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3 ANATOMIA HUMANA

Nos Capítulos 2, 3 e 4 será abordado o aparelho locomotor. Nele identificaremos os ossos do corpo humano, as principais conexões existentes entre eles e os músculos estriados esqueléticos que permitem a realização dos movimentos.

No Capítulo 5 estudaremos o Sistema Nervoso. Descrições da morfologia do sistema nervoso central, periférico e sistema nervoso autônomo são abordadas. O Capítulo 6 trata do Sistema Circulatório. Definição de coração, forma, localização, estrutura, cavidades, vascularização, drenagem venosa, vasos da base e sistema Apresentação excitocondutor do coração serão estudados. Além disso, serão identificados os órgãos hematopoiéticos e os principais vasos sangüíneos do corpo humano.

Os Capítulos 7 e 8 são dedicados aos sistemas digestório e respiratório, respectivamente. Conceitos, descrições e morfologia dos dois sistemas serão estudados.

Nos Capítulos 9 e 10 descreveremos o aparelho urogenital. Dedicaremos esse capítulo ao estudo da anatomia macroscópica das estruturas que constituem o Sistema Urinário e os sistemas genitais masculino e feminino, responsáveis pela perpetuação das espécies.

Este material foi pensado para que você tenha um entendimento dessa engenharia que é o nosso corpo. Acreditamos que este é o momento ideal para que você conheça e reflita sobre o funcionamento do seu próprio corpo. Sintase convidado a adentrar nesse mundo fantástico que é a Anatomia Humana.

Hamilton Emídio Duarte. c a p í t u lo 1 c a p í t u lo 1

Introdução ao Estudo da Anatomia

Você já pensou sobre a sua estruturação física, ou seja, sobre a sua anatomia? Sobre a sua simetria ou sobre a sua capacidade de andar ou respirar? Este capítulo lhe habilitará a conceituar anatomia e suas subdivisões. Você será capaz de descrever a posição anatômica e a divisão do corpo humano por sistemas e regiões; os planos e o eixo do corpo humano e a localização dos órgãos, usando os termos de posição e direção das estruturas do corpo humano. Você irá ainda conhecer os tipos constitucionais dos indivíduos e citar suas características morfológicas e os princípios de construção do corpo humano, e poderá conceituar normalidade e alterações da normalidade.

Conceitos de Anatomia

O termo "anatomia" deriva do grego "Ana", que significa em partes, e "Tomein", que significa cortar. Então, anatomia significa cortar separando em partes. Podemos ainda ampliar esse conceito dizendo que a Anatomia é a parte da ciência que estuda a forma e a estrutura do corpo humano.

Divisões da Anatomia

A disciplina de Anatomia Humana pode ser dividida em várias partes de acordo com os seguintes critérios:

Segundo o método de observação

Neste caso, leva-se em consideração a maneira com que se observa a estrutura que vai ser estudada. Se você necessita de um microscópio para aumentar as dimensões das estruturas para uma melhor visualização, chamamos de anatomia microscópica; se você consegue observar as estruturas sem o uso de aparelho, então elas são vistas a olho nu, denominamos de anatomia macroscópica; e se você utiliza lentes de aumento para ampliar as estruturas, por exemplo, uma lupa, então denominamos de anatomia mesoscópica.

Segundo o método de estudo

Neste caso, leva-se em consideração o estudo do corpo humano mediante a divisão por sistemas orgânicos (anatomia sistêmica ou descritiva), a divisão por segmentos ou regiões (anatomia topográfica ou regional), o uso de imagem (anatomia radiológica), o estudo dos relevos e das depressões existentes na superfície do corpo humano (anatomia de superfície), os cortes seriados (anatomia seccional) e as comparações com a morfologia de outros animais (anatomia comparada).

Nomenclatura Anatômica

No final do século XX (sobretudo na Europa), havia muitas denominações para descrever uma mesma estrutura, então, houve a necessidade de uniformizar os termos anatômicos. A primeira tentativa de uniformização dos termos anatômicos ocorreu em 1895 na Basiléia, conhecida com a sigla de BNA (Basle Nomina Anatomica). A partir dessa data, sucessivas reuniões foram feitas em congressos internacionais, mas a sua uniformização internacional foi realizada em 1955, no Congresso de Anatomia em Paris, e adotada a nomenclatura que ficou conhecida por PNA (Paris Nomina Anatomica). A cada cinco anos novas revisões da nomenclatura anatômica são feitas em congressos de Anatomia. Portanto, ao conjunto de termos empregados para descrever todo o organismo, ou em partes, bem como as estruturas que compõem o corpo humano, deu-se o nome de Nomenclatura anatômica.

Princípios gerais

Então, para se criar um novo termo anatômico, alguns princípios foram seguidos: (1) a língua oficial passou a ser o latim; (2) aboliram-se os epônimos; (3) os termos anatômicos deveriam indicar a forma, a posição e a situação da estrutura, como, por exemplo, m. quadrado femoral e m. flexor profundo dos dedos da mão; (4) abreviatura dos termos usuais: (a) artéria, (v) veia, (n) nervo; e (5) tradução para o vernáculo do país, como, por exemplo, flexor digitorum sublimis, m. flexor superficial dos dedos.

Se você tiver interesse, consulte o livro "Terminologia anatômica internacional", da editora Manole, de 2001. Ele é o fundamento da terminologia médica, dada a importância que todos os profissionais da área da saúde usem a mesma denominação para cada estrutura.

Epônimo

É a denominação de uma estrutura pelo nome de uma pessoa, por exemplo, Trompa de Falópio, nome dado em homenagem ao seu descobridor, o anatomista italiano do século XVI, Gabriele Falloppio.

Posição Anatômica

A Figura 1.1 mostra a posição anatômica adotada em todo o mundo com o objetivo de facilitar a descrição das estruturas que compõem o corpo humano.

Observe que a posição anatômica se assemelha à posição da educação física: o indivíduo na posição ortostática (em pé), olhando para o horizonte, com os membros inferiores e calcanhares unidos, com os membros superiores juntos ao tronco e as palmas das mãos voltadas para frente.

Divisão do Corpo Humano

Podemos dividir o corpo humano por segmentos ou por sistemas orgânicos. Os segmentos (veja a Figura 1.2) compreendem a cabeça, o pescoço, o tronco e os membros. A cabeça corresponde à parte superior do corpo, presa ao tronco pelo pescoço. O tronco está constituído pelo tórax, pelo abdome e pela pelve. Dos membros, dois são superiores e dois inferiores. Cada membro possui uma raiz (que se prende ao tronco) e uma parte livre, como mostra a figura a seguir. Uma outra maneira de dividir o corpo humano é por intermédio dos sistemas orgânicos, como veremos a seguir: O sistema tegumentar é constituído de pele, tela subcutânea e seus anexos, o aparelho locomotor é formado pelos sistemas ósseo, muscular e articular. O sistema circulatório compreende o sistema cardiovascular, linfático e pelos órgãos hemopoiéticos. O tubo digestório e as glândulas anexas fazem parte do sistema digestório. Temos ainda o sistema respiratório, o sistema endócrino e o aparelho urogenital, formado pelo sistema urinário, pelo sistema genital masculino e pelo sistema genital feminino.

Planos e Eixos do Corpo Humano

Agora que já conhecemos a posição anatômica, podemos delimitar o corpo humano por meio dos planos de delimitação, os quais passam tangenciando a sua superfície.

Planos de delimitação

Imaginemos um indivíduo dentro de uma caixa retangular, conforme mostra a Figura 1.3. Observe que a caixa possui quatro planos verticais e dois planos horizontais que tangenciam a superfície do corpo. Dentre os planos verticais, o plano anterior ou ventral passa paralelamente ao abdome (lado da frente da caixa), o plano posterior ou dorsal passa paralelamente ao dorso (lado de trás da caixa) e os planos laterais direto e esquerdo (lado direito e lado esquerdo da caixa) passam paralelamente de cada lado do corpo. Para fecharmos a caixa, faltam os planos horizontais. O plano superior tangencia a cabeça (fecha a caixa em cima) e o plano podálico ou inferior passa junto à planta dos pés (fecha a caixa em baixo).

Eixos

Agora vamos traçar eixos imaginários que vão unir os centros dos planos de delimitação opostos, considerando, ainda, o indivíduo dentro da caixa retangular. Vejam que os eixos principais seguem três direções diferentes, conforme visto na Figura 1.4.

• O eixo longitudinal ou crânio-podálico une o centro do plano superior ao centro do plano inferior.

• O eixo sagital ou ântero-posterior une o centro do plano dorsal ao centro do plano ventral.

• O eixo transversal ou laterolateral une o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo.

Planos de secção

O termo "secção" significa cortar. Portanto, os planos de secção são planos que dividem (cortam) o corpo do indivíduo em partes menores. A Figura 1.5 ilustra os quatro planos de secção fundamental do corpo humano.

• O plano mediano é um plano vertical que divide o corpo do indivíduo em duas metades, aparentemente semelhantes (direita e esquerda).

• Os planos sagitais são aqueles planos de secção do corpo feitos paralelamente ao plano mediano.

• O plano frontal ou coronal são todas aquelas secções paralelas aos planos ventral ou dorsal que dividem o corpo do indivíduo em duas partes: uma anterior (ventral) e a outra posterior (dorsal).

• O plano transversal são todas aquelas secções paralelas aos planos superior ou inferior. Este plano de secção divide o corpo do indivíduo em duas partes: superior e inferior.

Termos de Posição e Direção das Estruturas do Corpo Humano

Utilizamos termos de posição e direção para identificação e localização dos órgãos situados no corpo humano. A Figura 1.6 representa um corte transversal na altura do tórax. A linha XY está situada no plano mediano. Estruturas que estão no plano mediano são ditas medianas. É o caso da estrutura A, que está localizada no plano mediano. Veja agora as estruturas B, C e D. A estrutura B é chamada de medial porque fica mais próxima do plano mediano em relação a C ou D. A estrutura D está mais próxima do plano lateral em relação a C e B, por isso, é chamada de lateral. A estrutura intermédia, estrutura C, é aquela que fica sempre entre uma estrutura medial e a outra lateral. A estrutura E é anterior ou ventral porque fica mais próxima do plano anterior ou ventral. A estrutura G é posterior ou dorsal e fica mais próxima do plano dorsal em relação à estrutura E e F. A estrutura média está representada pela letra F, que, por sua vez, é aquela que fica sempre entre duas outras estruturas − uma dorsal e outra ventral − ou entre uma proximal e outra distal, entre uma superior e outra inferior, entre uma interna e outra externa ou ainda entre uma superficial e outra profunda.

Outros termos de posição e direção são também aplicados ao corpo humano. Vejam os termos proximal, que significa mais próximo da raiz do membro, e distal, que significa mais afastado da raiz do membro. Enquanto os termos externo e interno utilizamse para estruturas situadas dentro das cavidades do corpo, e os termos superficial e profundo são mais empregados para se identificar a disposição das camadas.

Tipos Constitucionais Humanos

Se você observar os seus colegas da turma, vai verificar que eles apresentam características constitucionais diferentes. A morfologia de cada indivíduo depende exclusivamente das características genéticas somadas à influência do meio ambiente. A Figura 1.7 representa os três tipos constitucionais de indivíduos. Portanto, aquele indivíduo que apresenta estatura alta, tronco alongado e membros longos em relação ao tronco é chamado de longilíneo. O indivíduo que possui estatura baixa, pescoço e membros curtos em relação ao tronco é denominado de brevilíneo. Já o mediolíneo é aquele indivíduo que possui dimensões intermediárias entre o longilíneo e o brevilíneo.

Princípios de Construção do Corpo Humano

O corpo humano, na vida embrionária, organiza-se de maneira complexa e à medida que se desenvolve segue alguns princípios básicos de construção para a formação do corpo humano. Os quatros princípios que atuam na construção do corpo são: a antimeria, a paquimeria, a metameria e a estratimeria.

Brevilíneo

Mediolíneo Longilíneo

Figura 1.7 -Características constitucionais dos indivíduos

• Na antimeria (veja a Figura 1.8) o corpo humano é formado a partir de duas metades homólogas (semelhantes), uma direita e outra esquerda, cada uma chamada de antímero. Os antímeros possuem simetria bilateral. Por isso, os órgãos pares se encontram distribuídos em cada antímero e os ímpares tendem a se situar no plano mediano.

• Na paquimeria (veja a Figura 1.9) o corpo se forma a partir de dois tubos chamados de paquímeros. O tubo dorsal (paquímero neural) é a cavidade que fica dentro do crânio e do canal vertebral. Esse paquímero contém o encéfalo e a medula espinhal (neuroeixo), e o tubo ventral (paquímero visceral) contém as vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. • Na metameria (veja a Figura 1.10) o corpo se forma a partir da superposição de segmentos semelhantes entre si. Os segmentos são delimitados por planos transversais e chamados de metâmeros, cuja disposição lembra uma pilha de moedas. Esse princípio de construção do corpo encontramos na coluna vertebral, nas costelas e nos músculos intercostais.

• Na estratimeria (veja a Figura 1.11) o corpo se forma a partir de estruturas dispostas em estratos ou camadas. Essas disposições encontramos na pele, na tela subcutânea e nas camadas da parede das vísceras ocas.

Normalidade e Alterações da Normalidade

Podemos conceituar o termo "normal" levando-se em consideração os critérios funcional e estatístico. Do ponto de vista funcional o normal é a estrutura que melhor desempenha uma função. Por exemplo, o normal é o indivíduo sadio ou com saúde. Já do ponto de vista estatístico, o normal, em um grupo, é o aspecto que se encontra na maioria dos casos, isto é, com maior freqüência. Por outro lado, a simples observação de um grupo humano mostra de imediato diferenças morfológicas entre os elementos que constituem o grupo. Essas diferenças morfológicas são chamadas de variações anatômicas. Na variação anatômica, a qual pode ser interna ou externa, o indivíduo apresenta alterações da normali dade sem prejuízo funcional, isto é, o indivíduo pode realizar qualquer atividade sem que a diferença morfológica interfira na ação desejada. Por exemplo, a bifurcação da artéria braquial acima da articulação do cotovelo representa uma variação anatômica, tendo em vista que normalmente ela se divide na altura do cotovelo. O fato de essa artéria se bifurcar acima do cotovelo não traz nenhum prejuízo funcional para o indivíduo.

Na anomalia o indivíduo apresenta grandes variações anatômicas com prejuízo funcional, por exemplo, a ausência do dedo polegar, que impede a realização do movimento de pinça entre os dedos. Já na monstruosidade o indivíduo apresenta anomalia acentuada a ponto de interferir no princípio de construção do corpo, geralmente, incompatível com a vida. Um exemplo de monstruosidade é a ausência do encéfalo conhecido anencefalia.

Resumo

A Anatomia estuda as estruturas do corpo humano em geral. Divide-se a Anatomia de acordo com o método de observação em: anatomia microscópica, anatomia mesoscópica e anatomia macroscópica. E de acordo com o método de estudo é dividida em: anatomia sistêmica, anatomia topográfica, anatomia radiológica e anatomia comparada.

Utilizam-se a nomenclatura anatômica e os termos de posição e direção para denominar e localizar as estruturas que compõem o corpo humano.

Uma posição padrão conhecida como posição anatômica é adotada para delimitar os planos e os eixos do corpo a fim de facilitar o profissional da área da saúde no processo de avaliação física do indivíduo.

O tipo constitucional do indivíduo conhecido com o biótipo existe em todos os grupos raciais: o longilíneo, que possui tronco e membros longos, o brevilíneo, que apresenta tronco, pescoço e membros curtos; e o mediolíneo, cujo indivíduo apresenta características intermediarias entre os dois tipos anteriores.

Levando-se em consideração que num grupo todos os indivíduos são sadios, podemos, então, afirmar do ponto de vista anatômico que todos os indivíduos desse grupo são normais. Mas, por outro lado, o fato de existir pessoas gordas ou magras, baixas ou altas nesse grupo significa que existem variações anatômicas entre elas. Caso um indivíduo apresenta a falta de um órgão, isto significa que ele apresenta uma anomalia. E se essa anomalia for acentuada a ponto de interferir no princípio de construção do corpo, dizemos que ele apresenta uma monstruosidade.

A Osteologia é a parte da Anatomia que estuda os ossos. O corpo humano possui 206 ossos classificados em ossos axiais e apendiculares. Os ossos axiais localizam-se na cabeça, no pescoço e no tronco, e os ossos apendiculares localizam-se nos membros superiores e inferiores. Quanto à forma, os ossos são classificados em: longos, alongados, planos, curtos, irregulares, pneumáticos e sesamoides.

O osso apresenta dois tipos de substância óssea, a substância óssea compacta e a substância óssea esponjosa. A compacta é a camada externa do osso, e a esponjosa é a camada interna do osso. Além disso, o osso é revestido externamente pelo periósteo e internamente pelo endósteo.

Em adultos, as cavidades medulares de costelas, vértebras, esterno e pelve contêm medula óssea vermelha que funciona na formação de hemáceas, plaquetas e granulócitos. As cavidades medulares dos ossos longos dos adultos são preenchidas de medula óssea amarela de constituição adiposa.

A Artrologia é a parte da Anatomia que estuda as articulações. As articulações são o meio de união que ocorre entre os ossos ou as cartilagens.

A maioria das articulações entre os ossos é móvel, o que permite que determinadas partes (ou mesmo o corpo inteiro) se movimentem conforme a atuação dos músculos sobre elas.

Doenças corriqueiras das articulações (artrites) não colocam a vida em risco, mas podem levar a diferentes graus de incapacidade, interferir em movimentos importantes da mão, essências à vida diária, e causar severos problemas de mobilidade que impedem as pessoas de se locomover normalmente.

Existem três tipos de articulações: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. Na fibrosa os ossos são unidos por tecido fibroso, possuem pouco ou nenhum movimento; na cartilaginosa os ossos são conectados por tecido cartilaginoso, permitem movimentos limitados; e na sinovial os ossos estão unidos pela cápsula articular, apresentam grande amplitudes de movimentos.

São elementos constantes das articulações sinoviais: cartilagem articular, cápsula articular, líquido sinovial e cavidade articular. E são elementos inconstantes: discos, meniscos, lábios e ligamentos.

A Miologia é a parte da Anatomia que estuda os músculos. Os músculos são estruturas constituídas de células com a capacidade de se contrair, isto é, diminuir o seu comprimento. Os músculos voluntários são controlados pelo sistema nervoso central, e os músculos involuntários são controlados pelo sistema nervoso autônomo.

Encontram-se no corpo humano três tipos de músculos: o músculo liso encontrado nas vísceras, o músculo estriado esquelético fixado ao esqueleto e o músculo estriado cardíaco localizado no coração.

O músculo estriado esquelético possui uma porção central, o ventre muscular e duas extremidades, o tendão ou aponeurose envolvidos pela fáscia muscular. Eles são denominados de acordo com a ação, a forma, a origem, a inserção, o número de ventres, a localização ou a direção das fibras. Além disso, são classificados quanto à sua função em: agonista, é o músculo responsável pelo movimento principal; antagonista, é o músculo que deve relaxar para a ação principal ocorrer; fixador, é o músculo que fixa a articulação para que a ação principal seja realizada; e sinergista, é o músculo que estabiliza a articulação evitando movimentos indesejáveis que poderiam ser realizados por ação do agonista.

Neste capítulo você estudou o sistema responsável pela coordenação e pela integração do sistema orgânicos conhecido como Sistema Nervoso. Esse sistema relaciona o organismo com o meio externo e ao mesmo tempo controla o funcionamento visceral.

Divide-se morfologicamente o Sistema Nervoso em sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal) e sistema nervoso periférico (12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais) e funcionalmente em sistema nervoso somático (relaciona o indivíduo com o meio externo) e sistema nervoso visceral (responsável pela homeostase das vísceras).

Na face inferior do cérebro está a hipófise, um dos principais componentes do sistema endócrino. Do tronco encefálico, em sua parte inferior e da medula espinal, no interior da coluna vertebral emergem os nervos cranianos e espinais, que são responsáveis por todos os tipos de atividades motoras e sensitivas.

O sistema nervoso visceral possui componente aferente (sensitivo) e componente eferente (motor) chamado sistema nervoso autônomo, que se divide em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

Neste capítulo você estudou o Sistema Circulatório, constituído pelo sistema cardiovascular, pelo sistema linfático e pelos órgãos hemopoiéticos.

O sistema cardiovascular inclui o coração como uma bomba hidráulica muscular; os vasos sanguíneos e o sangue que circular no interior deles formam, no conjunto, um sistema de transporte para muitas substâncias. As artérias conduzem o sangue que se afasta do coração, e as veias conduzem o sangue em direção ao coração. Através de ramos de calibre sempre decrescentes, o sangue alcança os vasos capilares, vasos microscópicos que formam uma vasta rede nos órgãos e nos tecidos através da qual os líquidos e muitas substâncias, inclusive gases do sangue (oxigênio e gás carbônico), podem ser trocados. Os vasos capilares reúnem-se formando as veias, de calibre sempre crescente, que devolvem o sangue ao coração. O sangue consiste de um líquido contendo células vermelhas (possui eritrócitos para transporte de gases do sangue), vários tipos de células brancas (leucócitos, para defesa do corpo, incluindo linfócitos) e plaquetas (trombócitos, relacionados com a coagulação do sangue).

O sistema linfático auxilia o sistema venoso na drenagem dos tecidos e na absorção de macromoléculas. Ele consiste de órgãos linfoides (timo, baço, tonsilas e linfonodos), que produzem linfócitos responsáveis pelo sistema de defesa do organismo.

O Sistema Digestório é um conjunto de órgãos responsáveis pela apreensão, mastigação, deglutição, digestão, absorção dos alimentos e eliminação dos resíduos na forma de fezes. Divide-se o Sistema Digestório em: tubo digestório (boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos, canal anal e ânus) e glândulas anexas (glândulas salivares, fígado e pâncreas).

O processo de digestão alimentar começa na cavidade oral por ação das glândulas salivares após o alimento ser triturado pelos dentes. A seguir o bolo alimentar atravessa a faringe e o esôfago para atingir o estômago, onde os alimentos são reduzidos antes de chegar ao duodeno. No duodeno a massa de consistência mole (quimo) sofre a ação da bile e do sulco pancreático, os quais são reduzidos em moléculas mais simples para serem absorvidos no jejuno. A partir daí, os resíduos alimentares não aproveitáveis pelo organismo são eliminados na forma de fezes pelo intestino grosso.

Além das várias glândulas situadas na parede do tubo digestório, há glândulas bem maiores fora do trato. As secreções dessas glândulas, que são muito importantes na digestão dos alimentos, são levadas ao tubo digestório por meio de ductos. Essas glândulas incluem as glândulas salivares, o pâncreas e o fígado.

Neste capítulo você estudou o Sistema Respiratório responsável em promover a respiração pulmonar conhecida como hematose. Esse sistema consiste de uma porção condutora e uma porção respiratória.

O Sistema Respiratório, além do suprimento de oxigênio e da remoção de dióxido de carbono, também torna possível a vocalização. A troca de oxigênio e de dióxido de carbono entre o ar e o sangue ocorre nos pulmões. Para alcançar os locais de troca nos pulmões, o ar passa através de uma série de canais que derivam um do outro como os ramos de uma árvore. O ar que penetra no nariz ou pela boca passa pela faringe e converge para os pulmões pela traqueia, que forma um ramo -um brônquio -para cada pulmão. No pulmão cada brônquio se divide sucessivamente em túbulos menores, chamados bronquíolos, e finalmente terminam em pequenos sacos aéreos chamados alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.

Uma membrana serosa reveste a parede do tórax (pleura parietal) e a seguir se reflete para envolver os pulmões (pleura visceral). Entre as duas pleuras fica a cavidade pleural, que contém o líquido pleural.

A mecânica respiratória corresponde todo o processo que vai desde o condicionamento do ar (na cavidade nasal), os movimentos da caixa torácica (alça de balde e braço de bomba), a contração do diafragma e a ação da prensa abdominal.

Neste capitulo, você estudou os órgãos que fazem a filtração do sangue e a eliminação dos resíduos na forma de urina. Ele está constituído de dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uma uretra.

Os rins, como os principais órgãos excretores, são importantes na manutenção da constância do meio interno (homeostase). Os rins eliminam do corpo grande quantidade de produtos de metabolismo tais como a ureia, o ácido úrico e a creatinina. O mau funcionamento dos rins pode produzir problemas sérios e até fatais. A fim de se prevenir a morte, torna-se necessário o transplante dos rins ou a remoção das substâncias nocivas do sangue por meio da hemodiálise.

Após a filtração do sangue nos rins, a urina é conduzida por dois canais denominados ureteres até a bexiga urinária, onde fica armazenada (em torno de 300ml) temporariamente. A partir da bexiga urinária a urina é levada por um canal chamado uretra para o meio exterior. Na mulher a uretra termina no vestíbulo vaginal e no homem, na glande do pênis.

O Sistema Genital (ou reprodutor) é um conjunto de órgãos responsáveis pela produção de gametas e hormônios sexuais secundários com a finalidade de realizar a reprodução das espécies. Divide-se o Sistema Genital em sistema genital masculino e sistema genital feminino.

Os órgãos que produzem os gametas são chamados gônadasos testículos no homem e os ovários na mulher. Além da produção de gametas, as gônadas produzem hormônios que influem no desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas ou femininas e regulam o ciclo reprodutivo. No homem, os testículos produzem a testosterona e na mulher os ovários produzem estrógenos e progesterona.

As estruturas que transportam, protegem e nutrem os gametas, após terem deixado as gônadas, são no homem os epidídimos, os ductos deferentes, as vesículas seminais, a glândula próstata, as glândulas bulbouretrais, o escroto e o pênis; e na mulher incluem as tubas uterinas, o útero, a vagina e a vulva.

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Osteologia O esqueleto tem a importante função de sustentar e dar forma ao corpo. Ele torna possível a locomoção e protege os órgãos internos. Nesta etapa você entrará em contato com os conceitos referentes a ossos e esqueleto e assim poderá classificar e descrever os ossos quanto à sua forma: seus acidentes, sua vascularização, sua arquitetura e seu revestimento. Será capaz de identificar e classificar os tipos de esqueleto, bem como descrever suas funções. E conhecerá mais especificamente os ossos do esqueleto axial e apendicular.

Generalidades e Conceitos

O sistema esquelético forma um arcabouço ósseo importante na proteção das vísceras, na conformação e na sustentação do corpo, no sistema de alavancas biológicas, na produção de células sanguíneas, além de ser o depósito de íons Ca e P. O termo "osteologia" deriva do grego "osteon", que significa osso, e "Logus", que significa estudo. Então, podemos dizer que Osteologia é a parte da Anatomia que estuda os ossos. Por outro lado, os ossos são estruturas rígidas, esbranquiçadas, constituídas de tecido conjuntivo mineralizado e que reunidas entre si participam na formação do esqueleto. Portanto, ao conjunto de ossos e cartilagens que reunidos entre si dão conformação ao corpo, proteção e sustentação de partes moles damos o nome de esqueleto (veja a Figura 2.1).

Agora que conhecemos o sistema esquelético, vamos verificar como os ossos unem-se (articulam-se) para constituir o esqueleto. As articulações podem ser mantidas por fixações imóveis, com movimentos limitados ou com movimentos amplos. Essas uniões são classificadas de acordo com a maior ou menor amplitude de movimento e o tipo de tecido existente entre elas. O termo "artrologia" deriva do grego "arthron", que significa articulação ou juntura, e "logus", que significa ramo do conhecimento (estudo). Portanto, Artrologia é a parte da Anatomia que estuda as articulações ou as junturas. Podemos definir articulações como o meio de união entre os ossos e as cartilagens que constituem o esqueleto.

Os músculos estão distribuídos por todas as partes do corpo. Devido à sua capacidade de se contrair, desempenha funções muito importantes. Eles, em conjunto com o sistema ósseo, formam um sistema de alavancas biológicas que permitem ao indivíduo locomover-se e movimentar os diversos segmentos do corpo. Além disso, participam dos movimentos peristálticos do tubo digestório e dos batimentos cardíacos. O termo "miologia" deriva do grego "mios", que significa músculo, e "logus", que significa estudo. Portanto, Miologia é a parte da Anatomia que estuda os músculos. Os músculos são estruturas constituídas por células (fibras musculares) com capacidade de se contrair (diminuindo o seu comprimento) e relaxar (alongando-se).

O conhecimento do homem, do seu meio ambiente, tornou-se possível graças ao funcionamento integrado do Sistema Nervoso, por meio de um grupo de células especializadas que possuem características de excitabilidade e condutividade. Assim, o Sistema Nervoso não somente cria um conhecimento do meio ambiente, mas o torna possível para que o corpo humano responda às mudanças ambientais com a necessária precisão.

Portanto, o Sistema Nervoso é um conjunto de órgãos responsáveis pela coordenação e pela integração dos sistemas orgânicos. Além disso, ele relaciona o organismo com meio externo e, ao mesmo tempo, coordena o funcionamento visceral.

O Sistema Circulatório nutre cada parte do nosso corpo. Ele é formado pelo sistema cardiovascular, pelo sistema linfático e pelos órgãos hemopoiéticos. É um sistema extremamente importante no transporte de material nutritivo e oxigênio para os tecidos, além de atuar na defesa do organismo.

O Sistema Circulatório compreende o conjunto de órgãos formados pelo coração e por um sistema de vasos por onde circulam humores (sangue e linfa), que agem na integração e na manutenção funcional dos sistemas orgânicos.

O Sistema Respiratório tem por finalidade oferecer ao organismo a troca de gases com ar atmosférico, assegurando no sangue uma concentração de oxigênio (O 2 ) necessária para as reações metabólicas, e em contrapartida serve para a eliminação de gás carbônico (CO 2 ). Além dessa função, o Sistema Respiratório contribui tanto para a fonação como para a olfação.

Conceituamos o Sistema Respiratório como um conjunto de órgãos responsáveis em promover a respiração pulmonar. A respiração consiste num processo de oxidação celular que ocorre no nível dos alvéolos pulmonares, conhecido como hematose.

Identificamos duas porções compondo o Sistema Respiratório: (1) porção condutora e (2) porção respiratória (veja a Figura 8.1). A porção condutora compreende: nariz (nariz externo e cavidade nasal), faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos; e a porção respiratória corresponde aos pulmões (ductos alveolares e alvéolos) envolvidos pela pleura.

O Sistema Urinário compreende os rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra, conforme ilustra a Figura 9.1. Ele é responsável pela produção e pela eliminação da urina. Com exceção da uretra, o Sistema Urinário situa-se dentro das cavidades abdominal e pélvica.

Podemos conceituar o Sistema Urinário como o conjunto de órgãos responsáveis pela filtração do sangue e pela eliminação dos resíduos sob a forma de urina.

Os órgãos genitais masculino e feminino têm a capacidade de realizar a reprodução humana. Portanto, a reprodução caracteriza-se pela capacidade do ser vivo de gerar um outro ser da mesma espécie com as mesmas características. Para a perpetuação da espécie é necessário o contato de um macho com uma fêmea por meio de seus órgãos reprodutores masculino e feminino.

Baseado no exposto, podemos conceituar o Sistema Genital como o conjunto de órgãos responsáveis pela produção de gametas e hormônios sexuais secundários com a finalidade de realizar a reprodução da espécie.

Divide-se o Sistema Genital em sistema genital masculino e sistema genital feminino.

Número de Ossos do Corpo Humano

O nosso corpo possui 206 ossos, mas esse número pode variar levando-se em consideração dois fatores. O primeiro critério é o fator etário, em que o indivíduo pode apresentar ossos que não se fundem, permanecendo separados na vida adulta. Por exemplo, o osso frontal pode permanecer separado por uma sutura na vida adulta. O segundo fator é o critério de contagem, neste caso, o anatomista pode ou não considerar alguns ossículos como parte da constituição do esqueleto. O exemplo mais comum são os ossículos da orelha média (ouvido), que para alguns anatomistas são considerados e para outros não são computados durante a contagem dos ossos do corpo.

Classificação dos Ossos

Segundo a localização topográfica dos ossos, podemos classificá-los em ossos axiais e apendiculares. Os ossos axiais são aque les que formam o eixo principal do corpo, é o caso dos ossos da cabeça, do pescoço e do tronco, enquanto que os ossos apendiculares formam os apêndices do corpo, isto é, estão localizados nos membros superiores e nos membros inferiores. A classificação que faremos a seguir leva em consideração a forma (morfologia) dos ossos pelo fato de eles apresentarem características morfológicas diferentes. Por isso, eles são classificados quanto à sua forma em: longos, alongados, planos, irregulares e curtos. Existem ainda alguns ossos que, por suas características funcionais, podem ser classificados à parte. É o caso dos ossos pneumáticos e os sesamóides.

A) Ossos longos

São aqueles ossos em que o comprimento é maior do que a largura e a espessura, além disso, eles apresentam como característica principal a presença de canal medular. Outras características que encontramos nos ossos longos (veja a Figura 2.2) são a presença de um corpo (diáfise), de duas extremidades (epífise distal e proximal), de uma região de transição entre as epífises e a diáfise (metáfise distal e proximal) e de uma cavidade na diáfise que aloja a medula óssea (canal medular). Esses ossos estão situados nos membros superiores e inferiores como o úmero, o rádio, o fêmur e a tíbia etc.

B) Ossos alongados

São aqueles ossos em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessura, só que esse tipo de osso não possui canal medular. Esses ossos são representados pelas costelas e pelas clavículas, conforme ilustra a Figura 2.3.

C) Ossos planos ou laminares

São aqueles ossos cujo comprimento e largura predominam sobre a espessura. Esses ossos estão localizados principalmente na calota craniana, como é o caso do osso parietal, e nas raízes dos membros superiores e inferiores, como é o caso do osso da escápula e o osso do quadril, respectivamente (veja a Figura 2.4).

D) Ossos curtos

São aqueles ossos em que o comprimento, a largura e a espessura se equivalem. A Figura 2.5 a seguir mostra exemplos desses ossos distribuídos principalmente na mão e no pé.

E) Ossos irregulares

São ossos que apresentam uma forma diferente de qualquer figura geométrica conhecida. Ossos localizados na coluna vertebral (vértebras) e na cabeça (mandíbula) são exemplos que caracterizam os ossos irregulares (veja a Figura 2.6). São aqueles ossos que apresentam uma cavidade interna contendo ar. Essa cavidade é revestida de mucosa e denominada de seio. Encontramos esses ossos situados adjacentes à cavidade nasal. É o caso dos ossos: frontal, maxila, etmóide e esfenóide, todos localizados no crânio e na face, conforme visto na Figura 2.7.

G) Ossos sesamóides

São pequenos ossos que se desenvolvem dentro de tendões ou da cápsula articular. Ossos que se desenvolvem na substância dos tendões são denominados de intratendíneos, e os que se desenvolvem na substância da cápsula articular são chamados periarticulares. A patela (veja a Figura 2.8) é um exemplo específico de osso sesamóide intratendíneo. O pé e a mão são os locais mais comuns onde se encontram ossos sesamóides periarticulares.

Arquitetura dos Ossos

Ao apalpar o cotovelo ou o seu crânio, você observa que está tocando numa estrutura extremamente dura. Essas estruturas rígidas são os ossos que apresentam na sua arquitetura as trabéculas ósseas, cuja disposição varia no próprio osso. Portanto, encontram-se nos ossos dois tipos de substância óssea (veja a Figura 2.9), a substância óssea compacta e a substância óssea esponjosa. A substância óssea compacta é mais resistente, e as trabéculas ósseas estão firmemente aderidas umas às outras. Encontra-se esse tipo de substância óssea compacta principalmente na parte externa dos ossos. Já a substância óssea esponjosa é mais elástica, e as trabéculas ósseas estão mais afastadas entre si, dando um aspecto de rede. Encontra-se esse tipo de substância óssea esponjosa nas extremidades dos ossos longos e na parte interna dos ossos de uma forma geral.

Periósteo

Se você já fraturou um osso, com certeza vai se lembrar da dor que sofreu naquele momento. A dor causada não é decorrente do osso fraturado, mas sim da lesão ou da distensão que sofreu o periósteo. O periósteo (veja a Figura 2.10) é a membrana de tecido conjuntivo fibroso que envolve externamente o osso, exceto nas suas superfícies articulares. Ele possui uma camada fibrosa mais externa e uma camada osteogênica mais interna, responsável pelo crescimento ósseo em espessura e pela formação do calo ósseo na recomposição das fraturas (veja a Figura 2.10).

Dentro dos ossos, encontramos uma camada celular de tecido conjuntivo revestindo internamente o canal medular, chamada de endósteo. Essa camada também é osteogênica, isto é, produz tecido ósseo responsável pelo crescimento da espessura do osso.

Medula óssea

O sangue que corre dentro dos vasos sanguíneos (artéria e veia) é produzido no interior dos ossos. Essa substância que produz sangue é chamada de medula óssea, conforme mostra a Figura 2.9. Ela está situada dentro do canal medular e da substância óssea esponjosa dos ossos. Possuímos dois tipos de medula óssea: medula óssea rubra ou vermelha, que produz hemáceas, plaquetas e granulócitos, e a medula óssea flava ou amarela, que é gordurosa (tutano), em alguns ossos, ela substitui a medula vermelha ao longo do tempo.

Outras características dos ossos

A dureza e a resistência dos ossos são decorrentes de substâncias minerais que ficam depositadas neles. Por outro lado, o osso apresenta elasticidade devido à presença de sustâncias orgânicas na sua composição. Ele pode sofrer erosão: osteoporose, decorrente da retirada de sais minerais pelo próprio organismo. A coloração dos ossos geralmente é esbranquiçada, mas pode variar de um indivíduo para outro.

Elementos descritivos dos ossos

Quando estudamos a classificação dos ossos quanto à sua forma, observamos que eles apresentam características morfológicas diferentes entre si, isto é, eles possuem:

• saliências articulares (cabeça, tróclea e côndilos) e não articulares (tubérculo, tuberosidade, trocanter e espinha...);

• depressões articulares (cavidades e fóveas...) e depressões não articulares (fossa, impressão e sulco...);

• aberturas (forame, canal e meato...).

Esses relevos presentes nos ossos são os chamados Acidentes ósseos.

Vascularização e inervação dos ossos

Os ossos, assim como quaisquer partes do corpo humano, necessitam de sangue para serem nutridos. Os ossos recebem o seu suprimento arterial proveniente das artérias nutriciais que estão no periósteo. Além delas, as artérias metafisárias e epifisárias nutrem, também, as extremidades dos ossos.

A inervação dos ossos é feita pelos nervos periostais. Eles possuem fibras que transmitem a sensação de dor, acompanham os osteoporose Aumento da fragilidade óssea resultante da gradual redução na taxa de formação de osso, condição comum nas pessoas idosas.

vasos sangüíneos e inervam os ossos. O periósteo é sensível à lesão ou à tensão, o que explica a dor aguda nas fraturas ósseas.

Drenagem venosa e linfática dos ossos

Os resíduos metabólicos que não servem mais aos ossos precisam ser eliminados. Os sistemas venoso e linfático são os responsáveis diretos pela drenagem dos resíduos metabólicos dos ossos. As veias que drenam os ossos acompanham as artérias, e recebem o mesmo nome.

Tipos de Esqueleto

Existem três tipos de esqueleto de acordo com a disposição do arcabouço de sustentação do organismo:

Classificação do Esqueleto

Distinguimos topograficamente o esqueleto em esqueleto axial e esqueleto apendicular (veja a Figura 2.12). Os ossos da cabeça, do pescoço, da coluna vertebral, do esterno e das costelas fazem parte do esqueleto axial, enquanto os ossos dos membros superiores (clavícula, escápula, úmero, rádio, ulna, ossos do carpo,

Fratura óssea

Quebra de um osso ou uma cartilagem.

Esqueleto Axial Esqueleto Apendicular

Figura 2.12 -Desenho esquemático dos esqueletos axial e apendicular metacarpiais e falanges) e dos membros inferiores (quadril, fêmur, patela, tíbia, fíbula, ossos do tarso, metatarsiais e falanges) constituem o esqueleto apendicular.

Funções do Esqueleto

O esqueleto possui funções muito importantes do ponto de vista mecânico e biológico. Entre elas podemos destacar as seguintes:

• funções mecânicas: proteção e sustentação das partes moles do corpo (sistema nervoso central, coração e pulmões), conformação do corpo (dá forma ao corpo) e auxílio no sistema de alavancas biológicas para a realização dos movimentos;

• funções biológicas: o esqueleto é responsável pela produção de células sanguíneas e nele ficam depositados os íons de cálcio, fósforo e zinco.

Classificação das Articulações

As articulações podem ser classificadas de acordo com a constituição tecidual que faz a conexão entre os ossos ou as cartilagens. As articulações por continuidade, em que os ossos se unem por um tecido conjuntivo fibroso, são denominadas de Articulações fibrosas. Aquelas em que os ossos se unem por um tecido cartilaginoso são ditas Articulações cartilagíneas, e aquelas, em que os ossos estão justapostos, separados por uma fenda articular e envolvidos por uma cápsula articular, são chamadas de Articulações sinoviais. A Figura 3.1 mostra os três tipos de articulações.

Articulações Fibrosas

Podemos classificar as articulações fibrosas em três tipos fundamentais de acordo com a união que ocorre entre os ossos ou as cartilagens. Os três tipos fundamentais são: suturas, sindesmoses e gonfoses.

Suturas

Encontramos as suturas principalmente entre os ossos do crânio, em que a união é feita por tecido conjuntivo fibroso. As suturas são classificadas em planas se as margens de contato entre os ossos são planas, um exemplo é a união que ocorre entre os ossos nasais (veja a Figura 3.2A). As suturas são classificadas em denteadas ou serreadas (veja a Figura 3.2B) se as margens de contato dos ossos são em forma de dentes de serra, como é o caso da maioria das articulações dos ossos da cabeça. E finalmente se têm as suturas escamosas (veja a Figura 3.2C) se a margens dos ossos são em forma de escama, como ocorre entre com os ossos parietal e temporal.

Sindesmoses

Outro tipo de articulação fibrosa é a sindesmose. Nela o tecido interposto é o conjuntivo fibroso, que faz a união dos ossos plana, denteada e escamosa a distância. Encontramos esse tipo de articulação entre os corpos do rádio e da ulna e entre a tíbia e a fíbula, em que a união é feita pela membrana interóssea de constituição fibrosa (veja a Figura 3.3).

Gonfoses

Temos, ainda, um terceiro tipo de juntura fibrosa chamada de gonfose. Encontra-se esse tipo de articulação somente entre os dentes e os alvéolos dentários da maxila e da mandíbula. Os dentes estão fixados nos ossos por intermédio de tecido conjuntivo fibroso (veja a Figura 3.4).

Articulações Cartilagíneas

Neste tipo de articulação a união (conexão) entre os ossos e feita por cartilagem hialina ou fibrocartilagem. As articulações cartilagíneas apresentam pouca mobilidade e são de dois tipos: sincondroses e sínfises.

Sincondroses

Nas sincondroses a união entre os ossos ocorre por meio de cartilagem hialina. Esse tipo de articulação pode ser intra-ósseas − dentro de um mesmo osso (metáfise dos ossos longos) − ou interósseas − entre ossos diferentes (osso occipital e osso esfenóide, como mostra a Figura 3.5).

Sínfises

Um outro tipo de articulação cartilagínea é a sínfise. Na sínfise a união entre os ossos se faz por meio de tecido fibrocartilaginoso. É o que acontece na união entre os corpos das vértebras e também na sínfise púbica. Nesses locais o disco intervertebral e o disco interpúbico de constituição fibrocartilaginoso se interpõem às vértebras e aos ossos dos púbicos, respectivamente (veja a Figura 3.6).

Articulações Sinoviais

Quando realizamos o movimento do braço, caminhamos ou chutamos uma bola, estamos usando uma articulação do tipo sinovial. As articulações sinoviais são aquelas que apresentam grande amplitude de movimento e se caracterizam pela presença de uma cápsula

Elementos constantes e inconstantes das junturas sinoviais

Os elementos constantes das articulações sinoviais são aqueles elementos que estão presentes em todas as articulações sinoviais. Eles são representados pelas seguintes formações: 2. meniscos − estruturas fibrocartilaginosas em forma de meia--lua (disco incompleto) que agem como amortecedores de peso e permitem a estabilização da articulação do joelho;

3. lábio articular − estrutura em forma de anel que amplia uma das superfícies articulares (encontramos um lábio na escápula da articulação escápulo-umeral e na articulação do quadril); e 4. ligamentos − estruturas em forma de fita modelada rica em fibras colágenas e elásticas que ajudam na fixação dos ossos articulados. Os ligamentos são de origens musculares ou capsulares, podem se localizar na substância da cápsula articular (capsular), dentro da cápsula articular (intracapsular) ou por fora da cápsula articular (extracapsular). Eles desempenham as funções de coesão ou adesão, e frenam ou limitam os movimentos articulares (veja a Figura 3.8).

Movimentos das articulações sinoviais

Observe então que as articulações do ombro, do cotovelo, do punho, do quadril, do joelho, do tornozelo, do pé e da mão são exemplos de articulações sinoviais. Essas articulações realizam grandes movimentos e, ao mesmo tempo, estão em maior número no corpo humano.

Menisco lateral

Menisco medial

Ligamento cruzado anterior

Ligamento cruzado posterior

Ligamento transverso

Figura 3.8 -Representação esquemática do menisco e ligamentos da articulação do joelho A Figura 3.9 ilustra os principais movimentos realizados pelas articulações sinoviais. Esses movimentos são de:

• flexão -quando os ossos articulados se aproximam, diminuindo o ângulo da articulação;

• extensão -quando os ossos articulados se afastam, aumentando o ângulo da articulação;

• adução -quando os membros superiores ou inferiores se aproximam do plano mediano;

• abdução -quando os membros superiores ou inferiores se afastam do plano mediano; e

• rotação -quando os ossos articulados giram em torno dos seus próprios eixos.

A supinação e pronação correspondem aos movimentos de rotação lateral e rotação medial do antebraço, e a circundução é a somatória de flexão, abdução, extensão e adução no espaço.

Classificação das articulações sinoviais

Podemos classificar as articulações sinoviais de acordo com vários critérios:

1. quanto ao número de ossos articulados, as articulações sinoviais são classificadas em simples e compostas. Elas são simples quando ocorrem entre dois ossos, e compostas entre três ou mais ossos. A articulação escápulo-umeral (ombro) é um exemplo de articulação simples, enquanto a articulação do cotovelo é composta;

2. quanto ao eixo de movimento, as articulações sinoviais são classificadas em monoaxiais, biaxiais e triaxiais. Esses tipos de articulações realizam o movimento em torno de um, dois ou três eixos, respectivamente. Existe um quarto grupo classificado como não axial (ou anaxial) que apenas realiza o movimento de deslizamento de uma superfície óssea sobre a outra. A articulação úmero-ulnar é um exemplo de articulação monoaxial, pois ela realiza apenas os movimentos de flexão e extensão. Já a articulação do punho representa uma articulação biaxial, Figura 3.9 -A figura mostra os movimentos realizados pelas junturas sinoviais

porque ela realiza os movimentos de flexão, extensão, adução e abdução. Por outro lado, as articulações escápulo-umeral e quadril são triaxiais, porque elas realizam os movimentos de flexão, extensão, adução, abdução e rotação;

3. quanto ao funcionamento, as articulações sinoviais são classificadas em dependentes e independentes. As articulações dependentes dependem da integridade de uma outra articulação para realizar o movimento, e as articulações independentes não dependem da integridade de uma outra articulação para se movimentar. Para entender esse tipo de classificação funcional, precisamos raciocinar um pouco. Procure abrir e fechar a boca, você vai verificar que a mandíbula articula-se com o crânio por meio de uma articulação (Art. temporomandibular) de cada lado da face. Quando você fala ou mastiga, as duas articulações trabalham simultaneamente. Portanto, uma articulação depende da integridade da outra para poder funcionar. Neste caso, classificamos as articulações temporomandibulares funcionalmente como dependentes. Agora, procure realizar a flexão do antebraço sobre o braço do lado direito do corpo. Observe que, para realizar esse movimento, não é preciso movimentar a mesma articulação do lado oposto. Então, classificamos a articulação do cotovelo, funcionalmente, como independente, isto é, um cotovelo não depende do outro para realizar o movimento; e 4. quanto à forma das superfícies articulares (veja a Figura 3.10), as articulações sinoviais são classificadas em: plana, gínglimo, trocóide, selar, condilar e esferóide.

• Na articulação plana as superfícies de contato são planas ou ligeiramente planas. Elas permitem apenas o movimento de deslizamento entre os ossos e, por isso, são articulações não axiais. Encontramos esse tipo de articulação entre o acrômio e a clavícula (Art. Acrômio-clavicular).

• Na articulação gínglimo (em dobradiça) as superfícies articulares têm uma tal forma que os movimentos possíveis são a flexão e a extensão. Esses tipos de articulações são encontradas no cotovelo e entre as falanges nos dedos.

• Na articulação trocóide as superfícies articulares são cilíndricas, isto é, têm a forma de pivô. São monoaxiais e permitem a rotação. Como exemplo podemos citar a articulação radioulnar proximal, em que a pronação e a supinação são os únicos movimentos possíveis.

• Na articulação selar as superfícies articulares têm a forma de sela de montaria. São biaxiais e permitem os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução. A articulação carpometacárpica, na base do 1º dedo (polegar), é um exemplo de articulação selar.

• Na articulação condilar há uma superfície articular ligeiramente côncava e outra levemente convexa. São biaxiais e permitem os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e circundução. Encontramos esse tipo de articulação entre o rádio e o carpo (Art. Radiocárpica ou punho)

• Na articulação esferóide as superfícies ósseas são formadas por uma cabeça esférica de um osso contrapondo-se a uma cavidade em forma de taça do outro. São triaxiais e permitem os movimentos de flexão e extensão, adução e abdução, rotação lateral e medial e circundução. Há somente duas articulações esferóides no corpo: a do ombro (Art. Escápulo--umeral) e a do quadril.

c a p í t u lo 4 c a p í t u lo 4 Miologia

Todos os movimentos efetuados, voluntários ou involuntários, implicam a intervenção de um número importante de músculos, que podem ser de diversos tipos. Os músculos podem ser conceituados de acordo com a estrutura histológica e a ação do sistema nervoso central. Além de conceituá-los e classificá-los, você será capaz de descrever os músculos estriados esqueléticos de acordo com a ação, a forma, o número de ventres musculares, suas origens e inserções. Poderá ainda descrever bainha sinovial e bolsa sinovial e também identificar os principais músculos do esqueleto axial e apendicular.

Classificação dos Músculos

• Quanto ao controle do Sistema Nervoso, os músculos, assim como quaisquer partes do nosso corpo, são coordenados pelo sistema nervoso central. Por isso, os músculos são classificados em voluntários e involuntários. Os músculos voluntários são aqueles que realizam uma ação de acordo com a nossa vontade. O ato de caminhar, saltar ou chutar uma bola são exemplos de ações voluntárias. Os músculos involuntários são aqueles que realizam uma ação sem que o indivíduo tenha controle do ato que está ocorrendo. Os batimentos cardíacos e os movimentos peristálticos do tubo digestório são realizados por músculos que fogem do nosso controle voluntário e, por isso, são considerados músculos involuntários.

• Quanto ao aspecto histológico, os músculos apresentam uma série de características próprias que permitem distinguirmos três tipos de fibras musculares. Uma das principais características é a presença de estrias transversais na fibra muscular.

Músculo Estriado Esquelético

A seguir, todas as considerações que faremos serão dirigidas aos músculos estriados esqueléticos. uma porção central, avermelhada e contrátil (ativa) do músculo denominado de ventre muscular. As extremidades dos músculos podem ser de dois tipos: em forma de fita os tendões (passivo) ou em forma de lâmina as aponeuroses, por meio das quais os músculos vão se fixar no esqueleto, na pele e em outros músculos. Além disso, cada músculo apresenta a fáscia muscular, membrana de tecido conjuntivo que o envolve. A fáscia muscular permite o livre deslizamento dos músculos entre si e ao mesmo tempo se espessa para se fixar nos ossos (septos intramusculares) formando compartimentos para alojar grupos musculares.

Elementos constituintes

Anexos musculares

Os anexos musculares (veja a Figura 4.3) são estruturas em forma de bolsa contendo líquido sinovial que permitem aos tendões o deslizamento sem o atrito durante os movimentos das articulações. Os anexos musculares são de dois tipos: a bainha sinovial, dupla membrana sinovial que envolve o tendão muscular e que se interpõe ao tendão e ao osso ou entre o tendão e a pele. O outro tipo de anexo muscular é a bolsa sinovial, bolsa de membrana sinovial que contém liquido sinovial e que se interpõe entre o tendão e o osso ou entre o tendão e a pele.

Inserção muscular

Vamos considerar a maneira mais fácil de se compreender o seu conceito. Portanto, podemos dizer que cada músculo "inicia-se" em uma inserção de origem (ponto fixo) e "termina" em uma inserção terminal (ponto móvel) e contrai-se produzindo uma ação. Então, a inserção de origem é a extremidade do músculo que está presa no segmento ósseo que permanecerá fixo durante o movimento, e a inserção terminal é a extremidade do músculo que está presa no segmento que se deslocará durante o movimento. Isto é, a inserção de origem corresponde ao ponto fixo e a inserção terminal, ao ponto móvel do músculo. Por exemplo, o movimento de flexão do antebraço sobre o braço é realizado pelos músculos braquial e bíceps braquial. Veja, então, que quando se realiza o movimento a extremidade proximal do músculo bíceps braquial permanece fixa, portanto, corresponde à inserção de origem muscular. Por outro lado, a extremidade distal do músculo corresponde à inserção terminal, isto é, a extremidade do músculo que está presa no segmento que se desloca (veja a Figura 4.4).

Classificação dos músculos estriados esqueléticos

A classificação a seguir se aplica somente aos músculos estriados esqueléticos, conforme veremos:

• Quanto à forma e ao arranjo das fibras musculares: a forma e o arranjo das fibras musculares estão condicionados principalmente à sua função. Fibras com disposições paralelas são encontradas principalmente nos músculos longos e largos. Os músculos longos (veja a Figura 4.5) são geralmente fusiformes, e os largos apresentam a forma de leque, por exemplo, músculos bíceps braquial e peitoral maior, respectivamente.

A B Podemos, ainda, encontrar músculos em que as suas fibras estão dispostas circularmente, como os músculos orbiculares da boca e do olho.

• Quanto à inserção de origem ou ao número de cabeças: os músculos que apresentam dois tendões (cabeças) de inserções de origens são classificados como bíceps, os que possuem três tendões (cabeças), de inserções de origens como tríceps e os que apresentam quatro tendões de inserções de origens como quadríceps. São Dependendo do movimento a ser efetuado, o músculo ou grupo de músculos podem atuar como agonista, antagonista, fixador ou até mesmo como um sinergista.

c a p í t u lo 5 c a p í t u lo 5

Sistema Nervoso

Executar uma tática de jogo, sentir frio ou calor são reações relacionadas ao trabalho do Sistema Nervoso, que detecta estímulos internos ou externos e desencadeia respostas. Ao final deste capítulo você será capaz de conceituar e dividir o Sistema Nervoso de acordo com os critérios morfológico e funcional. Você também poderá identificar a estrutura, a constituição, a distribuição de substância branca e cinzenta, as cavidades e as divisões do sistema nervoso central. Poderá também descrever as meninges do encéfalo e da medula espinal; a origem, a função, a circulação e a absorção do líquido cerebrospinal (liquor); a anatomia macroscópica e a distribuição dos nervos cranianos e espinais.

Divisão do Sistema Nervoso

Podemos dividir o Sistema Nervoso de acordo com dois critérios, o morfológico e o funcional.

De acordo com o critério morfológico, dividimos o Sistema Nervoso em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico.

• O Sistema Nervoso Central (SNC) é a parte situada dentro da caixa craniana e do canal vertebral. Ele analisa informações, armazena-as sob a forma de memória e elabora padrões de resposta ou gera respostas espontâneas.

• O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é a parte situada fora da caixa craniana e do canal vertebral. Ele interliga o SNC a outras regiões do corpo.

Do ponto de vista funcional, podemos dividir o Sistema Nervoso em sistema nervoso somático (ou da vida de relação) e sistema nervoso visceral (ou da vida vegetativa).

• O sistema nervoso somático (SNS) relaciona o indivíduo com as variações do meio externo, enquanto o sistema nervoso visceral (SNV) é responsável pela manutenção do equilíbrio interno das vísceras (homeostase).

Sistema Nervoso Central

A partir de agora vamos estudar o sistema nervoso central de forma mais detalhada.

Divisão do SNC

O sistema nervoso central divide-se em encéfalo e medula espinal, que se encontram dentro do crânio e do canal vertebral.

Estrutura e constituição do SNC

Distinguimos macroscopicamente no sistema nervoso central uma área de substância branca e uma outra área de substância cinzenta, como mostra a Figura 5.2.

A área de substância branca é de tecido nervoso formado de neuróglia (células de sustentação do Sistema Nervoso) e fibras nervosas mielínicas. Encontramos a sustância branca distribuída, principalmente, na região externa da medula espinal e do tronco encefálico e na região interna do cérebro e do cerebelo.

A área de substância cinzenta é, também, de tecido nervoso formado por fibras nervosas amielínicas, neuroglias e corpos de neurônios (célula nervosa). Encontramos esse tipo de sustância cinzenta distribuída internamente na medula espinhal, no tronco encefálico, e externamente no córtex cerebral e no córtex cerebelar. No interior do cérebro e do cerebelo a substância cinzenta forma os núcleos da base e os núcleos centrais, respectivamente. O córtex é uma camada de substância cinzenta que envolve o cérebro (córtex cerebral) e o cerebelo (córtex cerebelar), enquanto o núcleo representa um agrupamento de corpos de neurônios distribuído dentro do cérebro (núcleos da base) e dentro do cerebelo (núcleos do cerebelo).

Cavidades do SNC

O sistema nervoso central possui uma luz (espaço) no seu interior que começa aparecer no início da formação embrionária, persistindo no indivíduo adulto (Veja a Figura 5.3).

Esse espaço permanece dentro da medula espinal e passa a ser chamado de canal ependimário ou canal central da medula. No encéfalo, encontramos cavidades denominadas de ventrículos encefálicos. Dentro do telencéfalo, duas grandes cavidades, os ventrículos laterais, comunicam-se com o IIIº ventrículo situado no diencéfalo por meio do forame interventricular. O IIIº ventrículo é uma cavidade que se comunica com o IVº ventrículo, que está situado entre o cerebelo e o tronco encefálico, por meio do aqueduto do mesencéfalo.

Envoltórios do SNC (meninges)

O sistema nervoso central está envolvido por membranas denominadas de meninges, que, por sua vez, está constituída de três lâminas. A lâmina externa é a dura-máter, que na medula espinal é formada por um único folheto e no encéfalo é constituída por dois folhetos. A lâmina média é a aracnoide, e a lâmina interna é a pia-máter, que está aderida ao tecido nervoso central (Veja a Figura. 5.4). Entre as lâminas das meninges existem espaços ocupados por plexos venosos e líquidos. O espaço epidural (extradural ou peridural) preenchido pelo plexo venoso vertebral interno localiza-se entre o canal vertebral e a dura-máter. O espaço subdural situa-se entre a dura-máter e a aracnoide. Nesse espaço encontramos apenas líquido que lubrifica as lâminas das meninges. O espaço subaracnóideo situa-se entre a aracnoide e a pia-máter. Esse é o espaço mais importante entre as meninges pelo fato de ser preenchido pelo liquor ou líquido cérebro espinal.

Líquido cérebro-espinal ou liquor

O liquor é um líquido incolor produzido pelos plexos corióides que circula nas cavidades ventriculares e no espaço subaracnóideo (Veja a Figura 5.5). O seu volume é de 100 a 150ml, renovando-se a cada 8 horas. Ele é absorvido nas granulações aracnóideas, que são projeções da aracnoide para dentro do seio sagital superior.

As principais funções do liquor são as proteções mecânicas e biológicas que ele exerce sobre o SNC.

Anatomia macroscópica do sistema nervoso central

A seguir estudaremos as partes que compõem o sistema nervoso central.

A) Medula espinal

A medula espinal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral, conforme ilustra a Figura 5.6. Ela se apresenta dilatada em duas regiões: na região cervical devido à conexão com o plexo braquial e na região lombar devido à conexão com o plexo lombossacral. Essas regiões são chamadas, respectivamente, de intumescência cervical e intumescência lombar.

A medula espinal termina afilando-se para formar um cone, o cone medular que continua com delgado filamento meníngeo, o filamento terminal, até o fundo do saco dural.

No adulto, a medula espinal (Veja a Figura. 5.6) termina no nível da 2ª vértebra lombar. Abaixo desse nível o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que, dispostas em torno do cone medular e do filamento terminal, constituem a cauda equina. (2) o mesencéfalo, situado superiormente; e (3) a ponte, situada entre os dois.

As funções do tronco encefálico incluem centros responsáveis pelo controle da pressão sangüínea, da respiração, do vômito, além do controle do sono e da vigília.

C) Cerebelo

O cerebelo (veja a Figura 5.8) é a parte do sistema nervoso central situado na fossa cerebelar da caixa craniana, posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao lobo occipital do telencéfalo.

Anatomicamente, divide-se o cerebelo em uma porção ímpar e mediana o verme do cerebelo e duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares.

O cerebelo é responsável por funções importantes, tais como manutenção do equilíbrio, tônus muscular e postura, além de exercer atividade de coordenação motora involuntária.

E) Telencéfalo

O telencéfalo (veja a Figura 5.10) é a porção superior e mais desenvolvida do SNC, ocupa 80% da caixa craniana e está situado acima do diencéfalo. Além das funções psíquicas, o telencéfalo coordena os estímulos sensoriais e a motricidade. Além disso, age de maneira integrada, havendo algumas áreas com funções especializadas, por exemplo, o hemisfério esquerdo é responsável pela linguagem e o raciocínio matemático, enquanto o hemisfério direito está relacionado às habilidades artísticas (música e pintura) e ao reconhecimento de formas.

Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico é a parte do Sistema Nervoso que está situado fora do canal vertebral e da cavidade craniana. Ele é constituído de nervos, terminações nervosas e gânglios.

Constituição

Os nervos são cordões esbranquiçados que unem o SNC a um órgão periférico. Classificamos os nervos quanto à função das fibras nervosas em: nervos sensitivos (aqueles que estão envolvidos com a sensibilidade); nervos motores (aqueles que estão envolvidos com a motricidade); e nervos mistos (aqueles que possuem os componentes sensitivo e motor).

Podemos, ainda, classificar os nervos em: cranianos e espinais. O nervo craniano é aquele que faz a conexão do encéfalo com um órgão periférico, e o nervo espinal é aquele que faz a conexão da medula espinal com um órgão periférico.

Os nervos cranianos, em números de 12 pares, fazem conexões com o encéfalo. A figura a seguir mostra os 12 pares de nervos cranianos:

Os nervos espinais, em números de 31 pares, fazem conexão com a medula espinal. Desses nervos espinais, 8 pares são cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. As terminações nervosas são estruturas complexas situadas nas extremidades dos nervos. Elas são de dois tipos: as sensitivas (receptores) captam estímulos e as motoras (efetuadoras) estimulam os órgãos a efetuarem as respostas. As respostas do Sistema Nervoso serão sempre manifestadas como uma contração muscular (músculos liso, cardíaco ou esquelético) ou com uma secreção glandular.

Os gânglios são agrupamentos de corpos de neurônios localizados fora do sistema nervoso central. Podemos encontrar gânglios sensitivos na raiz do nervo espinal e gânglios motores dentro das vísceras ou de cada lado da coluna vertebral formando a cadeia simpática.

Plexo braquial

O plexo braquial é um emaranhado de nervos que estão entrando e saindo dos segmentos cervical e torácico da medula espinal. Os nervos terminais (veja a Figura 5.12) desse plexo são representados pelos nervos mediano, ulnar, musculocutâneo, radial e axilar, que inervam a região do ombro, do braço, do antebraço e da mão.

Plexo lombossacral

O plexo lombossacral, conforme mostra a Figura 5.13, é um emaranhado de nervos que estão entrando e saindo dos segmentos lombar e sacral da medula espinal. Esse plexo possui vários nervos, sendo os principais os nervos isquiático, femoral e obturatório. Eles são responsáveis pela inervação do membro inferior.

Sistema Nervoso Visceral

Conceito e divisão

O sistema nervoso visceral (veja a Figura 5.14) é a parte do Sistema Nervoso envolvido com a manutenção e o controle da constância interna do organismo chamado de homeostase. É uma parte importante do Sistema Nervoso responsável pelo controle da frequência cardíaca, da quantidade de gás carbônico e do oxigênio no sangue, dos movimentos peristálticos do tubo digestório etc.

O sistema nervoso visceral possui um componente aferente (sensitivo) pouco conhecido e um componente eferente (motor) denominado de sistema nervoso autônomo, que se divide em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

Os sistemas nervosos simpático e parassimpático possuem dois neurônios: um pré-ganglionar, cujo corpo celular fica dentro da medula espinal ou do tronco encefálico, e outro pós-ganglionar, cujo corpo celular está próximo ou dentro das vísceras.

Diferenças entre os sistemas simpático e parassimpático

A tabela a seguir mostra as diferenças anatômicas, farmacológicas e fisiológicas que existem entre o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático.

Anatomia do sistema nervoso simpático

O sistema nervoso simpático (veja a Figura 5.14) de origem dos segmentos T1 a L2 da medula espinal caracteriza-se pela formação de dois cordões de tecido nervoso que correm de cada lado e anteriormente à coluna vertebral, denominado de tronco simpático. O tronco simpático é formado pelos gânglios paravertebrais, situados de cada lado da coluna vertebral, e pelos gânglios pré-vertebrais, localizados anteriormente à coluna vertebral. Desse tronco simpático partem os nervos simpáticos para inervação autônoma das vísceras.

Anatomia do sistema nervoso parassimpático

O sistema nervoso parassimpático (veja a Figura 5.14) é formado pelos núcleos dos nervos cranianos (III, VII, IX, X e XI) localizados dentro do tronco encefálico e pelos segmentos sacrais (S2 a S4) da medula espinal.

Do tronco encefálico e dos segmentos sacrais partem os nervos parassimpáticos para inervação autônoma das vísceras.

c a p í t u lo 6 c a p í t u lo 6

Sistema Circulatório

Divisão do Sistema Circulatório

Podemos dividir o Sistema Circulatório em sistema cardiovascular, sistema linfático e órgãos hemopoiéticos.

• O sistema cardiovascular é formado pelo coração (considerado como um vaso modificado), pelos vasos sanguíneos (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias) e pelo sangue, que circula dentro dos vasos e do coração.

• O sistema linfático é constituído pelos vasos linfáticos (troncos linfáticos, vasos linfáticos aferentes e eferentes e capilares linfáticos), pelos órgãos linfoides (tonsilas e linfonodos) e pela linfa, que circula nos vasos e nos troncos linfáticos.

• Os órgãos hemopoiéticos são representados pelo timo, baço e medula óssea.

Sistema Cardiovascular

A Figura 6.1 mostra que o coração está dentro de um saco fibrosseroso chamado de pericárdio. O pericárdio é formado por duas membranas denominadas pericárdio fibroso e pericárdio seroso. A membrana externa é fibrosa, sendo denominada pericárdio fibroso. O pericárdio seroso é a membrana interna e possui duas lâminas. A lâmina parietal está aderida internamente ao pericárdio fibroso e a lâmina visceral está aderida ao miocárdio, podendo também ser denominada epicárdio.

Coração, forma e situação

Podemos verificar que o coração é um órgão muscular oco que age como uma bomba contrátil aspirante e propulsora de sangue e que desempenha importante papel na dinâmica da circulação sanguínea. Ele tem uma forma piramidal achatada no sentido ântero-posterior e está localizado no mediastino médio entre os pulmões na cavidade torácica. 2/3 do coração fica à esquerda do plano mediano e 1/3 fica à direita desse mesmo plano (veja a Figura 6.2).

Estrutura da parede cardíaca

A parede do coração (veja a Figura 6.3) é formada por três camadas que são de fora para dentro, o epicárdio, o miocárdio e o endocárdio. O epicárdio é a camada externa da parede cardíaca, formada pelo folheto visceral do pericárdio seroso; o miocárdio compreende o tecido muscular estriado cardíaco que constitui a camada média da parede do coração o endocárdio é a delgada membrana que reveste internamento o miocárdio, constituindo a camada interna.

Figure 6

Cavidades do coração

A Figura 6.3 mostra o coração como um órgão oco que possui quatro câmaras cardíacas: duas são câmaras de recepção de sangue, o átrio direito e o átrio esquerdo, e duas são câmaras de expulsão de sangue, o ventrículo direito e o ventrículo esquerdo.

Morfologia externa do coração

Observando o coração externamente, verificamos que ele apresenta uma base voltada para cima, para a direita e para trás. É na base do coração que chegam ou saem os grandes vasos do coração. O ápice formado pelas confluências dos ventrículos está voltado para baixo, para a esquerda e para frente. Ainda, identificamos no coração uma face esternocostal, em contato com o esterno, uma face diafragmática, em contato com o músculo diafragma, e uma face pulmonar ou esquerda, relacionada com o pulmão esquerdo, conforme mostra a Figura 6.4.

Pequenas depressões conhecidas como sulcos são encontradas na superfície externa do coração. Os principais sulcos são: 1) o sulco atrioventricular ou coronário, que fica entre os átrios e os ventrículos e aloja o seio coronário; 2) o sulco interventricular anterior, situado na face esternocostal; e 3) o sulco interventricular posterior, localizado na face diafragmática do coração (veja a Figura 6.4). Agora, observando o coração internamente, encontramos septos de tecido fibromuscular, que divide o coração em cavidades menores (veja a Figura 6.5). O septo atrioventricular divide a cavidade do coração em dois andares. O andar superior corresponde aos átrios, e o andar inferior corresponde aos ventrículos. O septo interatrial separa o andar superior em duas câmaras cardíacas chamadas de átrio direito e átrio esquerdo. Cada átrio apresenta uma projeção anterior em forma de orelha denominada aurícula. O septo interventricular divide o andar inferior em duas câmaras cardíacas denominadas ventrículo direito e ventrículo esquerdo.

A irrigação sanguínea (veja a Figura 6.6) do coração é feita pelas artérias coronária direita e coronária esquerda. Elas nascem da aorta ascendente e nutrem todo o tecido do coração.

O sangue venoso do tecido cardíaco é drenado pelas veias cardíacas que se confluem para formar o seio coronário, que desemboca no átrio direito. Junto à base do coração encontramos os vasos chamados de vasos da base do coração, ilustrados na Figura 6.5. Esses vasos são artérias e veias de grande calibre que levam sangue do coração para os órgãos ou trazem sangue dos órgãos para o coração. Os vasos da base são a aorta, o tronco pulmonar, a veia cava superior, a veia cava inferior e as veias pulmonares.

A aorta é a artéria mais importante do corpo humano. Ela nasce no ventrículo esquerdo e leva sangue arterial do coração para todo o corpo. Já o tronco pulmonar emerge do ventrículo direito e leva o sangue venoso do coração para os pulmões. A veia cava superior traz o sangue venoso da parte superior do corpo, e a veia cava inferior traz o sangue venoso da parte inferior do corpo, ambas desembocam no átrio direito. No átrio esquerdo chegam as veias pulmonares trazendo sangue arterial dos pulmões.

Morfologia interna dos átrios

Vamos conhecer agora a anatomia interna dos átrios. Dentro do átrio direito, conforme ilustra a Figura 6.7, verificamos a presença Aneurisma é a dilatação local das artérias devido ao enfraquecimento de suas paredes; perigo de ruptura do vaso.

Artéria coronária direita

Seio coronário

Artéria coronária esquerda

Figura 6.6 -Os vasos sanguíneos próprios do coração (aa. coronárias e seio coronário)

de três óstios (aberturas): a) óstios das veias cavas superior e inferior, onde desembocam as respectivas veias; e b) óstio atrioventricular direito, abertura que comunica o átrio direito com o ventrículo direito. No septo interatrial localiza-se uma pequena depressão ovoide conhecida como fossa oval. Verificamos, ainda, a crista terminal, uma elevação muscular de onde os músculos pectíneos partem em direção à aurícula direita.

Na parede do átrio esquerdo (veja a Figura 6.8) encontramos os óstios das veias pulmonares. Nesses óstios desembocam duas veias pulmonares direitas e duas veias pulmonares esquerdas provenientes dos respectivos pulmões. Uma outra abertura presente é o óstio atrioventricular esquerdo, que comunica o átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo. Além disso, nesse átrio, os músculos pectíneos são pouco desenvolvidos e restritos a à aurícula esquerda.

Morfologia interna dos ventrículos

A Figura 6.9 mostra que o ventrículo direito está separado do ventrículo esquerdo pela presença do septo interventricular. Além disso, na parede do ventrículo direto, elevações musculares conhecidas como trabéculas cárneas estão dispostas de três tipos. As trabéculas cárneas são a ponte, as cristas e os pilares. As cristas são apenas saliências na parede cardíaca, e as pontes são saliências onde apenas o corpo está afastado da parede do coração. A trabécula septo marginal é uma saliência do tipo ponte que vai do septo interventricular até a base do músculo papilar anterior. O terceiro tipo de trabécula são os pilares, representados pelos músculos papilares anterior, posterior e septal.

Encontra-se no óstio atrioventricular direito do lado ventricular a valva atrioventricular direita ou tricúspide. Essa valva possui três lâminas denominadas válvulas ou cúspides (daí o nome tricúspide). As cordas tendíneas prendem as válvulas nos músculos papilares. Uma outra valva presente é a valva pulmonar, constituída de três A Figura 6.10 ilustra, também, o ventrículo esquerdo separado do ventrículo direito pela presença do septo interventricular. As trabéculas cárneas possuem a mesma disposição encontrada no ventrículo direito. Está presente no óstio atrioventricular esquerdo do lado ventricular a valva atrioventricular esquerda, bicúspide ou mitral, constituída de duas válvulas ou cúspides. As cordas tendíneas prendem as duas válvulas ou cúspides nos músculos papilares anterior e posterior, que proeminam da parede ventricular.

A valva aórtica é semelhante à valva pulmonar, fecha o óstio da aorta por ocasião da diástole (dilatação) do ventrículo esquerdo.

As valvas atrioventriculares direita e esquerda fecham durante a sístole (contração) dos ventrículos, evitando refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios.

Sistema excitocondutor do coração

Os movimentos de contração (sístole) e relaxamento (diástole) da parede cardíaca são controlados por um sistema altamente especializado, conhecido como sistema excitocondutor ou sistema próprio do coração. Esse sistema é formado por fibras musculares especializadas em conduzir impulsos elétricos e, ao mesmo tempo, permite manter a freqüência cardíaca entre 60 e 80 batimentos por minuto no indivíduo adulto. (sinusal), formado por um agrupamento de fibras musculares especializadas, situado próximo ao óstio da veia cava superior. Ele é conhecido como o marca-passo do coração; b) feixes internodais (anterior, médio e posterior), que fazem as conexões do nó sinoatrial com o nó atrioventricular; c) nó atrioventricular, é um agrupamento de fibras musculares especializadas situado na porção inferior do septo interatrial; e d) feixe atrioventricular, constituído por um cordão de fibras musculares especializadas que se origina do nó atrioventricular e se dirige para o septo interventricular, onde se divide em ramo direito e ramo esquerdo, que vão se distribuir nos ventrículos. Esses ramos se subdividem várias vezes, constituindo o plexo subendocárdico.

Esqueleto fibroso do coração

O coração possui um esqueleto fibroso (veja a Figura 6.12) formado por anéis e condensações de tecido conjuntivo fibroso, que dão sustentação à musculatura cardíaca, às valvas atrioventriculares, às valvas aórtica e pulmonar e, ainda, separam a musculatura dos átrios da dos ventrículos.

Vasos Sanguíneos

Dentro dos vasos sanguíneos (artéria e veia) circulam o sangue e a linfa. A artéria é um vaso sanguíneo que está situado, geralmente, no plano profundo, por onde passa sangue (arterial ou venoso) que vai do coração para os órgãos. A veia, também, é um tipo de vaso sanguíneo que está situada no plano superficial e profundo por onde passa o sangue (venoso ou arterial) que vai dos órgãos para o coração. Elas são mais numerosas. No plano profundo dos membros encontramos geralmente duas veias para uma artéria. Portanto, todo sangue que sai do coração sai por intermédio de artérias, e todo sangue que chega ao coração chega por intermédio de veias. Já o capilar sanguíneo é um emaranhado de pequenos vasos infiltrados no interior dos vários órgãos do corpo. Eles são de dois tipos: arteriais e venosos.

Circulação sanguínea

O corpo humano possui vários tipos de circulação sanguínea. Todos os tipos são importantes e vitais para o bom funcionamento do organismo. Destacamos a seguir dois importantes tipos de circulação sanguínea: a circulação sistêmica ou grande circulação e a circulação pulmonar ou pequena circulação, conforme mostra a Figura 6.13.

A circulação sistêmica começa no ventrículo esquerdo, e através da aorta e seus ramos, o sangue é levado para nutrir todos os órgãos e os tecidos do corpo. A seguir o sangue retorna dos órgãos através de veias tributárias das veias cavas para o interior do átrio direito. Então, a circulação sistêmica é aquela que ocorre entre coração/tecidos/coração.

A circulação pulmonar começa no ventrículo direito, e através do tronco pulmonar e das artérias pulmonares o sangue chega aos pulmões para ser oxigenado. A seguir, o sangue retorna dos pulmões pelas veias pulmonares para o átrio esquerdo. Portanto, a circulação pulmonar é aquela que ocorrente coração/pulmão/coração.

Sistema Linfático

Generalidades e conceitos

O sistema linfático que vamos estudar a seguir é um importante sistema de drenagem auxiliar do sistema venoso. Ele se destaca na absorção de macromoléculas que não são absorvidas pelos capilares venosos. Além disso, o sistema linfático produz linfócitos que atuam na defesa do organismo. Todo produto absorvido nos tecidos pelo sistema linfático é lançado no sistema venoso da corrente sanguínea.

No interior dos tecidos os capilares linfáticos se juntam para formar os vasos linfáticos (veja a Figura 6.14), que são de dois tipos. Os vasos aferentes são os que chegam aos linfonodos e os vasos eferentes são os que saem dos linfonodos. Dentro dos vasos linfáticos circula o líquido intersticial, originado no interior dos tecidos e conhecido como linfa. Um outro componente que faz parte do sistema linfático é o linfonodo (veja a Figura 6.14). Ele é uma estrutura em forma de amêndoa, está situado no trajeto dos vasos linfáticos e funciona como filtro da linfa circulante. Nos linfonodos há os linfócitos (glóbulos brancos), células especializadas na defesa do organismo.

Encontramos os linfonodos com maior frequência nas regiões da axila, cervical, torácica, abdominal, pélvica e inguinal.

Troncos linfáticos

A seguir os vasos linfáticos vão confluir (juntar-se) para constituir os troncos linfáticos. Dois grandes troncos linfáticos são encontrados no corpo humano. O primeiro tronco é o ducto linfático direito, que drena a linfa da metade direita da cabeça, do pescoço, do tórax e do membro superior direito. Esse ducto desemboca na confluência da veia subclávia direita com a veia jugular interna do mesmo lado. O segundo tronco é o ducto torácico, que drena a linfa da metade esquerda da cabeça, do pescoço, do tórax e de todos os segmentos do corpo abaixo do diafragma. O ducto torácico desemboca na junção da veia subclávia esquerda com a veia jugular interna do mesmo lado. A Figura 6.15 mostra as áreas do corpo drenadas pelos ductos linfático direito e torácico.

Tonsilas (amígdalas)

As tonsilas são estruturas constituídas de tecido linfoide, distribuídas na faringe e na cavidade oral. As tonsilas palatinas (também conhecidas como amígdalas), a tonsila faríngea, as tonsilas linguais e as tonsilas tubárias constituem um anel linfático (veja a Figura 6.16) em torno da faringe com o objetivo de proteger e impedir a penetração de microorganismos patogênicos ao corpo.

Órgãos Hemopoiéticos

O sangue do nosso corpo é formado nos chamados órgãos hemopoiéticos. Esses órgãos são representados pela medula óssea, pelo baço e pelo timo. A medula óssea é a sustância de tecido conjuntivo que fica dentro do canal medular dos ossos e que possui a capacidade de produzir células sanguíneas, tais como hemácias, granulócitos e plaquetas. Os tipos de medula óssea e a sua distribuição no esqueleto já foram mencionados no estudo do sistema esquelético.

O baço (veja a Figura 6.17) é um órgão linfoide associado ao Sistema Circulatório que está situado do lado esquerdo da cavidade abdominal, junto à 9ª, 10ª e 11ª costelas. Ele é um órgão responsável pela produção de linfócitos, anticorpos, além de servir de local de destruição das hemácias velhas (hemocaterese). As hemácias possuem um tempo de vida que varia de 80 a 120 dias. Essas hemácias quando estão velhas são destruídas pelo baço com o objetivo de se retirar o ferro da hemoglobina. Esse processo de destruição das hemácias é conhecido como hemocaterese.

O timo, conforme mostra a Figura 6.18, é um órgão também de tecido linfático, localizado no mediastino superior, na transição entre o pescoço e o tórax. Ele é responsável pela diferenciação do linfócito "T", precursor dos anticorpos, e está relacionado com o desenvolvimento dos mecanismos imunológicos nos jovens. O timo regride, mas não chega a desaparecer completamente no adulto.

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Sistema Digestório

De uma simples mordida em uma maçã até a sua de composição ocorre um processo cheio de

Boca e cavidade oral

A boca é a abertura que fica na face entre o lábio superior e o lábio inferior. É a porção inicial do tubo digestório onde ocorre a apreensão, a mastigação e a deglutição do bolo alimentar. É na cavidade oral o local onde se inicia o processo de digestão alimentar.

A cavidade oral pode ser dividida em duas partes distintas: o vestíbulo e a cavidade bucal propriamente dita.

O vestíbulo corresponde à região da cavidade oral anterior à gengiva e às arcadas dentárias, enquanto a cavidade oral propriamente dita compreende a região situada internamente aos dentes e à arcada dentária. A língua está dentro da cavidade oral propriamente dita.

Língua

A língua é um órgão muscular situado na cavidade oral propriamente dita. Ela é importante para o transporte dos alimentos para a faringe, além de participar na gustação e na fonação.

A face superior da língua é chamada de dorso da língua. O dorso apresenta uma depressão em forma de "V" conhecida como sulco terminal, que divide a língua em duas porções, conforme mostra a Figura 7.3. Os dois terços anteriores ao sulco terminal No dorso da língua encontram-se as papilas linguais, que se projetam na mucosa de revestimento da língua. Distinguimos, no dorso da língua, quatro tipos de papilas linguais. As papilas filiformes, fungiformes, circunvaladas e folhadas estão relacionadas com os sabores gustativos.

Dentes

Os dentes são órgãos esbranquiçados constituídos de tecido mineralizado, dispostos em arco no interior da cavidade oral. Eles estão fixados nos alvéolos dentários da maxila e da mandíbula.

Em cada dente, conforme ilustra a Figura 7.4, distinguem-se três partes: a coroa, porção visível do dente, a raiz, porção do dente inclusa no alvéolo dentário, e o colo, porção estreitada entre a coroa e a raiz. O indivíduo adulto possui 32 dentes: 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares. A Figura 7.5 mostra as características morfológicas dos grupos dentais.

• incisivos (I): são dentes que têm a coroa em forma de "pá" com a função de incidir ou cortar os alimentos.

• caninos (C): são dentes que têm a coroa em forma de "pontade-lança" com a função de rasgar os alimentos.

• pré-molares (PM): são dentes cuja coroa em forma de mesa antecede os molares com a função de triturar os alimentos.

• molares (M): são dentes cuja coroa em forma de mesa ou de "pedra-de-moinho" (mó) com a função de macerar os alimentos.

Faringe

A faringe (veja a Figura 7.6) é um órgão tubular e muscular que mede aproximadamente 12cm de comprimento, estendendo-se da base do crânio até o nível da cartilagem cricoide, no pescoço. Ela é revestida internamente por mucosa e está situada posteriormente à cavidade nasal, cavidade oral e laringe. Passam através da faringe o bolo alimentar e o ar que inspiramos. Do ponto de vista anatômico e funcional, a faringe pertence aos sistemas digestório e respiratório.

Divide-se a faringe em três porções: a nasofaringe, região situada posteriormente à cavidade nasal e que se comunica com a orelha média através das tubas auditivas; a orofaringe, região posterior à cavidade oral, e a laringofaringe, região situada posteriormente à laringe e inferiormente à orofaringe.

Portanto, a faringe se comunica com as cavidades nasal, oral e laringe. Observem, então, que a nasofaringe se comunica com a cavidade nasal através dos cóanos, a orofaringe se comunica com a cavidade oral através do istmo das fauces e a laringofaringe se comunica com a laringe através do ádito da laringe.

A faringe é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório e comunica-se com as cavidades nasais, a cavidade oral e a cavidade da laringe. O ar inspirado pelas narinas ou pela boca passa necessariamente pela faringe antes de atingir a laringe.

Veja mais detalhes sobre a faringe no item 7.2.5 do capítulo anterior referente ao conteúdo do Sistema Digestório.

Esôfago

O esôfago (veja a Figura 7.7) é um órgão túbulo-muscular que mede em torno de 40cm de comprimento. Ele liga a faringe ao estômago e por ele o bolo alimentar chega ao estômago. O esôfago apresenta-se dividido em três porções: a cervical, a torácica e a abdominal, que estão situadas no pescoço, no tórax e no abdome, respectivamente. Dessas três partes, a porção abdominal é a mais curta ao passo que a porção torácica é a mais longa.

Estômago

O estômago é a dilatação do tubo digestório entre o esôfago e o intestino delgado. Localiza-se na parte superior da cavidade abdominal, logo abaixo do músculo diafragma. O estômago tem a forma de uma letra "J" e possui capacidade de armazenar até um litro e meio de alimento.

Dois óstios (aberturas) estão presentes no estômago, o óstio cárdico na junção com o esôfago e o óstio pilórico na junção com o duodeno.

O estômago apresenta uma face anterior voltada para frente e uma face posterior voltada para a parede posterior do abdome. Duas curvaturas estão presentes nesse órgão. A curvatura menor fica à direita e a curvatura maior fica à esquerda.

Podemos identificar (veja a Figura 7.8) quatro partes constituindo o estômago:

1. a cárdia, entrada do estômago; 2. fundo, porção que fica acima de um plano transversal que passa no nível da cárdia; 3. corpo, parte entre o fundo e a parte pilórica; e 4. parte pilórica, parte terminal do estômago.

Na parte pilórica do estômago encontra-se o esfíncter pilórico (esfíncter anatômico), constituído de fibras musculares circulares que controlam o esvaziamento gástrico e evitam o refluxo do conteúdo duodenal para o estômago.

Intestinos

É um tubo muscular situado após o estômago. Esse tubo apresenta uma porção mais longa, porém de calibre mais fino, que recebe o nome de intestino delgado, o qual é seguido por uma porção mais calibrosa denominado intestino grosso.

O intestino delgado (veja a Figura 7.9) é um tubo de aproximadamente 7m de comprimento que liga o estômago ao intestino grosso. Essa parte do intestino está envolvida com a digestão e a absorção alimentar. Além disso, ele possui duas porções bem distintas, o duodeno e o jejunoíleo.

• O duodeno corresponde à porção inicial do intestino delgado.

Mede 25cm de comprimento, possui o formato de uma letra C que abraça a cabeça do pâncreas. As papilas duodenais maior e menor são duas aberturas no duodeno onde se abrem os ductos colédoco e pancreático principal e o ducto pancreático acessório respectivamente, trazendo a bile e o suco pancreático para atuarem na digestão alimentar.

• O jejunoíleo representa a porção terminal do intestino delgado. Mede aproximadamente 6m de comprimento. Ele começa na junção duodenojejunal e termina na junção ileocecocólica. O jejuno é mais vascularizado que o íleo e geralmente se encontra vazio. Essas são características que diferenciam o jejuno do íleo no vivente.

O intestino grosso é um tubo muscular de aproximadamente 1,5m de comprimento que liga o intestino delgado ao ânus. Algumas características morfólogas como as tênias, os haustros e os apêndices omentais são encontrados somente no intestino grosso. As tênias são faixas musculares que estão condensadas longitudinalmente na parede externa do intestino grosso, os haustros são saculações do intestino grosso e os apêndices omentais são massas de tecido adiposo que se projetam na superfície dos colos.

Podemos distinguir seis porções constituindo o intestino grosso, conforme mostra a Figura 7.10. Essas porções são as seguintes:

1. cólon ascendente: é a porção que ascende à direita do abdome.

O ceco é a parte inicial do colo ascendente, onde se localiza o apêndice vermiforme e a valva ileocecal;

2. cólon transverso: é a parte que está disposta transversalmente no abdome, logo após a curvatura descrita pelo colo ascendente chamada de flexura cólica direita;

Apendicite é um processo inflamatório do apêndice vermiforme.

Jejuno Íleo

Duodeno

Figura 7.9 -Desenho esquemático do intestino delgado 3. cólon descendente: é a porção que está do lado esquerdo do abdome, logo após a curvatura descrita pelo colo transverso denominado de flexura cólica esquerda;

4. cólon sigmóide: é a continuação do colo descendente, em forma de "S"; 5. reto: é a seqüência do colo sigmóide;

6. canal anal: é a porção terminal do intestino grosso.

Glândulas Anexas

As glândulas anexas são representadas pelas glândulas salivares, pelo fígado, pela vesícula biliar e pelo pâncreas, cujas secreções auxiliam na digestão do alimento.

Glândulas salivares

A digestão alimentar começa na boca pela ação de enzimas secretadas pelas glândulas salivares para dentro da cavidade oral. As glândulas salivares (veja a Figura 7.11) são de dois tipos: as glândulas salivares menores, que compreendem as labiais (situadas nos lábios), as vestibulares (situadas no vestíbulo da boca) e as palatinas (situadas no palato); e as glândulas salivares maiores, que correspondem as parótidas (localizadas na face), as submandibulares e as sublinguais.

Fígado e vesícula biliar

A maior glândula do organismo é o fígado, pesa em torno de 1,5kg, e a sua maior porção está situada na região superior direita do abdome, logo abaixo do músculo diafragma.

O fígado apresenta duas fases: uma diafragmática e a outra visceral. A face diafragmática é convexa, lisa e está em contato com a cúpula do diafragma. Por outro lado, a face visceral é côncava pela presença das impressões viscerais.

Podemos identificar quatro lobos compondo o fígado: (1) lobo direito; (2) lobo esquerdo; (3) lobo caudado; e (4) lobo quadrado, conforme mostra a Figura 7.12.

Na face diafragmática, o lobo direito e o lobo esquerdo do fígado estão separados pelo ligamento falciforme, enquanto na face visceral o lobo caudado (situado superiormente) e o lobo quadrado (situado inferiormente) ficam entre os lobos direito e esquerdo do fígado.

Sistema excretor do fígado

A bile produzida pelo fígado é levada por intermédio de um sistema excretor até o duodeno para atuar na digestão alimentar, conforme representa a Figura 7.13. Esse sistema excretor é formado pelos ducto hepático direto (drena a bile do lobo direito) e ducto hepático esquerdo (drena a bile do lobo esquerdo), que se juntam para constituir o ducto hepático comum. O ducto cístico, que sai da vesícula biliar, une-se ao ducto hepático comum para formar o ducto colédoco. Este, por sua vez, une-se ao ducto pancreático principal (que vem do pâncreas) para formar a ampola hepatopancreática, que desemboca na papila duodenal maior, situada na segunda porção do duodeno.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula de secreção mista situado junto à parede posterior da cavidade do abdome. Ele apresenta uma porção endócrina responsável pela secreção de insulina e glucagon e uma outra porção exócrina que secreta suco pancreático. A insulina e o glucagon são lançados na corrente sanguínea, e o suco pancreático é lançado no duodeno.

O pâncreas, como ilustra a Figura 7.14, tem forma piramidal alongada. Apresenta uma cabeça abraçada pelo duodeno, um corpo que representa sua maior porção, um colo que liga a cabeça ao corpo e uma cauda que é sua extremidade afilada.

Do pâncreas sai o ducto pancreático principal, que se une ao ducto colédoco para desembocar no duodeno. O ducto pancreático acessório, quando está presente, desemboca na papila duodenal menor do duodeno.

Peritônio

O peritônio é uma membrana serosa que reveste a parede do abdome e a seguir se reflete para envolver as vísceras abdominais. O peritônio que reveste a parede do abdome é chamado de lâmina parietal, e o peritônio que reveste as vísceras é denominado de lâmina visceral. A cavidade peritoneal, por sua vez, é o espaço que fica entre as lâminas parietal e visceral do peritônio. A cavidade peritoneal contém líquido peritoneal e fica contida na cavidade abdominal (veja a Figura 7.15).

Porção Condutora

Estudaremos a seguir a porção condutora do Sistema Respiratório que compreende: nariz (nariz externo e cavidade nasal), faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos.

Nariz

O nariz é a porção inicial do sistema condutor. A sua porção externa está situada no plano mediano da face e é denominada de nariz externo, e a sua parte interna é chamada de cavidade nasal.

O nariz externo (veja a Figura 8.2) tem a forma de uma pirâmide de base inferior. O ápice corresponde à ponta do nariz, a raiz é a parte superior da pirâmide, o dorso é a parte que vai do ápice até a raiz do nariz e as narinas são as aberturas do nariz.

A cavidade nasal, parte interna do nariz, possui uma região situada logo após a narina denominada vestíbulo. As conchas nasais superior, média e inferior são três saliências ósseas revestidas de mucosas junto à parede lateral da cavidade nasal. Abaixo das conchas correspondentes, há espaços chamados de meatos. Há, portanto, três, o superior, o médio e o inferior.

Separando a cavidade nasal (veja a Figura 8.3) em dois compartimentos, um direito e outro esquerdo, encontra-se uma estrutura de constituição osteocartilaginosa, o septo nasal.

Os cóanos, orifícios de comunicação com a nasofaringe, marcam o limite posterior das cavidades nasais.

Revestindo as conchas nasais (superior, média e inferior) e o septo nasal encontram-se dois tipos de mucosas: (1) a mucosa olfatória e (2) a mucosa respiratória. A mucosa olfatória reveste a concha nasal superior, enquanto as conchas nasais média e inferior são revestidas de mucosa respiratória.

Seios paranasais

Os seios paranasais são cavidades intra-ósseas revestidas de mucosa respiratória encontradas em alguns ossos da cabeça, os quais estão situados em torno da cavidade nasal. Encontram-se essas cavidades nos ossos pneumáticos próximos da cavidade nasal.

Elas contêm ar no seu interior e se comunicam com a cavidade nasal.

A Figura 8.4 apresenta os seios paranasais encontrados nos ossos: (1) frontal (seio frontal); (2) maxilar (seio maxilar);

(3) esfenóide (seio esfenoidal); e (4) etmoide (células etmoidais).

Laringe

A laringe é um tubo cartilaginoso situado entre a faringe e a traqueia. Além da passagem do ar, desempenha importante função na fonação.

O esqueleto cartilaginoso da laringe (veja a Figura 8.5) compreende: cartilagens ímpares e cartilagens pares. São cartilagens ímpares: a epiglote, a tireoide e a cricoide. A epiglote tem a forma de uma folha vegetal que fecha o ádito (entrada) da laringe para evitar a penetração de resíduo alimentar; a tireoide é constituída de duas lâminas que se encontram na linha mediana do pescoço, formando uma saliência chamada de proeminência laríngea (pomo-de-Adão); e a cricoide é uma cartilagem em forma de anel que se localiza inferiormente à tireoide.

São cartilagens pares as aritenoides, as corniculadas e as cuneiformes. As aritenoides têm a forma de uma pirâmide triangular e estão apoiadas sobre a cartilagem cricoide; as corniculadas têm a forma cônica, localizam-se logo acima (superior) das cartilagens aritenoides; as cartilagens cuneiformes, em forma de cunha, localizam-se anteriormente às cartilagens corniculadas. A laringe possui na sua estrutura músculos intrínsecos e extrínsecos que movimentam a própria laringe durante a deglutição e a fonação.

Cavidade da laringe

A cavidade da laringe (veja a Figura 8.6) se estende do ádito (entrada) da laringe até a cartilagem cricoide. Nas paredes laterais da cavidade encontram-se dois espaços em forma de canoa chamados de ventrículos. Cada ventrículo fica entre a prega vestibular (situada superiormente) e a prega vocal (situada inferiormente). O espaço entre o ádito da laringe e a prega vestibular é denominado vestíbulo. Já a cavidade infraglótica é o espaço entre a prega vocal e a cartilagem cricoide. Portanto, podemos ainda definir glote como a região que compreende as duas pregas vocais e a rima da glote.

Traqueia

A traqueia (veja a Figura 8.7) é um tubo cartilaginoso que se estende da laringe até a sua divisão em dois brônquios principais. Ela é formada por 20 anéis traqueais de cartilagem hialina em forma de letra C fechados posteriormente pelo músculo traqueal. Os anéis traqueais estão unidos por ligamentos fibrosos chamados ligamentos anulares. Na bifurcação da traqueia, encontra-se a carina, relevo em forma de quilha formado pelo último anel traqueal. No pescoço e no tórax a traqueia encontra--se anteriormente ao esôfago.

Brônquios

Os brônquios são estruturas tubulares com anéis de cartilagem hialina em suas paredes. Eles fazem a conexão da traqueia com os pulmões.

Na extremidade inferior, a traqueia divide-se em dois brônquios, conforme mostra a Figura 8.8: o brônquio principal direito e o brônquio principal esquerdo. Cada brônquio é destinado ao respectivo pulmão. Observe agora que cada brônquio principal divide-se em unidades menores, os brônquios lobares, destinados aos lobos pulmonares. A seguir, os brônquios lobares se subdividem em unidades menores, os brônquios segmentares, destinados aos segmentos pulmonares.

Bronquíolos

Os bronquíolos (veja a Figura 8.9) são divisões menores dos brônquios segmentares. Em cada segmento pulmonar (divisão dos lobos do pulmão), no parênquima do pulmão, os bronquíolos dividem-se em bronquíolos terminais, que a seguir se subdividem em bronquíolos respiratórios. Fazem parte da estrutura dos bronquíolos respiratórios os alvéolos pulmonares, estruturas responsáveis pelas trocas gasosas.

Porção Respiratória

Estudaremos a seguir a porção respiratória do Sistema Respiratório, que compreende os pulmões (ductos alveolares e alvéolos), envolvidos pela pleura.

Pulmão

Os pulmões são órgãos pares, em forma de pirâmide, que estão situados de cada lado da coluna vertebral, repousando sobre o diafragma na cavidade torácica. O pulmão direito é maior e mais largo que o pulmão esquerdo. Eles são órgãos responsáveis pela hematose (troca gasosa).

O pulmão possui na sua morfologia externa um ápice superior, uma base inferior e três faces. A face costal do pulmão está em contato com as costelas, a face mediastinal está voltada para o mediastino e a face diafragmática está apoiada sobre o músculo diafragma.

Cada pulmão (veja a Figura 8.10) está dividido por fissuras em compartimentos chamadas lobos. O pulmão direito possui as fissuras horizontal e oblíqua, que o dividem em três lobos (superior, médio e inferior), e o pulmão esquerdo possui a fissura oblíqua entre os lobos superior e inferior.

Pleura

A pleura (veja a Figura 8.11) é uma membrana serosa que forra internamente a parede do tórax e a seguir se reflete para envolver os pulmões. A pleura que forra a parede do tórax é chamada pleura parietal e a que reveste os pulmões é denominada pleura visceral. O espaço entre elas é a cavidade pleural. Essa cavidade contém uma pequena quantidade de líquido pleural que lubrifica as pleuras parietal e visceral e, assim, evita o atrito entre elas.

Mecânica Respiratória

A mecânica respiratória compreende as várias etapas que vão desde o condicionamento do ar, os movimentos da caixa torácica, a contração do m. diafragma até a ação da prensa abdominal.

O condicionamento do ar que inspiramos ocorre dentro da cavidade nasal. É dentro da cavidade nasal que ocorre a filtração, o aquecimento e o umedecimento do ar. A seguir, a caixa torácica se movimenta durante a respiração, realizando dois movimentos: (1) no movimento de alça de balde ocorre um aumento do diâmetro transverso (veja a Figura 8.12) do tórax devido à elevação das costelas durante a inspiração; e (2) no movimento de braço de bomba ocorre um aumento do diâmetro (veja a Figura 8.12) ântero-posterior do tórax devido à elevação e à projeção anterior do esterno durante a inspiração. Outro diâmetro que

Inspiração

Movimento de ar para dentro dos pulmões.

também aumenta durante a inspiração é o diâmetro longitudinal (veja a Figura 8.12) do tórax, que ocorre devido à contração do diafragma em sentido inferior.

Na ação da prensa abdominal ocorre a contração da musculatura da parede do abdome, o diafragma é empurrado para cima, diminuindo, assim, todos os diâmetros do tórax durante a expiração.

Expiração

Movimento de ar para fora dos pulmões em direção à atmosfera.

Diâmetro

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Sistema Urinário

A urina é o que não se aproveita do sangue. Cerca de 95% dela é água e os 5% restantes são uma mistura de substâncias. A urina é o produto resultante do trabalho do Sistema Urinário em filtrar o sangue. Neste capítulo você conhecerá mais profundamente esses órgãos e poderá descrever a morfologia externa e interna, a localização topográfica e os envoltórios do rim. Poderá descrever e citar as partes e o trajeto do ureter. Conhecerá forma, volume, localização e relações da bexiga urinária. Apreenderá a diferença entre uretra masculina e feminina sob o ponto de vista funcional e identificará a anatomia macroscópica das estruturas do Sistema Urinário.

Rim

Os rins são órgãos pares em forma de grão de feijão que possuem aproximadamente 12cm de comprimento, 6cm de largura e 3cm de espessura. Eles estão situados de cada lado da coluna vertebral, na região lombar, junto à parede posterior do abdome. O rim é um importante órgão na manutenção do equilíbrio iônico do sangue. Das duas margens, uma é medial (côncava) e a outra é lateral (convexa). Na margem medial do rim está situado o hilo renal.

O hilo renal é uma abertura na margem medial do rim onde estão presentes os elementos que constituem o pedículo renal, que são compostos pela artéria renal, pela veia renal e pela pelve renal.

Envoltórios

O tecido renal ou parênquima renal é revestido por uma membrana fibromuscular denominada cápsula renal. Por fora dessa cápsula, o rim possui uma segunda membrana de revestimento chamada de fáscia renal. Entre a cápsula e a fáscia renal existe o espaço perirrenal, preenchido por um tecido gorduroso conhecido como gordura perirrenal. Podemos, ainda, verificar que externamente à fáscia renal o rim é protegido pelo corpo adiposo pararrenal (veja a Figura 9.3).

Morfologia interna

Para visualizar as estruturas internas do rim (veja a Figura 9.4), é preciso realizar um corte coronal desse órgão. Dentro do rim encontra-se uma cavidade (espaço) que contém a pelve renal e os vasos renais chamada de seio renal.

Além disso, no parênquima (ou tecido) renal pode-se observar macroscopicamente a presença de duas camadas distintas:

1. a camada externa, mais clara, constitui o córtex renal, que se projeta para a camada interna constituindo as colunas renais;

2. a camada interna, mais escura, compreende a medula renal, onde estão presentes as pirâmides renais. As pirâmides renais são estruturas triangulares cujo número varia em torno de 15 unidades. Elas estão dispostas, na medula renal, entre as colunas renais com a base voltada para o córtex e o ápice dirigido para o seio renal.

Para cada pirâmide renal existe um túbulo coletor chamado de cálice renal menor, que a seguir se junta em tubos coletores maiores que são os cálices renais maiores.

De um modo geral, os três cálices renais maiores encontram-se para formar a pelve renal. Portanto, a pelve renal compreende uma estrutura em forma de taça resultante da confluência dos cálices renais maiores. Podemos ainda dizer que a pelve renal é a extremidade superior dilatada do ureter.

Então, a urina produzida no parênquima renal é coletada pelos cálices renais menores, segue para os cálices renais maiores, para a pelve renal e para o ureter.

Ureter

O ureter é um tubo muscular de aproximadamente 25cm de comprimento que leva a urina do rim até a bexiga urinária. Ele possui duas partes:

1. uma parte abdominal, que desce junto à parede posterior do abdome;

2. uma parte pélvica, que desce junto à parede lateral da pelve.

A seguir, o ureter se volta medialmente para desembocar na bexiga urinária.

Estreitamentos do ureter

A Figura 9.5 mostra que no seu trajeto o ureter encontra-se estreitado em três locais:

1. inicialmente, na junção com a pelve renal;

2. em seguida quando ele contorna superiormente os vasos ilíacos;

3. finalmente quando ele atravessa a parede da bexiga.

Bexiga Urinária

A bexiga urinária (veja a Figura 9.6) é uma bolsa situada sobre o osso do púbis, na cavidade pélvica, onde fica armazenada temporariamente a urina. A sua capacidade normal varia em torno de 300ml.

Distinguimos na bexiga quatro faces: uma superior, duas ínfero-laterais e uma posterior (que corresponde ao fundo da bexiga). Além disso, ela apresenta um ápice voltado ântero-superiormente, um corpo que corresponde à sua maior extensão e um colo na sua parte inferior.

No interior da bexiga encontra-se uma área triangular, de mucosa lisa, situada entre os óstios ureterais e o óstio interno da uretra chamada de trígono da bexiga. O músculo detrusor faz parte da camada mais espessa da parede da bexiga, a camada muscular. Ela é responsável pela contração e, consequentemente, pelo esvaziamento da bexiga.

Uretra

A uretra consiste de um tubo fibromuscular que serve de canal para a passagem da urina da bexiga para o meio externo. Na mulher, passa na uretra somente urina, enquanto que no homem, além de urina, passa também o sêmen.

Na mulher (veja a Figura 9.7) a uretra é mais curta, mais reta e mede em torno de 4cm de comprimento. Ela se estende do colo da bexiga até o vestíbulo da vagina.

No homem (veja a Figura 9.8) a uretra é mais longa, mais sinuosa e mede em torno de 20cm de comprimento. Ela se estende do colo da bexiga até o óstio externo da uretra, que fica na glande do pênis. A uretra masculina apresenta três partes: (1) prostática, (2) membranácea e (3) esponjosa. A parte prostática é a porção que atravessa a próstata, a parte membranácea é a porção que atravessa o diafragma urogenital do períneo e a parte esponjosa é a porção que corre dentro do corpo esponjoso do pênis.

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Sistema Genital

Tanto o sistema genital feminino quanto o masculino possuem glândulas especializadas que produzem as células sexuais e ainda segregam hormônios que são responsáveis pelas características sexuais. Este capítulo lhe apresentará os conceitos do sistema genital masculino e do sistema genital feminino. Você poderá descrever a morfologia dos testículos, do epidídimo e do funículo espermático, e citar o trajeto do ducto deferente. A respeito do sistema genital feminino, você conhecerá mais profundamente a anatomia do ovário, da tuba uterina, do útero e da vagina, podendo assim descrevê-los.

Sistema Genital Masculino

É constituído pelas seguintes estruturas: um escroto, dois testículos, dois epidídimos, dois funículos espermáticos, dois ductos ejaculatórios, uma uretra, um pênis e glândulas anexas.

Escroto (ou bolsa testicular)

O escroto (veja a Figura 10.1) é uma dobra de pele situada externamente, na região do períneo, onde estão alojados os testículos, os epidídimos e o início do funículo espermático. No escroto encontram-se rugas e pelos. A rafe mediana é uma prega da pele que individualiza externamente o escroto em duas partes: uma direita e a outra esquerda.

Testículo

Os testículos são órgãos pares, ovoides, localizados no escroto, responsáveis pela produção de espermatozoides e de hormônios do indivíduo, durante e após a puberdade.

O testículo apresenta duas faces, duas margens e dois polos: (1) as faces são lateral e medial; (2) as margens são anterior e posterior; e (3) os polos são superior e inferior.

A Figura 10.2 ilustra a estrutura interna do testículo. Note que o testículo possui uma membrana externa de tecido conjuntivo fibroso chamada de túnica albugínea. Dela partem septos para o interior do testículo, subdividindo-o em compartimentos menores denominados lóbulos. Dentro dos lóbulos encontram-se os túbulos Os túbulos seminíferos contorcidos convergem para o mediastino do testículo, constituindo os túbulos seminíferos retos, que se anastomosam formando a rede do testículo. Da rede testicular os túbulos seminíferos retos desembocam em 10 a 15 dúctulos eferentes, que do testículo deslocam-se para a cabeça do epidídimo.

Epidídimo

Contornando o polo superior e a margem posterior do testículo, encontra-se uma estrutura em forma de letra C chamada epidídimo. Ele apresenta uma dilatação superior, denominada cabeça, uma porção intermediária, o corpo, e uma porção inferior mais estreitada, denominada cauda (veja a Figura 10.3).

O ducto deferente inicia-se junto à cauda do epidídimo. No epidídimo ocorrem o armazenamento e a maturação dos espermatozoides.

Ducto deferente

O ducto deferente é um canal musculomembranoso que conduz os espermatozoides do epidídimo até a uretra. Ele ascende no escroto, atravessa o canal inguinal e, a seguir, na cavidade pélvica, junta-se com o ducto excretor da vesícula seminal para formar o ducto ejaculatório. Finalmente, o ducto ejaculatório atravessa o parênquima da próstata para desembocar na uretra prostática. O ducto ejaculatório é um canal que mede em torno de 3cm de comprimento. No ducto ejaculatório passam espermatozoide e líquido seminal (veja a Figura 9.8 do Sistema Urinário).

Funículo espermático

O funículo espermático (veja a Figura 10.4) é o conjunto de estrutura em forma de cordão que desce do abdome e passa pelo canal inguinal para atingir os testículos. Compõem o funículo espermático as seguintes estruturas: o ducto deferente, a artéria testicular, a veia testicular (plexo pampiniforme), o nervo genitofemoral e o músculo cremaster. Esses componentes acompanham os testículos durante a sua descida para o escroto.

Uretra masculina

Ver uretra masculina no item 9.5 do capítulo anterior referente ao conteúdo do Sistema Urinário (veja a Figura 9.8).

Pênis

O pênis é o órgão de cópula masculino, responsável pela deposição do sêmen na vagina (pertencente ao sistema genital feminino).

Podemos distinguir duas partes compondo o pênis, conforme ilustra a Figura 10.5: (1) uma raiz que está fixa na pelve (períneo) e (2) uma parte livre chamada corpo. A raiz é formada pelos ramos e pelo bulbo do pênis. O corpo é constituído pelos corpos cavernosos e pelo corpo esponjoso do pênis. Os corpos cavernosos são projeções anteriores dos ramos do pênis e o corpo esponjoso, por sua vez, é uma projeção anterior do bulbo do pênis. Os corpos cavernosos e esponjoso do pênis são compostos de tecidos erétil e estão revestidos por uma membrana fibrosa, a túnica albugínea. Dentro do corpo esponjoso do pênis passa a uretra esponjosa, que termina na glande, dilatação anterior do corpo esponjoso, onde fica o óstio externo da uretra.

A pele que reveste a glande do pênis é chamada de prepúcio. O frênulo do prepúcio é uma prega da pele que prende o prepúcio na parte inferior da glande.

Glândulas anexas

As glândulas anexas ao sistema genital masculino (veja a Figura 10.5) auxiliam no transporte do espermatozoide para o meio exterior. Além disso, elas secretam o líquido seminal que nutre os espermatozoides e, ao mesmo tempo, permite os seus deslocamentos.

As glândulas anexas ao sistema genital masculino são: (1) as vesículas seminais, (2) a próstata e (3) as glândulas bulbouretrais.

1. As vesículas seminais são duas bolsas que se situam na parte póstero-inferior da bexiga urinária. O seu ducto se une com o da ampola do ducto deferente para formar o ducto ejaculatório (veja a Figura 9.8 do Sistema Urinário).

2.

A próstata é uma glândula ímpar situada junto ao colo da bexiga urinária. Está constituída de tecido muscular liso, tecido fibroso e tecido glandular. A sua secreção confere o odor característico ao sêmen.

3. As glândulas bulbouretrais são duas glândulas pequenas, arredondadas, que estão situadas na substância do diafragma urogenital. Essas, por sua vez, secretam o seu produto dentro da uretra membranácea.

Sistema Genital Feminino

A Figura 10.6 mostra os vários órgãos que compõem o sistema genital feminino. Fazem parte desse sistema os ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina e os órgãos genitais externos (vulva).

Ovário

O ovário é a gônada feminina responsável pela produção de gameta feminino (óvulo) e hormônios sexuais (estrógenos e progesterona). Esses hormônios, além de controlar o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, atuam, também, sobre o útero na fixação do óvulo fecundado e na regulação do ciclo menstrual.

O ovário (veja a Figura 10.7) tem o formato de uma amêndoa, está situado na fossa ovárica, junto à parede lateral da pelve. Ele apresenta duas faces (lateral e medial), duas margens (mesovárica e livre) e duas extremidades (tubária e uterina).

Tuba uterina

A tuba uterina consiste de tubo que mede aproximadamente 8cm de comprimento e está situada entre o ovário e o útero. É o local onde ocorre a fecundação.

A tuba uterina (veja a Figura 10.8) apresenta-se constituída de quatro partes: (1) uterina, (2) istmo, (3) ampola e (4) infundíbulo.

1. A parte que fica dentro da parede do útero é chamada de uterina.

2. O istmo é a parte mais estreitada da tuba.

3. A ampola é a parte mais dilatada da tuba e o local onde ocorre a fecundação.

4. Infundíbulo é a parte terminal da tuba uterina. As fímbrias são franjas situadas no infundíbulo, a fímbria ovárica é a mais longa e responsável pela captação do óvulo do ovário para dentro da tuba uterina.

Útero

O útero é um órgão muscular oco, ímpar e mediano. Possui a forma de pêra invertida e está situado na cavidade pélvica, entre a bexiga urinária e o reto. O útero é o local onde ocorre a gestação.

A sua parede é constituída de endométrio, miométrio e perimétrio. O endométrio é a camada interna que forra o útero. Parte dessa camada se desprende durante a menstruação. O miométrio é a camada média, de tecido muscular liso. E o perimétrio é a camada externa, constituída de peritônio que reveste o útero.

Distinguem-se no útero quatro porções:

Vagina

A vagina é um tubo musculomembranáceo mediano, mede em torno de 8cm de comprimento. Ela envolve parte do colo do útero, atravessa o diafragma urogenital e termina no óstio da vagina, que fica na vulva. É também conhecido como o órgão de cópula da mulher. As paredes anterior e posterior da vagina permanecem colabadas na maior parte de sua extensão.

Na mulher virgem, o óstio da vagina é fechado parcialmente por uma membrana denominada hímen, conforme demonstra a Figura 10.8.

Órgãos genitais externos

A Figura 10.9 representa os órgãos genitais femininos externos. Note que a vulva compreende o conjunto de estruturas que constituem a parte externa do órgão genital feminino. • O monte púbico é uma elevação mediana, anterior à sínfise púbica e constituída de tecido gorduroso.

• Os lábios maiores são duas pregas da pele que delimitam entre si um espaço, chamado rima do pudendo.

• Os lábios menores são duas pregas da pele localizadas entre os lábios maiores. O espaço entre os lábios menores, conhecido como vestíbulo vaginal, é o local onde se situam o clitóris, o óstio externo da uretra, o óstio da vagina e os orifícios dos ductos das glândulas vestibulares.

• O clitóris é uma estrutura homóloga ao pênis. Possui duas extremidades fixadas no ísquio e no púbis chamadas de ramos do clitóris, que a seguir se juntam formando o corpo do clitóris. Este termina por uma dilatação chamada glande do clitóris.

• Os bulbos do vestíbulo são duas massas de tecido erétil que contornam o óstio da vagina e, por sua vez, são homólogos ao bulbo e ao corpo esponjoso do pênis, respectivamente.

1. superfícies ósseas articulares

tubo digestório e nas glândulas anexas. Veja na