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Vermis

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Vermis cerebelar

Vista anterior do cerebelo. ("Tuber vermis" indicado na parte inferior.)
Detalhes
Sistema cerebelo (sistema nervoso central)
Identificadores
Latim vermis cerebelli
Gray pág.788

O vermis cerebelar (do termo em latim para "verme") ou verme cerebelar está localizado na zona medial córtico-medular do cerebelo, na região da fossa posterior do crânio. A fissura primária do vermis se curva ventrolateralmente para a superfície superior do cerebelo, dividindo-o em dois lobos: anterior e posterior. Funcionalmente, o vermis está associado à postura corporal e à locomoção. O vermis faz parte do espinocerebelo (paleocerebelo) e recebe inervação somática sensorial da cabeça e das regiões proximais do corpo por vias espinais ascendentes.[1]

O cerebelo se desenvolve rostro-caudalmente, com a região rostral na linha média dando origem ao vermis e à região caudal aos hemisférios cerebelares.[2] No quarto mês de gestação, o vermis completa a sua forma folheada, enquanto o desenvolvimento dos hemisférios ainda demora mais 30-60 dias.[3] Após o nascimento, a proliferação e organização dos componentes do cerebelo continuam, completando a formação do padrão folheado aos 7 meses de vida[4] e a migração, proliferação e arborização dos neurônios cerebelares aos 20 meses.[5]

A inspeção da fossa posterior é comum na ultrassonografia pré-natal, sendo utilizada, a princípio, para determinar se existe excesso de fluido ou malformações cerebelares.[6]

O vermis está intimamente associado a todas as regiões da córtex cerebelar, que pode ser dividida em três partes funcionais, cada um apresentando conexões distintas com o cérebro e a medula espinal. Essas regiões são o vestibulocerebelo, responsável primariamente pelo controle do movimento dos olhos; o espinocerebelo, envolvido na regulação fina dos movimentos do corpo e dos membros; e o cerebrocerebelo, que está associado ao planejamento e iniciação dos movimentos.[7]

Referências

  1. Coffman, K. a, Dum, R.P. & Strick, P.L. (2011). «Cerebellar vermis is a target of projections from the motor areas in the cerebral cortex». J. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America. 108 (38). 16068 páginas. doi:10.1073/pnas.1107904108 
  2. Cho, K. H., Rodriguez-Vazquez, J. F., Kim, J. H., Abe, H., Murakami, G., & Cho, B. H. (2011). «Early fetal development of the human cerebellum». Surgical and Radiologic Anatomy. 33(6): 523–530 
  3. Parisia, M., Dobynsb, W. (2003). «Human malformations of the midbrain and hindbrain: review and proposed classification scheme». Molecular Genetics and Metabolism. 80 (1–2): 36–53. PMID 14567956. doi:10.1016/j.ymgme.2003.08.010 
  4. J.D. Loeser, R.J. Lemire, J. Alvord (1973). «The development of the folia in the human cerebellar vermis». Anat. Rec. 173: 109–114 
  5. D. Goldowitz, K. Hamre (1998). «The cells and molecules that make a cerebellum». Trends Neurosci. 21 (9): 375–382. PMID 9735945. doi:10.1016/S0166-2236(98)01313-7 
  6. Robinson AJ, Blaser S, Toi A; et al. (2007). «The fetal cerebellar vermis: assessment for abnormal development by ultrasonography and magnetic resonance imaging». Ultrasound. 23: 211–223 
  7. Ghez C, Fahn S (1985). «The cerebellum». In: Kandel ER, Schwartz JH. Principles of Neural Science, 2nd edition. New York: Elsevier. pp. 502–522