Papers by Rafael Petry Trapp
Revista Memória em Rede, Sep 20, 2016
Resumo: O presente artigo objetiva analisar discursos sobre "movimento negro" nas páginas do jorn... more Resumo: O presente artigo objetiva analisar discursos sobre "movimento negro" nas páginas do jornal Afro-Latino-América, nas edições do ano de 1978, a partir da Análise de Discurso de influência de Michel Pêcheux. Através da análise, puderam-se constatar maneiras de mobilização de discursos sobre "movimento negro" e etnicidade no final dos anos 1970, quando da criação do Movimento Negro Unificado, no sentido de criação de subjetividades políticas "raciais" para a luta antirracista, ancorada na constituição de uma "memória discursiva". Essa memória social-interdiscurso-"negra" constitui-se em um processo histórico e mantém-se constantemente atualizada pela produção discursiva do Movimento Negro brasileiro. Em que pese suas potencialidades políticas, no plano discursivo, esse processo, contudo, concorreu para o silenciamento sobre a mestiçagem na história e nas relações sociais no Brasil.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography
O artigo analisa as proposições epistemológicas sobre raça, corporeidade e subjetividade nos trab... more O artigo analisa as proposições epistemológicas sobre raça, corporeidade e subjetividade nos trabalhos teóricos da historiadora Beatriz Nascimento e do sociólogo Eduardo de Oliveira e Oliveira em seus campos disciplinares, entre os anos 1970 e 1990. O trabalho objetiva, dessa forma, a abertura de caminhos empíricos na genealogia do pensamento social e da história da historiografia à dimensão racial na produção do conhecimento em História e Ciências Sociais no Brasil. Em face da historicidade do debate acerca de marcadores sociais de identidade e lugares de fala, o texto considera que os dois autores estabeleceram os fundamentos de um projeto teórico para o estudo da experiência negra brasileira perpassado por problematizações acerca das injunções políticas entre a produção dos discursos sociológico e historiográfico e a identidade racial da figura social do pesquisador. Conclui-se que este projeto instaurou a emancipação epistemológica como princípio político para a elaboração de co...
Revista Brasileira de História
Resumo Pretendemos nesse texto interpelar criticamente o cânone da história da historiografia bra... more Resumo Pretendemos nesse texto interpelar criticamente o cânone da história da historiografia brasileira por meio das posturas (in)disciplinares de intelectuais afrodiaspóricos como Beatriz Nascimento e Clóvis Moura. Para isto, em um primeiro momento, buscaremos esboçar sinteticamente a construção da história da historiografia enquanto campo autônomo nos últimos anos, evidenciando que a sua constituição esteve eivada por uma geopolítica do conhecimento que reiterou uma supremacia branca na memória disciplinar nacional. Em seguida, evidenciaremos, através das interrogações de Beatriz Nascimento e Clóvis Moura ao cânone historiográfico, as possibilidades de reconstrução disciplinar e descolonização desse campo do saber por meio de um olhar racializado, que subverta os silêncios e historicize o lugar epistêmico de um campo predominante branco, masculino e eurocentrado.
Esboços: histórias em contextos globais
No transcorrer dos anos 1970, no contexto de formação do Movimento Negro contemporâneo no Brasil,... more No transcorrer dos anos 1970, no contexto de formação do Movimento Negro contemporâneo no Brasil, um significativo trânsito de intelectuais e ativistas antirracistas negros tomou lugar entre os Estados Unidos e o Brasil. Com base em uma perspectiva transnacional, discutimos as relações estabelecidas nesse campo pelo sociólogo brasileiro Eduardo de Oliveira e Oliveira e a Black Sociology (Sociologia Negra) afro-americana em meados da década de 1970. A Black Sociology propunha uma abordagem teórica organicamente conectada às vidas e aspirações políticas dos afro-americanos em oposição à White Sociology (Sociologia Branca), que analisava negros como objetos, e não sujeitos. Argumentamos que Oliveira traduziu (em eventos acadêmicos, textos e projetos institucionais) esses referenciais para o Brasil em uma proposta de Sociologia Negra que seria instrumento teórico para a mudança social e a criação de novas referências epistemológicas para os afro-brasileiros, um processo que ajudou a con...
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador s Negr s - ABPN
Resumo: Neste ensaio, conferência para o evento "Florestan Fernandes 100 anos: democracia e mudan... more Resumo: Neste ensaio, conferência para o evento "Florestan Fernandes 100 anos: democracia e mudanças sociais no Brasil", realizado pela Universidade Estadual de Campinas, em 2020, reflito sobre aproximações e distanciamentos entre a sociologia de relações raciais de Florestan Fernandes e as perspectivas de pesquisadores negros nos anos 1970, principalmente da historiadora Beatriz Nascimento e do sociólogo Eduardo de Oliveira e Oliveira.
rth |, Dec 31, 2019
Resumo: O presente artigo é uma contribuição ao debate sobre as relações entre pensamento histori... more Resumo: O presente artigo é uma contribuição ao debate sobre as relações entre pensamento historiográfico, raça e sociedade no Brasil. A partir da constatação de que os nomes legitimados como cânones da Historiografia Brasileira são compostos primariamente por homens brancos, demarcação étnicorracial-e de gênero-que tem se reproduzido ao longo do tempo, procuro estabelecer algumas premissas teóricas para a sugestão de uma descolonização do campo historiográfico. Tal visão busca problematizar a produção de intelectuais negros-e de grupos sociais não hegemônicos de forma geral-no corpo de conhecimentos que discutem a realidade histórica brasileira em suas conexões com marcadores sociais da diferença, especialmente raça, posto ser esta uma questão constituinte e estruturante da própria Historiografia Brasileira. Por fim, procuro pensar, baseado em Roger Bastide, no exercício de uma autopsicanálise intelectual, referente ao papel e à postura dos historiadores brancos na reflexão e reconstrução crítica do campo. Palavras-chave: Historiografia Brasileira; Sociedade; Racismo epistêmico; Raça; Intelectualidades Negras. Abstract: This article is a contribution to the debate on the relationships between historiographical thought, race and society in Brazil. Considering the fact that the names legitimized as the canon of the Brazilian Historiography are constituted primarily by White Men, an ethnic-racial-and of gender-demarcation that has been reproduced over time, I intend to establish some theoretical premises for the suggestion of a decolonization of the historiographical field. Such a view seeks to problematize the production of Black Intellectuals and of other non-hegemonic social groups in general into the body of knowledge about Brazilian historical reality in its relations with social categories of difference, especially race, since it has constituted and structured Brazilian Historiography itself. Finally, I try to think, based on Roger Bastide, in the exercise of an intellectual self-analysis, concerning the role and the position of White historians in the critical reflection and reconstruction of the field.
Revista Inter Ação, 2021
O presente texto constitui-se no relato de uma experiência teórico-educativa realizada com estuda... more O presente texto constitui-se no relato de uma experiência teórico-educativa realizada com estudantes da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Barreiras, em 2019. Motivados por debates acadêmicos da obra teórica de bell hooks, fizemos um trabalho de campo no final do semestre (em setembro) para um sítio arqueológico localizado na Serra do Mimo, a cerca de um quilômetro de distância do próprio campus da UNEB, a fim de problematizar a presença/ausência do indígena no imaginário histórico-social da região. A combinação entre a sala de aula e a atividade de campo resultou em reflexões sobre a história indígena em Barreiras, e na conscientização acerca do racismo como um processo social estruturante da construção do olhar dos sujeitos sobre a formação histórica da região Oeste da Bahia. PALAVRAS-CHAVE: Educação Etnicorracial. Arte Rupestre. Descolonização. bell hooks.
Revista de História, 2021
O que acontece quando um Estado autoritário censura a pesquisa sociológica? Este artigo aborda as... more O que acontece quando um Estado autoritário censura a pesquisa sociológica? Este artigo aborda aspectos das relações entre pesquisas científicas sobre o negro e a configuração repressiva assumida pelo aparato estatal quanto a seu debate acadêmico na Ditadura Militar brasileira. São objeto de análise três trabalhos em Ciências Sociais em São Paulo, a saber os mestrados de Edson Antonio Eustáquio (ELSP) e Eduardo de Oliveira e Oliveira (USP) e o doutorado de Eduardo Judas Barros (USP), estudos que tiveram como destino, respectivamente, o desaparecimento, o inacabamento e o silenciamento. Buscamos elaborar a hipótese da repressão à pesquisa em raça e classe nas Ciências Sociais, durante a década de 1970, como uma modalidade de censura ao pensamento crítico e à sua discussão pública no Brasil. A pesquisa sociológica foi rarefeita nesse período porque houve vigilância e efetiva repressão do Estado, a cargo da segurança do dogma oficial da democracia racial.
Cadernos Walter Benjamin, 2011
O artigo que ora se apresenta pretende resgatar as contribuições da obra de Paul Lafargue, O dire... more O artigo que ora se apresenta pretende resgatar as contribuições da obra de Paul Lafargue, O direito à preguiça, de 1881, destacando o fato de que o mesmo apontava a preguiça como dispositivo fundamental para a salvação do proletariado e a base para a construção de cultura. Nesse sentido, tenta-se aproximar o conceito de preguiça de Lafargue do conceito de reprodutibilidade técnica de Walter Benjamin, sinalizado na abordagem que faz do cinema no texto A obra de arte da época de suas técnicas de reprodução, publicado em 1936. Para tal empreendimento teórico, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, a partir da análise dos textos primários e dos comentadores das obras de ambos os autores. Conclui-se que é legítima a aproximação das obras mencionadas dos dois autores, ambos marxistas de formação, na medida em que a reprodutibilidade técnica pode ser, nos dois textos analisados, um princípio regulador da produção de cultura e de arte entre as classes trabalhadoras. Da mesma forma, a preguiça como produtora de cultura, central na proposta lafarguiana de redenção do proletariado, pode ser relacionada ao caráter revolucionário do cinema em Benjamin, produto da reprodutibilidade técnica, potencializado pela preguiça.
A temática de relações raciais, no Brasil e em outros contextos, como nos Estados Unidos, está, h... more A temática de relações raciais, no Brasil e em outros contextos, como nos Estados Unidos, está, há muito tempo, na ordem do dia. As situações de conflito permeadas pelo racismo – tal como os casos de violência policial contra os negros – fazem emergir, nesses países, um sem número de discussões sobre a questão racial em suas diversas manifestações, sejam elas sociais, políticas, econômicas ou culturais. A consciência do conflito e da discriminação por diversos atores sociais, tal como os ativistas dos movimentos negros e parte expressiva da Academia, tem ensejado, também, no Brasil e alhures, reflexões sobre o enfrentamento político do racismo em suas dimensões de identidade social e pertencimento cultural, expressas em noções como “raça”, “negritude” e “africanidade”. Negritude e pós-africanidade: crítica das relações raciais contemporâneas, do uruguaio Carlos Gadea, sociólogo e professor da UNISINOS, tem como proposta precípua justamente analisar as configurações e os vínculos ent...
Topoi (Rio de Janeiro), 2020
RESUMO O presente artigo realiza uma análise histórica dos intercâmbios intelectuais, culturais e... more RESUMO O presente artigo realiza uma análise histórica dos intercâmbios intelectuais, culturais e políticos entre bibliógrafos brasileiros e norte-americanos através do processo de produção da Afro-Braziliana, bibliografia sobre o negro no Brasil compilada pela bibliotecária afro-americana Dorothy Porter entre 1943 e 1978, ano de sua publicação. Por meio de uma história sociocultural da prática bibliográfica, examinamos a formação da obra relativamente aos tensionamentos teóricos, às lutas narrativas, aos dissensos interpretativos e às leituras contrastantes que o trabalho de Porter provocou, tanto em sua constituição quanto em sua recepção. A hipótese principal é a de que as problemáticas engendradas pela Afro-Braziliana reposicionaram politicamente diferentes entendimentos e disputas narrativas de padrões de categorização social dos sistemas raciais atribuídos ao Brasil e aos Estados Unidos.
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador@s Negr@s - ABPN, 2018
Resumo: O presente artigo procura analisar aspectos da produção intelectual pública do sociólogo ... more Resumo: O presente artigo procura analisar aspectos da produção intelectual pública do sociólogo negro Eduardo de Oliveira e Oliveira de meados da década de 1970, especialmente a Quinzena do Negro da USP (1977), um evento-chave em sua trajetória de pensamento e de ação sociológica. Consideramos que seu trabalho ajudou a constituir os fundamentos intelectuais das lutas políticas negras em São Paulo e no Brasil nos anos 1970 por meio de um projeto epistemológico, projeto composto, por um lado, de uma discussão acerca do lugar epistêmico do negro como sujeito do conhecimento, e por outro, de um diálogo crítico com a Escola Sociológica Paulista, o Movimento Negro brasileiro e referenciais dos African American Studies dos Estados Unidos.
Revista de História e Historiografia da Educação, 2017
O presente artigo procura situar historicamente aspectos do pensamento sociológico negro de Eduar... more O presente artigo procura situar historicamente aspectos do pensamento sociológico negro de Eduardo de Oliveira e Oliveira sobre educação e questão racial no Brasil ao longo da década de 1970. São também objeto da reflexão as experiências no campo educacional de grupos de universitários negros brasileiros, mormente do Grupo de Trabalho André Rebouças, da Universidade Federal Fluminense, e de acadêmicos negros da Universidade Federal de São Carlos, no mesmo contexto. Queremos demonstrar a importância das articulações entre raça e educação no questionamento social e político que esses sujeitos endereçaram às suas respectivas universidades.Black utopias: Eduardo de Oliveira e Oliveira, education and racial question in Brazil (1970’s). This article aims to historically contextualize some aspects of the black social thought of Eduardo de Oliveira e Oliveira about education and racial question in Brazil in the 1970s. We also think about experiences in the educational field of some groups ...
História da Historiografia, 2016
7O Encontro Escravidao E Liberdade No Brasil Meridional, Jan 20, 2015
O objetivo do presente texto e refletir sobre trajetorias de intelectuais negros no periodo de fo... more O objetivo do presente texto e refletir sobre trajetorias de intelectuais negros no periodo de formacao do Movimento Negro brasileiro contemporâneo, entre os anos 1960 e 1970. A partir de um levantamento historiografico sobre o tema, vamos problematizar a trajetoria do sociologo negro Eduardo de Oliveira e Oliveira, um personagem historico fundamental para pensar a figura do intelectual negro no Brasil. A vida e obra de Eduardo de Oliveira e Oliveira, legada – pela historiografia sociologica brasileira mais geral e mesmo por aquela ligada as questoes do negro e das relacoes raciais – praticamente ao esquecimento desde sua morte, em 1980, merecem um tratamento analitico mais acurado. Procederemos a uma abordagem conjunta da trajetoria de Eduardo e sua interlocucao com outros intelectuais negros do periodo, como Beatriz Nascimento, Clovis Moura e Abdias Nascimento.
Confluenze Rivista Di Studi Iberoamericani, Dec 22, 2011
Estudos Históricos (Rio de Janeiro), 2013
Nas duas úl ti mas dé ca das uma gran de dis cus são pú bli ca so bre o ra cis mo to mou cor po n... more Nas duas úl ti mas dé ca das uma gran de dis cus são pú bli ca so bre o ra cis mo to mou cor po no Bra sil. Da apro va ção da Lei 10.639, de Ensi no de His tó ria e Cultu ra Afro-bra si le i ra, em 2003, aos de ba tes (e em ba tes) em tor no no Esta tu to da 519 Rafael Petry Trapp é mestrando em História na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e bolsista do CNPq
Revista Inter-Ação (UFG), 2021
O presente texto constitui-se no relato de uma experiência teórico-educativa realizada com estuda... more O presente texto constitui-se no relato de uma experiência teórico-educativa realizada com estudantes da disciplina História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Barreiras, em 2019. Motivados por debates acadêmicos da obra teórica de bell hooks, fizemos um trabalho de campo no final do semestre (em setembro) para um sítio arqueológico localizado na Serra do Mimo, a cerca de um quilômetro de distância do próprio campus da UNEB, a fim de problematizar a presença/ausência do indígena no imaginário histórico-social da região. A combinação entre a sala de
aula e a atividade de campo resultou em reflexões sobre a história indígena em Barreiras, e na conscientização acerca do racismo como um processo social estruturante da construção do olhar dos sujeitos sobre a formação histórica da região Oeste da Bahia.
Oficina do Historiador
O artigo busca explorar a dimensão precipuamente historiográfica e as aproximações, proposições, ... more O artigo busca explorar a dimensão precipuamente historiográfica e as aproximações, proposições, avanços e limitações teórico-metodológicas de Beatriz Nascimento (1942-1995) em sua trajetória como historiadora e teórica da História. Do ponto de vista documental, utilizamos o livro-arquivo Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição (2018). No desenvolvimento da análise, elaboramos, por meio de uma leitura da história da historiografia brasileira, o entrelaçamento – de natureza simbólica – da clivagem “mãos brancas/mãos negras” que emergiu do liames da relação intelectual entre a autora e o historiador José Honório Rodrigues ainda nos anos 1960, no Rio de Janeiro, e argumentamos que as articulações teóricas de Beatriz Nascimento amalgamaram discussões políticas, sociais e culturais que deram ensejo aos primeiros passos, na esteira social dos movimentos negros contemporâneos nos anos 1970-1990, de uma Historiografia Negra no Brasil, em uma postu...
Revista de História da USP, 2021
What happens when an authoritarian State censors sociological research? This article addresses as... more What happens when an authoritarian State censors sociological research? This article addresses aspects of the relationship between scientific research on Blacks and the repressive configuration assumed by the State apparatus regarding its academic debate in the Brazilian military dictatorship. Three works in Social Sciences in São Paulo are analyzed, namely the master's degrees of Edson Antonio Eustáquio (ELSP) and Eduardo de Oliveira e Oliveira (USP), and the Ph.D. of Eduardo Judas Barros (USP), studies that, respectively, disappeared, remained incomplete and were silenced. We sought to elaborate the hypothesis of repression of Social Science research on race and class during the 1970s as a form of censorship of critical thinking and its public discussion in Brazil. The scarcity of sociological research in this period was due to surveillance and effective repression by the State, protecting the official dogma of racial democracy.
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Papers by Rafael Petry Trapp
aula e a atividade de campo resultou em reflexões sobre a história indígena em Barreiras, e na conscientização acerca do racismo como um processo social estruturante da construção do olhar dos sujeitos sobre a formação histórica da região Oeste da Bahia.
aula e a atividade de campo resultou em reflexões sobre a história indígena em Barreiras, e na conscientização acerca do racismo como um processo social estruturante da construção do olhar dos sujeitos sobre a formação histórica da região Oeste da Bahia.
Unificado, em 1978, até a participação brasileira em Durban. A racialização da luta política e o diálogo institucional estabelecido entre o Movimento e o Estado brasileiro, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, processos que se dão nos anos 1990, foram centrais
na produção dos consensos para Durban. O contexto transnacional de ação da Conferência, entretanto, é aqui entendido como ponto de inflexão, tanto histórica quanto política. A natureza da relação entre o Movimento Negro e a Conferência evidencia a importância que
esta assume na guarida discursiva ao multiculturalismo e às ações afirmativas no Brasil, relação mediada pela transnacionalidade. Considera-se, finalmente, que a Conferência de Durban conforma um novo mapa político para o antirracismo global, com a emergência de
novos atores no cenário internacional. Além disso, as implicações da Conferência na história do antirracismo no Brasil ensejam olhares mais atentos às especificidades históricas das esferas locais, articulados, por sua vez, a contextos transnacionais de ação.