Papers by Thaís R Bueno
De que formas a traducao pode ser relacionada ao processo de choque de culturas e a emergencia do... more De que formas a traducao pode ser relacionada ao processo de choque de culturas e a emergencia do hibridismo linguistico presente em regioes de fronteira – mais especificamente, no contexto da cultura chicana que tem se desenvolvido de maneira politica e socialmente conflituosa na regiao da fronteira entre Mexico e Estados Unidos? Com base em conceitos formulados por autores das linhas posestruturalista (a differance de Jacques Derrida, e a traducao etica de Antoine Berman) e pos-colonialista (o sujeito hibrido em Homi Bhabha e a traducao como resistencia proposta por Tejaswini Niranjana), busca-se avaliar em que medida a traducao pode assumir papeis relevantes na constante reformulacao das identidades dos sujeitos emergentes nos entre-lugares e em discursos fronteiricos. A analise tera como foco a linguagem hibrida presente em duas obras representativas da literatura chicana: Borderlands/La Frontera – The New Mestiza, escrita por Gloria Anzaldua e publicada em 1987, e Mi Querido Ra...
Anzaldúa's hybrid text and Hinojosa's rewriting: contributions for a reflection on a translation ... more Anzaldúa's hybrid text and Hinojosa's rewriting: contributions for a reflection on a translation of the atravesados RESUMO De que formas a tradução pode ser relacionada ao processo de choque de culturas e à emergência do hibridismo linguístico presente em regiões de fronteira – mais especificamente, no contexto da cultura chicana que tem se desenvolvido de maneira política e socialmente conflituosa na região da fronteira entre México e Estados Unidos? Com base em conceitos formulados por autores das linhas pós-estruturalista (a diffèrance de Jacques Derrida, e a tradução ética de Antoine Berman) e pós-colonialista (o sujeito híbrido em Homi Bhabha e a tradução como resistência proposta por Tejaswini Niranjana), busca-se avaliar em que medida a tradução pode assumir papéis relevantes na constante reformulação das identidades dos sujeitos emergentes nos entre-lugares e em discursos fronteiriços. A análise terá como foco a linguagem híbrida presente em duas obras representativas da literatura chicana: Borderlands/La Frontera – The New Mestiza, escrita por Gloria Anzaldúa e publicada em 1987, e Mi Querido Rafa, de autoria do chicano Rolando Hinojosa, escrito em 1981. A partir de reflexões sobre as (im)possibilidades de tradução que a obra de Anzaldúa oferece e a experiência de autotradução de Rolando Hinojosa, é possível considerar a fronteira um lugar privilegiado para pensar as constantes reformulações e negociações (quase sempre social e politicamente violentas) e pensar o ato tradutório como uma rede complexa de operações, na qual estão em jogo questões políticas, poder e subjetividades. ABSTRACT By each ways could translation be related to process such as the clash of cultures and the emergence of hybrid languages in border regions? Specifically in the case of the chicano culture, which was established on the Mexican/US border and presents a conflictuous social and politic development? This paper is based on concepts by poststructuralist authors (the différance proposed by Jacques Derrida and the idea of ethical translation presented by Antoine Berman) and postcolonialist theorists (Homi Bhabha's hybrid subjects and Tejaswini Niranjana's concept of translation as resistence), and aims at analysing the ways by which translation could play relevant roles in the constant process of identity reformulation experienced by the border subjects that emerge from in-between spaces and border discourses. This analysis focus on the hybrid language presented in two chicano literary works: Borderlands/La Frontera – The New Mestiza (1987) by Gloria Anzaldúa and Mi Querido Rafa (1981) by Rolando Hinojosa. The translation (im)possibilities provided by Anzaldúa's work and the self-translation made by Hinojosa allows us to think about the borderlands as a privileged site for reflecting on the incessant reformulation and negotiation (socially and politically violent) and about translation as a complex operation network of politic, power and subjectivity issues.
Thesis Chapters by Thaís R Bueno
Historicamente, a tradução tem sido pensada em função de pares dicotômicos (original/tradução; au... more Historicamente, a tradução tem sido pensada em função de pares dicotômicos (original/tradução; autor/tradutor; domesticação/estrangeirização; língua-fonte/línguaalvo), raciocínio que revela a crença na possibilidade de uma língua homogênea e estanque. Contudo, em comunidades cuja política e sociedade são fortemente marcadas por fatores de heterogeneidade étnica e linguística, tal crença fica abalada, sobretudo, quando se nota a enorme diversidade de línguas decorrente dessa heterogeneidade, tanto nas interações entre os falantes quanto na literatura. Esse é o caso da literatura chicana,
que constitui o corpus desta pesquisa, sendo representada por Gloria Anzaldúa e Rolando Hinojosa, autores de Borderlands/La Frontera – The New Mestiza e Dear Rafe/Mi Querido Rafa, respectivamente. Tais obras, guardadas suas singularidades, apresentam marcas de heterogeneidade linguística (a escrita construída a partir do inglês, do espanhol e até mesmo do nahuatl, língua falada no império asteca; o codeswitching [ou alternância de código]; o braiding languages [ou entrelaçamento de línguas]; a subversão dos limites dos gêneros textuais) que desafiam qualquer projeto tradutório que se paute por noções tradicionais de língua e tradução. Com base nesse panorama, analisamos neste trabalho as possibilidades de reflexão que as obras do
corpus podem oferecer ao campo dos estudos da tradução e as consequências de tal reflexão para a ética e para o tradutor (se é possível pensarmos em um único perfil). Tal reflexão é feita com base em conceitos e ideias propostos por linguistas, tradutores e teóricos da tradução de linha pós-estruturalista, tais como Lawrence Venuti, Kanavillil Rajagopalan e Alexis Nouss, pensadores de orientação pós-moderna, como Jacques Derrida, e teóricos de linha pós-colonialista, como Homi Bhabha.
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Thesis Chapters by Thaís R Bueno
que constitui o corpus desta pesquisa, sendo representada por Gloria Anzaldúa e Rolando Hinojosa, autores de Borderlands/La Frontera – The New Mestiza e Dear Rafe/Mi Querido Rafa, respectivamente. Tais obras, guardadas suas singularidades, apresentam marcas de heterogeneidade linguística (a escrita construída a partir do inglês, do espanhol e até mesmo do nahuatl, língua falada no império asteca; o codeswitching [ou alternância de código]; o braiding languages [ou entrelaçamento de línguas]; a subversão dos limites dos gêneros textuais) que desafiam qualquer projeto tradutório que se paute por noções tradicionais de língua e tradução. Com base nesse panorama, analisamos neste trabalho as possibilidades de reflexão que as obras do
corpus podem oferecer ao campo dos estudos da tradução e as consequências de tal reflexão para a ética e para o tradutor (se é possível pensarmos em um único perfil). Tal reflexão é feita com base em conceitos e ideias propostos por linguistas, tradutores e teóricos da tradução de linha pós-estruturalista, tais como Lawrence Venuti, Kanavillil Rajagopalan e Alexis Nouss, pensadores de orientação pós-moderna, como Jacques Derrida, e teóricos de linha pós-colonialista, como Homi Bhabha.
que constitui o corpus desta pesquisa, sendo representada por Gloria Anzaldúa e Rolando Hinojosa, autores de Borderlands/La Frontera – The New Mestiza e Dear Rafe/Mi Querido Rafa, respectivamente. Tais obras, guardadas suas singularidades, apresentam marcas de heterogeneidade linguística (a escrita construída a partir do inglês, do espanhol e até mesmo do nahuatl, língua falada no império asteca; o codeswitching [ou alternância de código]; o braiding languages [ou entrelaçamento de línguas]; a subversão dos limites dos gêneros textuais) que desafiam qualquer projeto tradutório que se paute por noções tradicionais de língua e tradução. Com base nesse panorama, analisamos neste trabalho as possibilidades de reflexão que as obras do
corpus podem oferecer ao campo dos estudos da tradução e as consequências de tal reflexão para a ética e para o tradutor (se é possível pensarmos em um único perfil). Tal reflexão é feita com base em conceitos e ideias propostos por linguistas, tradutores e teóricos da tradução de linha pós-estruturalista, tais como Lawrence Venuti, Kanavillil Rajagopalan e Alexis Nouss, pensadores de orientação pós-moderna, como Jacques Derrida, e teóricos de linha pós-colonialista, como Homi Bhabha.