Gabi é uma mocinha adorável, meiga, tranquila, prestativa e Deus a dotou de alguns talentos que ela explora com orgulho e muita alegria.
Ao nascer os prognósticos não lhes foram muito favoráveis: Deus a dotara, além dos talentos, com a síndrome de Down.
No entanto a vida, por ser perfeita, mostrou à sua mãe os caminhos para tornar falsos aqueles prognósticos. Ela saiu em busca de terapias, escolas, técnicos e todos os meios para que sua menina crescesse o mais sã possível.
Com a passagem dos anos Gabi mais e mais se desenvolvia. Aprendeu a ler bem, a escrever com alguma dificuldade, a se cuidar e ajudar nas tarefas caseiras, adora ler revistas de "fofocas" televisivas, conversa com todos e tem muitos amigos.
Gosta de assistir a DVDs, de música e de dançar. Deste talento falarei em uma outra ocasião.
Um dia, no grupo de convivência que frequenta surgiu uma nova oficina: a oficina de tapeçaria. Sua mãe colocou para a professora que ela não conseguiria, pois jamais havia segurado uma agulha comum, que se dizer de uma agulha para tecer tapetes?
A professora insistiu, alegou conhecer métodos específicos para aquele ensinamento e a mãe de Gabi se rendeu.
No início tudo era muito complicado: a agulha, as lãs, a tela,a tensão do ponto, muito difícil. Bem!Quem achava difícil era a mãe da mocinha porque ela mesma insistia e insistia. Aos poucos os trabalhos foram ficando mais organizados, mais esticados, os pontos mais regulares e as belezas foram surgindo...
De início tapetinhos para colocar sob o telefone, pequeninos painéis, bolsinhas...
Passou a trabalhar em tapetes para colocar ao lado da cama, mais coloridos, mais alegres, mais elaborados.
Quando sua mãe deu por si, Gabi já bordava lindos painéis, sem se preocupar com tamanho, caminhos para mesa, tapetes para chão e todos elaborados com muito capricho.
Hoje, sempre que lhe sobra tempo, pois faz muitas atividades, está às voltas com suas agulhas, lãs e telas e volta e meia indaga à sua mãe: - Não está lindo?
Gabi faz exposições mas não vende seus tapetes porque, infelizmente, as pessoas não dão o devido valor e desconhecem o custo do material.
No entanto, como é um espírito pleno de amor em si, Gabi resolveu o problema de sua mãe acomodar tantos tapetes em casa, que não é muito espaçosa. Quando termina um trabalho ela decide a quem presentear e os dá às pessoas que sabe apreciá-los. Já ofereceu a parentes, amigos, ao seu médico e, até mesmo, à moça que trabalha nos serviços domésticos na casa de sua irmã, que é uma pessoa muito sensível e calada, mas que ela percebeu o seu interior e a delicadeza com que a trata.
A mãe de Gabi tem muito orgulho deste talento oferecido por Deus e a Ele agradece pela filha e pela alegria que este dom proporciona à Gabi.
Sonia Regina.