Philosophica: International Journal for the History of Philosophy, 1994
On se propose de montrer comment Rousseau analyse la situation de l’Europe de son temps et envisa... more On se propose de montrer comment Rousseau analyse la situation de l’Europe de son temps et envisage la possibilité d’une régénération des États européens, finissant par mettre en doute la valeur thérapeutique du remède qu'il avait lui-même prescrit. On part de la théorie de l’état de nature et du passage de celui-ci à l'état social, dans lequel pourrait se trouver une explication du malheur présent. Finalement, on montre comment le mythe de l’état de nature, pourvu, avant tout, d'une valeur herméneutique, se trouve à la racine du pessimisme de Rousseau, en ce qui concerne le destin d’une Europe qui devient incapable de s’égaler à la grandeur du mythe.
In this chapter, we will seek to determine the role that empathy plays in the relationship betwee... more In this chapter, we will seek to determine the role that empathy plays in the relationship between different human beings. In the phenomenological tradition, empathy was often considered the primordial form of relationship with others. According to classical phenomenology, bodily externalizations of inner psychic phenomena play an important role here. In this chapter, we will critically evaluate this approach to empathy. We will argue that empathy presupposes a prior recognition of the other in everyday life. From this perspective, empathy would constitute a second-although fundamental-moment of intersubjective life. The experience of a shared world entails an immediately shared understanding of that world and of those who live in it. Empathy would awaken only when anonymous relationships with other human beings become problematic. In the twentieth century, this concept has been appropriated by psychology on different levels: as a device to analyze how far the lack of empathy may be at the origin of certain pathologies and as a clinical tool that allows the psychologist to gain a deeper insight into the patient's problems. Unfortunately, dialog between the two disciplines around this issue was almost never carried out. This chapter tries to foster the possibilities of such a dialog.
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2021
Este trabalho busca refletir sobre as vivências on-line e a relação com o mundo da vida, a subjet... more Este trabalho busca refletir sobre as vivências on-line e a relação com o mundo da vida, a subjetividade e a intersubjetividade. Foram utilizadas as obras de Husserl (1950a, 1950b, 1952, 1954), visando o retorno à intuição experiente e metodologicamente orientada pelas reduções fenomenológicas. Compreender os aspectos estruturantes através das reduções permite destacar as implicações da vida híbrida, como fragmentação das perspectivas, a dinamicidade e a velocidade de transmissão da informação por imagens bidimensionais em formato de janelas, sem materialidade e espacialidade concreta, que promovem uma reconfiguração perceptiva da consciência. No mundo da vida, há um esmaecimento da hierarquia entre científico e cultural, que modifica a esfera de valores, rompe com lógicas habituais de sucessão temporal e contiguidade e torna a experiência do tempo histórico fugaz. Reflete-se sobre a inserção das tecnologias nos cuidados à saúde mental. Sugere-se o incentivo à literacia digital e a ...
The paper offers a survey of the debate between Husserl and Paul Natorp that followed the publica... more The paper offers a survey of the debate between Husserl and Paul Natorp that followed the publication, by the former, of Logical Investigations, in 1900-1901. Beyond a general agreement on the nature of psychologism and the ways to struggle against it, Husserl and Natorp disagreed, at the time, on the nature and function of consciousness. As Natorp defended, since his Introduction to Psychology of 1888, that the objective contents of consciousness are distinct from the I as the subjective (and unobjectifiable) point of reference of them all, Husserl remarks the inner contradiction of these argument; as long as philosophy pretends to speak of such an I it has to be treated as an object, albeit of a special kind. In the Logical Investigations, nevertheless, Husserl stresses that it is not even necessary to admit the existence of such an I to explain the acts of consciousness. However, and that is the central theme of the paper, the later evolution of Husserl’s thought and finally his ...
This paper is divided into three parts. The first part addresses the main tenets of Husserl ‘s co... more This paper is divided into three parts. The first part addresses the main tenets of Husserl ‘s conception of formal logic, its different levels and its relationship with formal mathematics and formal ontology. It will, therefore, undertake a delimitation of the logical domain, in its autonomy, taking as its point of departure the presentation Husserl makes of this subject in his works of maturity, particularly in Forma/e und. transzendentale Logik. The second ·part shows why, for phenomenology, the analysis of objective logical configurations has to be completed by a subjective analysis of the intentional achievements in which these configurations have their genesis. ln other words, we will try to ground such an autonomy in. the very nature of logical reason. Finally, the third and last part, following the text of the first two sections of Erfahrung und Urteil, adresses the roots of the logical-categorical activity in the ante-predicative passive experience.
NOTAPREVIA 0 texto que se segue insere-se no projecto husserliano de constitui9ao de uma genealog... more NOTAPREVIA 0 texto que se segue insere-se no projecto husserliano de constitui9ao de uma genealogia da 16gica. A genealogia, ta! como husserl a entende, e distinta da hist6ria, na medida em que nao diz respeito a origem e desenvol vimento empfricos de uma dada disciplina, neste caso, a 16gica formal; a ge nealogia da 16gica reenvia para a genese transcendental (nao empfrica, por tanto) da 16gica, a partir de um sensfvel pre-16gico, mas aberto, enquanto ta!, ao trabalho de logiciza9ao. Trata-se de rconduzir a 16gica ao seu enraizamen to sensfvel, mas, tambem, de proceder a uma demarca9ao face a uma aborda gem de tipo empirista, que fizesse resultar o piano 16gico-formal de uma ge neraliza9ao psicol6gica, a partir de um substrato individual irredutfvel, na sua singularidade, a idealiza9ao.
O Colóquio Internacional Corpo e Afetividade na Fenomenologia Material de Michel Henry, organizad... more O Colóquio Internacional Corpo e Afetividade na Fenomenologia Material de Michel Henry, organizado pelo Centro de Estudos de Filosofia (CEFi) da Faculdade de Ciências Humanas, teve lugar na UCP, em Lisboa, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2015. A edição das atas do colóquio tem a função de encerrar um ciclo de trabalhos levado a cabo pelo grupo de investigação com o mesmo nome e de possibilitar a abertura de um novo ciclo, que passe por uma coordenação em rede do estudo e da divulgação do pensamento de Michel Henry no espaço da lusofonia. Os textos aqui recolhidos abordam o pensamento de Henry a partir de vários ângulos de análise. Ora interrogando momentos fundamentais da tradição filosófica à luz do pensamento do autor. Ora recordando a herança de uma filosofia do corpo de matriz merleau-pontyana, que Henry acolhe e prolonga. Ora desenvolvendo aspetos específicos do pensamento de Henry, interrogando, em particular, a sua pertinência para uma abordagem contemporânea da sexualidade e d...
Para Husserl, nao e legitimo falar-se de qualquer tipo de «valor» sem se perguntar como e que iss... more Para Husserl, nao e legitimo falar-se de qualquer tipo de «valor» sem se perguntar como e que isso, que dizemos valer, e valido. A tese e formulada, pela primeira vez, em 1891, na Filosofia da Aritmetica, no decurso de uma analise do processo de formac;ao das multiplicidades, a que Husserl chama, estranhamente, «ligac;6es colectivas», e que mais nao sao do que aquilo que, desde Georg Cantor, os matematicos designam, habitualmente, pelo termo «classes» ou «conjuntos», e que ele pr6prio, tambem, designa por vezes desse modo 1 • Contrariando a tendencia natural da consciencia em voltar-se para fora (de acordo com uma definic;ao, alias trivial, de intencionalidade, que nao da conta, contudo, de tudo aquilo que em Husserl se liga ao emprego deste termo), o fi16sofo inicia um movimento de regresso a subjectividade em que se constitui o sentido daquilo que «vale». Nao e que Husserl recuse, no caso ve1tente, a definic;ao matematica habitual de multiplicidade, ta! coma, por exemplo, a do mesmo Cantor na sua Grundlage e111er allgememer Mannigfaltigkeitslehre, alias citada em nota de rodape, na Filosojia da Aritmetica 2 , de acordo com a qua! podemos atribuir a duas multiplicidades diferentes a mesma extensao-ou a mesma potencia-desde que nos seja passive! p6r os seus membros em correspondencia biunivoca, elemento por elemento. Falta-lhe, simplesmente, aquilo cuja ausencia Husserl constatara tambem na tentativa de Frege nos Para efeitos de precisao tenninol6gica, esclarei;;a-se que o tenno husserliano para designar as classes ou os con j untos e, em Filosofla da Aritmetica, Jnbegrijf e nao Menge; este ultimo, comec;:ando a generalizar-se , a data, entre os matematicos de lingua alema, tern, contudo, em Husserl, um significado diferente. Chamamos a atenc;:ao para o facto de que , ao longo deste artigo, e sempre a «multiplicidade» no sentido de Jnbegrijf que nos referimos, mesmo quando falam10s de L6gica Formal e L6gica Transcendental, em que e ainda a palavra portuguesa «multiplicidade» que se. deveria fazer corresponder Mannigfaltigkeit, que , nesta obra, significa algo de completamente diferente de Jnbegriff. No• que respeita a este con j unto de termos, nao e possivel , ao que j ulgamos, encontrar uma unica solw;ao de tradw;ao que se j a valida para todas as obras de Husserl. Edmund Husserl, Philosophie der Arithmetik, Erster Band, Halle-an-der-Saale, C.E.M. Pfeffer (Robert Stricker) , I 891, p. 126, nota I.
This paper addresses the meaning and importance of Alexandre Morujão’s work for the reception of ... more This paper addresses the meaning and importance of Alexandre Morujão’s work for the reception of husserlian phenomenology in the Portuguese university. It gives also an overall view of his philosophical activity and interests, either as a university professor and researcher, or as a translator of philosophical works. The paper tracks also some of philosophical influences, sometimes hidden in the author’s published works, such as the influence of the Spanish philosopher Ortega y Gassett. Regarding phenomenology (and especially husserlian phenomenology), the paper shows that Alexandre Morujão’s work tried to highlight the following three main themes: 1) the radical character of phenomenological attitude, as the science of origins and as a unitary theoretical connection of propositions grounded in ultimate evidences· 2) the ensuing radical awareness of the phenomenological Ego, not only as a pole of identity but above all as a set of habits, i.e. a series of synthesis passively persist...
Philosophica: International Journal for the History of Philosophy, 2017
This paper aims to analyze some theses of Vasco de Magalhães-Vilhena regarding the problem of kno... more This paper aims to analyze some theses of Vasco de Magalhães-Vilhena regarding the problem of knowledge, namely, the so-called theory of the “reflex”. The point of departure is the critic the author addresses to António Sérgio, whose philosophical position is correctly characterized as Neo-kantian Idealism. Magalhães-Vilhena aims to link the doctrine of the reflex, inspired by the research of the Russian physiologist I. Pavlov, to the concept of reflection proposed by Hegel in the Second Part of the Science of Logic. In this paper I question the legitimacy of this connection. At last, confronting the standpoint of Magalhães-Vilhena regarding gnosiological issues (whose corollary is the dependence of sense-data from physical stimuli) I propose an analysis of the phenomenon of knowledge based in the principles of intentional analysis endorsed by Edmund Husserl.
Em 1924, ano do bicentenário do nascimento de Kant, Edmund Husserl e Ortega y Gasset avaliam o si... more Em 1924, ano do bicentenário do nascimento de Kant, Edmund Husserl e Ortega y Gasset avaliam o significado e a importância da filosofia transcendental. Husserl fá-lo numa conferência intitulada “Kant e filosofia transcendental”, publicada apenas postumamente (com diversos acrescentos ao texto original) no volume VII da Husserliana; Ortega em dois artigos, intitulados “Reflexões do centenário” e “Filosofia pura: anexo ao meu folheto ‘Kant’”, agora disponíveis no volume III das Obras Completas. Se, no caso do primeiro autor, se pode falar de uma aproximação ao pensamento kantiano, já no caso do segundo se pode falar de um afastamento, sob a acusação de que a filosofia de Kant não é senão uma variante sofisticada do idealismo da modernidade. Neste sentido, revisitar o pensamento de Kant, para Ortega, significa o mesmo – como ele próprio ironicamente o diz – que ir ao jardim zoológico para ver a girafa. A questão, porém, é muito mais complexa. Tanto na aproximação husserliana como no af...
Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras c... more Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras citadas (125 no total) e de dois índices, onomástico e de matérias. As cinco lições versam, por esta ordem, os seguintes assuntos: 1) A questão do «novo» Husserl; 2) As três Etapas Universitárias de Husserl: Halle, Göttingen e Freiburg; 3) A revisão das Ideias de 1913; 4) Filosofia, Vocação e História: a Primeira Etapa de Freiburg; 5) Os dois começos da Filosofia: a partir das Ciências Humanas e a partir das Ciências da Natureza. As cinco lições têm aproximadamente a mesma extensão, com a excepção da segunda, um pouco mais breve do que as outras quatro. O título da obra, bem como o da sua Primeira Lição, recordam-nos o título de uma colectânea de textos sobre Husserl organizada por Donn Welton, The New Husserl: a Critical Reader, publicada em 2003 pela Indiana University Press, a que é feita referência na bibliografia e em algumas notas de rodapé. Na Introdução (pp. 11-12), o autor justifica a pertinência do título que escolheu para estas lições, escolha que tem por base a revisão a que foi submetida a interpretação mais convencional da filosofia husserliana, dominante nos meios filosóficos antes da publicação, nos volumes XXV e XXVII das Husserliana, nos anos 80 do passado século, de importantes ensaios e conferência de Husserl entre os anos de 1913 e 1929. Estes volumes permitiram, pela primeira vez, preencher uma importante lacuna no conhecimento da produção filosófica de Husserl, entre a publicação do primeiro tomo das Ideias para uma Fenomenologia
Delfim Santos was not a phenomenologist, but his interest concerning phenomenological issues was ... more Delfim Santos was not a phenomenologist, but his interest concerning phenomenological issues was more than an accident. Familiar with the philosophy of the Vienna Circle, but above all strongly influenced by Nicolai Hartmann, Delfim Santos sees in Husserl’s phenomenology (mainly in Ideas I) the recognition of several kinds or regions of objectivity, each with its peculiar regional essence. At the same time, he looks at the theory of intentionality as acknowledging the necessary relation between any realm of reality that requests thinking activity, and reality itself recognize by thought regarding its ultimate layers of sense. But in this paper, we also show that while addressing existential issues, Delfim Santos came to the careful study Heidegger’s Being and Time; man appears to him as a being determined in his terrestrial life-course by transcendence and, consequently, as in the case of the German philosopher, as belonging to a zone of reality inaccessible to traditional ontologic...
Philosophica: International Journal for the History of Philosophy, 1994
On se propose de montrer comment Rousseau analyse la situation de l’Europe de son temps et envisa... more On se propose de montrer comment Rousseau analyse la situation de l’Europe de son temps et envisage la possibilité d’une régénération des États européens, finissant par mettre en doute la valeur thérapeutique du remède qu'il avait lui-même prescrit. On part de la théorie de l’état de nature et du passage de celui-ci à l'état social, dans lequel pourrait se trouver une explication du malheur présent. Finalement, on montre comment le mythe de l’état de nature, pourvu, avant tout, d'une valeur herméneutique, se trouve à la racine du pessimisme de Rousseau, en ce qui concerne le destin d’une Europe qui devient incapable de s’égaler à la grandeur du mythe.
In this chapter, we will seek to determine the role that empathy plays in the relationship betwee... more In this chapter, we will seek to determine the role that empathy plays in the relationship between different human beings. In the phenomenological tradition, empathy was often considered the primordial form of relationship with others. According to classical phenomenology, bodily externalizations of inner psychic phenomena play an important role here. In this chapter, we will critically evaluate this approach to empathy. We will argue that empathy presupposes a prior recognition of the other in everyday life. From this perspective, empathy would constitute a second-although fundamental-moment of intersubjective life. The experience of a shared world entails an immediately shared understanding of that world and of those who live in it. Empathy would awaken only when anonymous relationships with other human beings become problematic. In the twentieth century, this concept has been appropriated by psychology on different levels: as a device to analyze how far the lack of empathy may be at the origin of certain pathologies and as a clinical tool that allows the psychologist to gain a deeper insight into the patient's problems. Unfortunately, dialog between the two disciplines around this issue was almost never carried out. This chapter tries to foster the possibilities of such a dialog.
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2021
Este trabalho busca refletir sobre as vivências on-line e a relação com o mundo da vida, a subjet... more Este trabalho busca refletir sobre as vivências on-line e a relação com o mundo da vida, a subjetividade e a intersubjetividade. Foram utilizadas as obras de Husserl (1950a, 1950b, 1952, 1954), visando o retorno à intuição experiente e metodologicamente orientada pelas reduções fenomenológicas. Compreender os aspectos estruturantes através das reduções permite destacar as implicações da vida híbrida, como fragmentação das perspectivas, a dinamicidade e a velocidade de transmissão da informação por imagens bidimensionais em formato de janelas, sem materialidade e espacialidade concreta, que promovem uma reconfiguração perceptiva da consciência. No mundo da vida, há um esmaecimento da hierarquia entre científico e cultural, que modifica a esfera de valores, rompe com lógicas habituais de sucessão temporal e contiguidade e torna a experiência do tempo histórico fugaz. Reflete-se sobre a inserção das tecnologias nos cuidados à saúde mental. Sugere-se o incentivo à literacia digital e a ...
The paper offers a survey of the debate between Husserl and Paul Natorp that followed the publica... more The paper offers a survey of the debate between Husserl and Paul Natorp that followed the publication, by the former, of Logical Investigations, in 1900-1901. Beyond a general agreement on the nature of psychologism and the ways to struggle against it, Husserl and Natorp disagreed, at the time, on the nature and function of consciousness. As Natorp defended, since his Introduction to Psychology of 1888, that the objective contents of consciousness are distinct from the I as the subjective (and unobjectifiable) point of reference of them all, Husserl remarks the inner contradiction of these argument; as long as philosophy pretends to speak of such an I it has to be treated as an object, albeit of a special kind. In the Logical Investigations, nevertheless, Husserl stresses that it is not even necessary to admit the existence of such an I to explain the acts of consciousness. However, and that is the central theme of the paper, the later evolution of Husserl’s thought and finally his ...
This paper is divided into three parts. The first part addresses the main tenets of Husserl ‘s co... more This paper is divided into three parts. The first part addresses the main tenets of Husserl ‘s conception of formal logic, its different levels and its relationship with formal mathematics and formal ontology. It will, therefore, undertake a delimitation of the logical domain, in its autonomy, taking as its point of departure the presentation Husserl makes of this subject in his works of maturity, particularly in Forma/e und. transzendentale Logik. The second ·part shows why, for phenomenology, the analysis of objective logical configurations has to be completed by a subjective analysis of the intentional achievements in which these configurations have their genesis. ln other words, we will try to ground such an autonomy in. the very nature of logical reason. Finally, the third and last part, following the text of the first two sections of Erfahrung und Urteil, adresses the roots of the logical-categorical activity in the ante-predicative passive experience.
NOTAPREVIA 0 texto que se segue insere-se no projecto husserliano de constitui9ao de uma genealog... more NOTAPREVIA 0 texto que se segue insere-se no projecto husserliano de constitui9ao de uma genealogia da 16gica. A genealogia, ta! como husserl a entende, e distinta da hist6ria, na medida em que nao diz respeito a origem e desenvol vimento empfricos de uma dada disciplina, neste caso, a 16gica formal; a ge nealogia da 16gica reenvia para a genese transcendental (nao empfrica, por tanto) da 16gica, a partir de um sensfvel pre-16gico, mas aberto, enquanto ta!, ao trabalho de logiciza9ao. Trata-se de rconduzir a 16gica ao seu enraizamen to sensfvel, mas, tambem, de proceder a uma demarca9ao face a uma aborda gem de tipo empirista, que fizesse resultar o piano 16gico-formal de uma ge neraliza9ao psicol6gica, a partir de um substrato individual irredutfvel, na sua singularidade, a idealiza9ao.
O Colóquio Internacional Corpo e Afetividade na Fenomenologia Material de Michel Henry, organizad... more O Colóquio Internacional Corpo e Afetividade na Fenomenologia Material de Michel Henry, organizado pelo Centro de Estudos de Filosofia (CEFi) da Faculdade de Ciências Humanas, teve lugar na UCP, em Lisboa, nos dias 2 e 3 de dezembro de 2015. A edição das atas do colóquio tem a função de encerrar um ciclo de trabalhos levado a cabo pelo grupo de investigação com o mesmo nome e de possibilitar a abertura de um novo ciclo, que passe por uma coordenação em rede do estudo e da divulgação do pensamento de Michel Henry no espaço da lusofonia. Os textos aqui recolhidos abordam o pensamento de Henry a partir de vários ângulos de análise. Ora interrogando momentos fundamentais da tradição filosófica à luz do pensamento do autor. Ora recordando a herança de uma filosofia do corpo de matriz merleau-pontyana, que Henry acolhe e prolonga. Ora desenvolvendo aspetos específicos do pensamento de Henry, interrogando, em particular, a sua pertinência para uma abordagem contemporânea da sexualidade e d...
Para Husserl, nao e legitimo falar-se de qualquer tipo de «valor» sem se perguntar como e que iss... more Para Husserl, nao e legitimo falar-se de qualquer tipo de «valor» sem se perguntar como e que isso, que dizemos valer, e valido. A tese e formulada, pela primeira vez, em 1891, na Filosofia da Aritmetica, no decurso de uma analise do processo de formac;ao das multiplicidades, a que Husserl chama, estranhamente, «ligac;6es colectivas», e que mais nao sao do que aquilo que, desde Georg Cantor, os matematicos designam, habitualmente, pelo termo «classes» ou «conjuntos», e que ele pr6prio, tambem, designa por vezes desse modo 1 • Contrariando a tendencia natural da consciencia em voltar-se para fora (de acordo com uma definic;ao, alias trivial, de intencionalidade, que nao da conta, contudo, de tudo aquilo que em Husserl se liga ao emprego deste termo), o fi16sofo inicia um movimento de regresso a subjectividade em que se constitui o sentido daquilo que «vale». Nao e que Husserl recuse, no caso ve1tente, a definic;ao matematica habitual de multiplicidade, ta! coma, por exemplo, a do mesmo Cantor na sua Grundlage e111er allgememer Mannigfaltigkeitslehre, alias citada em nota de rodape, na Filosojia da Aritmetica 2 , de acordo com a qua! podemos atribuir a duas multiplicidades diferentes a mesma extensao-ou a mesma potencia-desde que nos seja passive! p6r os seus membros em correspondencia biunivoca, elemento por elemento. Falta-lhe, simplesmente, aquilo cuja ausencia Husserl constatara tambem na tentativa de Frege nos Para efeitos de precisao tenninol6gica, esclarei;;a-se que o tenno husserliano para designar as classes ou os con j untos e, em Filosofla da Aritmetica, Jnbegrijf e nao Menge; este ultimo, comec;:ando a generalizar-se , a data, entre os matematicos de lingua alema, tern, contudo, em Husserl, um significado diferente. Chamamos a atenc;:ao para o facto de que , ao longo deste artigo, e sempre a «multiplicidade» no sentido de Jnbegrijf que nos referimos, mesmo quando falam10s de L6gica Formal e L6gica Transcendental, em que e ainda a palavra portuguesa «multiplicidade» que se. deveria fazer corresponder Mannigfaltigkeit, que , nesta obra, significa algo de completamente diferente de Jnbegriff. No• que respeita a este con j unto de termos, nao e possivel , ao que j ulgamos, encontrar uma unica solw;ao de tradw;ao que se j a valida para todas as obras de Husserl. Edmund Husserl, Philosophie der Arithmetik, Erster Band, Halle-an-der-Saale, C.E.M. Pfeffer (Robert Stricker) , I 891, p. 126, nota I.
This paper addresses the meaning and importance of Alexandre Morujão’s work for the reception of ... more This paper addresses the meaning and importance of Alexandre Morujão’s work for the reception of husserlian phenomenology in the Portuguese university. It gives also an overall view of his philosophical activity and interests, either as a university professor and researcher, or as a translator of philosophical works. The paper tracks also some of philosophical influences, sometimes hidden in the author’s published works, such as the influence of the Spanish philosopher Ortega y Gassett. Regarding phenomenology (and especially husserlian phenomenology), the paper shows that Alexandre Morujão’s work tried to highlight the following three main themes: 1) the radical character of phenomenological attitude, as the science of origins and as a unitary theoretical connection of propositions grounded in ultimate evidences· 2) the ensuing radical awareness of the phenomenological Ego, not only as a pole of identity but above all as a set of habits, i.e. a series of synthesis passively persist...
Philosophica: International Journal for the History of Philosophy, 2017
This paper aims to analyze some theses of Vasco de Magalhães-Vilhena regarding the problem of kno... more This paper aims to analyze some theses of Vasco de Magalhães-Vilhena regarding the problem of knowledge, namely, the so-called theory of the “reflex”. The point of departure is the critic the author addresses to António Sérgio, whose philosophical position is correctly characterized as Neo-kantian Idealism. Magalhães-Vilhena aims to link the doctrine of the reflex, inspired by the research of the Russian physiologist I. Pavlov, to the concept of reflection proposed by Hegel in the Second Part of the Science of Logic. In this paper I question the legitimacy of this connection. At last, confronting the standpoint of Magalhães-Vilhena regarding gnosiological issues (whose corollary is the dependence of sense-data from physical stimuli) I propose an analysis of the phenomenon of knowledge based in the principles of intentional analysis endorsed by Edmund Husserl.
Em 1924, ano do bicentenário do nascimento de Kant, Edmund Husserl e Ortega y Gasset avaliam o si... more Em 1924, ano do bicentenário do nascimento de Kant, Edmund Husserl e Ortega y Gasset avaliam o significado e a importância da filosofia transcendental. Husserl fá-lo numa conferência intitulada “Kant e filosofia transcendental”, publicada apenas postumamente (com diversos acrescentos ao texto original) no volume VII da Husserliana; Ortega em dois artigos, intitulados “Reflexões do centenário” e “Filosofia pura: anexo ao meu folheto ‘Kant’”, agora disponíveis no volume III das Obras Completas. Se, no caso do primeiro autor, se pode falar de uma aproximação ao pensamento kantiano, já no caso do segundo se pode falar de um afastamento, sob a acusação de que a filosofia de Kant não é senão uma variante sofisticada do idealismo da modernidade. Neste sentido, revisitar o pensamento de Kant, para Ortega, significa o mesmo – como ele próprio ironicamente o diz – que ir ao jardim zoológico para ver a girafa. A questão, porém, é muito mais complexa. Tanto na aproximação husserliana como no af...
Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras c... more Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras citadas (125 no total) e de dois índices, onomástico e de matérias. As cinco lições versam, por esta ordem, os seguintes assuntos: 1) A questão do «novo» Husserl; 2) As três Etapas Universitárias de Husserl: Halle, Göttingen e Freiburg; 3) A revisão das Ideias de 1913; 4) Filosofia, Vocação e História: a Primeira Etapa de Freiburg; 5) Os dois começos da Filosofia: a partir das Ciências Humanas e a partir das Ciências da Natureza. As cinco lições têm aproximadamente a mesma extensão, com a excepção da segunda, um pouco mais breve do que as outras quatro. O título da obra, bem como o da sua Primeira Lição, recordam-nos o título de uma colectânea de textos sobre Husserl organizada por Donn Welton, The New Husserl: a Critical Reader, publicada em 2003 pela Indiana University Press, a que é feita referência na bibliografia e em algumas notas de rodapé. Na Introdução (pp. 11-12), o autor justifica a pertinência do título que escolheu para estas lições, escolha que tem por base a revisão a que foi submetida a interpretação mais convencional da filosofia husserliana, dominante nos meios filosóficos antes da publicação, nos volumes XXV e XXVII das Husserliana, nos anos 80 do passado século, de importantes ensaios e conferência de Husserl entre os anos de 1913 e 1929. Estes volumes permitiram, pela primeira vez, preencher uma importante lacuna no conhecimento da produção filosófica de Husserl, entre a publicação do primeiro tomo das Ideias para uma Fenomenologia
Delfim Santos was not a phenomenologist, but his interest concerning phenomenological issues was ... more Delfim Santos was not a phenomenologist, but his interest concerning phenomenological issues was more than an accident. Familiar with the philosophy of the Vienna Circle, but above all strongly influenced by Nicolai Hartmann, Delfim Santos sees in Husserl’s phenomenology (mainly in Ideas I) the recognition of several kinds or regions of objectivity, each with its peculiar regional essence. At the same time, he looks at the theory of intentionality as acknowledging the necessary relation between any realm of reality that requests thinking activity, and reality itself recognize by thought regarding its ultimate layers of sense. But in this paper, we also show that while addressing existential issues, Delfim Santos came to the careful study Heidegger’s Being and Time; man appears to him as a being determined in his terrestrial life-course by transcendence and, consequently, as in the case of the German philosopher, as belonging to a zone of reality inaccessible to traditional ontologic...
A teoria psicanalítica da sublimação coloca todo o comportamento desejante sob o efeito das exper... more A teoria psicanalítica da sublimação coloca todo o comportamento desejante sob o efeito das experiências passadas. Mas será que, nesta nossa história pessoal do desejo, são os primeiros desejos e a sua satisfação ou frustração que determinam o nosso futuro? Terá o passado este poder sobre o presente que Freud insiste em lhe conferir? Não será a história de cada ser humano orientada, em primeiro lugar, para o futuro? A vida da consciência se estende por três dimensões do tempo, e não apenas por duas, e que uma delas é o futuro. Tal como ao ouvirmos uma melodia não podemos deixar de antecipar, a cada instante, as notas que ouviremos no instante seguinte, como se o nosso presente tendesse para ele, antecipando-o, também a nossa vida é permanentemente tenção e projecto. Freud mostra que a vida afectiva e sexual de Leonardo da Vinci – por outras palavras, a sua vida como sujeito desejante – terá ficado para sempre marcada pela sua relação precoce com a mãe. Mas as obras que realizou, sendo o testemunho dessa relação, que para sempre o prendeu ao passado e à sua experiência mais infantil do desejo, são também, ao mesmo tempo, o testemunho do esforço para compreender esse passado e, assim, para o ultrapassar.
International Journal of Philosophy and Social Values, 2018
Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras c... more Este livro é composto por uma Introdução e cinco lições, seguidas de uma bibliografia das obras citadas (125 no total) e de dois índices, ono-mástico e de matérias. As cinco lições versam, por esta ordem, os seguintes assuntos: 1) A questão do «novo» Husserl; 2) As três Etapas Universitárias de Husserl: Halle, Göttingen e Freiburg; 3) A revisão das Ideias de 1913; 4) Filosofia, Vocação e História: a Primeira Etapa de Freiburg; 5) Os dois começos da Filosofia: a partir das Ciências Huma-nas e a partir das Ciências da Natureza. As cinco lições têm aproxima-damente a mesma extensão, com a excepção da segunda, um pouco mais breve do que as outras quatro. O título da obra, bem como o da sua Primeira Lição, recordam-nos o título de uma colectânea de textos sobre Husserl organizada por Donn Welton, The New Husserl: a Critical Reader, publicada em 2003 pela Indiana University Press, a que é feita referência na bibliografia e em algumas notas de rodapé. Na Introdução (pp. 11-12), o autor justifica a pertinência do título que escolheu para estas lições, escolha que tem por base a revisão a que foi submetida a interpretação mais convencional da filosofia husser-liana, dominante nos meios filosóficos antes da publicação, nos volumes XXV e XXVII das Husserliana, nos anos 80 do passado século, de importantes ensaios e conferência de Husserl entre os anos de 1913 e 1929. Estes volumes permitiram, pela primeira vez, preencher uma importante lacuna no conhecimento da produção filosófica de Husserl, entre a publicação do primeiro tomo das Ideias para uma Fenomenologia
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