Books by Gil Vieira Costa
Livro publicado em 2014 pelo Instituto de Artes do Pará. Prêmio IAP de Artes Literárias 2013, na ... more Livro publicado em 2014 pelo Instituto de Artes do Pará. Prêmio IAP de Artes Literárias 2013, na categoria Ensaio. A arte contemporânea teve como uma de suas principais discussões, no decorrer do século 20, a experimentação dos espaços enquanto elementos repletos de significado. Todos os espaços se tornaram passíveis de investigação: tanto aqueles que constituem as próprias obras quanto aqueles que abrigam as mesmas, incorporando outras possibilidades à produção artística.
As galerias e museus foram negados sistematicamente por artistas em vários países. Inúmeros discursos alardearam a desterritorialização da arte, que, paradoxalmente, é pouco estudada – apesar de sempre citada como fato já dado e estabelecido sem maiores dúvidas. Esta situação me era incômoda, pois concebo as novas territorialidades da arte como uma das principais (e mais instigantes) características da contemporaneidade, capaz de interferir em realidades concretas e mobilizar imaginários diversos.
Este ensaio investiga que tipos de espaços são usados e de que maneira eles são legitimados enquanto territorialidades válidas para a arte. A partir da produção paraense, verifico práticas e mecanismos utilizados pelos artistas para transgredir os territórios artísticos convencionais. Também analiso processos subsequentes a tais desterritorializações da produção contemporânea, observando dispositivos e mecanismos empregados para concretizar suas reterritorializações. É a partir destes movimentos que identifico múltiplas territorialidades na arte contemporânea, enquanto possibilidade de espaços ocupados. Parto de três eixos: os espaços geográfico, virtual e biológico – que são descritos, exemplificados e discutidos conforme suas especificidades.
Se por um lado é inegável que os espaços da arte estão atualmente em trânsito constante, por outro lado não significa que essa transitoriedade não possa ser compreendida, questionada e tornada um seminal ponto de partida para discussões amplas, de uma arte que não se furta a encarar as questões de seu tempo.
Papers by Gil Vieira Costa
Artigo publicado em 2019 no Jornal da ABCA. Este artigo trata sobre série fotográfica do artista ... more Artigo publicado em 2019 no Jornal da ABCA. Este artigo trata sobre série fotográfica do artista mineiro Cyro Almeida, produzida e exposta em Belém. A série indica maneiras como a fotografia pode nos ajudar a compreender nossa relação com as imagens. É possível desengatilhar a violência das imagens fabricadas e apontadas às periferias urbanas?
Artigo publicado em 2018 nos Anais do Congresso do CBHA. Este artigo se debruça sobre o uso da id... more Artigo publicado em 2018 nos Anais do Congresso do CBHA. Este artigo se debruça sobre o uso da ideia de 'Amazônia' nas artes visuais brasileiras. Considera esse uso uma questão que atravessa muitas gerações de artistas, na própria região ou fora dela. Foca em um conjunto de artistas que produziram a partir de Belém (PA), especialmente na primeira metade dos anos 1980. Nesse período, o campo artístico em Belém estabeleceu um debate teórico e artístico a respeito da 'visualidade amazônica', que conseguiu configurar o reconhecimento da produção local pelas instituições do eixo RJ-SP. Aponta-se alguns aspectos da conjuntura que possibilitou o surgimento desse debate.
Arteriais, 2018
Artigo publicado em 2018 na Revista Arteriais do PPGARTES/ICA/UFPA. Este ensaio pretende investig... more Artigo publicado em 2018 na Revista Arteriais do PPGARTES/ICA/UFPA. Este ensaio pretende investigar as relações entre arte, violência e políticas da memória, por meio da comparação entre obras de arte produzidas a partir do Massacre de Eldorado dos Carajás. Estuda-se a relação entre a criação artística e a produção de imagens memorialistas, analisando de que maneiras a arte contemporânea tem atuado no campo das políticas da memória, constituindo meios complexos às imagens de acontecimentos históricos, assim como meios de reflexão crítica sobre a própria fabricação de tais imagens.
Artigo publicado em 2018 no Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi - Ciências Humanas. Este arti... more Artigo publicado em 2018 no Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi - Ciências Humanas. Este artigo busca trazer informações sobre uma lacuna existente nos estudos historiográficos sobre arte em Belém, Brasil. Discute-se o papel da artista Estela Campos na consolidação das correntes abstracionistas no campo artístico desta cidade, analisando a recepção crítica de suas três primeiras exposições individuais (1957, 1958 e 1959, ocorridas nas cidades de Belém, Rio de Janeiro e Belém, respectivamente). São apresentadas as fontes, muitas das quais ainda inéditas ou pouco conhecidas, que permitem um esboço biográfico da artista. Da mesma maneira, são levantadas algumas hipóteses sobre aspectos (sexismo, provincianismo, abordagens historiográficas localistas) que teriam contribuído para sua invisibilidade na história da arte em Belém.
Texto publicado online pelo jornal Correio de Carajás, Marabá, 23 de janeiro de 2018. Trata da pr... more Texto publicado online pelo jornal Correio de Carajás, Marabá, 23 de janeiro de 2018. Trata da produção do artista Marcone Moreira, em especial a obra 'Ausente presença', a partir de uma abordagem advinda da teoria e crítica da arte contemporânea.
Artigo publicado em 2017 nos Anais do Encontro da ANPAP. Este trabalho busca refletir sobre as re... more Artigo publicado em 2017 nos Anais do Encontro da ANPAP. Este trabalho busca refletir sobre as relações entre estética e política na arte contemporânea, partindo da Amazônia enquanto temática. Investiga-se obras de Antônio Botelho, Marcone Moreira e duo Raio Verde, em três exposições realizadas em 2016 em diferentes cidades (Marabá, Rio de Janeiro e São Paulo), mas vinculadas à discussão política sobre a região. As estratégias artísticas (dimensão estética, indicialidade, hipertextualidade e multimidialidade) adotadas nos diferentes exemplos são comparadas, de modo a analisar como essa produção busca assumir um teor político.
Este trabalho busca investigar as reverberações do concretismo, do neoconcretismo e de seus desdo... more Este trabalho busca investigar as reverberações do concretismo, do neoconcretismo e de seus desdobramentos na produção artística desenvolvida em Belém (PA). Indica-se alguns exemplos de artistas e obras que demonstraram dialogar com as tendências construtivas. Busca-se traçar as vias de entrada dessas tendências no campo artístico em Belém e os modos como as ideias da arte concreta foram utilizadas pelos artistas.
Neste artigo são abordadas as noções de história da arte contemporânea, de contemporaneidade e de... more Neste artigo são abordadas as noções de história da arte contemporânea, de contemporaneidade e de contemporaneidade artística. Estuda-se especialmente a arte contemporânea enquanto objeto de pesquisa em construção, cuja análise histórica pressupõe outros modelos epistemológicos, especialmente aqueles que tomam em consideração a chamada descolonialidade. Apresenta-se a arte contemporânea como fenômeno vivenciado simultaneamente e de maneira transnacional. Assim, trabalha-se com a possibilidade de estudar a história da arte contemporânea a partir de determinados contextos, e tomando como objeto de pesquisa não somente obras artísticas, mas também comportamentos gerados nos circuitos artísticos. Por fim, a exposição Retrospectiva folclórica (José Pires Rego, Belém, 1976) é investigada, como estudo de caso, por meio da aplicação dos pressupostos teóricos e metodológicos delineados.
Este artigo apresenta estudo sobre a I Bienal Amazônica de Artes Visuais, promovida em Belém pelo... more Este artigo apresenta estudo sobre a I Bienal Amazônica de Artes Visuais, promovida em Belém pelo Governo do Estado do Pará em 1972. Tal evento é tomado como ponto de partida para discutir a história da arte contemporânea brasileira. A bienal é analisada por meio de notícias em jornais da época, buscando seus pormenores históricos locais e suas relações com o campo cultural e artístico mais amplo, considerando que a arte contemporânea deve ser estudada partindo das conexões entre seus vários circuitos.
Este artigo apresenta um estudo da polêmica entre os artistas José de Moraes Rego e Osmar Pinheir... more Este artigo apresenta um estudo da polêmica entre os artistas José de Moraes Rego e Osmar Pinheiro quanto à arte paraense das décadas de 1960 e 1970, abordando as questões do neocolonialismo e da proposição da produção artística contemporânea em Belém, Pará, enquanto objeto de estudo para a historiografia da arte contemporânea brasileira.
Este artigo investiga a doação de obras de arte a acervos institucionais como uma estratégia hist... more Este artigo investiga a doação de obras de arte a acervos institucionais como uma estratégia historiográfica, artística e política na arte contemporânea, empreendida por artistas, curadores, instituições e outros agentes do mundo da arte. São descritos e comparados quatro casos de doações no circuito artístico da cidade de Belém (PA): a obra S11D de José Viana (2014-2015); o acervo inaugural do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (2002); a Coleção Amazoniana de Arte do Museu da UFPA (2012-2013); e o conjunto de obras de artistas paraenses doados ao Museu do Homem, em Paris (1977). Busca-se investigar as doações como construções de narrativas sobre a história da arte contemporânea.
Neste artigo abordo a história da arte contemporânea tomando por base a cidade de Belém, a partir... more Neste artigo abordo a história da arte contemporânea tomando por base a cidade de Belém, a partir da participação de artistas provenientes da mesma em eventos do circuito nacional de arte. Investigo principalmente as participações em edições da Bienal Internacional de São Paulo, entre as décadas de 1960 e 1980. Busco identificar as características compartilhadas por esta produção e compreender as relações estabelecidas entre Belém e outros centros de produção e legitimação da arte contemporânea.
Este artigo trata da arte contemporânea realizada em cidades da Amazônia brasileira, identificand... more Este artigo trata da arte contemporânea realizada em cidades da Amazônia brasileira, identificando na mesma produções que podem ser agrupadas sob o conceito de estética assombrada. Formula-se este conceito, exemplificando o mesmo por meio de obras e práticas artísticas das décadas de 1960 a 1980. Busca-se, também, discutir instrumentos historiográficos e teóricos apropriados para o estudo da arte contemporânea.
Estudio Artistas Sobre Outras Obras, 2012
Pretende-se estudar livros-objeto que compõem obras do artista Pablo Mufarrej. Abordam-se as segu... more Pretende-se estudar livros-objeto que compõem obras do artista Pablo Mufarrej. Abordam-se as seguintes relações desta produção: com as outras partes constitutivas das obras de que fazem parte; com as questões de tempo e espaço; e com o conceito de engasgo narrativo, elaborado neste artigo.
Thesis Chapters by Gil Vieira Costa
Tese de doutorado em História (PPHIST/UFPA), defendida em 2019, que trata das artes visuais no ca... more Tese de doutorado em História (PPHIST/UFPA), defendida em 2019, que trata das artes visuais no campo artístico especializado em Belém, especialmente no período compreendido entre 1957 e 1985. Esse período marca, na cidade, o contato e a absorção de valores e práticas das correntes artísticas internacionalistas, como o abstracionismo modernista, as vanguardas pós-modernas e a chamada arte contemporânea. O modo como o campo local estabeleceu relações de abertura e fechamento a essas correntes é estudado a partir das teorias da colonialidade. Habitualmente, as décadas de 1960 e 1970 são vistas como o momento em que a arte contemporânea se estabeleceu mundialmente, por isso essa tese pode ser entendida como uma narrativa de ‘história da arte contemporânea’. Em Belém, a consolidação desse paradigma artístico foi vivenciada a partir de transições movediças – lentas, descontínuas e vacilantes – em que houve uma evidente disputa entre valores globais e práticas locais. As tensões entre ‘global’ e ‘local’, na arte produzida na cidade nesse período, condicionaram o surgimento de projetos artísticos importantes e ainda pouco conhecidos e debatidos. Para muitos desses projetos, as ideias e imagens de Amazônia eram componentes fundamentais – tema que pode acrescentar novas informações e abordagens ao debate sobre ‘arte brasileira’ naquelas décadas.
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Books by Gil Vieira Costa
As galerias e museus foram negados sistematicamente por artistas em vários países. Inúmeros discursos alardearam a desterritorialização da arte, que, paradoxalmente, é pouco estudada – apesar de sempre citada como fato já dado e estabelecido sem maiores dúvidas. Esta situação me era incômoda, pois concebo as novas territorialidades da arte como uma das principais (e mais instigantes) características da contemporaneidade, capaz de interferir em realidades concretas e mobilizar imaginários diversos.
Este ensaio investiga que tipos de espaços são usados e de que maneira eles são legitimados enquanto territorialidades válidas para a arte. A partir da produção paraense, verifico práticas e mecanismos utilizados pelos artistas para transgredir os territórios artísticos convencionais. Também analiso processos subsequentes a tais desterritorializações da produção contemporânea, observando dispositivos e mecanismos empregados para concretizar suas reterritorializações. É a partir destes movimentos que identifico múltiplas territorialidades na arte contemporânea, enquanto possibilidade de espaços ocupados. Parto de três eixos: os espaços geográfico, virtual e biológico – que são descritos, exemplificados e discutidos conforme suas especificidades.
Se por um lado é inegável que os espaços da arte estão atualmente em trânsito constante, por outro lado não significa que essa transitoriedade não possa ser compreendida, questionada e tornada um seminal ponto de partida para discussões amplas, de uma arte que não se furta a encarar as questões de seu tempo.
Papers by Gil Vieira Costa
Thesis Chapters by Gil Vieira Costa
As galerias e museus foram negados sistematicamente por artistas em vários países. Inúmeros discursos alardearam a desterritorialização da arte, que, paradoxalmente, é pouco estudada – apesar de sempre citada como fato já dado e estabelecido sem maiores dúvidas. Esta situação me era incômoda, pois concebo as novas territorialidades da arte como uma das principais (e mais instigantes) características da contemporaneidade, capaz de interferir em realidades concretas e mobilizar imaginários diversos.
Este ensaio investiga que tipos de espaços são usados e de que maneira eles são legitimados enquanto territorialidades válidas para a arte. A partir da produção paraense, verifico práticas e mecanismos utilizados pelos artistas para transgredir os territórios artísticos convencionais. Também analiso processos subsequentes a tais desterritorializações da produção contemporânea, observando dispositivos e mecanismos empregados para concretizar suas reterritorializações. É a partir destes movimentos que identifico múltiplas territorialidades na arte contemporânea, enquanto possibilidade de espaços ocupados. Parto de três eixos: os espaços geográfico, virtual e biológico – que são descritos, exemplificados e discutidos conforme suas especificidades.
Se por um lado é inegável que os espaços da arte estão atualmente em trânsito constante, por outro lado não significa que essa transitoriedade não possa ser compreendida, questionada e tornada um seminal ponto de partida para discussões amplas, de uma arte que não se furta a encarar as questões de seu tempo.