Papers by Christina Fornaciari
Ao longo da história, fomos levados a crer que a arte se materializasse em objetos sublimes, quas... more Ao longo da história, fomos levados a crer que a arte se materializasse em objetos sublimes, quase sagrados, e que nós, enquanto fruidores, deveríamos olhá-los, contemplá-los, admirá-los. A frase "proibido tocar as obras de arte", comum em espaços expositivos, separa visitantes -inclusive corporalmente -das obras, reafirmando uma arte hierarquizada e mistificada.
Do pessoal ao universal, do estético ao cultural e político, o corpo mobiliza o conjunto de vozes... more Do pessoal ao universal, do estético ao cultural e político, o corpo mobiliza o conjunto de vozes que tecem o emaranhado artístico desta intervenção performativa. A voz cujo corpo fora apagado, volta a materializar-se, e, novamente, se faz visível, presente, tangível e concreta na exposição "De corpo Presente", que aconteceu na Galeria do Sesiminas, em Belo Horizonte/MG.
, neste artigo, entender as manifestações ocorridas em Junho e Julho de 2013 em todo o Brasil por... more , neste artigo, entender as manifestações ocorridas em Junho e Julho de 2013 em todo o Brasil por um ponto de vista da performance enquanto pulsão social. Assim, visamos aproximar os universos dos estudos sociais, da performance artística, da política e da tecnologia ao abordar a chamada "Primavera brasileira" ou "Jornadas de Junho e Julho", enfatizando seu modo de organização, teor das solicitações e suas dinâmicas de realização. Palavras-chave: Performance; política; manifestações urbanas CHRISTINA GONTIJO FORNACIARI JUNHO 2013: ARTE E POLÍTICA EM PERFORMANCES DO CORPO SOCIAL
Resumo Este artigo desenvolve-se a partir de análises de " Vídeo-duetos " , um trabalho duraciona... more Resumo Este artigo desenvolve-se a partir de análises de " Vídeo-duetos " , um trabalho duracional de vídeo-performance, criado especificamente para plataforma digital (internet), dentro do contexto da pesquisa de doutorado de Christina Fornaciari. A presente escrita aborda a referida obra lançando luz sobre a relação entre a performance, a tecnologia e as narrativas do " eu " , sob a perspectiva de que a arte autobiográfica en-gendra políticas e emancipações no âmbio social, emancipando corpos e ativando afetos na rede e na cidade. Abstract This article refers to Video-duets, a durational video-performance piece, specifically created for digital platform (internet), conceived within the context of Christina Fornaciari's PhD research. This writing deals with such work shedding light on the relationship between performance, technology and the narratives of " I " , from the perspective that autobiographical art engenders new configurations of politics, emancipating bodies and activating affections into the network and into the city. K K Ke e ey y yw w wo o or r rd d ds s s
This paper aims to analyze the theater teaching prac! ce within an interculturalism context; more... more This paper aims to analyze the theater teaching prac! ce within an interculturalism context; more specifi cally, in the context of educa! on for indigenous students. The proposed approach aims to confront the challenge of providing educa! on, valuing and integra! ng the knowledge of the indigenous people, but at the same ! me, working with tradi! onal theater teaching knowledge, inside and outside the University. The methodology for such includes a case study, derived from the
Abro este trabalho com perguntas. Perguntas atrevidas, manchadas de preconceito, que já me foram ... more Abro este trabalho com perguntas. Perguntas atrevidas, manchadas de preconceito, que já me foram dirigidas e, certamente, a outros pesquisadores que se embrenham no funk: porque falar disso num evento de arte-educação? O que um movimento tão pobre artisticamente pode nos oferecer -nós, do âmbito acadêmico, das artes belas, detentores do saber instituído e que merece ser ensinado? Não deveríamos estar apresentando a nossos jovens outras alternativas de cultura, mais elaboradas? O funk eles já dançam o dia inteiro, porque repetir na escola? Por acaso o funk é arte? Foram perguntas atrevidas como essas me incitaram e, em outras palavras, me trouxeram, hoje, diante de uma plateia de especialistas em arte-educação (vocês). E claro, também sou uma especialista, não renego esse lugar. Trato de reinventá-lo a cada dia. Bem, queiram ou não, aqui estamos: eu, o funk, e um livro nosso, publicado com o endosso da Funarte -A Fundação Nacional de Artes. Mas, logo o funk? O que ele tem a nos ensinar? Apresento algumas tentativas de resposta. TENTATIVA 1 -A urbe cria ou "Tudo isso tu encontra numa rua logo ali" DJ Marlboro O que sabemos é que esse movimento, tão criticado pela classe média, espelha valores já enraizados na cidade, como a objetificação sexual, a fricção de gêneros, a segregação urbana, a violência, a capitalização dos desejos… E o funk os potencializa, os torna visíveis, destacados -talvez por isso mesmo o funk seja tão "duro de engolir".
Numerosos são os historiadores e críticos de arte que estabelecem um marco histórico em torno do ... more Numerosos são os historiadores e críticos de arte que estabelecem um marco histórico em torno do qual desenvolvem seu pensamento. Ao tentar compreender o surgimento da arte moderna, Nicolas Bourriaud, em "Formes de vie", define como divisor de águas a racionalização do trabalho, ainda no Século XIX. Para Bourriaud, a modernidade artística surge ao mesmo tempo em que se instauram as práticas de divisão do trabalho, quando a produção industrial passa a reduzir o esforço humano a uma repetição de gestos imutáveis e cronometrados, condicionando o comportamento do homem 2 . Em sua relação
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas -UFBA Doutoranda -Corpo e(m) Performance -Or. Profa. D... more Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas -UFBA Doutoranda -Corpo e(m) Performance -Or. Profa. Dra. Ivani Santana Bolsa CAPES Professora do Departamento de Artes Cênicas -UFOP A presente comunicação pretende propor reflexões acerca do corpo enquanto lugar de expressão e experiência estético-política na arte contemporânea. Observaremos o corpo como elemento mediador de vivências artísticas de caráter participativo, colaborativo e multidisciplinar, analisando o trabalho dos artistas Hélio Oiticica e Rirkrit Tiravanija, que criam uma arte que é essencialmente fundamentada na centralidade dos corpos -do artista e/ou do espectador. Rompendo com a passividade da fruição artística e com o culto ao objeto, e visando uma maior comunicação e participação na sociedade em geral, o presente artigo analisará em que aspectos o corpo pode ser entendido como lugar privilegiado nos fenômenos estético-politizantes. Palavras chave: corpo -política -arte -Hélio Oiticica -Rirkrit Tiravanija Ao longo da história, fomos levados a crer que a arte se materializasse em objetos, e que nós enquanto fruidores, deveríamos contemplá-los. A frase "proibido tocar as obras de arte", comum em espaços expositivos, nos separa -inclusive corporalmente -das obras, e reafirma uma arte hierarquizada. Porém, alguns artistas apresentam trabalhos cuja potência é justamente subverter essa hierarquia, promovendo encontros horizontalizados entre a arte, o homem, e seu entorno. Aqui, a arte se torna um espaço, uma ação, uma experiência. Esse tipo de abordagem pode ser encontrada nos trabalhos de Hélio Oiticica, artista brasileiro cuja produção, desde o Neoconcretismo do final dos anos 50, já tem intenção de viabilizar/demandar uma maior participação de seus espectadores. "começando em 1959, minha obra passou a assumir o experimental. (...) Conceitos de pintura, obra de arte acabada e contemplação desintegram-se simultaneamente" 1 .
Sobre cartas de amor, pequenices do cotidiano e as narrativas do eu contemporâneo Por Christina F... more Sobre cartas de amor, pequenices do cotidiano e as narrativas do eu contemporâneo Por Christina Fornaciari 1 A dinâmica presente nos trabalhos contemporâneos de tendência autobiográfica tem a capacidade de se tornar um dispositivo de construção da memória coletiva. A dimensão do olhar do outro é fundamental na constituição da memória autobiográfica enquanto construção da subjetividade, da noção de self. Se na ausência do olhar do outro resta o vazio, o caráter produtivo, criativo e subjetivante do olhar alheio é essencial na formação da memória autobiográfica do artista.
FORNACIARI, Christina. Da memória nossa de cada dia ou Da política que fazemos. Salvador: Univers... more FORNACIARI, Christina. Da memória nossa de cada dia ou Da política que fazemos. Salvador: Universidade Federal da Bahia. Doutoranda em Artes Cênicas; UFBA; Ivani Santana. Bolsista Doutorado; CAPES.
O presente artigo pretende abordar as noções de "Corpomídia", sob o olhar de Helena Katz, a conce... more O presente artigo pretende abordar as noções de "Corpomídia", sob o olhar de Helena Katz, a concepção de "Corpo sem Órgãos", conceito cunhado pelos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guattari com base em escritos de Antonin Artaud, abrangendo também e o entendimento pós-moderno de movimento, dança, teatro e cognição, partindo do estudo de caso do projeto "Performafunk", vencedor do Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua 2009. Ao instituir o funk carioca como ponto de partida para questões relevantes no universo contemporâneo da dança, do teatro e das epistemologias do corpo, o mencionado projeto abre questionamentos acerca das instâncias criadas pelos corpos que habitam essa manifestação cultural, sob o ponto de vista das teorias da comunicação, da antropologia, da dança e do teatro. Palavras-chave: funk, corpo, cidade, teatro, dança, Corpomídia, Katz, Deleuze, corpo sem órgãos, comunicação, performance. A fim de propiciar fundamentos para que se desenrolem as considerações objeto desse artigo, iniciaremos a abordagem por introduzir detalhadamente o objeto do estudo de caso, qual seja o projeto Performafunk, espinha dorsal da presente reflexão. Performafunk é um trabalho de classificação problemática, dado à permeabilidade e fluidez com que se faz transitar entre diversas linguagens artísticas, como a dança, as característica do trabalho tem início na própria configuração do time de artistas envolvidos 2 , oriundos de diversas linguagens artísticas como dança, teatro de rua, vídeo, fotografia, música e artes visuais. A seleção e escolha por trabalhar com esses profissionais foi inspirada no desejo de facilitar a interface entre diferentes formas de fazer artístico, inaugurando na rua um espaço de convívio que dissolva limites e borre fronteiras entre manifestações culturais, compondo o cenário caótico do cotidiano da cidade. A cidade descortina o diverso, mistura sem pedir licença... a arte também, nesse caso.
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