Papers by Hércules Lima
Ayé: Revista de Antropologia, 2020
Traduzido de MORPHY, Howard; OVERING, Joanna; COOTE, Jeremy & GOW, Peter. “Aesthetics is a cross... more Traduzido de MORPHY, Howard; OVERING, Joanna; COOTE, Jeremy & GOW, Peter. “Aesthetics is a cross-cultural category”. In: INGOLD, Tim (ed.). Key Debates in Anthropology, p. 203-236. Londres: Routledge, 1996.
Este trabalho intenta compreender em que medida as pinturas corporais anacé podem ser pensadas en... more Este trabalho intenta compreender em que medida as pinturas corporais anacé podem ser pensadas enquanto “roupas”. Os Anacé são um povo indígena habitante da Região Metropolitana de Fortaleza, no município de Caucaia, divididos entre Terra Indígena (Japuara e Santa Rosa) e a Reserva Indígena (Taba dos Anacé). Essa pesquisa foi realizada junto aos Anacé da aldeia Japuara, durante o período de um mês de trabalho de campo, intercalado à visitas e participações específicas em eventos externos e internos. Busco interrogar as práticas artísticas pictóricas anacé enquanto práticas vestimentares, ou seja, que forças e agências são mediadas pela ação de pintar o corpo. Por meio de problematizações tocantes à ordem política e cosmológica, investigo como a pintura consiste em uma ação de vestir-se com os corpos dos antepassados, explorando as relações para com os Encantados, um dos elementos compositores do universo do pensamento anacé. Por fim, apresentamos os modos de relação entre as pinturas espirituais e seus modos de difusão enquanto ponte de conexão entre corpos e espíritos.
Book Reviews by Hércules Lima
Novos Debates, 2021
Resenha de PIAULT, Marc Henri. 2018. Antropologia e cinema: passagem à imagem, passagem pela imag... more Resenha de PIAULT, Marc Henri. 2018. Antropologia e cinema: passagem à imagem, passagem pela imagem. São Paulo: Editora Unifesp. 432p.
Conference Presentations by Hércules Lima
Anais da VIII Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia , 2021
O texto discorre sobre relações entre humanos e animais no campo da arte a partir da obra “O peix... more O texto discorre sobre relações entre humanos e animais no campo da arte a partir da obra “O peixe” (2016) do artista brasileiro Jonathas de Andrade. Investigo os engajamentos entre homens e peixes que se aproximam ao que Haraway chamou de “partilha do sofrimento”. Depois, acentuo os gestos que tensionam os limites entre as espécies. O filme se inicia por cenas de um grupo de pescadores de Piaçabuçu e Coruripe, entre Alagoas e Sergipe, chegando a diferentes trechos de pesca, onde prendem os barcos e lançam redes. Enquanto aguardam, cochilam ou observam a superfície da água. Ao capturar, os pescadores seguram o animal em seus braços e abraçam-no, observando-o atentamente até arrefecer. No final, é dado um closeup sobre os olhos de cada homem. As relações interespecíficas podem ser sumarizadas em cinco: 1) a pesca: põe em relação direta predador e presa. As técnicas empregadas para capturá-los diferenciam os agenciamentos entre homens, peixes e armadilhas; 2) o olhar: a cena final dos olhares dos pescadores, no qual este encara a lente da câmera por uns minutos, retorna o olhar ao espectador, agora participante. Argumento que os olhares desviantes marcam o encontro do homem e do peixe e evitam uma familiarização durante a morte em processo, apartando-os; 3) o abraço: o gesto ritualizado – ficcional e real –, antes que afirmar uma resposta à necessidade alimentar, põe em jogo a transformação em curso da morte do animal, por meio de um acompanhamento gradual do sofrimento, fundamental para a interação das espécies; 4) a comunicação: por meio do silêncio, produz-se uma indeterminação, um momento-limite dos pontos de vista anteriores ao abraço. O corpo de um encontra o outro, se
confortando e comunicando; e, por fim, 5) há uma partilha entre o homem e o peixe ao acompanhar seu sofrimento para confortá-lo durante o fim iminente. Compreendo o abraço como momento liminar registrado e ficcionalizado que atesta o perigo de conversão, sendo necessário uma identificação não mimética durante um período controlado entre as partes.
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confortando e comunicando; e, por fim, 5) há uma partilha entre o homem e o peixe ao acompanhar seu sofrimento para confortá-lo durante o fim iminente. Compreendo o abraço como momento liminar registrado e ficcionalizado que atesta o perigo de conversão, sendo necessário uma identificação não mimética durante um período controlado entre as partes.
confortando e comunicando; e, por fim, 5) há uma partilha entre o homem e o peixe ao acompanhar seu sofrimento para confortá-lo durante o fim iminente. Compreendo o abraço como momento liminar registrado e ficcionalizado que atesta o perigo de conversão, sendo necessário uma identificação não mimética durante um período controlado entre as partes.