Arte Rússia by Cristina Dunaeva
Anais 2020 do 29o. Encontro Nacional da Anpap - DISPERSÕES, 2019
Nikolai Púnin (1888-1953), um dos mais notórios teóricos, críticos e historiadores da arte da Rús... more Nikolai Púnin (1888-1953), um dos mais notórios teóricos, críticos e historiadores da arte da Rússia/URSS é pouco conhecido fora de seu país de origem. Desde 1913, escreveu os artigos de crítica da arte para as principais revistas da época, abordando desde a pintura dos ícones medievais até as novíssimas tendências da arte moderna. Em 1917, Púnin torna-se o protagonista da transformação do sistema artístico na Rússia pós-revolucionária, sugerindo e defendendo as novas formas de expografia e de curadoria, a partir de seu conceito de cultura artística; adquirindo as obras de arte da vanguarda para os principais acervos museológicos do país; formando as gerações de historiadores da arte como professor. Púnin defendia a prevalência da forma artística sobre o conteúdo, considerando a arte não figurativa como uma arte do proletariado e verdadeiramente popular.
Anais do XVI CONGRESSO INTERNACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LITERATURA COMPARADA, 2019
Resumo: No artigo descreve-se a circulação, no Brasil, dos textos de teoria e história da arte da... more Resumo: No artigo descreve-se a circulação, no Brasil, dos textos de teoria e história da arte da Rússia e da URSS escritos em russo. As artes visuais da Rússia e da URSS são internacionalmente conhecidas devido ao seu caráter peculiar e, amiúde, influenciador e modificador do campo artístico global. A produção de textos teóricos e críticos sobre as artes visuais, em russo, poderia ser dividida em três períodos: 1. Desde o surgimento das instituições de ensino formal de artes (séc. XVIII) até os primórdios do século XX; 2. Primeira metade do século XX (teoria/ crítica das artes das vanguardas e a historiografia soviética das artes visuais); 3. Segunda metade do século XX até a atualidade (surgimento da arte contemporânea e revisão historiográfica das artes visuais pós-URSS). Palavras-chave: História da Arte; Rússia; URSS-União Soviética O artigo aborda a circulação, no Brasil, das obras teóricas de artistas e críticos/as e historiadores/as de arte da Rússia e da União Soviética (URSS). Ao longo dos últimos três séculos, a produção artística local fora objeto de análise teórica e crítica resultando num vasto conjunto de textos, pouco conhecidos no Brasil. A importância destes textos para a compreensão e a análise da produção artística da Rússia/URSS, e do desenvolvimento geral das artes visuais, é notável e pode ser comprovada por sua inclusão em antologias essenciais de referências teóricas em artes.
A partir da recente publicação, em russo, de documentos inéditos, desde a década de 1920, relacio... more A partir da recente publicação, em russo, de documentos inéditos, desde a década de 1920, relacionados à história do anarquismo na Rússia, proponho a discussão do legado político de alguns integrantes do movimento artístico de vanguardas. Logo em 1905, artistas como Kazímir Maliévitch (1878 – 1935) e Olga Rózanova (1868 - 1918), uns dos expoentes máximos da arte moderna, juntam-se ao movimento anarquista e participam ativamente na criação de organizações horizontais e autogestionárias de artistas. Em 1917, Maliévitch publica a “Declaração de direitos de artistas” no jornal “Anarquia” da Federação Moscovita de Grupos Anarquistas, um dos principais porta-vozes do movimento naquela época. O jornal que, inicialmente, surgiu como folheto semanal de informações anarquistas, transformou-se, a partir de 1917, em uma publicação diária de quatro folhas e com uma tiragem grande. Incluiu-se no jornal um setor específico dedicado às questões de arte e de literatura, no qual publicaram seus textos teóricos, as declarações e os manifestos alguns artistas importantes como o já citado Maliévitch, Aleksandr Ródtchenko e Aleksei Gan, entre outros. Em 1917 é criado o Conselho (Soviét) de Artistas, composto, entre outras organizações, da Federação de Artistas de Esquerda. Proponho apresentar e discutir duas experiências notórias de organização de artistas na Rússia: a mencionada acima Federação de Artistas de Esquerda e os Ateliês Artísticos Livres (SVOMAS). Ambas as organizações seguiram os princípios anarquistas de federalismo, horizontalidade e autogestão. Ambas existiram entre 1917 e 1919 e são pouco conhecidas, devido ao aniquilamento do movimento anarquista na URSS e à censura decorrente desta situação. No final da década de 1990, na Rússia, os pesquisadores obtêm acesso aos documentos, outrora censurados e guardados nos arquivos de circulação restrita, e iniciam a publicação destes; no entanto, até o momento presente a história das duas organizações artísticas importantíssimas, tanto para a história da arte, quanto para a história do século XX, em geral, é insuficientemente pesquisada e quase que desconhecida. O simples fato de participação de principais artistas da vanguarda das organizações anarquistas, na Rússia revolucionária, causa surpresa; igualmente, a influência das teorias e das práticas anarquistas nos rumos que a arte moderna tomou no início do século XX é pouco pesquisada. Pretendo, com a apresentação deste trabalho, suprir minimamente a lacuna de informações sobre os assuntos mencionados, discutindo tanto as fontes primárias, quanto as raras publicações dedicadas ao tema, entre as quais destaco as pesquisas da historiadora da arte Nina Gurianova.
Oriente(e)(a)ação, uma ação
orientada de voltar o olhar ao lado
oposto à Europa? Ao Oriente? A si... more Oriente(e)(a)ação, uma ação
orientada de voltar o olhar ao lado
oposto à Europa? Ao Oriente? A si?
A orientação ao Oriente como uma
ação? Qual Oriente? A Rússia é
Oriente? É Ocidente? É os dois, é
nenhum dos dois? O artigo discute a
importância das críticas elaboradas
ao eurocentrismo pelos
protagonistas do movimento de
vanguardas na Rússia; a relevância
da arte medieval, da arte não erudita
e não acadêmica para as principais
descobertas plásticas do período.
Apresenta o percurso histórico da
inserção das vanguardas da Rússia/
URSS à história da arte moderna e
discute o eurocentrismo do
modernismo “internacional”. Traz a
tradução, de russo para o português,
de um dos manifestos futuristas.
Orient(a)(c)tion, an oriented action
to turn the eyes back to the opposite
side of Europe? To the Orient? For
yourself? The orientation to the
Orient as an action? Which Orient?
Is Russia Orient? Is it Occident ? Is it
the two, is none of either? This paper
discusses the importance of the
critiques made to Eurocentrism by
the protagonists of the vanguard
movement in Russia; The relevance
of medieval art, from non-erudite
and non-academic art to the major
plastics discoveries of the period. It
presents the historical course of the
insertion of the Russian / USSR
vanguards into the history of
modern art and discusses the
Eurocentrism of "international"
modernism. It brings the translation,
from Russian to Portuguese, of one
of the futuristic manifestos.
Talks by Cristina Dunaeva
Papers by Cristina Dunaeva
Proponho, a partir de situações específicas de uso artístico da imagem de um líder religioso e sa... more Proponho, a partir de situações específicas de uso artístico da imagem de um líder religioso e santo popular Padre Cícero – com dois propósitos diversos em contextos social e histórico compartilhados, pensar as conexões entre a arte e a ritualidade. Para a interpretação das obras usarei a teoria da performatividade ritual elaborada por Victor Turner em 1969 e a teoria do agenciamento dos objetos artísticos proposta por Alfred Gell em 1996.
Conference Presentations by Cristina Dunaeva
Anais da 31a Reunião Brasileira de Antropologia, 2018
Desafios de ensino/ aprendizagem da disciplina "Arte e Antropologia" num curso superior de Artes ... more Desafios de ensino/ aprendizagem da disciplina "Arte e Antropologia" num curso superior de Artes Visuais 12 Cristina Antonievna Dunaeva-UnB/ DF Palavras-chave: ensino de antropologia; arte e antropologia; decolonialismo. Como seres humanos, não resta dúvida de que nossas principais responsabilidades consistem em intervir na realidade e manter nossa esperança Paulo Freire. Pedagogia dos sonhos possíveis O presente trabalho busca relatar a experiência de docência da disciplina "Arte e Antropologia" no Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB). A disciplina faz parte do fluxo obrigatório do curso de Teoria, Crítica e História da Arte (TCHA), um curso noturno, criado na UnB em 2014, pelo programa Reuni. Após três anos de docência na UnB, pretendo compartilhar algumas considerações sobre os processos de ensino e de aprendizagem desta disciplina (que ofertei duas vezes até o presente momento) no contexto específico de um curso teórico da área de conhecimento Artes. Vale salientar que a maioria de estudantes que cursaram ou cursam, atualmente, a disciplina quase que não possuem nenhum conhecimento prévio de qualquer conteúdo relacionado à Antropologia. Um dos desafios, portanto, dos processos de ensino e de aprendizagem que apresento é a necessidade de, no período de um semestre letivo, oferecer um panorama do vasto campo de saberes antropológicos e introduzir estudantes às problemáticas peculiares da ementa desta disciplina (as teorias de performance em artes e antropológia, as produções artísticas das populações indígenas no Brasil e no mundo e suas abordagens contemporâneas e, por fim, o uso do método etnográfico por artistas contemporâneos/as). Pretendo debater, ainda, algumas especificidades desta experiência no que tange a sua inserção num curso de Teoria e História da Arte, um campo de estudos que 1 Trabalho apresentado na 31ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 09 e 12 de dezembro de 2018, Brasília/DF. 2 Dedico este texto a estudantes que cursaram, cursam ou estarão cursando a disciplina Arte e Antropologia no curso de Teoria, Crítica e História da Arte da UnB. Todas as ideias discutidas no presente trabalho surgiram a partir de processo de troca de ideias com estudantes, em sala de aula, e são resultado de nossas calorosas conversas.
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Arte Rússia by Cristina Dunaeva
orientada de voltar o olhar ao lado
oposto à Europa? Ao Oriente? A si?
A orientação ao Oriente como uma
ação? Qual Oriente? A Rússia é
Oriente? É Ocidente? É os dois, é
nenhum dos dois? O artigo discute a
importância das críticas elaboradas
ao eurocentrismo pelos
protagonistas do movimento de
vanguardas na Rússia; a relevância
da arte medieval, da arte não erudita
e não acadêmica para as principais
descobertas plásticas do período.
Apresenta o percurso histórico da
inserção das vanguardas da Rússia/
URSS à história da arte moderna e
discute o eurocentrismo do
modernismo “internacional”. Traz a
tradução, de russo para o português,
de um dos manifestos futuristas.
Orient(a)(c)tion, an oriented action
to turn the eyes back to the opposite
side of Europe? To the Orient? For
yourself? The orientation to the
Orient as an action? Which Orient?
Is Russia Orient? Is it Occident ? Is it
the two, is none of either? This paper
discusses the importance of the
critiques made to Eurocentrism by
the protagonists of the vanguard
movement in Russia; The relevance
of medieval art, from non-erudite
and non-academic art to the major
plastics discoveries of the period. It
presents the historical course of the
insertion of the Russian / USSR
vanguards into the history of
modern art and discusses the
Eurocentrism of "international"
modernism. It brings the translation,
from Russian to Portuguese, of one
of the futuristic manifestos.
Talks by Cristina Dunaeva
Papers by Cristina Dunaeva
Conference Presentations by Cristina Dunaeva
orientada de voltar o olhar ao lado
oposto à Europa? Ao Oriente? A si?
A orientação ao Oriente como uma
ação? Qual Oriente? A Rússia é
Oriente? É Ocidente? É os dois, é
nenhum dos dois? O artigo discute a
importância das críticas elaboradas
ao eurocentrismo pelos
protagonistas do movimento de
vanguardas na Rússia; a relevância
da arte medieval, da arte não erudita
e não acadêmica para as principais
descobertas plásticas do período.
Apresenta o percurso histórico da
inserção das vanguardas da Rússia/
URSS à história da arte moderna e
discute o eurocentrismo do
modernismo “internacional”. Traz a
tradução, de russo para o português,
de um dos manifestos futuristas.
Orient(a)(c)tion, an oriented action
to turn the eyes back to the opposite
side of Europe? To the Orient? For
yourself? The orientation to the
Orient as an action? Which Orient?
Is Russia Orient? Is it Occident ? Is it
the two, is none of either? This paper
discusses the importance of the
critiques made to Eurocentrism by
the protagonists of the vanguard
movement in Russia; The relevance
of medieval art, from non-erudite
and non-academic art to the major
plastics discoveries of the period. It
presents the historical course of the
insertion of the Russian / USSR
vanguards into the history of
modern art and discusses the
Eurocentrism of "international"
modernism. It brings the translation,
from Russian to Portuguese, of one
of the futuristic manifestos.