O blogue da Atlântico aproveita o dia da revolução de Abril, para fazer a sua própria. Mas, como sempre fomos pela política dos pequenos passos, mudamos devagarinho e os primeiros dias serão de experiência.
Acabei de ver um cartaz - branco, preto e vermelho de sangue, género capa da Colecção Vampiro - anunciando um "colóquio internacional", promovido por um Instituto de Psicologia da Universidade do Minho, subordinado ao tema "Amor, Sexo e Crime". Assim mesmo. Ora eis a Universidade pública a fazer bom trabalho! É claramente por aqui que passa o diálogo da Universidade com a sociedade.
1. Na índia, os laboratórios trabalham 24 sobre 24 horas; sem horário de trabalho; cada um faz o seu horário.
2. Os indianos recusam trabalhar na Europa porque tudo é demasiado lento e preguiçoso.
3. A classe média indiana cresce 2 austrálias por ano (30/40 milhões).
4. Em França, fala-se de grandeza como se ainda estivéssemos no séc. XVIII. Em Portugal, fala-se na reforma do Zé que toda a gente sabe que não vai ser paga quando o Zé chegar aos 70.
O facto de se terem registado 85% de votos nas eleições francesas não é um sinal de vitalidade democrática. Mas de desespero. Só no Burundi e em Cuba é que se atinge 85% dos votos - e não são livremente expressos. Esta percentagem não é de uma democracia consolidada. O problema é que o regime nunca se consolida em França. Tudo depende do ego e da putativa "grandeur", coisa que nunca ninguém viu mas que fica bem dizer em francês.
[Henrique Raposo, na clandestinidade, via email, com edição PPM]
Fazer um golpe de estado para acabar com uma guerra estúpida de um regime autoritário é das melhores coisas que se poderia fazer. Ainda hoje, não percebo porque razão tiveram de inventar a tal de "legimidade" na revolução - talvez para se apropriarem da legitimidade e do regime. Acabar com uma guerra já é legitimidade de sobra. Por isso, concordo: 25 de Abril sempre. E 25 de Novembro, sempre. Não ao autoritarismo, não ao totalitarismo.
Amanhã - como todos os anos – estarei na Av. da Liberdade a comemorar o 25 de Abril de 1974. Comemoro mais que a data. Relembro a mais profunda alegria que se instalou na casa dos meus pais nesse dia, do meu pai a berrar o “Grândola Vila Morena”, do choro convulsivo da Tia Isabel - a quem há poucos meses atrás a Pide tinha vandalizado a casa, da minha mãe a rezar pelos soldados e, sobretudo, do telefonema do tio José António – exilado em Argel. Lembro-me de muitos momentos felizes passados em casa dos meus pais mas não me recordo de tanta alegria e, mais que tudo, de tanta esperança. Vou à Av. da Liberdade com a minha mulher e os meus filhos para me lembrar e lhes ensinar, que há momentos – poucos, porém – que merecem ser vividos de forma intensa e nos dão a sensação que todos os sonhos podem ser realidade e todas as promessas podem ser cumpridas. É por essas e por outras que este cidadão de direita, feroz defensor da economia de mercado, crente nesse fantástico sistema que é o Capitalismo, defensor da liberdade individual sobre a igualdade, crítico do chamado Estado Social, tem muito orgulho em dizer: 25 de Abril sempre!
Capítulo I - onde se narra o passeio pelo Parc Guell e onde se fala de uma estranha inscrição na parede que serve de mote ao nosso herói para ridicularizar o conjunto dos turistas portugueses, no qual ele desafortunadamente e contra a sua expressa vontade se inclui.
Este Sábado, ao passear pelo Parc Guell, li uma inscrição na parede de uma casa ocupada. Estava escrita em inglês e eu, à guisa de Esdras, interpretei-a. O autor, certamente uma alma de esquerda e um corpo pouco amigo de banhos, lamentava-se por não poder mandar uns balázios aos turistas. Não partilhando a sua sede coreana de sangue nem a sua fúria contra os danos causados pela globalização concordei com aquela mensagem. Não há nada pior que um turista. Em Portugal o turista é muito respeitado. Normalmente é estrangeiro, o que o torna desde logo digno de reverência. Depois, fala uma língua que não o português, o que, para qualquer português, é característica merecedora de toda a admiração. Finalmente, os turistas que nos visitam sentem-se superiores a nós e agem de acordo com esse sentimento. Já os portugueses, quando vão ao estrangeiro, ficam muito contentes por toda a gente falar uma língua que não entendem. Assim que pisa solo estrangeiro, o turista português, ungido pelo Espírito Santo, principia a falar línguas. Da mesma forma que um inglês quando chega a Portugal, tira a roupa e vai para a praia, o português sai de Portugal, despe o idioma e mergulha em Babel. Com um vasto repertório de sons, mímica e caretas é a prova viva que não há nenhum português que não desconheça fluentemente cinco ou seis idiomas. No fundo, quando sai de Portugal o português continua a ser um português mas com uma muito maior probabilidade de se perder. O turista português vai carregado de boas intenções. Adopta comportamentos esquisitos. Não atira papéis para o chão. Espera que o sinal fique verde para os peões e só então atravessa. Agradece por tudo e por nada. É enganado e agradece. É insultado e agradece. É ignorado e agradece. À falta de uma profunda crença em Deus, o português agradece aos taxistas espanhóis. Agradece aos imigrantes magrebinos. Agradece a toda a gente. Quando no estrangeiro, o português encontra-se em estado de graças. E tudo está bem até que encontra outros portugueses. Rodeado de japoneses, italianos, americanos e ingleses e a muitos quilómetros de Portugal a última coisa que um turista português precisa é de esbarrar com um compatriota. Se isso acontece, lá se vai o estado de graças. Subitamente, o português lembra-se das chatices no trabalho, do Fernando Santos e de Portugal e uma nuvem de portugalidade ameaça o seu idílio. Sente-se tão português que até lhe dá vontade de chorar e amaldiçoa-se por não ter nascido turco, embora pareça albaniano.
Uma coisa é certa. O espectáculo do delírio, caracterizadamente patológico, primeiro faz rir, depois entristece fundo. Já não tenho idade para piedades destas, nem para aquela espécie de riso. Deixo de ler o Blasfémias a partir de hoje. A eles não lhes faz diferença, e a mim faz-me bem.
O primeiro grande mal dos homens que dominam a política portuguesa é de pensarem que marcam pontos junto do eleitorado com os mesmos métodos que usavam quando eram membros das juventudes partidárias: berrar muito nos comícios e colar muitos cartazes. O segundo mal é o método ensinado numa segunda fase da vida partidária que, o Dr Arnaut, sabiamente, baptizou: “Estamos cá uns para os outros”. Aqui, a berraria e a fúria “coladora” é substituída pela capacidade que o militante tem de trocar favores e jeitinhos que lhe permite ir subindo na estrutura.
O discurso de Marques Mendes é a imagem do seu percurso: diz que o nosso país tem de crescer 3% ao ano como berrava palavras de ordem nos comícios. “Três por cento” “três por cento” “três por cento”. E como se faz? Simples, com uma economia mais liberal mas... non troppo. E, nem pensar, em mudar o estado social. Estão a ver? Liberaliza-se a economia (a saúde não) mas aposta-se também no estado social. É perfeito: agrada-se aos empresários (apesar dele saber que os grandes empresários portugueses, com algumas excepções, não gostam destas “frescuras”) e pisca-se o olho aos trabalhadores. Como é que se faz esta alquimia? “Liberalismo” “Liberalismo” “Liberalismo” “Estado Social” “Estado Social” “Estado Social”, ou seja: “Uma só via, Social-Democracia”.
O blogue que mordeu o primeiro-ministro é, evidentemente, o Do Portugal Profundo, de António Balbino Caldeira. Mordeu e continua a morder, como se pode ler.
Ainda nesta edição, sobre a Independente, o curso de Sócrates e outros assuntos conexos, pode ler João Miranda, LucianoAmaral, Paulo Tunhas e Pedro Boucherie Mendes. Destaque ainda para Kissinger e o 25 de Abril, de Tiago Moreira de Sá, assim como para uma crítica demolidora ao livro de Miguel Portas, "No Labirinto".
A vitória esmagadora de Paulo Portas no CDS já começou a produzir efeitos no discurso à direita do PS. As declarações de Marques Mendes sobre o Serviço Nacional de Saúde e o liberalismo ma non troppo - essa do "liberalismo selvagem", ainda não percebi muito bem o que será - indiciam que o secretário-geral do PSD se prepara para as mudanças no discurso da oposição. N' O Insurgente, Luciano Amaral pergunta para que serve a vitória de Portas. Parece servir pelo menos para que o PSD de Mendes tente recentrar o seu discurso.
Uma criança, chamada Pedro Arroja, escreve no Blasfémias. Aristóteles dizia muito sabiamente, na Ética a Nicómaco, que é importante que, desde a mais tenra infância, as crianças adquiram tais e tais hábitos, necessários ao seu desenvolvimento moral posterior. A tendência excessiva à coquetterie, por exemplo, deve ser contrariada. Enfim, longe de mim a intenção de censurar a garrida natureza de Pedro Arroja e, menos ainda, de dar, de borla, lições de moral. As crianças não as pedem nem as desejam. Estou só a tentar ser útil.
Como se esperava, o curso de engenharia de José Sócrates na Independente faz agora parte do anedotário nacional. Ontem ouvi um especialista em arbitragem na TVI comentar a medíocre prestação de um homem do apito com o comentário: "deve-lhe ter saído o diploma de árbitro na Independente". A reacção dos circunstantes no programa da televisão de Pina Moura variou entre o sorriso e o embaraço. A credibilidade do primeiro-ministro está hoje seriamente danificada.
Roteiro Atlântico no Blogue [23 de Abril - 29 de Abril] I
EM DESTAQUE
SEMINÁRIO INTERNACIONAL CIDADANIA, POLITICAS PÚBLICAS E REDES SOCIAIS
As sociedades actuais atravessam profundos processos de mudança, que se prendem com a globalização, as recomposições do sistema económico, social e político, a entrada de novos actores na esfera pública.
Este contexto coloca novos desafios teóricos e metodológicos na agenda de pesquisa das ciências sociais e exige uma reflexão que permita identificar os vectores de mudança, ao nível das diferentes componentes sociais, das instituições estatais às organizações da sociedade civil e às relações informais, da esfera supra-nacional à escala local. São questões que suscitam novas abordagens, novos conceitos e novos valores.
O Seminário "Cidadania, Políticas Públicas e Redes Sociais" apresenta as reflexões de um conjunto de investigadores portugueses e da América Latina que se questionam sobre esta problemática, possibilitando um diálogo entre narrativas disciplinares diversas e o confronto de investigações provenientes de diferentes sociedades.
Le premier sondage deuxième tour a été diffusé dès 22 heures sur France 2, par Ipsos. Nicolas Sarkozy obtiendrait 54 % au second tour de l'élection présidentielle contre 46% à Ségolène Royal.
Merece uma leitura a entrevista ao "DN" de António José Morais, o professor de quatro das cadeiras na licenciatura conturbada do primeiro-ministro. Tudo muito regular, como seria de esperar. Aquela do "golpe de estado" lembra outros tempos.
A blogosfera tornou-se incontornável ao sistema político-mediático português. Doravante, não é mais possível governar segundo a velha máxima salazarista de que "politicamente, só existe o que o povo sabe que existe". Do Portugal Profundo
Le candidat de l'UMP est en tête avec 29,9 % des voix, selon les sondages sortie des urnes. Ségolène Royal est deuxième à 25,8 %. François Bayrou est à 18, 5 % et Jean-Marie Le Pen, à 11 %. Sources : IFOP, IPSOS, CSA, TNS-Sofres.
Em Espanha, no auge do felipismo socialista, Pedro J. Ramirez, director do diário "El Mundo", apelidou de psoeñoritos uma nova elite de empresários e gestores, emergente das relações nebulosas - e também promíscuas - com o PSOE e o poder do Estado. Foram, em grande medida, responsáveis pela queda final de González - de que resultou a vitória de Aznar. Agora, J. Ramirez voltou a usar a alcunha a propósito de Zapatero e sus muchachos. Em Portugal, podemos traduzi-los para psenhorzinhos - e é bem verdade que Pina Moura é um caso paradigmático, como se pode ler nesta crónica de Ricardo Costa no "DE" (via O Insurgente). Mas não é caso único.
Dirigindo-se a Sócrates, [Mário Soares] afirmou: "Continue com a determinação, a inteligência e a coragem que demonstrou nestes dois anos. Outros, antes de si, foram vítimas de ataques sórdidos e infundados. Lembremos o camarada Ferro Rodrigues".
Ex-professor de Sócrates envolvido no projecto Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara 20.04.2007 - 09h03 José António Cerejo PÚBLICO
Não é preciso ser psicanalista para ler na relativização do aspecto formal da democracia por José Sócrates uma referência (inconsciente?) a outras formalidades.
I'm going to a town that has already been burned down I'm going to a place that is already been disgraced I'm gonna see some folks who have already been let down. I'm so tired of America
I'm gonna make it up for all of the Sunday Times I'm gonna make it up for all of the nursery rhymes They never really seem to want to tell the truth I'm so tired of you America
Making my own way home Ain't gonna be alone I got a life to lead America I got a life to lead
Tell me do you really think you go to hell for having loved? Tell me and not for thinking every thing that you've done is good (I really need to know) After soaking the body of Jesus Christ in blood
I'm so tired of America (I really need to know)
I may just never see you again or might as well You took advantage of a world that loved you well I'm going to a town that has already been burned down I'm so tired of you America
Making my own way home Ain't gonna be alone I got a life to lead America I got a life to lead I got a soul to feed I got a dream to heed And that's all I need
Making my own way home Ain't gonna be alone I'm going to a town that has already been burned down
Lê-se e não se acredita. O primeiro-ministro diz que, apesar do "respeito pelas regras formais da democracia, do direito, ou a realização periódica de eleições" contarem, não quer uma "democracia formal". É preciso "qualidade", e "o PS é o partido da qualidade da democracia". Qualquer pessoa que saiba ler tem obrigação de apanhar um susto quando um primeiro-ministro diz que a "democracia formal" não lhe basta. E de desconfiar das injecções de "qualidade" administradas por ERC's e coisas assim. Sobretudo depois das últimas peripécias que tiveram como corolário aquela extraordinária conferência de imprensa da Independente, com a bajulação a José Sócrates e à sua eloquentíssima "oração de sapiência" por um senhor de que não me lembro o nome. Há uns tempos atrás, o Henrique Raposo andava por este blog inquietadíssimo com certos sinais de ameaça à democracia que por aí se manifestavam. Não levei a coisa muito a sério. Hoje começo a levar. Esta da "democracia formal" inquieta. É a altura de pedir desculpa ao Henrique.
Em tempos, Portugal foi um país traduzido do francês. De certa maneira, porque era assim que a elite portuguesa tentava civilizar o país: copiando as leis, os romances, e o vestuário da França. França e modernidade eram sinónimos. Embora se usasse a expressão “para inglês ver”, era pelos franceses que os portugueses de destaque adoravam ser vistos. Salazar sempre gostou muito de fascinar escritores e jornalistas franceses. Em 1975, o primeiro debate entre Soares e Cunhal aconteceu na televisão francesa – e em francês. As coisas mudaram muito nos últimos 30 anos – ao ponto de os galicismos deixarem finalmente de afligir os puristas da língua. Para emigrar, passámos a preferir a Inglaterra – aliás, como os franceses. A França, para os portugueses, já não é o que era. Mas para os franceses também não, como se tem constatado na eleição presidencial deste ano, que terá a primeira volta no próximo domingo.
Se Portugal deixou de ser “francês”, a França parece mais “portuguesa”. Portugal e a França são os dois países que menos crescem na Europa, e onde nenhum cálculo provou ainda que o “modelo social” é sustentável. Mas nesta França em declínio faltam os costumes que, em Portugal, têm mantido os conflitos no suave limite das marchas ordeiras e providências cautelares. Em França, os subúrbios andam amotinados, e as sondagens de opinião atribuem um peso embaraçoso aos partidos “anti-sistema” (25 % no conjunto).
Talvez Portugal seja, como quer o Economist, o “novo homem doente” da Europa. Mas a França é mais do que isso: é a própria doença da Europa. Portugal, um pequeno país, só incomoda a regra dos 3%. A França, enquanto grande economia, estraga todas as médias europeias. É ainda em França que residem alguns dos principais estrangulamentos do “processo europeu”, desde a recusa da “constituição” até à dissipação de 45 % do orçamento comunitário na agricultura. Muita coisa na Europa precisa de passar pelo desfiladeiro francês. Daí que a imprensa europeia tenha resolvido imaginar estas eleições em França como um momento de decisão para todo o continente. E talvez por isso, não resistiu a encarar a disputa entre os candidatos à presidência francesa segundo um padrão universal, compreensível por todos, como uma batalha localizada da guerra global entre a “liberalização” e o “estatismo”. Ora, esta interpretação globalizante da política francesa é ilusória.
Os limites do exercício notam-se quando se tentam distribuir os papéis de defensores dos grandes princípios pelos candidatos. Sarkozy deveria ser o “liberal”. Infelizmente, adora centros de decisão nacional. A política francesa não é simples nem é traduzível. Para começar, há um sistema eleitoral que permite a desagregação na primeira volta, antes de obrigar à agregação na segunda. Isso faz com que, à partida, tudo pareça possível. Nem Sarkozy, o favorito, consegue melhor do que 26 % de intenções de voto. Os eleitores têm de fazer muitos cálculos, e daí a indecisão, e os candidatos têm de falar para muitos lados, e daí as mensagens confusas. Mas a história não acabará com as voltas das presidenciais. Em Junho, haverá ainda as das legislativas. Em França, o poder dá muitas voltas. O sistema político da “V República” é um dos mais complicados do mundo. Ao contrário do que acontece em Portugal, o presidente tem responsabilidades executivas. Só que não há garantia de a presidência e o governo estarem sintonizados. De Gaulle ainda entendeu que o presidente, como condutor da governação, não podia perder uma única eleição nacional – foi por isso que se demitiu em 1969. Mas Mitterrand e Chirac aceitaram derrotas eleitorais e a coabitação com ministros da área política contrária. O resultado foi um poder executivo partilhado, desorientado e até deslegitimado. Há anos que, em França, nenhuma “grande reforma” resiste a uma “grande manifestação”.
Isto é assim, porque a França é um país onde a política é, há séculos, pensada em termos de uma latente “guerra civil” -- veja-se, a propósito, Du Bon Usage de la Guerre Civile en France (2006) de Jacques Marseille. Entre revoluções, o medo das clivagens favorece fórmulas de reconciliação, necessariamente híbridas, e governos “sem excessos de zelo” (como recomendava Talleyrand). No seu livro Ensemble (2007), Sarkozy explicou tudo: “a política tem por objectivo unir os franceses, e não dividi-los”. Em vez de uma alternância entre liberais e sociais democratas, a França continuará a gerar fusões e ambiguidades. Porque a prioridade é a “política”, não é a “modernização”. O Economist acertou mais acerca de Sarkozy na capa do seu último número, quando o mostrou como Napoleão (o grande “fusionista”), do que no editorial, onde o tentou imaginar como missionário do liberalismo. Há meses, a mesma revista desejou uma Thatcher para a França. Mas a França não pode ter uma Thatcher: pode ter um novo Giscard (com Bayrou), um Mitterrand rasca (com Ségolène), ou um Chirac em melhor forma (apesar de Sarkozy tentar dissimular a filiação). Não vale a pena ter grandes esperanças nem grandes receios.
Bernardo Pires de Lima e Pedro Marques Lopes no "Descubra as Diferenças"
DESCUBRA AS DIFERENÇAS
PROGRAMA DE DEBATE POLÍTICO, EM PARCERIA COM A REVISTA ATLÂNTICO
SEXTA-FEIRA, 20 de ABRIL - 19H05 DOMINGO, 22 de ABRIL - 11H05 e 19H05 (redifusão)
Esta semana, Paulo Pinto Mascarenhas e Antonieta Lopes da Costa em debate com Bernardo Pires de Lima e Pedro Marques Lopes.
Juntos, abordarão vários temas em destaque na actualidade:
- Directas no CDS-PP - o que vem aí... Paulo Portas?
- Eleições presidenciais francesas, a três dias da primeira volta. Será Sarkozy e mais quem para a segunda? Ségolène ou Bayrou?
- O regresso do urso: Putin e o pior do seu autoritarismo, com a detenção de manifestantes, entre os quais o campeão mundial de xadrez, Kasparov. Xeque ao rei?
- A tragédia na Virginia - será que há alguma explicação para a sucessão de massacres em estabelecimentos de ensino nos EUA?
- Liberdade de imprensa em Portugal - com que letras se escreve ela, nos dias que correm?
- Abertura do Túnel do Marquês - quem pede responsabilidades à CML pelos atrasos?
- A proposta do Banco de Portugal sobre a legislação laboral, um tema-tabu no nosso país.
“Descubra as Diferenças”… Um programa de opinião livre e contraditório, onde o politicamente correcto é corrido a quatro vozes e nenhuma figura é poupada.
"'O meu pai bloqueou a porta com o corpo para permitir aos alunos fugir', garantiu Joe Librescu. O filho do professor de Engenharia Liviu Librescu soube da morte heróica do pai através de e-mails enviados pelos alunos deste sobrevivente do Holocausto. Judeu da Roménia, Librescu morreu como viveu: a lutar. Enviado para um campo de trabalhos forçados na II Guerra Mundial, escapou aos campos de concentração. O sucesso como engenheiro valeu-lhe mais tarde autorização do regime comunista romeno para emigrar para Israel. Aí viveu entre 1978 e 1985, quando se mudou para os EUA. Professor em Virginia Tech há mais de 20 anos, era famoso pela investigação em engenharia aeronáutica. Morreu no dia em que os EUA homenageavam as vítimas do Holocausto." DN, edição de 19.04.07 É perfeitamente admissível que o relato esteja efabulado, mas o próprio assassino apostou tudo em trocar a sua incomensurável nulidade pela ascensão a figura mitológica. Agora, a História não pode, pois, senão dar-lhe uma resposta: esquecê-lo imediatamente. E, à maneira da memória selectiva individual, conservar apenas o que merece ser contemporâneo do futuro: a impressão de os demónios servirem exclusivamente para despertar humanidade.
Uma das coisas que me ultrapassa é chamar de direita a esta gente que estende o braço em honra do serial killer de bigodinho. Por raio se convencionou que este era de direita? Não tinha um programa todo planificado, totalitário e a quem chamou nacional-socialista? É Le Pen de direita porquê, se quem vota nele tanto vota em partidos de extrema esquerda como na Frente Nacional, consoante quem lhe chega com a voz mais perto? Convinha definir bem estes extremismos, chamando-lhe muito simplesmente anti-democráticos. A democracia ocidental liberal não é o modelo deles, assim como também não é o modelo do Bloco de Esquerda ou do PCP. Convém que se diga isto de uma vez por todas. Estas forças políticas são extremistas, anti-ocidentais e sobretudo cospem diariamente no prato em que comem. Exemplos? Não gostam da UE mas têm lá sempre uns eurodeputados. Não gostam do capitalismo, mas não prescindem dos seus lugares "burgueses" no Parlamento, universidades, jornais de grandes grupos económicos, etc. Não gostam dos EUA, mas sempre que podem vão para lá doutorar-se ou fazer outra coisa qualquer. Não gostam de violência de Estado, mas são incapazes de levantar um dedo a Putin ou a Mugabe. Infelizmente vivemos num país onde mais de 10% do eleitorado vota em partidos e movimentos extremistas que negam os valores e princípios que nos proporcionaram seis décadas de prosperidade e nível de vida únicos na história da Europa. Eu não os quero calar. Pelo contrário. Tenho é a certeza que se fossem poder eu já estaria em parte incerta por escrever posts como este.
Quem me conhece minimamente sabe que, tal como o Marco Paulo, eu também tenho dois amores. Este post serve apenas para os glorificar. Ao Sporting pelo que os miúdos têm conseguido; à Roma, pela resposta imperial que deram depois de Manchester (4-0 à Samp e 3-1 em Milão). Provavelmente ficarão ambos em segundo lugar. Não interessa. O meu orgulho neles não acaba por isso. Dois rostos? Moutinho e Totti. Como não podia deixar de ser.
A PSP apreendeu entre várias armas um "revólver que é brasileiro, nem existe em Portugal".
E, no entanto, eu tenho quase a certeza que vi esse revólver que não existe em portugal na tv, na não do polícia que disse que esse revólver não existe em portugal.
Diz-se na Galiza, no me creo en las meigas prou haber hai-nas.
(...) ninguém sabe como vai ficar o tratado constitucional nem se vai ser um tratado constitucional. O mais certo é abandonar-se esse imodesto superlativo e estabelecer-se, como defende Sarkozy, um texto razoável e minimalista, centrado na reforma institucional e no alargamento. Angela Merkel retirou a questão constitucional do seu estado vegetativo com o objectivo de, numa lógica "agora ou nunca", salvar a Europa da actual frustração, uma frustração aliás largamente exagerada.
Somos transportados para um terceiro mundo de segunda escolha quando damos conta de manifestações de militares nas nossas ruas, ainda que de reduzida expressão numérica, mas devemos, também, indignarmo-nos quando o poder político não dá o exemplo de bom cumprimento da Lei
A qualidade de uma democracia adulta tem um indicador muito expressivo na forma como os órgãos de soberania interagem com as suas forças armadas. Trata-se de uma relação com especiais obrigações e direitos, de parte a parte, que têm de ser entendidos sempre acima do elevado patamar do nobre serviço ao Estado, sem limite de sacrifícios. Por isso, não se discutem os deveres que têm como fim último a defesa militar da República, como não devem ser postas em causa as “compensações”, ou “especiais direitos”, que derivam daquelas necessárias imposições. Não entender este equilíbrio e, pior do que isso, pô-lo em causa por parte de políticos ou de militares seria um sinal de séria imperfeição da democracia que urgiria corrigir.
De facto, sentimo-nos transportados para um terceiro mundo de segunda escolha quando damos conta de manifestações de militares nas nossas ruas, ainda que de reduzida expressão numérica, mas devemos, também, indignarmo-nos quando o poder político não dá o exemplo de bom cumprimento da Lei. Neste aspecto, refiro apenas dois casos. A Lei 25/2000, de 23 de Agosto, nascida de iniciativa da Assembleia da República, aprovada por unanimidade, que visava corrigir aspectos das pensões de reforma e que nunca foi posta em prática e a Lei 11/89, de 1 de Junho, Bases Gerais do Estatuto da Condição Militar, cuja execução tem vindo a sofrer forte deriva, reduzindo, anulando ou mesmo invertendo os “especiais direitos” ou “compensações” dos servidores militares do Estado.
Uma democracia adulta exige, pois, dos servidores militares do Estado, o cumprimento rigoroso e exaustivo de todos os normativos do seu estatuto, que vão das limitações de liberdades constitucionais à disponibilidade permanente para o serviço, em qualquer situação, até se necessário ao ponto de dar a vida pela Pátria. Mas isso não pode levar os governos a explorar a incapacidade legal de reivindicação dos militares para reduzir direitos.
Portugal precisa de forças armadas tecnicamente competentes, adequadamente equipadas e bem moralizadas e disciplinadas, aptas a defender os interesses nacionais, quer em actuação combinada com aliados e coligados, quer para emprego de forma autónoma num variadíssimo leque de missões no nosso espaço europeu ou em apoio da diáspora portuguesa. E convém não esquecer que o quase arquipélago que é Portugal está envolvido pela maior zona marítima de soberania ou jurisdição dos países da União Europeia, que exige o constante exercício da autoridade do Estado no mar e o cumprimento de obrigações para com os utilizadores desse mar, tais como a busca e o salvamento, a segurança da navegação, etc.
Por isso, o Estado tem de investir em soberania, sob pena de se transformar num estado menor, ou exíguo, dando espaço a que outros a ele se substituam no preenchimento dos vazios criados. Trata-se de um investimento que não é apenas financeiro e que não provem exclusivamente do governo. É antes uma aposta nacional que tem componentes de material e financeiras, mas que deve incidir também na atenção que o moral da sua componente humana merece e que é, por vezes, ignorada por órgãos políticos e frequentemente mal tratada por uma certa casta de comentadores pseudo eruditos, quantas vezes despeitados por razões só aparentemente obscuras. Felizmente que a generalidade da população, com a sua imensa sabedoria, continua a considerar as suas Forças Armadas em alto padrão de qualidade, como o demonstram sucessivos estudos de opinião.
Na verdade, para além das características da Instituição Militar e da cultura que lhe é própria, como o sentido do dever, o espírito de missão, a organização, a disciplina, etc., a forma como é preparado o pessoal, a exigente avaliação a que é submetido e o treino nacional e internacional que de longa data lhe é proporcionado enriquecem muito a componente humana a qual, por isso, constitui o activo mais valioso das Forças Armadas. Não o preservar nem estimular seria um erro grave. Mas isso é feito frequentemente, quando a seguir a uma redução de meios se fala logo noutro corte e, depois desse, vem nova diminuição e quando após uma reorganização imediatamente se advoga a necessidade de mudança, como se as Forças Armadas se alimentassem da miniaturização e tivessem de constituir o único sector do Estado a merecer reformulação, e permanente. Acresce ainda que algumas mudanças sugeridas na praça pública resultam mais de frases feitas por quem não as entende bem e menos em função da necessidade de corrigir deficiências e de rentabilizar estruturas, como consequência de lições práticas, aprendidas pelos que têm o conhecimento para as entender.
Sem entrar em grandes detalhes, mas para objectivar alguns daqueles aspectos, vale a pena consultar o Anuário da Defesa Nacional de 1999 e o de 2004 e verificar que, a preços constantes, entre 1993 e 1998, as despesas públicas subiram 72%, enquanto que as da Defesa desceram 10% e que, no mesmo intervalo de tempo, a sua indexação ao PIB baixou de 1,7 para 1.2%. Actualmente, situa-se em 1.3% e não no valor disparatado que o Dr. José Miguel Júdice indicou, certamente por engano, em artigo recente do jornal “Público”e que logo foi citado por outros enciclopédicos comentadores. Na década de 1994 a 2004 o pessoal no activo foi reduzido em 55%, passando de 83.771 para 37.549.
A componente militar da Defesa Nacional foi profundamente reorganizada em 1993 e, depois disso, recebeu várias alterações. Hoje, a experiência adquirida justifica algumas mudanças, sobretudo nos níveis superiores da estrutura, a serem levadas a cabo com ponderação e sem intuitos hegemónicos de nenhum Ramo. A Nação e as Forças Armadas constituem uma entidade coesa. Aquela pode confiar na sua servidora militar e pode, ou deve, exigir-lhe ainda mais serviços, em terra, no ar e no largo mar Atlântico.
23 de Abril, seg. feira, das 10h às 24h. Descontos entre 50% e 80%. Livros a partir de 1 euro. Muitos títulos; todos os géneros. No espaço da cafetaria e jardim da Casa Fernando Pessoa.
Espectáculo lamentável o da conferência de imprensa da Universidade Independente. Mais pelo subentendido que passa de tentativa de negociação com o ministro Mariano Gago para uma reabertura posterior, depois das ameaças "bombásticas". Tudo isto somado às declarações no mesmo dia do próprio Gago, que também soaram a ameaça velada de castigo caso os responsáveis da universidade se portassem mal e resolvessem fazer declarações inconvenientes sobre o curso do primeiro-ministro, dão um retrato rasteiro de um país em que nada é impossível desde que se tenha nas mãos o poder do Estado.
Pensemos, em abstracto, no cenário de um primeiro-ministro envolvido num caso de favorecimento político. Provada a obtenção de favor, seria sustentável não haver lugar a uma demissão? Em abstracto, não. No concreto, a resposta é menos simples.
Só uma curiosidade: o director do semanário "Sol" não é aquele sr. arquitecto que já repetiu diversas vezes em editoriais que o assunto do curso de José Sócrates não interessa nada?
Não é, com certeza, por acaso que nenhum dos principais candidatos à eleição presidencial americana tem no seu programa qualquer mudança substancial à venda e porte de armas de fogo. Todas as comunidades têm determinados princípios fundadores que para outras parecem estranhos ou mesmo reprováveis mas que para essas são fundamentais. Ao contrário do que para aí se apregoa, não é por os milhões de dólares que a NRA gasta em lobbying político que o porte de armas é legal nos USA. Existe na sociedade americana a firme convicção de que esse direito é parte integrante da esfera jurídica de qualquer cidadão. É, aliás, muito interessante notar que as pessoas que estão permanentemente a apelar ao respeito pelas formas organizacionais societárias árabes e outras surjam, sempre que estas desgraças acontecem, a pôr em causa os princípios básicos da organização social norte-americana. Como bem sabe o Filipe Moura, existe uma tensão em todas as sociedades entre a liberdade individual e a segurança. Pelos vistos a sociedade americana, ao achar que o porte de armas faz parte integrante do conceito de liberdade individual, está disposta a sacrificar alguma segurança para, segundo eles, preservar melhor o seu ideal de liberdade.
"Sejamos claros quanto ao referendo europeu: se o projecto, ainda completamente desconhecido, do novo tratado institucional for uma simples reedição do anterior, ou um documento de natureza semelhante, envolvendo mais cessões ou concessões de parcelas das soberanias nacionais em favor da União, não há como evitar um referendo. (...) O que não faz sentido é travar a batalha pró ou contra referendo antes de se saber do que é que se está a falar."
Já tinha escrito no mesmo sentido sobre o assunto aqui, mas é sempre agradável poder ler uma voz conhecedora confirmar que na questão do referendo europeu anda muita gente apressada a pôr a carroça à frente dos bois.
Depois desta tragédia, é inevitável que volte a discussão sobre as leis de porte de armas. Deste lado do Atlântico, parece consensual que a tragédia explica-se apenas pela lei mais permissiva nos EUA. Apenas. Um ou outro comentador, pode juntar Bush, mas acaba-se por chegar às armas. O simplismo com que é abordada a questão, assusta-me.
Acho que ainda se sabe pouco desta história, mas será que as explicações para estes trágicos casos têm que ter necessariamente um contexto jurídico? Será que é assim tão difícil imaginar que este caso pode não estar relacionado com política?
Parece que Segoléne Royal subiu um pouco nas sondagens nos últimos dias. Não me surpreende, já que não li nenhuma gaffe da candidata. Aliás, a inexistência de notícias é a grande novidade dos últimos discursos de Royal. Enfim, parece que está tudo explicado...
As recentes trapalhadas de José Sócrates com o seu diploma universitário – que devem andar a obrigar várias pessoas a reconstruir afanosamente detalhes do passado académico do primeiro-ministro, um exercício em muito semelhante ao dia a dia trabalhoso dos mitómanos – constituem, como se diz em inglês técnico, um case study. Nesta coisa toda, se há algo de indubitável é que José Sócrates se considera um de nós: quer dizer, não se avalia a si mesmo com particulares critérios de rigor ou escrúpulos excessivos. E confia plenamente que, com um jeitinho aqui e outro ali, e o tempo a ajudar como deve, ninguém lhe vai levar nada completamente a mal. Utilizou – como tudo parece indicar – o seu estatuto de governante para concluir com mais facilidade o seu percurso académico? Se o pudessem, não tinham feito? Não é natural? Ou queriam que ele andasse a perder tempo com minudências – quando lhe pagávamos para se ocupar de nós? A polémica, confia, apagar-se-á suavemente, e as pessoas esquecer-se-ão. Esquecer-se-iam, a não ser para efeitos de anedotário nacional (em franco progresso, de resto), mesmo que a prova de inglês técnico se limitasse a um “OK!”, ou que ele tivesse, para se “valorizar” e não acabar como a Judite de Sousa num mundo paralelo, completado um curso de francês clássico com um brilhante exercício proclamando que “Rassine est le mieux écrivin du monde”. As pessoas esquecem. Ele sabe. É um de nós. Em demótico técnico, por assim dizer, está-se nas tintas. E, do ponto de vista dele, é bem capaz de ter razão.
Manuel Alegre critica campanha Novas Oportunidades
O deputado socialista Manuel Alegre criticou a campanha de publicidade do programa Novas Oportunidades, criado pela Euro RSCG, considerando que insulta os trabalhadores com poucos estudos e as profissões que exigem menos habilitações literárias. Em comunicado, divulgado ontem na página da internet do Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC) e citado pela Lusa, Manuel Alegre enaltece o programa que pretende qualificar um milhão de portugueses até 2010, mas disse não compreender "a estratégia de comunicação adoptada" para o promover. "Apresentar um conjunto de figuras conhecidas no papel de perdedores porque não acabaram os estudos é um insulto a todos aqueles que, pelas mais diversas razões, não possuem outras habilitações que não sejam a sua competência e o seu desempenho profissional", apontou o deputado socialista.
Recorde-se que a campanha de publicidade ficciona o que seria a vida de figuras públicas caso não tivessem continuado a estudar. A título de exemplo, a estilista Maria Gambina aparece a trabalhar numa lavandaria, enquanto o treinador Carlos Queirós surge a limpar um estádio.
A ser verdade que o fd*!***?!!* que ontem matou trinta e duas pessoas na Universidade da Virgínia o fez em protesto contra os “miúdos ricos”, a “libertinagem” e “enganadores charlatães”, parece-me evidente que o livro negro do comunismo deve passar a incluir este massacre no seu já longo historial.