeira Preto: Universidade de São Paulo (USP), dissertação de
mestrado 1997.
TURNER J.E.Atoms, Radiation and Radiation Protection. 3rd edition, Wiley-VCH Verlag
GmbH & Co. KGaA,Weinheim, 2007.
VALENTIN J, INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICAL
PROTECTION. The 2007 recommendations of the International Commission on
Radiological Protection. Oxford, 60.
VENEZIANI, G R: CORREIA, E.L. POTIENS, M.P.A.: CAMPOS, L.L. Attenuation
coefficient determation of printed abs and pla simples in diagnostic radiology standard
beams in 8º Congresso Brasileiro de Metrologia 29 novembro à 4 de dezembro, 2015 Bento
Gonçalves, RS.
YANG, J.S.; KIM, D.Y.; KIM, J.L.; CHANG, S.Y.; NAM, Y.M.; PARK, J.W.
Thermoluminescence characteristics of teflon embedded CaSO 4:Dy TLD. Radiation
Protection Dosimetry, 100:337-340 (2002).