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Retrato de palavra inteira

2013

A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso.

Retrato de palavra inteira Autor(es): Poiares, Marta Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/26330 Accessed : 11-Oct-2024 11:41:18 A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. impactum.uc.pt digitalis.uc.pt 38 • out • © PIMC_UC • 2013 • • • R E V I S TA D A R E I T O R I A D A U N I V ER SI DA DE DE COI M B R A NÚMERO 38 O U T U B RO 2 013 10: TODOS OS 10 DEDOS DAS MÃOS RE TR ATO DE RL #38 | AO LARGO RETRATO DE CORPO INTEIRO M A R TA P O I A R E S 60 PA L AV R A I N T EI R A Nasceu em 2003, completa dez anos de publicação ininterrupta e conta com 38 edições de vida. A Rua Larga, revista da reitoria da Universidade de Coimbra (UC), surgiu como um dos estandartes mais visíveis da política cultural traçada pelo então pró-reitor para a cultura, João Gouveia Monteiro. Feita de inevitáveis metáforas, pela rua que a batiza, quis-se “aberta ao trânsito das ideias que circulam na Universidade de Coimbra” e continua, ao longo dos tempos, a viajar nas entrelinhas da universidade, com vista para a cidade e sempre de mão dada ao mundo. A Rua Larga teve como ponto de partida um desejo revestido de honra: ocupar o espaço de comunicação, no seio da comunidade universitária de Coimbra, que a revista “Informação Universitária”, lançada pelo Reitor Fernando Rebelo (1998 e 2002), tinha provado existir. Sonhada uma figura artística e intemporal, pelas mãos do membro e pilar António Barros, viu-se ser construído um corpo de texto dividido em quatro secções principais. Começa-se por abrir a porta ao diálogo com a equipa reitoral, numa Reitoria em Movimento, onde são incluídas as atividades e projetos da própria Reitoria. Constrói-se, depois, uma Oficina dos Saberes, onde unidades orgânicas ocupam lugar: da sua pluralidade de iniciativas, à reflexão em todas as áreas do saber ou mesmo à informação de atualidade. Aqui mora também uma ciência selecionada intitulada Ciência Refletida. Numa terceira artéria, Ao Largo da mesma rua, semeiam-se entrevistas e perfis a (re)nomes de praças maiores, livros publicados pela Imprensa da UC, o espaço da cidade de Coimbra, uma coluna de opinião universitária, uma crónica literária, por onde pass(e)aram nomes como José Luís Peixoto, Manuel Jorge Marmelo ou Almeida Faria, uma agenda cultural, etc. Como ponto pouco final, um caderno temático colecionável, à descoberta de novos assuntos de interesse para toda a comunidade científica. E porque uma rua também se faz de ecos, foi formada uma Comissão de Ligação às unidades orgânicas e aos serviços, composta por mais de 30 personalidades, de todas as áreas científicas e de papel essencial no alinhamento da revista e na seleção dos artigos. Para que nenhum alicerce fizesse o corpo de texto tremer, foi estabelecido um quadro de assinantes, a disponibilização da revista online (a partir de 2004, em www.uc.pt/rualarga), a abertura a patrocínios privados e, ainda, a sua promoção em livrarias e eventos diversos. Nenhuma rua vive sem habitantes e a Rua Larga não é exceção. As ideias e as imagens ergueram-se, trimestre a trimestre, com empenhos mergulhados em sonhos de pessoas fundamentais à construção de um produto – tantas vezes enigma - final: à edição minuciosa de Clara Almeida Santos e à plasticidade artística de António Barros, juntou-se a lente fotográfica de Paulo Mora e João Armando Ribeiro, a infografia de Pedro M. Duarte e a equipa de produção e administração com Isabel Terra, Ana Margarida Roque, Luísa Lopes, Ilídio B. Pereira e Lígia Ferreira. Ao fim de quatro anos, e calcorreando um caminho de óbvia permanência cultural, assume a função de diretor-adjunto da revista, o então pró-reitor José António Bandeirinha. As provas reconheceram-lhe que “nos projetos de êxito não se mexe”, e a aposta foi, sobretudo, inaugurar um Espaço das Escolas, dedicado à arquitetura de uma Univers(c)idade por descobrir, e sublinhar, também, o apoio da comunidade universitária à publicação. A edição passou, também, por mudanças na sua estrutura humana, próprias de uma Rua em movimento. Editaram a publicação Martha Mendes (n.º 26), Pedro Dias da Silva e Marta Poiares (n.º 27 a n.º 34) e Marta Poiares (n.º 27 a n.º 38). Na infografia, Sérgio Brito, Sérgio Temido e Henrique Patrício garantiram que de cada peça se fizes- se um todo. E se algumas histórias contam saudade, a Rua Larga não foge ao mito: desde 2006 e até ao seu desaparecimento prematuro, na primavera de 2009, a Rua Larga teve como editor o jornalista João Mesquita. Um ciclo foi encerrado com o número 32, mas sempre de olhos postos no futuro. João Gabriel Silva assume lugar de reitor e Clara Almeida Santos, editora na origem, regressa, assim, como diretora-adjunta de diferença em vista. O número 33, cabalístico por natureza, marcou um novo início e um bom augúrio: uma ”Universidade, hoje”, cheia de futuro dentro. A periodicidade passou a querer-se sincronizada com o passo a passo do ano letivo, dançando ao som dos ritmos de início e fim dos semestres: novembro, fevereiro e junho. A ortografia apareceu renovada, acompanhando a mutação da Língua Portuguesa e cumprimentando o Novo Acordo. Agora sempre rendida a um tema, a rua virou casa de novos nomes, mantendo, ainda assim, todas as secções do costume. Outra novidade passa pelo debate tomado de empréstimo a Umberto Eco: Apocalípticos e Integrados mantém acesa a discussão entre dois olhares diferentes sobre um mesmo tema. Se a rua a quem pediu emprestado o nome se faz, dia a dia, uma história cheia de História, a revista tornou-se orgulhosamente parte dela, sendo espaço privilegiado onde, edição a edição, se atravessam as portas da Universidade e onde se (lhe) percorrem todos os trilhos. Dez anos depois da sua criação, viver-se-á sempre sobre as pedras erguidas no passado, mas acompanhar-se-á, também, um futuro que se quer ainda mais largo e inclusivo. A Rua Larga prepara-se, agora, para a inclusão na plataforma Impactum, braço da UC Digitalis, o maior repositório digital em língua portuguesa de informação académica. No editorial que marcou o princípio de uma longa Rua, lia-se nas palavras do então reitor da UC, Fernando Seabra Santos: “A Rua Larga pretende ser, simultaneamente, arauto e espelho de uma Universidade renovada, aberta aos desafios do tempo e marcada por uma incessante procura de qualidade”. Dez anos depois da sua criação, os pés que percorrem esta Rua, dizem, com a certeza na ponta dos passos, que se fez do corpo um barco e (se) navegou na pedra*. *António Gedeão