O mundo permanece em silêncio

Nuno Guerreiro faz autêntico serviço público e traduz um artigo de Ben Dror Yemini, no diário israelita Ma'ariv, onde se apresentam algumas questões pertinentes sobre o conflito israelo-árabe. Eis um pequeno excerto:
Por que razão não existe uma ligação entre os factos e os números e a muito demoníaca imagem de Israel no mundo?

Há muitas respostas possíveis. Uma delas é que a moral do Ocidente tornou-se a moralidade das câmaras de televisão. Se um terrorista palestiniano ou do Hezbollah lançar um míssil por entre habitações civis, e Israel retaliar – causando, imagine-se, a morte de duas crianças –, haverá inúmeras manchetes e artigos por todo o mundo clamando que “Israel assassina crianças”. Mas se aldeias inteiras são destruídas no Sudão, ou se cidades inteiras forem arrasadas na Síria, não haverá câmaras de televisão na zona.

E assim, de acordo com a moralidade televisiva, José Saramago e Harold Pinter assinarão uma petição protestando contra o “genocídio” e os “crimes de guerra” perpetrados por Israel. Provavelmente eles não sabem que, com algumas excepções, os actos de Israel contra alvos militares que atingem civis são permitidos de acordo com as Convenções de Genebra (protocolo 1, parágrafo 52.2). E porque estão tão submersos na moralidade das câmaras de televisão, nunca assinarão uma petição em protesto contra o genocídio de muçulmanos perpetrado por muçulmanos. O assassínio pelo assassínio.

A moralidade televisiva é uma tragédia para os próprios árabes e muçulmanos. Israel paga caro por causa dela, mas os árabes e muçulmanos são as suas vítimas reais. E enquanto prosseguir a moralidade do ecrã, os árabes e muçulmanos continuarão a pagar o preço.
Vale a pena ler o artigo inteiro.

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