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Politica Habitacional no Regime Militar

De acordo com a autora, as formas preponderantes de moradia das classes populares variaram através da história, no Brasil, obedecendo também as peculiaridades das cidades. Embora sempre tivesse existido, o problema habitacional no país se tornou mais visível, passando a exigir respostas mais concretas, na primeira etapa da industrialização, isto é, entre 1889 e 1929. Este período corresponde ao início da urbanização e da industrialização e de grandes transformações das estruturas econômicas e políticas brasileiras. É deste período também, o Código Civil de 1917 que absolutizou a propriedade privada. A partir da criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões e, posteriormente, da Fundação da Casa Popular, é que a produção de habitação pelo Estado se tornou mais significativa. Através das construções em áreas desurbanizadas como as favelas, foi possível para os trabalhadores obterem suas habitações. A casa própria, mesmo quando esta é precária, causa a sensação de segurança aos seus proprietários, pois evita o despejo e a busca por moradias, o que contribui para não diminuir a parcela salarial gasta com outras despesas da casa como alimentação, saúde, transporte, etc. Apesar dos verdadeiros causadores de obstáculos na vida da classe proletariada serem os proprietários de terra, indústrias de construção e capital imobiliário quanto à aquisição de moradias, o Estado acaba sendo o alvo das reivindicações urbanas. As experiências com habitações subsidiárias brasileiras foram fracassadas e ainda supriam pouco as necessidades sociais da população. O sucesso só se deu em 1980 com o FGTS, SBPE, com a realização de financiamentos para a construção e compra de habitações, entretanto, o Estado exclui dessa lista de beneficiados a maior parte da população, aquela que ganha até cinco salários mínimos (77% da população da época), o que faz com que a ilegalidade de ocupações de terra, loteamentos e construções cheguem a altos índices, com exceção de Brasília, superando na maioria dos casos as ocupações regulares. Por fim, é discutido o papel dos agentes modeladores do espaço habitacional popular. Os agentes privados se voltaram para as classes de maior renda e o investimento público promoveu a construção de habitação ou indiretamente, através da legislação reguladora. EAU – UFF Teoria da Habitação – Glauco Bienenstein Aluna: Mariana Lopes Texto de: Ermínia Maricatto