Ciências Sociais

Hashimoto's thyroiditis (HT) represents the most common cause of hypothyroidism and nonendemic goiter, but its clinical and pathological heterogeneity opens the question if this disease should be more properly considered as a spectrum of different thyroid conditions rather than as a single nosological entity. In this study, we analysed 133 cases of HT for the expression of galectin-3, a lectin molecule involved in malignant transformation, apoptosis and cell cycle control. An unexpected expression of galectin-3 was demonstrated in a subset of HT together with the presence of HBME-1, c-met and cyclin-D1 that are also involved in malignant transformation and deregulated cell growth. Furthermore, a loss of allelic heterozygosity in a specific cancer-related chromosomal region was demonstrated in some HT harbouring galectin-3-positive follicular cells, by using laser capture microdissection. On the basis of the morphological and molecular findings we identified four subsets of HT: (a) HT with classic features of chronic autoimmune thyroiditis; (b) HT associated to hyperplastic/adenomatous lesions; (c) HT harbouring thyroid cancer precursors; (d) HT associated to unequivocal thyroid microcarcinomas. Our findings provide a well-substantiated morphological and molecular demonstration that HT may include a spectrum of different thyroid conditions ranging from chronic autoimmune thyroiditis to thyroiditis triggered by specific immune-response to cancer-related antigens.

Mercados globais e amplos eventos sociopolíticos resultam em estruturas de poder e relações sociais cada vez mais interconectadas. Diante dessa perspectiva, o objetivo de nosso trabalho é apresentar uma análise interdisciplinar, unindo perspectivas do direito e da linguística, ao propor uma reflexão sociolinguística do papel da língua no processo de integração social de imigrantes, com base na nova legislação que ampara esses indivíduos. A partir de uma análise interdisciplinar, nosso trabalho propõe uma reflexão sociolinguística do papel da língua no processo de integração social (CASTELLOTI e DIDIER, 2001) desse indivíduo imigrante. Nossa análise tem como base uma pesquisa interpretativa. Por ser um tema atual e com constante mudanças e atualizações, muitos dados são extraídos de instituições governamentais e notícias, combinados com análise a partir de pesquisa bibliográfica. Buscamos demonstrar que o direito de se expressar em sua própria língua é um direito constitucionalmente ...

A presente pesquisa é parte de um projeto maior centrado na capitania e cidade do Rio de Janeiro, visto como ponto nodal de uma rede global de relações mercantis e interetnicas. Tendo este projeto uma proposta interdisciplinar e estendendo seu campo de investigação às capitanias limítrofes. transitamos aqui no campo da Cartografia Histórica. Neste, temos como objetivo primeiro demonstrar que a análise de dados de natureza cartográfica, presentes não só nos mapas e cartas históricas, mas também em documentações textuais, pode revelar novas conjunturas, não expressas de forma discursiva. No caso presente, consideramos que os termos das cartas de doação das capitanias meridionais, apesar de emitidas somente pouco mais de três décadas após o descobrimento, nos revelam que as determinações de seus limites estiveram a cargo de cosmógrafos, termo genérico para aqueles que dominavam conhecimentos de cartografia/astronomia/matemática, a partir da utilização de mapeamentos da região costeira meridional brasileira. Metodologia: Estudo analítico de documentação primária, no caso cartas de doação de capitanias, voltado para a identificação geográfica e cartográfica dos pontos estabelecidos como limítrofes costeiros das capitanias do sul-sudeste. Resultados: A análise cartográfica dos limites determinados nas cartas de capitanias nos revelou, dentre outros dados, que as concedidas aos irmãos Pero Lopes de Sousa e Martim Afonso de Sousa formavam um bloco geográfico. Este traz a particularidade de ter seus limites definidos não por pontos referenciais costeiros ou distâncias lineares a outras capitanias, mas sim por paralelos geográficos. O paralelo 21º S é o demarcatório do limite setentrional deste bloco, enquanto o de 28 graus e 1/3, ou seja, 28º 20' S, é o do limite meridional. A partir do posicionamento longitudinal do meridiano divisório estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas, calculado por nós em sua extensão máxima ocidental, constatamos que o ponto costeiro de interseção do paralelo definido como limite meridional para capitania de Pero Lopes coincide, de forma quase que inteiramente precisa, com o ponto de interseção do meridiano estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas com a costa meridional americana. Conclusões: O fato de estarmos trabalhando com dados cartográficos de natureza matemática nos leva a excluir a possibilidade do constatado ter sido fruto do acaso ou mera coincidência, principalmente ao se considerar a precisão fracionária na definição do paralelo estabelecido como limite para a Capitania de Santana -28° e 1/3. Contudo, ao se considerar que tamanha precisão implicaria em conhecimentos não só de latitude, mas também de longitudes da América portuguesa, se constata uma expressa incoerência entre os dados de natureza cartográfica expressos neste conjunto de documentações quinhentistas com as versões discursivas, em documentações contemporâneas, sobre o "descobrimento" do Brasil.

O histórico do Rio de Janeiro colonial é considerado representativo como expressão do Antigo Regime nos trópicos, por ser onde a "nobreza da terra", originada nos "conquistadores" que acompanharam Estácio de Sá no embate e expulsão dos franceses, alcançou e manteve por longo tempo não só a hegemonia econômica como também política.

A presente comunicação propõe-se a apresentar os resultados, ainda parciais, do projeto de pesquisa desenvolvido na UNESA centrado na formação da Capitania Real do Rio de Janeiro Esta capitania tem origem no processo de desapropriação do espaço inicialmente pertencente à Capitania de São Vicente, em função da implantação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro na baía da Guanabara. Contudo, permanece desconhecida qualquer documentação referente a desapropriação deste espaço vicentino por parte da Coroa. Do mesmo modo, não foi ainda descoberto algum foral ou qualquer autorização régia que permitisse Estácio de Sá fundar uma vila no Morro Cara de Cão, em princípio direito exclusivo do capitão de São Vicente, ou que o Governador-Geral Mém de Sá elevasse esta vila, quando de sua transferência para o morro do Castelo, à condição de cidade, status reservado, em princípio, aos centros urbanos que abrigassem uma sé episcopal Discordando do modelo hipotético que considera tais fontes como extraviadas dos arquivos régios e coloniais, propomo-nos a demonstrar, a partir de questões de cunho cartográfico, que esta documentação nunca foi emitida, levandonos a considerar que tanto a fundação da cidade de São Sebastião como a ocupação

Por ter sido a cidade que mais tempo permaneceu como capital do Brasil, a história do Rio de Janeiro tem uma importância ímpar. Situada na porção ocidental da baía da Guanabara, predomina ainda hoje a versão de que sua denominação tem origem no fato de ter sido descoberta no dia primeiro de janeiro de 1502 e por ter sido confundida com a foz de um rio. Permaneceu então esta baía habitada exclusivamente pelos nativos até o final da primeira metade do século XVI, quando então foi ocupada pelos franceses.

Objetivamos demonstrar que a fundação da “vila” de São Sebastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá expressa uma anomalia às normas administrativas da Coroa referente aos direitos donatários e caracterização dos espaços urbanos. Discutimos, à luz do contexto de construção da rede ultramarina, as razões de tais transgressões às normas impostas pela Coroa na América portuguesa.
The paper aims to show how the foundation of the “village” of São Sebastião do Rio de Janeiro by Estácio de Sá represents an anomaly to the administrative rules of the Portuguese Crown about the rights of occupation of urban areas.  Considering the context of  the construction of an overseas net by Portugal, the paper discuss the reasons why such a transgression of the rules of geographical occupation could take place.

Este trabalho tem por objetivo apontar as diferenciação na construção do espaço missioneiro jesuítico  na  América portuguesa em relação aos espaços jesuíticos hispânicos. Tendo como referência o histórico do aldeamento de São Lourenço, situado na Capitania do Rio de Janeiro, discutimos  as razões de tal diferenciação.

Abordar o fluxo mercantil da América portuguesa com a região da bacia do Rio da Prata significa  tratar, inevitavelmente, da prática do contrabando. Estigmatizado como atividade ilegal, costuma ter na corrupção dos  funcionários das Coroas ibéricas a razão de não ter sofrido, por diversos momentos, uma efetiva  repressão. Procuramos inicialmente demonstrar que a argumentação utilizada pelo Regente Dom Pedro, expressa no Tratado Provisional de 1681, como justificativa para a implantação da Colônia de Sacramento no estuário da bacia do Rio da Prata pelo governador da capitania do Rio de Janeiro Manuel Lobo, em 1680, de acreditar que a margem setentrional do estuário do Prata faria parte da América portuguesa, não tem fundamento nem justificativa. A nosso ver, fontes primárias quinhentistas demonstram que tanto a Coroa de Portugal como de Espanha  tinham o conhecimento preciso, no século anterior, do posicionamento geográfico na América meridional da estreita faixa estabelecida como raia divisória pelo Tratado de Tordesilhas. Discutimos então a razão de Carlos II ter acolhido tal argumentação e aceitado a devolução dos bens apreendidos e do domínio territorial de Sacramento. Discordando da argumentação onde se considera o contrabando como prática a ser severamente reprimida por parte da Coroa de Espanha, por representar prejuízos alfandegários aos cofres reais, procuramos demonstrar que essa aceitação revela que essa Coroa teria pleno conhecimento da impossibilidade de ter a região platina efetivamente ocupada, estando sua população à mercê da rede  mercantil monopolista sob o controle do  Consulado de Sevilha. Discutimos ainda a relação da prática de contrabando entre Espanha e Portugal na Península Ibérica com o fluxo de contrabando via Sacramento, trazendo à tona a conexão da rede Algarves-Huelvas com a rede Rio de Janeiro-Sacramento-Buenos Aires.  Assim, nosso objetivo é o de discutir a relação da questão de natureza cartográfica com as geopolíticas, no intuito de melhor entender as políticas empreendidas por ambas as Coroas ibéricas, relacionadas à ocupação da região platina e a prática do contrabando.