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LIVRO CAPITULO 2 OS PRINCIPIO DA ADMINISTRACAO 2

2024, PARTE 1: OS FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO CAPÍTULO 2: OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

Os Princípios e as Práticas aplicáveis à Gestão Organizacional INTRODUÇÃO Fazer a coisa certa é mais importante do que fazer a coisa de maneira correta. Peter Drucker Seja bem-vindo à Unidade de Aprendizagem, onde discutiremos os princípios que norteiam a gestão organizacional. Vamos analisar de início o princípio da eficácia, ou seja, fazer as coisas certas, que

CAPÍTULO 2 Os Princípios e as Práticas aplicáveis à Gestão Organizacional INTRODUÇÃO Fazer a coisa certa é mais importante do que fazer a coisa de maneira correta. Peter Drucker Seja bem-vindo à Unidade de Aprendizagem, onde discutiremos os princípios que norteiam a gestão organizacional. Vamos analisar de início o princípio da eficácia, ou seja, fazer as coisas certas, que conforme destacado por um dos maiores teóricos da administração, é os princípio mais importante da administração. Na sequência examinaremos o princípios da eficiência, pois não basta apenas fazer as coisas certas, é necessário faze-las de maneira correta, ou seja, de maneira eficiente. Quando se consegue associar a eficência com a eficácia alcança-se o terceiro princípio da gestão,a qualidade, ou efetividade, fazer as coisas certa (com eficácia) de maneira certa (com eficiência). Vamos explorar as práticas para alcançar e manter de forma contínua a qualidade. Eficácia, eficiência e qualidade são princípios que para serem alcançados dependem de pessoas motivadas. Discutiremos, então, o quarto princípio, o clima organizacional, como aplicar os princípos do clima organizacional para alcançar a eficácia, a eficência e a qualidade, através de pessoas. Finalizando a unidade, vamos explorar a aplicação dos princípios da estratégia organizacional na Gestão Total da Qualidade, com o objetivo de aliar pessoas e processos organizacionais para criar valor para clientes e stakeholders (as partes interessadas: colaboradores, fornecedores, acionistas, comunidade e sociedade). Então, convido você a percorrer essa jornada. SEÇÃO 1: Eficácia Toda organização, de qualquer área de atuação, mobiliza e transforma recursos para produzir resultados, na forma de produtos e serviços, que atendam as necessidades de seus clientes. O sucesso das organizações dependem do seu desempenho na transformação dos recursos e na satisfação dos seu clientes. Existem dois conceitos para avaliar o bom desempenho de uma organização, duas formas distintas de analisar as mesmas questões: a eficiência e a eficácia. O primeiro foca nos meios utilizados, nos processo, a segunda nos resultados, nos produtos e serviços que agreguem valor aos clientes. O desafio dos gestores é saber garantir a eficácia e a eficiência, e saber descartar fatores relacionados a ineficácia e ineficiência. A eficiência e eficácia são termos centrais para avaliar o desempenho das organizações e um dos grandes desafios é o de realizar esses dois conceitos de forma conjunta. SAIBA MAIS Se cuidamos da eficência (os meios), mas e descuidamos da eficácia (os fins) podemos estar dispendendo inutilmente nossos esforços. Por exemplo, um vendedor que bate todas as metas de venda mas que no final do mês a área de cobrança da empresa não consegue receber dos clientes. No caso temos um vendedor com alta eficiência, mas uma empresa com baixa eficácia, devido à inadimplência dos seus clientes. O inverso também é verdadeiro, se cuidarmos da eficácia (os fins) mas descuidarmos da eficiência (os meios), estaremos seguindo o lema “os fins justificam os meios”. Um exemplo de eficácia, desconectada da eficiência é uma empresa que entrega um projeto dentro do orçamento de custos e do cronograma de prazos. Certamente a empresa foi eficaz, mas resta uma dúvida: ela não poderia ter sido mais eficiênte e ter entregue o mesmos projeto, dispendendo menos custos e prazos? Sabemos que é sempre possível fazer mais com menos, “ir além”! A associção da eficácia (os fins), com a eficiência (os meios), significa fazer a coisa certa e de forma certa, ou seja com qualidade, ou se preferirem, com efetividade. Retomando o exemplo anterior, significaria entregar o projeto com o menor custo e no menor prazo, surpreendendo e encantando o cliente. Nessa primeira seção vamos analisar a eficácia. Como vimos na primeira unidade de aprendizagem, a eficácia tem o seu surgimento nas teorias da administração posterior ao da eficiência, os primeiros anos da era industrial tinha como foco os meios e a organização das tarefas de produção. O foco nos resultados e objetivos surge posteriormente com as abordagens contingencial, comportamental, e sistêmica, que consideram o ambiente em constantes mudanças, exigindo estratégias adequadas que assegurem a realização dos resultados (eficácia). O princípio da eficácia esta orientado para o alcance de resultados. Podemos conceituar a eficácia como sendo a relação entre os objetivos buscados e os resultados alcançados. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos mais a organização é eficaz. Dessa forma a eficácia esta intimamente relacionada com os resultados e com os objetivos alcançados, a partir de um processo, mas principalmente, ao cumprimento de objetivos relacionados à esses resultados. Portanto, a eficácia exige clareza na definição dos objetivos a serem alcançados. Uma metodologia que enfatiza essa importância é a denominada 5W2H. Criada na indústria automobilística japonesa, utilizada como ferramenta de gestão da qualidade, no planejamento, organização e controle dos diferentes processos organizacionais. A ferramenta oferece um checklist composto por sete questões específicas.. As questões que compõem o 5W2H são: WHAT: o que será feito? – Determinar o objetivo do que se pretende realizar, ou seja, definir e descrever o que será feito de fato; WHY: por que será feito? – Justificativar o objetivo do que se pretende realizar; WHERE: onde será feito? – Definir o local de realização. Este local pode ser um local físico, ou um setor, ou um processo da empresa; WHEN: quando será feito? – Definir quando será realizado e o tempo de execução – cronograma e prazos para a execução; WHO: por quem será feito? – Definir quem ou qual área será responsável pela execução do objetivo definido; HOW: como será feito? – Definir os métodos, padrões ou estratégias utilizadas para a realização do objetivo definido, para que seja executado da melhor forma; HOW MUCH: quanto custará? – Definição do custo e investimento necessário para a realização do objetivo proposto. A metodologia 5W2H é extremamente útil no planejamento organizacional, podendo ser associada à uma outra ferramenta, a Análise SWOT, que vimos na UA1, e que identifica os pontos fortes e pontos fracos do ambiente organizacional, e os relaciona com as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externos à empresa. Essa associação entre a metodologia 5W2H e a análise SWOT, permite formular questões relacionadas à busca da eficácia organizacional, questões como:  “O que pode ser feito para explorar as oportunidades e os pontos fortes, e mitigar os pontos fracos e as ameaças? (What)”  “Por que deve ser feito dessa forma? (Why)”  “Quem será o responsável por atuar sobre esses pontos? (Who)”  “Onde, em que pontos, serão feitas essas ações? (Where)”  “Quando serão feitas tais ações? Qual o cronograma das atividades? (When)”  “Como explorar as oportunidades e os pontos fortes, e mitigar os pontos fracos e as ameaças? (How)”  “Qual será o custo-benefício dessas ações?” (How much)” A figura a seguir ilustra a Metodologia 5W2H. Observe que a metodologia prioriza a importância na definição previa e clara dos objetivos em termos de resultados: são cinco questões relacionada aos fins (5W), e apenas duas questões relacionadas aos meios (2H). FIGURA: A Metodologia 5W2H EXERCITE A ferramenta 5W2H Indicada sempre que se precise colocar um plano em ação. Serve para a tomada de decisão sobre os principais elementos que orientarão a implementação do plano. É útil, tanto para aplicações simples, quanto para o desenvolvimento de um plano de negócio tático e operacional. A ferramenta 5W2H é uma ferramenta tão óbvia de ser utilizada que não há uma concordância sobre quem a desenvolveu. Como ferramenta, ganhou mais popularidade com a disseminação das técnicas de gestão da qualidade e, posteriormente, com as de gestão de projetos Acesse o Portal do SEBRAE e baixe a ferramenta 5W2H: Ferramenta 5W2H – Plano de Ação para Empreendedores. Disponível em:: https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/5W2H.pdf A orientação para a eficácia exige do gestor: foco em resultados, estabelecimento de metas e alcance de objetivos. A eficácia está relacionada aos outputs, a realização dos resultados e o cumprimento de objetivos de um processo. Os indicadores de eficácia devem mensurar os resultados obtidos das atividades realizadas, permitndo acompanhar e avaliar de forma periódica as variáveis mais importantes, dentro do contexto analisado. A avaliação da eficácia deve levar em conta todos os públicos interessados (stakeholders). Os indicadores ou índices visam quantificar os resultados alcançados, lembrando a máxima perpetuada por Peter Drucker: “O que não se mede, não se gerencia”. Os indicadores de eficácia relacionam os produto e serviços com os resultados alcançados. Medem o impacto de uma marca, de seus produtos e serviços no atendimento de necessidades, na confiabilidade, na confiança, na pontualidade, na satisfação dos cliente, bem como nos resultados financeiros e na lucratividade da empresa.. SEÇÃO 2: Eficiência Não basta fazer as coisas certas, ou seja, com eficácia, é necessário fazer as coisas de maneira correta, ou seja, com eficiência. A eficiência é uma exigência em um mercado altamente competitivo, além de ser uma condição necessária para se alcançar a eficácia. A eficiência indica se uma organização utiliza de forma produtiva ou econômica os seus recursos, os meios que dispõem para alcançar seus resultados. Quanto mais eficiênte for uma organização, maior será sua produtividade na transformação dos seus recursos. O conceito de eficiência é definido pela relação que há entre as entradas (inputs) de recursos de bens e serviços consumidos, e as saídas (outputs) de bens e produtos produzidos, ou seja, os resultados finais do processo organizacional de transformação. O foco da eficiência é de eliminar desperdícios, consumos desnecessários, racionalizar os recursos consumidos, produzir mais com menos. Temos eficiência quando o processo de transformação agrega valor, resultando em bens e serviços com os atributos de qualidade e quantidade desejados. A crescente complexidade dos negócios, o advento de inovações e de novas tecnologias, o aumento da produtividade, tem levado a um aumento significativo da competitividade entre as organizações. A grande maioria dos produtos se equiparam em qualidade, tornaram-se commodities, restando às empresas a diferenciação pela produtividades, ou seja, pela eficiência na produção. Como consequência as organizações passaram a investir mais nas práticas de gestão, que assegurem a eficiência e a produtividades dos seus processos, como forma de alcançar diferenciais competitivos em relação á concorrência. Segundo Chiavenato (2014): a eficácia serve para efetuar a medição do alcance dos resultados e a eficiência serve para aferir a aplicação dos recursos utilizados nesse mesmo processo. A eficiência é um encadeamento entre os custos e os benefícios, focada na melhor forma de realizar os objetivos e concretizar as tarefas. A eficiência não se centra nos fins, mas sim nos recursos utilizados, inserindose assim nas tarefas e nas questões internas das organizações. Por outro lado, a eficácia está inserida no sucesso da obtenção dos objetivos, nos fins, centrando-se nas questões externas das organizações. Quando o gestor está focado na produção correta, ele está concentrado na eficiência. Para que sejam empregados da melhor forma os recursos que tem à sua disposição. A eficiência organizacional diz respeito à quantidade de recursos empregados, para produzir uma unidade de produto. Essa eficiência pode ser medida analisando as entradas e saídas para a produção de uma unidade de produto. Caso a organização consiga esse patamar de produção, com menos recursos, a organização se torna mais eficiente. O princípio da eficiência é a relação entre esforço e resultado, quanto menor o esforço para atingir um resultado, mais eficiente é o processo. A eficiência pode ser avaliada inicialmente pela produtividade. Essa avaliação pode ser realizada a organização como um todo, ou seja, a medição da produtividade de toda a organização, ou ainda, para cada uma das partes que compõem a organização, ou seja, a produtividade dos seus processos, e a produtividade de cada pessoas que atua na organização. Vejamos a seguir uma das técnicas de gestão centradas na eficiência e na produtividade organizacional: Administração Por Objetivos APO Peter F. Drucker é considerado o seu criador ao lançar o livro Prática da administração de empresas, em 1954. O modelo prega que todos os colaboradores da organização devem ter os resultados como foco principal de suas ações. Cria-se um ambiente de negócios em que todos estão orientados em buscar as metas estabelecidas e não apenas focados nos processos. Os objetivos devem ser estabelecidos em conjunto entre os subordinados e seus chefes, de modo que exista um comprometimentos conjunto para que a empresa atinja o máximo de eficiência. A APO ênfatiza ao controle, para isso é necessário ter critérios quantitativos de mensuração dos resultados, e um processo de revisão, que permita efetuar as mudanças necessárias e adequação à situação desejada. Figura: As características da Administração Por Objetivos Adaptado de Sobral (2012) Características da APO:  Objetivos claros: estabelecer resultados de maneira conjunta e bem definida, de forma que a meta se torne desafiadora e motivadora;  Equipe mais integrada: com todos atuando de acordo com objetivos comuns, torna a integração, colaboração e comunicação melhor;  Engajamento: as pessoas se sentem responsáveis pelo andamento de um projeto ou processo, se sentem “donas de seu próprio negócio”. Resultando em comprometimento, motivação e engajamento;  Aumento de produtividade: profissionais engajados, trabalhando em equipe e com metas compartilhadas bem definidas resulta em aumento da produtividade da empresa.. MÍDIA Peter Drucker, o fundador da administração moderna, reiterou que os elementoschave para criar organizações altamente competitivas e prontas para a batalha são sempre os mesmos; permanente. Acesse o site TED e assista à palestra que busca responder à estas questões:: Nothing Changes: Drucker's questions are eternal | Jorge Sá | TED x GrandRapids Disponível em::https://youtu.be/SOkjPVi1Fts A gestão de produtividaades utiliza os denominados Indicadores Chaves de Desempenho, KPIs (Key Performance Indicators), para monitorar o desempenho dos processos organizacionais, tomar decisões e administrar negócios. Verificando se os processos estão de acordo com as metas estabelecidas, ou se necessitam ações corretivas. Características de bons indicadores KPI’s: devem ser baseados em dados mensuráveis e confiáveis; serem de fácil calculo e compreensão; Serem definidos através de regras claras e conhecidas. Alguns dos indicadores mais utilizados: Produtividade (ex:produtividade hora/colaborador); Qualidade (ex: quantidade de defeitos); Capacidade (ex: quantidade que uma máquina embala de produtos por dia); Estratégicos (ex:como a empresa se encontra em relação a suas metas). SAIBA MAIS O que são KPI’s? São os indicadores que você, como gestor, vai definir para acompanhar a evolução das operações, evitando se perder em meio a uma quantidade absurda de relatórios e dados que não levam a lugar algum. É por meio dela que você manterá o foco para ir atrás das metas. E trata-se também de uma técnica de gestão que facilita a transmissão da visão e da missão de uma empresa aos funcionários que não estão em cargos elevados. Afinal, ao estabelecer e compartilhar os que vão medir o sucesso de um processo, você deixa claro para toda a equipe o que realmente importa na administração. Por exemplo: presuma que o seu negócio seja um cursinho para vestibular. Então, um KPI poderia ser a porcentagem de alunos aprovados em universidades de renome, certo? Ou, se você tem um e-commerce de cosméticos: poderia ser o número de acessos ao site que de fato se convertem em vendas, correto? Saiba mais, acesse o Portal ENDEAVOR e leia o artigo: KPI Como medir o que importa no seu negócio. Disponível em; https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/kpi/ SEÇÃO 3: A Qualidade Como fazer a coisa certa (eficácia), de forma certa (eficiência) são os pressupostos do nosso terceiro princípios da gestão, promover a melhoria da qualidade de forma contínua. A gestão da melhoria da qualidade constitui uma das mais importantes prática da administração. A qualidade é um atributo essencial na competitividade de produtos e serviços, e na sobrevivência dos negócios de uma organização. A gestão total de qualidade tem foco tanto nos processos de produção de produtos, quanto nos serviços prestados. Tem o objetivo de viabilizar melhorias nos produtos e serviços oferecidos, de forma a garantir satisfação completa das necessidades dos clientes, até mesmo superando suas expectativas. Figura: A Qualidade integrando a Eficiência e a Eficácia MÍDIA Acesse o Instituto Deming e assista uma das raras entrevista de W. Edwrdas Deming, o “pai” da gestão da qualidade Dr Deming’s 14 points to management Disponível em: https://deming.org/explore/fourteen-points?apartner=usaa A Norma ISO 9000, que trata da gestão e do controle da qualidade organizacional estabelece os Princípios e Fundamentos da Gestão da Qualidade: Foco no cliente: Uma das principais finalidades da gestão da qualidade é alcançar a satisfação do cliente. Para isso, a empresa tem que observar quais são as necessidades do público consumidor, para que seja possível oferecer um atendimento mais eficiente. Nessa etapa, também é necessário que a organização se prepare para receber e dar feedbacks com agilidade; Liderança proativa: É responsabilidade dos líderes da companhia transmitir a cultura da organização, bem como criar e manter um ambiente que estimule o comprometimento e o sucesso dos colaboradores em suas respectivas tarefas. Isso requer uma liderança proativa, em que os líderes se baseiam nos indicadores para antever problemas e antecipar mudanças, além de incentivar comportamentos voltados para a criatividade; Melhoria contínua: Para de fato beneficiar a empresa, a gestão da qualidade tem que ser contínua. Assim sendo, os gestores de cada departamento devem implementar processos avançados, focados em melhorar cada vez mais o desempenho no ambiente do trabalho. Levando isso em consideração, muitas organizações adotam o PDCA — metodologia bastante conhecida no universo corporativo pela sua eficácia para solucionar problemas e proporcionar melhorias; Decisão baseada em fatos: As decisões tomadas no sistema de gestão da qualidade devem se basear em fatos, observados por meio de indicadores. Com isso, é possível realizar uma análise lógica e confiável das informações, uma vez que não estão alicerçadas em meros palpites ou intuições; Relacionamento com os´parceiros e fornecedores: Ao construir um relacionamento benéfico tanto para a empresa quanto para os fornecedores, há mais facilidade para criar valor e satisfazer as expectativas dos consumidores. A correta gestão de fornecedores também contribui para fortalecer parcerias, assegurando a compra de materiais de boa qualidade para a prestação do serviço e a sobrevivência de ambos no mercado; Visão sistêmica: O amplo conhecimento dos processos da empresa possibilita decisões mais estratégicas e que melhoram a lucratividade da companhia. A partir da visão sistêmica, os gestores analisam todo o cenário da empresa, como números e aspectos internos/externos que impactam no seu funcionamento. Essa habilidade auxilia na compreensão e na estruturação dos processos e setores integrados para gerar melhorias na interação deles, além de identificar se uma mudança em uma única área pode causar efeitos nas demais; Gerenciamento por processos: Após o mapeamento das atividades que fazem parte da rotina operacional do negócio, é crucial definir metas e estratégias para corrigir eventuais inconformidades e melhorar os resultados. O gerenciamento dos recursos e das atividades da empresa como um processo ajuda no desenvolvimento de melhorias, no monitoramento e no controle de todos os indicadores que interferem na cadeia de valor; Conscientização dos colaboradores: Contar com a conscientização e o entrosamento dos colaboradores é fundamental para o desenvolvimento da empresa. Assim, é missão do gestor envolver os demais profissionais com as estratégias, as metas e os resultados do negócio. Se todos os funcionários entendem a importância do seu trabalho para a performance da organização, a tendência é que se engajem mais em cada projeto, cumprindo as metas estabelecidas. Para que isso realmente aconteça, a companhia precisa investir na capacitação dos colaboradores, a fim de melhorar desde o atendimento até a execução dos processos padronizados de segurança e qualidade na produção. Estrutura do Sistema da Qualidade: para promover a melhoria contínua o sistema deve prever um ciclo de gerenciamento semelhante ao PDCA (Plan-Do-Check-Act). Ou seja, o administrador deve planejar o que vai ser feito, redigir os procedimentos e instruções. O segundo passo é executar conforme o planejado. Em seguida, se deve verificar o que foi feito e registrar os resultados. Finalmente, ele deve adotar ações corretivas para o caso de não conformidades, padronizando as melhorias alcançadas. A figura a seguir ilustra o sistema PDCA em sete etapas: Diagnóstico; Objetivos; Plano de Ação; Implementação; Avaliação de Resultados, Ações Corretivas e Padronização de Melhorias. Figura: Ciclo PDCA Analisamos o princípio e práticas da qualidade, na próxima seção examinaremos a importância do clima organizacional na gestão administrativa. SEÇÃO 4: Clima Organizacional Nas seções anteriores exploramos a importância dos conceitos e das práticas da eficácia, da eficiência e da qualidade para a gestão organizacional, agora vamos analisar a importância do clima organizacional nos resultados da organização. O clima organizacional é um retrato do ambiente da empresa e influencia diretamente na produtividade e na qualidade da organização.. Clima organizacional é um conjunto de aspectos percebidos no ambiente de trabalho, como o relacionamento interpessoal, modelo de gestão de pessoas, identificação com a cultura, eficácia da comunicação interna, entre outros. O clima de uma empresa exerce influência direta na satisfação, no engajamento e na performance de seus colaboradores. Reproduzimos a seguir algumas considerações do Sebrae sobre a importância do clima organizacional: Fatores como satisfação, motivação, relacionamento hierárquico, relacionamento entre funcionários, políticas de RH, modelos de gestão, dentre outros, são aspectos essenciais para um empreendimento saudável e próspero. Uma organização empresarial se faz, fundamentalmente, de pessoas que nela trabalham. O conjunto dos sentimentos vividos pelos colaboradores e suas consequências no ambiente de trabalho, compõe o que denominamos clima organizacional. A aplicação periódica e planejada de uma Pesquisa de Clima Organizacional é importante e necessária para que o gestor conheça os pontos fortes da empresa, e aqueles que precisam ser melhorados. Resultados de pesquisa, principalmente em relação às insatisfações dos colaboradores, propiciam decisões mais assertivas no sentido de reorganizar os seus métodos, e traçar novas diretrizes. Um clima organizacional positivo, estabelece a base fundamental para empreender um caminho de crescimento sustentado, habilitando a empresa a enfrentar os desafios que se colocam no dia a dia. O clima dentro da empresa já existe, não sendo algo que possa, portanto, ser criado. A preocupação deve ser com sua identificação e melhoria. Fonte: Sebrae Nacional EXERCITE: Acesse e conheça o instrumento do Sebrae para Clima Organizacional: LEVANTAMENTOS INTERNOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL (SATISFAÇÃO, MOTIVAÇÃO, RELACIONAMENTO HIERÁRQUICO, RELACIONAMENTO ENTRE FUNCIONÁRIOS ETC.) O QUE É: Instrumento com o qual se busca orientar o empresário em relação ao monitoramento que deve existir quanto ao clima organizacional na empresa e como fazê-lo. PARA QUE SERVE: O instrumento serve para subsidiar o empresário, conscientizando-o da necessidade de se manter um clima organizacional positivo na empresa. Disponível em: https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/9593 C001509411AB8325758B00663FB6/$File/NT0003FFC2.pdf Vamos analisar as práticas gerenciais que auxiliam a identificar e melhorar o clima organizacional. A figura a seguir resume as principais características dos diferentes tipos de clima organizaciona:, favorável, desfavorável e intermediario. O clima organizacional é a soma de um conjunto de fatores que estimulam o empregado. Dentre os principaiss fatores, destacam-se:           Confiança na liderança; Relacionamento com os demais colaboradores; Motivação; Autonomia em sua função; Estrutura e regras organizacionais; Estabilidade no emprego; Desenvolvimento profissional; Identidade com a cultura organizacional; Reconhecimento; Eficácia da Comunicação Interna;  Transporte ao trabalho e para a casa. FIGURA: Tipos de Clima Organizacional. Fonte: Bispo(2006) “Um novo modelo de pesquisa de clima organizacional” A aplicação da pesquisa de clima organizacional, permitirá à equipe de Recursos Humanos identificar pontos fortes e fracos e necessidade de ações de melhoria dentro da empresa. Um relato sobre a realidade organizacional que permite definir uma estratégia para melhorar o ambiente corporativo. Um ponto importante é o de estimular a participação voluntária dos empregados na pesquisa, lembrando que as melhorias no clima dependem das respostas dos empregados à pesquisa.. A figura ilustra três fatores a serem considerados em uma pesquisa de clima organizacional: motivação, liderança e gestão de pessoas: Pesquisa de Clima Organizacional Fonte: http://www.melloazevedo.com.br/pesquisa.php MÍDIA Acesse o site TED e assista a palestra de um profissional da organização Great Place to Work GPTW: Como Criar a Melhor Empresa para Trabalhar | Cauê de Oliveira | TEDxSaoPauloSalon Cauê Oliveira conta, de forma bem humorada, qual é o grande segredo por trás das melhores empresas para trabalhar! E que esse segredo pode ser mais simples do que você pode imaginar. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rh4pOWqgdQU As etapas que uma empresa pode adotar para elaborar uma pesquisa de clima organizacional:  definição do escopo da pesquisa;  formulação do questionário;  plano de comunicação interna da pesquisa;  coleta de dados;  análise dos dados coletados;  geração de relatório;  apresentação dos resultados aos gestores;  plano de ação. A figura a seguir ilustra s etapas de uma pesquisa de clima organizacional: Figura: Clima Organizacional Fonte: https://acroy.com.br/empresas/pesquisa-de-clima-organizacional/ Após realizar a pesquisa de clima e identificar os pontos que precisam ser melhorados, é necessário traduzir estes pontos em um Plano de Ação. O Plano de Ação deve contemplar ações e boas práticas para melhorar o clima organizacional, com base no resultado da pesquisa de clima . Seguem algumas delas:: Promover a Integração dos Colaboradores: Campanhas de endomerketing contribuem para promover a integração das equipes, garantindo maior efetividade dos projetos. Outras iniciativas são os espaços compartilhados, como refeitórios, sala de café, sala de descanso e de jogos, locais onde os colaboradores possam se reunir nos intervalos do trabalho. Datas comemorativas, como dia da mulher, das mães e natal, devem ser marcados por eventos internos que valorizem os colaboradores; Comemorar Conquistas de Metas: Quando alguma meta é alcançada, ou quando a empresa conquista um grande cliente, por exemplo, não deixar o momento passar em branco; Compartilhar Conhecimento: Compartilhar as experiências dos colaboradores através de workshops é uma ótima forma de agregar valor no espaço de trabalho e enriquecer os conhecimentos da equipe; Reconhecimento do trabalho dos Colaboradores: A prática de reconhecimento dos colaboradores pelo desempenho está relacionada diretamente com a retenção, o engajamento e a performance do colaborador o que, consequentemente, impacta positivamente nos resultados da empresa e até mesmo na satisfação do cliente; Ter um Plano de Carreiras: Um dos fatores que movem o indivíduo é a possibilidade de desenvolver seu potencial profissional, por meio de programas de capacitação e de encarreiramento. SEÇÃO 5: A Gestão da Qualidade Total Existem diferentes estratégias organizacionais para promover a gestão integrada dos princípios da eficiência, da eficácia e da qualidade. Vamos analisar a Gestão da Qualidade Total (Total Quality Management TQM), um dos principais sistemas adotados pelas organização. A Gestão da Qualidade Total TQM desenvolve uma cultura organizacional que alinha toda a organizaão na busca da satisfação do cliente, através de um sistema integrado de ferramentas, técnicas e capacitação. Isso envolve a melhoria contínua dos processos organizacionais, e em produtos e serviços de elevada qualidade. MÍDIA Qual a importância da qualidade total para a empresa? É exatamente este assunto, qualidade total, que é tratado neste Direto ao Ponto. O vídeo demonstra a implantação do processo para a melhoria dos produtos, cumprimento de prazos e aumento da produtividade e satisfação aos funcionários, clientes e empresários. Acesse o site do SEBRAE e assista ao vídeo: Qualidade Total - Direto ao Ponto - Sebrae-SP Disponível em https://youtu.be/DZVgz1keAzM O Princípios da Qualidade Total TQM: é uma filosofia orientada pelos princípios de gestão da qualidade da ISO 9001, que transcrevemos à seguir: Foco no cliente: o cliente é quem determina o nível de qualidade de um produto ou serviço. Para agregar valor ao cliente, a qualidade deve ser precebida pelo cliente. Envolvimento total dos colaboradores: incentiva ao trabalho em equipe, cria um ambiente favorável, promove a descentralização e maior autonomia e poder de decisão aos trabalhadores. Centrada nos processos: processos passam a ser geridos e melhorados. O desempenho de cada processo é medido através de indicadores. Sistema integrado: de forma a que os processos estejam interligados. A cultura de trabalho deve ser transversal a toda a organização para que a excelência seja alcançada. Abordagem estratégica e sistemática: orientada com a sua visão, missão e objetivos, tendo a qualidade como elemento central. Melhoria contínua: doss processos e análise crítica dos problemas, propondo soluções para reforçar a competitividade e promover a satisfação de todas as partes interessadas. Tomada de decisões baseadas em fatos: As decisões devem ser tomadas a partir da coleta e análise de dados.. Comunicação eficaz: A comunicação entre os trabalhadores deve ser eficaz, visto que isso tem um impacto significativo na sua motivação. MÍDIA O crescimento econômico está desacelerando nos últimos 50 anos, mas o alívio pode vir de um lugar inesperado - uma nova forma de fabricação que não é nem o que você pensou que era nem onde pensava que era. Olivier Scalabre, pensador de sistemas industriais, detalha como uma quarta revolução industrial produzirá uma mudança macroeconômica e aumentará o emprego, a produtividade e o crescimento. Acesse o site TED e assista ao vídeo: The next manufacturing revolution is here | Olivier Scalabre Disponível em: https://youtu.be/AyWtIwwEgS0 A Gestão da Qualidade Total TQM, baseada na ISO 9000, propicía os seguinte benefícios para a organização:  Reforço da competitividade organizacional;  Melhoria da produtividade e redução de custos  Trabalhadores mais motivados  Melhoria da satisfação dos clientes, o que propicia a sua fidelização  Integração com a gestão do negócio  Consideração do contexto da organização  Pensamento baseado no risco  Gestão do conhecimento e da inovação  Aplicabilidade crescente a todos os tipos de organizações  Facilidade de integração dos vários sistemas de gestão  Foco em gerar mais valor para a organização e para os seus clientes.  Maior ênfase na abordagem por processos e menos na documentação  Aumentar a capacidade de prover consistentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis;  Abordar riscos e oportunidades associados com seu contexto (da organização) e objetivos; Figura: O Princípios da TQM Fonte: https://blogcatim.blogspot.com/2019/06/tqm-total-quality-management.html As diferentes abordagens da Qualidade: Abordagem Funcional: Nas organizações estruturadas dentro de uma hierarquia de unidades funcionais, e gerenciadas verticalmente, a responsabilidade pelas saídas/produtos é dividida entre as unidades funcionais. O cliente final ou outra parte interessada nem sempre é visível a todos os envolvidos. Dá-se menor prioridade aos problemas que ocorrem nas fronteiras das interfaces, do que aos objetivos de curto prazo das unidades funcionais. Isso leva a pouca ou nenhuma melhoria para a parte interessada, uma vez que as ações são em geral focadas nas funções, e não no benefício global para a organização. Abordagem de Processo: A abordagem de processo, por outro lado, é uma maneira poderosa de organizar e gerenciar as atividades de trabalho gerando valor para o cliente e para outras partes interessadas:  A abordagem de processo introduz a gestão horizontal, cruzando as fronteiras entre as diferentes unidades funcionais e unificando seu enfoque -nos principais objetivos da organização  Os processos passam a ser gerenciados como um sistema, com criação e compreensão de uma rede de processos e de suas interações.  As saídas de cada processo dão entradas em outros processos, interligados em rede no sistema global  A consideração de processos em termos de desempenho e de valor agregado;  O atingimento de desempenho eficaz de processo com base em requisítos  Melhoria de processos baseada na avaliação de dados e informação. Figura: Modelo ISO9000 de Gestão da Qualidade baseada em Processos Fonte: ISO9000 Modelo de Abordagem de Processo: o modelo é composto pelos seguintes processos: Processos para a gestão de uma organização: Processos referentes ao planejamento estratégico, estabelecimento de políticas, definição de objetivos, promoção da comunicação, garantia da disponibilidade dos recursos necessários e análises críticas pela direção. Processos para a gestão de recursos: os processos referentes à provisão dos recursos que são necessários para os processos para a gestão de uma organização, para a realização e para a medição. Processos de realização: os processos que fornecem as saídas desejadas da organização, relacionados com o fornecimento de produto s e serviços. Processos de medição, análise e melhoria: Processos necessários para mensurar e coletar dados para a análise do desempenho e para a melhoria da eficácia e eficiência. São alguns deles: processos de medição, monitoramento e auditoria, ações corretivas e de gestão de risco, sendo parte integrante dos processos de gestão, de gestão de recursos e de operação. Finalizando a unidade, exploramos os princípios da estratégia organizacional, aplicados à gestão da qualidade total, que alia pessoas e processos organizacionais para criar valor para clientes e stakeholders (as partes interessadas: colaboradores, fornecedores, acionistas, comunidade e sociedade). MAPA MENTAL RECAPITULANDO Nessa Unidade de Aprendizagem discutimos os princípios que norteiam a gestão organizacional Analisamos de início o princípio da eficácia, ou seja, fazer as coisas certas, que conforme destacado por um dos maiores teóricos da administração, é o princípio mais importante; Na sequência examinamos o princípios da eficiência, pois não basta apenas fazer as coisas certas, é necessário faze-las de maneira correta, ou seja, de maneira eficiente; Associando a eficência com a eficácia chegamos ao terceiro princípio da gestão,a qualidade, ou efetividade, fazer as coisas certa (com eficácia) de maneira certa (com eficiência). Exploramos as práticas para alcançar e manter de forma contínua a qualidade. Eficácia, eficiência e qualidade são princípios que para serem alcançados dependem de pessoas motivadas. Discutimos, então, o quarto princípio, o clima organizacional. Como aplicar os princípos do clima organizacional para alcançar a eficácia, a eficência e a qualidade, através de pessoas. Finalizando a unidade, exploramos a aplicação dos princípios da estratégia organizacional na Gestão Total da Qualidade TQM, que alia pessoas e processos organizacionais para criar valor para clientes e stakeholders (as partes interessadas: colaboradores, fornecedores, acionistas, comunidade e sociedade). Convido você a percorrer nossa jornada em nossa próxima unidade de aprendizagem.. Bons estudos! BIBLIOGRAFIA BÁSICA BISPO Carlos Alberto Ferreira “Um novo modelo de pesquisa de clima organizacional”, EESC - USP 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/prod/v16n2/06.pdf BOND. Maria Tereza. Qualidade Total: o que é e com alcançar [livro eletrônico]. MARIA THEREZA BOND, ANGELA BUSSE, RENATO PUSTILNICK. Curitiba: InterSaberes, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Barueri, SP: Editora Manole, 2014. CORBETT, C. J. Global diffusion of ISO 9000 certification through supply chains. Manufacturing & Service Operations Management, v. 8, n. 4, p. 330-350, 2005. RAMOS, Davidson Etapas de implantação ISO 9001:2015 – Orientações para se certificar (parte 2), 2019. Disponível em: https://blogdaqualidade.com.br/etapas-de-implantacaoiso-90012015/ SHIGUNOV, NETO, Alexandre. Introdução à gestão da qualidade e produtividade: conceito, histórico e ferramentas [livro eletrônico] / ALEXANDRE SHIGUNOV NETO, LETICIA MMIRELLA FISCHER CAMPOS. Curitiba: InterSaberes, 2016. SOBRAL, F.; PECI, A.; CARAVANTES, G. C.; SILVA, R. Administração Geral – São Paulo, SP: Pearson Prentice Hall, 2012. XAVIER, G. G. Avaliação de programas de qualidade mediante implantação da ISO 9000. Gestão & Produção, UFSCar. Departamento de Engenharia de Produção. São Carlos, v. 2, n. 2, p. 162-172, 1995.