Saltar para o conteúdo

Lobo-da-tasmânia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Thylacinus cynocephalus)

Lobo-da-tasmânia[1]
Intervalo temporal:
PleistocenoHoloceno
2–0,000086 Ma[2]

Extinta  (1936)  (IUCN 3.1)[3]
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Dasyuromorphia
Família: Thylacinidae
Gênero: Thylacinus
Espécies:
T. cynocephalus
Nome binomial
Thylacinus cynocephalus
(Harris, 1808)[4]
Sinónimos

O lobo-da-tasmânia[12][13][14][15] (nome científico: Thylacinus cynocephalus), conhecido em outras línguas como tigre-da-tasmânia,[16][17] foi o maior marsupial carnívoro dos tempos modernos. Nativo da Austrália e Nova Guiné, acredita-se que foi extinto no século XX.[3] Foi o último membro de seu gênero, Thylacinus (tilacino), ainda que diversas espécies relacionadas tenham sido encontradas em registros de fósseis do início do Mioceno.

Os tigres-da-tasmânia foram extintos da Austrália continental milhares de anos antes da colonização europeia do continente, mas sobreviveram na ilha da Tasmânia junto com diversas espécies endêmicas, incluindo o diabo-da-tasmânia. A caça intensiva encorajada por recompensas por os considerarem uma ameaça aos rebanhos é geralmente culpada por sua extinção, mas outros fatores que contribuíram podem ter sido doenças, a introdução de cães, dingos e a ocupação humana de seu habitat. O último registro visual da espécie ocorreu em 1932 e o último exemplar morreu no Zoológico de Hobart em 7 de setembro de 1936. Apesar de ser oficialmente classificado como extinto, relatos de encontros ainda são reportados.

Compilação de filmagens do lobo-da-tasmânia

Como os tigres e lobos do hemisfério norte, dos quais herdou dois de seus nomes comuns, o lobo-da-tasmânia era o superpredador da cadeia alimentar. Como um marsupial, não era relacionado a estes mamíferos placentários, mas devido a convergência evolutiva, ele demonstrava as mesmas formas gerais e adaptações. Seus parentes mais próximos são o diabo-da-tasmânia e o canguru.

O tigre-da-tasmânia era um dos dois únicos marsupiais a terem um marsúpio em ambos os sexos (o outro é a cuíca-d'água). O macho tinha uma bolsa que agia como um revestimento protetor, protegendo os órgãos externos do animal enquanto este corria através de mata fechada.

Ilustração do Thylacinus potens, que significa Poderoso lobo-da-tasmânia, o qual existiu durante o Mioceno. É o maior parente conhecido do lobo-da-tasmânia

O tigre-da-tasmânia moderno apareceu pela primeira vez há cerca de 4 milhões de anos. As espécies da família Thylacinidae remontam ao início do Mioceno; desde o começo dos anos 90, pelo menos sete espécies de fósseis foram descobertas em Riversleigh, parte do Lawn Hill National Park ao noroeste de Queensland.[18][19] O Nimbacinus dicksoni é a mais antiga das sete espécies de fósseis descobertas, tendo sido datada em 23 milhões de anos. Este lobo-da-tasmânia era muito menor do que o seu parente mais recente.[20] A maior espécie, o Thylacinus potens, que atingia o tamanho de um lobo, foi a única espécie a sobreviver durante a parte final do Mioceno.[21] Na parte final do Pleistoceno e inicial do Holoceno, o lobo-da-tasmânia moderno espalhou-se (embora nunca numeroso) por toda a Austrália e Nova Guiné.[22]

Os crânios do lobo-da-tasmânia (esquerda) e do lobo-cinzento, Canis lupus, são quase idênticos, embora as espécies não sejam parentes. Estudos mostram que a forma do crânio da raposa-vermelha, Vulpes vulpes, é ainda mais próxima à do lobo-da-tasmânia.[23]

O lobo-da-tasmânia apresentava muitas semelhanças com os membros da família Canidae (cão) do Hemisfério Norte: dentes afiados, mandíbulas poderosas, digitígrados e a mesma forma geral do corpo. Este é um exemplo de evolução convergente. Uma vez que o lobo-da-tasmânia ocupou o mesmo nicho ecológico na Austrália como a família do cão fez noutras regiões, desenvolveram muitas características idênticas. Apesar disso, esta espécie não está relacionada com qualquer dos predadores do hemisfério norte.[24]

É fácil diferenciá-los de um cão verdadeiro devido às listras nas costas, embora o esqueleto seja de difícil distinção. Estudantes de zoologia em Oxford tiveram que identificar 100 espécimes zoológicas como parte de seu exame final. Logo se espalhou o boato de que, se um crânio de 'cão' fosse apresentado, seria seguro identificá-lo como um Thylacinus sob o argumento de que qualquer coisa tão óbvia quanto um crânio canino teria de ser um truque. Então certo ano os examinadores, por conta própria, repetiram o embuste e apresentaram um crânio de cão verdadeiro. A maneira mais fácil de distingui-los é pelos dois buracos proeminentes no palato, característico dos marsupiais em geral.

Richard Dawkins, The Ancestor's Tale

Descoberta e taxonomia

[editar | editar código-fonte]

Os aborígenes da Austrália tiveram os primeiros contatos com o lobo-da-tasmânia. Diversos exemplos de lobos-da-tasmânia em gravuras e arte rupestre datados de pelo menos 1000 a.C. têm sido encontrados.[25] Imagens em petróglifo do lobo-da-tasmânia podem ser encontradas no Dampier Rock Art Precinct na Península de Burrup na Austrália Ocidental. Quando os primeiros exploradores chegaram, o animal já era raro na Tasmânia. Os europeus podem ter tido contato com ele desde 1642, quando Abel Tasman chegou pela primeira vez à Tasmânia. Seu grupo reportou ter visto as pegadas de "feras selvagens que tinham garras similares às de um Tigre".[26] Marc-Joseph Marion du Fresne, chegando com o Mascarin em 1772, afirmou ter visto um "tigre gato".[27] Uma identificação positiva de que os animais encontrados eram lobos-da-tasmânia não pode ser realizada a partir deste relato uma vez que o Gato-tigre (Dasyurus maculatus) é descrito de forma semelhante. O primeiro encontro definitivo foi por exploradores franceses em 13 de maio de 1792, como observado pelo naturalista Jacques Labillardière, em seu diário da expedição liderada por D'Entrecasteaux. Contudo, só em 1805 que William Paterson, o Vice-governador da Tasmânia, enviou uma descrição detalhada para publicação no Sydney Gazette and New South Wales Advertiser.[28]

lobos-da-tasmânia no Zoológico Beaumaris, em Hobart, 1910

A primeira descrição científica detalhada foi feita pelo Delegado Inspetor-Geral da Tasmânia, George Harris, em 1808, cinco anos após a primeira colonização da ilha.[29] Harris inicialmente colocou o lobo-da-tasmânia no gênero Didelphis, que havia sido criado por Lineu para o gambá americano, descrevendo-o como Didelphis cynocephala, o "gambá-com-cabeça-de-cão". O reconhecimento de que os marsupiais australianos eram fundamentalmente diferentes dos gêneros conhecidos de mamíferos levou ao estabelecimento do sistema moderno de classificação e, em 1796, Geoffroy Saint-Hilaire criou o gênero Dasyurus onde ele colocou o lobo-da-tasmânia em 1810. Para resolver a mistura de nomenclatura em grego e latim, o nome da espécie foi alterado para cynocephalus. Em 1824, foi separado para seu próprio gênero, Thylacinus, por Temminck.[30] O nome comum deriva diretamente do nome do gênero, originariamente do grego θύλακος (thylakos), significando "bolsa" ou "saco".[31][a]

Diversos estudos apoiam o lobo-da-tasmânia como sendo um membro basal da Dasyuromorphia e que o diabo-da-tasmânia é seu parente mais próximo. Entretanto, uma pesquisa publicada na Genome Research em janeiro de 2009 sugere que o Numbat pode ser mais basal que o diabo e um parente mais próximo do lobo-da-tasmânia.[32]

Um par de lobos-da-tasmânia no Zoológico de Hobart antes de 1921 (Note que o macho ao fundo é maior do que a fêmea)

Descrições do lobo-da-tasmânia variam, uma vez que evidências são restritas a espécimes preservados de filhotes; registros de fósseis; restos de peles e esqueleto; fotografias em preto-e-branco e filmes do animal em cativeiro; e relatos de campo.

O Tigre-da-tasmânia lembrava um cachorro grande com pelo curto e um rabo firme que suavemente se estendia do corpo de certa forma similar àquele de um canguru. Muitos colonos europeus fizeram comparações diretas com a Hiena, devido a sua postura incomum e comportamento geral.[24] Sua cobertura amarelo-marrom apresentava 13 a 21 listras escuras distintas pelas suas costas, traseira e a base de seu rabo, o que conferiu ao animal o apelido de "Tigre". As listras eram mais marcadas em espécimes mais jovens, desaparecendo à medida que o animal se tornava mais velho.[33] Uma das listras se estendia até o exterior da coxa traseira. Seu pelo era denso e macio, com comprimento até 15 mm; em juvenis a ponta do rabo possuía uma crista. Suas orelhas arredondadas e eretas tinham comprimento de cerca de 8 cm e eram cobertas com pelo curto.[34] A coloração variou de castanho-amarelado claro à marrom escuro; a barriga era de cor creme.[35]

O lobo-da-tasmânia adulto tinha comprimento de 100 a 130 cm, mais uma cauda de cerca de 50 a 65.[36] O maior espécime medido tinha 290 cm do nariz à cauda.[35] Adultos possuíam uma altura de 60 cm no ombro e pesavam de 20 a 30 kg.[36] Havia um leve dimorfismo sexual com os machos em média sendo maiores que as fêmeas.[37]

Um lobo-da-tasmânia fêmea possuía um marsúpio com quatro tetas, mas ao contrário de muitos outros marsupiais, a bolsa se abria na parte traseira de seu corpo. Os machos tinham uma bolsa escrotal, única entre os marsupiais australianos,[38] na qual eles podiam esconder seu saco escrotal.[33]

O lobo-da-tasmânia era capaz de abrir suas mandíbulas a uma extensão incomum: até 120 graus.[39] Esta capacidade pode ser observada em parte pela curta sequência em filme preto-e-branco de um lobo-da-tasmânia em cativeiro, realizada por David Fleay em 1933. As mandíbulas eram musculares e poderosas e tinham 46 dentes.[34]

A pegada do lobo-da-tasmânia era fácil de distinguir daquelas de espécies nativos e introduzidas

As pegadas do lobo-da-tasmânia podiam ser distinguidas de outros animais nativos ou introduzidos; diferente das raposas, gatos, cães, wombats ou diabos-da-tasmânia, os lobos-da-tasmânia tinham uma pata traseira muito larga e quatro dedos frontais óbvios, arranjados em uma linha quase reta.[40] As patas traseiras eram similares às patas frontais, mas tinham quatro dedos ao invés de cinco. Suas garras eram não-retraíveis.[33]

Os primeiros estudos científicos sugeriram que ele possuía um sentido de olfato aguçado que o permitia localizar a presa,[40] mas análises de sua estrutura cerebral revelaram que seus bulbos olfatórios não eram bem desenvolvidos. Em vez disso, é provável que dependia da visão e som quando caçava.[33] Alguns observadores o descreveram como tendo um cheiro forte e distintivo, outros um odor animal fraco e limpo, e alguns nenhum odor. É possível que o lobo-da-tasmânia, tal como seu parente, o diabo-da-tasmânia, soltasse um odor quando agitado.[41]

O lobo-da-tasmânia foi observado como tendo uma locomoção firme e um tanto esquisita, impossibilitando-o correr em alta velocidade. Podia também realizar um salto bípede, de uma forma similar à do canguru — demonstrado em várias ocasiões por espécimes em cativeiro.[33] Guiler especula que isto era utilizado como uma forma de moção acelerada quando o animal ficava alarmado. O animal também era capaz de balancear suas pernas traseiras e permanecer ereto por breves períodos.[42]

Apesar de não haver gravações de vocalizações do lobo-da-tasmânia, observadores do animal na natureza e em cativeiro notaram que ele rosnava e assobiava quando agitado, frequentemente acompanhado por um bocejo-ameaça. Durante a caça, emitia uma série de latidos guturais rapidamente repetidos similares a tosse (descritos como "yip-yap", "cay-yip" ou "hop-hop-hop"), provavelmente para comunicação entre os membros da matilha.[43] Também tinha um longo uivo lamentador, provavelmente para identificação à distância, e um baixo ruído de fungada usado para comunicação entre membros da família.[44]

Ecologia e comportamento

[editar | editar código-fonte]

Pouco é conhecido sobre o comportamento ou habitat do lobo-da-tasmânia. Algumas observações foram feitas do animal em cativeiro, mas somente evidências anedóticas limitadas existem do comportamento do animal na natureza. A maior parte das observações foram feitas durante o dia, enquanto que o lobo-da-tasmânia era naturalmente noturno. Essas observações feitas no século XX podem ter sido atípicas uma vez quer eram de uma espécie já sob as pressões que logo a levariam à extinção. Algumas características comportamentais foram extrapoladas a partir do comportamento de seu parente mais próximo, o diabo-da-tasmânia.

O lobo-da-tasmânia provavelmente preferia as florestas secas de eucaliptos, pantanal, e pasto na Austrália continental.[40] Pinturas rupestres indígenas australianas indicam que o lobo-da-tasmânia viveu pela Austrália continental e Nova Guiné. Prova da existência do animal na Austrália continental veio de uma carcaça dissecada que foi descoberta em uma caverna na Planície de Nullarbor na Austrália Ocidental em 1990; a datação por radiocarbono revelou ser um animal de cerca de há 3 300 anos.[45]

Uma das duas imagens conhecidas de um lobo-da-tasmânia com um marsúpio distendido, carregando um recém-nascido. Zoológico de Adelaide, 1889

Na Tasmânia, preferia as florestas centrais e charneca costeira, que eventualmente se tornaram o foco primário dos colonizadores britânicos buscando campos de pasto para seus rebanhos.[46] O padrão listrado pode ter provido camuflagem em florestas,[33] mas também pode ter servido para propósitos de identificação.[47] O animal possuía uma típica extensão do lar entre 40 e 80 km².[35] Aparentemente mantinha sua extensão do lar sem ser territorial; grupos grandes demais para ser uma unidade familiar eram às vezes observados juntos.[48]

lobo-da-tasmânia com três filhotes

O lobo-da-tasmânia era um caçador noturno e crepuscular, passando as horas de luz em pequenas cavernas ou troncos de árvores ocos em um ninho de galhos, casca de árvore ou folhagem de samambaias. Tinha tendência de fugir para as colinas e florestas para se abrigar durante o dia e caçava na charneca aberta à noite. Os primeiros observadores notaram que o animal era tipicamente tímido e reservado, com consciência da presença de humanos e geralmente evitando contato, apesar de ocasionalmente mostrar traços curiosos.[43]

Há evidência de pelo menos uma reprodução anual (documentos de seleção mostram filhotes descobertos no marsúpio em todas as épocas do ano), apesar das temporadas de ápice de reprodução serem no inverno e na primavera.[33] Eles gerariam até quatro filhotes por ninhada (tipicamente dois ou três), carregando o recém-nascido em um marsúpio por até três meses e os protegendo até estarem pelo menos na metade do tamanho de um adulto. Os recém-nascidos no marsúpio eram carecas e cegos, mas eles tinham os olhos abertos e estavam completamente cobertos de pelos quando saíam do marsúpio.[33] Após saírem do marsúpio, e até estarem desenvolvidos o suficiente para ajudar, os filhotes permaneciam na toca enquanto a fêmea caçava.[49] lobos-da-tasmânia se reproduziram em cativeiro com sucesso somente uma vez, no Zoológico de Melbourne em 1899.[50] Estima-se que sua expectativa de vida no meio selvagem teria sido de 5 a 7 anos, apesar de espécimes em cativeiro terem sobrevivido até 9 anos.[40]

Uma análise do esqueleto sugere que, quando caçava, o lobo-da-tasmânia dependia da resistência física ao invés de velocidade na perseguição

O lobo-da-tasmânia era exclusivamente carnívoro. Seu estômago era musculoso com a capacidade de distender-se para permitir que o animal comesse grandes quantidades de alimento de uma só vez, provavelmente uma adaptação para compensar os longos períodos em que a caça era mal sucedida e o alimento escasso.[33] Análises da estrutura do esqueleto e observações dele em cativeiro sugerem que ele separava um animal-alvo e o perseguia até ficar exausto. Alguns estudos concluem que o animal pode ter caçado em pequenos grupos familiares, com o grupo principal levando a presa na direção geral de um indivíduo esperando em uma emboscada.[29] Caçadores o relataram como um predador de emboscada.[33]

Entre as presas incluíam-se cangurus, wallabees, wombats, aves e pequenos animais como os Potorous e os possums. Uma presa favorita pode ter sido o outrora comum emu-da-tasmânia. O emu era uma ave grande não-voadora que dividia o habitat com o lobo-da-tasmânia e foi caçada até sua extinção em 1850, possivelmente coincidindo com o declínio no número de lobos-da-tasmânia.[51] Tanto dingos[52] quanto raposas[53] eram conhecidos por caçar o emu no continente.[54] Durante o século XX, o lobo-da-tasmânia foi frequentemente caracterizado primariamente como um sugador de sangue, mas poucas referências a este traço são feitas agora; sua popularidade parece ter originado de um único relato indireto.[55] Colonos europeus acreditavam que lobos-da-tasmânia haviam atacado ovelhas e aves de fazendeiros.[56][57] No cativeiro, os lobos-da-tasmânia eram alimentados com uma variedade de comidas, incluindo wallabees e coelhos mortos assim como carne de vaca, ovelha, cavalo e ocasionalmente aves.[58]

Um lobo-da-tasmânia caçado, 1869

Extinção da Austrália continental

[editar | editar código-fonte]

O lobo-da-tasmânia provavelmente foi extinto da Austrália continental há cerca de 2 000 anos, e possivelmente antes disso na Nova Guiné.[59][60] A extinção é atribuída à competição com os humanos indígenas e os invasores dingos. Dúvidas existem quanto ao impacto do dingo, entretanto, uma vez que as duas espécies não teriam estado em competição direta uma com a outra. O dingo é um predador primariamente diurno, enquanto especula-se que o lobo-da-tasmânia caçava na maioria das vezes à noite. Em adição, o lobo-da-tasmânia possuía uma estrutura mais poderosa, o que lhe teria dado uma vantagem em encontros cara a cara.[61] Entretanto, recentes examinações morfológicas de esqueletos do dingo e do lobo-da-tasmânia mostram que apesar de o dingo possuir uma mordida mais fraca, seu esqueleto podia resistir pressões maiores, permitindo-lhe abater presas maiores do que o lobo-da-tasmânia podia. O lobo-da-tasmânia era também muito menos versátil na dieta que o onívoro dingo.[62] Seus ambientes claramente se sobrepunham: restos sub-fósseis do lobo-da-tasmânia foram descobertos em proximidade àqueles de dingos. A adoção do dingo como um companheiro de caça pelos povos indígenas teria colocado o lobo-da-tasmânia sob crescente pressão.[22]

Pinturas rochosas do Parque Nacional Kakadu claramente mostram que lobos-da-tasmânia foram caçados pelos antigos humanos.[63]

Esta foto de 1921 por Henry Burrell de um lobo-da-tasmânia com uma galinha foi amplamente distribuída e pode ter ajudado a fortalecer a reputação do animal como um ladrão de aves.
Na verdade, a imagem foi cortada para esconder um cercado e uma casa, e uma análise por um pesquisador concluiu que este lobo-da-tasmânia é um espécime empalhado, posado para a câmera.[64]

Extinção na Tasmânia

[editar | editar código-fonte]

Apesar de há muito tempo extinto na Austrália continental na época que os colonizadores europeus chegaram, o lobo-da-tasmânia sobreviveu até a década de 1930 na Tasmânia. Na época do primeiro assentamento, as distribuições mais pesadas estavam nas regiões centrais nordeste, noroeste e norte.[46] Nos primeiros dias do assentamento europeu, eles eram raramente vistos, mas lentamente começaram a receber crédito por diversos ataques à ovelhas. Isto levou ao estabelecimento de esquemas de recompensas em uma tentativa de controlar sua população. A Van Diemen's Land Company introduziu recompensas por lobo-da-tasmânia desde 1830, e entre 1888 e 1909 o governo da Tasmânia pagou 1 Libra esterlina por cabeça do animal (10 shillings para filhotes). No total, pagaram 2 184 recompensas, mas acredita-se que o número de lobos-da-tasmânia mortos tenha sido muito maior do que os reivindicados.[40] Sua extinção é popularmente atribuída a estes esforços rígidos por fazendeiros e caçadores de recompensas.[40] Porém, é possível que múltiplos fatores levaram ao seu declínio e eventual extinção, incluindo competição com cachorros selvagens (introduzidos pelos colonos),[65] erosão do habitat, a extinção coexistente das espécies de suas presas, e uma doença parecida com a cinomose, que também afetou muitos espécimes em cativeiro na época.[35][66]

Seja qual for a razão, o animal havia se tornado extremamente raro na natureza ao final da década de 1920. Vários esforços foram realizados para salvar a espécie da extinção. Documentos do comitê de supervisão da Península Wilsons datados de 1908 incluem recomendações para os lobos-da-tasmânia serem reintroduzidos a diversos locais apropriados no continente victoriano. Em 1928, o Comitê Consultivo para a Fauna Nativa da Tasmânia havia recomendado uma reserva para proteger quaisquer lobos-da-tasmânia remanescentes, com locais potenciais de habitat adequado incluindo a área Arthur-Pieman do oeste da Tasmânia.[67]

O último lobo-da-tasmânia conhecido a ser morto foi baleado em 1930, pelo fazendeiro Wilf Batty em Mawbanna, no nordeste do estado. O animal (acreditado ser um macho) havia sido visto nas proximidades das casas de galinhas de Batty por várias semanas.[68]

"Benjamin" e buscas

[editar | editar código-fonte]
O último lobo-da-tasmânia fotografado no Zoológico de Hobart (antigo Beaumaris) em 1933. Um saco escrotal não é visível nesta ou em qualquer outra foto tirado ou filmagem, levando a suposição de que "Benjamin" era uma fêmea, mas a existência de uma bolsa escrotal no lobo-da-tasmânia faz com que seja impossível ter certeza

O último lobo-da-tasmânia em cativeiro, mais tarde chamado de "Benjamin" (apesar de seu sexo nunca ter sido confirmado) foi capturado em 1933 e enviado ao Zoológico de Hobart onde viveu por três anos. Frank Darby, que afirma ter sido um guarda no Zoológico de Hobart, sugeriu "Benjamin" como tendo sido o apelido do animal em um artigo de jornal em maio de 1968. Entretanto, não há nenhuma documentação existente que sugere que o animal possuía um apelido, e Alison Reid (curadora de facto do zoológico) e Michael Sharland (agente publicitário do zoológico) negaram que Frank Darby tenha algum dia trabalhado em Hobart ou que o nome Benjamin tenha sido utilizado para o animal. Darby também parece ser a fonte para a afirmação de que o último lobo-da-tasmânia foi um macho; evidências fotográficas sugerem que era uma fêmea.[69][70] Este lobo-da-tasmânia morreu em 7 de setembro de 1936. Acredita-se que tenha morrido como resultado de negligência - trancado para fora de seu local de descanso protegido, foi exposto a uma rara ocorrência de clima extremo tasmaniano: calor extremo durante o dia e temperaturas congelantes durante a noite.[71] Este lobo-da-tasmânia aparece na última filmagem conhecida de um espécime vivo: 62 segundos de filme preto-e-branco mostrando-o andando para trás e para a frente em sua área cercada em um clipe filmado em 1933 pelo naturalista David Fleay.[72][73] O Dia Nacional das Espécies Ameaçadas tem sido comemorado anualmente desde 1996 em 7 de setembro na Austrália, para celebrar a morte do último lobo-da-tasmânia oficialmente documentado.[74]

"Benjamin" bocejando em 1933

Apesar de ter havido um movimento para a conservação exigindo desde 1901 a proteção do lobo-da-tasmânia, motivados em parte pela dificuldade crescente em obter espécimes para coleções no exterior, dificuldades políticas impediram qualquer forma de proteção ser aplicada até 1936. A proteção oficial da espécie pelo governo tasmaniano foi introduzida em 10 de julho de 1936, 59 dias antes do último espécime conhecido morrer em cativeiro.[75]

Os resultados de buscas subsequentes indicaram uma forte possibilidade de sobrevivência da espécie na Tasmânia até à década de 1960. Buscas feitas pelo Dr. Eric Guiler e David Fleay no noroeste da Tasmânia encontraram pegadas e excrementos que podem ter pertencido ao animal, ouviram vocalizações que eram compatíveis com àquelas do lobo-da-tasmânia, e coletaram evidência anedótica de pessoas que supostamente viram o animal. Apesar das buscas, nenhuma evidência conclusiva foi encontrada para indicar a existência continuada na natureza.[24]

O lobo-da-tasmânia possuía o estatuto de espécie ameaçada até 1986. Padrões internacionais afirmam que qualquer animal que não apresente nenhum espécime registrado por 50 anos deve ser declarado extinto. Uma vez que nenhuma prova definitiva da existência do lobo-da-tasmânia foi encontrada desde a morte de "Benjamin" em 1936, se encontrou de acordo com o critério oficial e foi declarado oficialmente extinto pela União Internacional para a Conservação da Natureza.[3] A Convenção sob Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagem (CITES) é mais cautelosa, listando-o como "possivelmente extinto".[76]

Aparições não confirmadas

[editar | editar código-fonte]

Apesar do lobo-da-tasmânia ser considerado extinto, muitos acreditam que o animal ainda existe. Aparições são regularmente alegadas na Tasmânia, outras partes da Austrália e até na área da Nova Guiné Ocidental, da Indonésia, próxima da fronteira com Papua-Nova Guiné. A Associação de Pesquisa de Fauna Australiana Rara registrou 3 800 aparições em arquivo na Austrália continental desde a data de extinção em 1936,[77] enquanto o Centro de Pesquisa Animal Misterioso da Austrália registrou 138 até 1998, e o Departamento de Conservação e Gerenciamento de Terras registrou 65 na Austrália Ocidental no mesmo período.[43] Os pesquisadores independentes de lobo-da-tasmânia, Buck e Joan Emburg, da Tasmânia, registraram 360 aparições tasmanianas pós-extinção no século XX e 269 continentais, números compilados de diversas fontes.[78] No continente, as aparições são mais frequentemente registradas no sul de Victoria.[79]

Algumas aparições geraram uma grande quantidade de publicidade. Em 1982, um pesquisador do Serviço de Parques e Vida Selvagem da Tasmânia, Hans Naarding, observou o que acreditava ser um lobo-da-tasmânia por três minutos durante a noite em um local perto de Arthur River no noroeste da Tasmânia. A aparição levou a uma extensa pesquisa de um ano financiada pelo governo.[80] Em janeiro de 1995, um oficial de Parque e Vida Selvagem reportou ter observado um lobo-da-tasmânia na região de Pyengana no nordeste da Tasmânia nas primeiras horas da manhã. Buscas posteriores não revelaram nenhum sinal do animal.[81] Em 1997, foi reportado que moradores locais e missionários próximos a Pirâmide Carstensz na Nova Guiné Ocidental[82][83] haviam visto lobos-da-tasmânia. Os moradores locais aparentemente sabiam deles por muitos anos, mas não haviam feito nenhum registro oficial.[84] Em fevereiro de 2005, Klaus Emmerichs, turista alemão, afirmou ter tirado fotografias digitais de um lobo-da-tasmânia que viu perto do Parque Nacional Cradle Mountain-Lake St. Clair, mas a autenticidade das fotografias não foi estabelecida.[85] As fotos não foram publicadas até abril de 2006, quatorze meses após a aparição. As fotografias, que mostravam somente as costas do animal, foram classificadas por aqueles que os estudam como inconclusivas como evidências da existência continuada do lobo-da-tasmânia.[86][87]

Em 1983, Ted Turner ofereceu uma recompensa de 100 000 dólares americanos por prova da existência continuada do lobo-da-tasmânia.[88] Entretanto, uma carta enviada em resposta a uma pergunta por um pesquisador de lobos-da-tasmânia, Murray McAllister, em 2000 indicou que a recompensa foi retirada.[89] Em março de 2005, a revista de notícias australiana The Bulletin, como parte das celebrações de seu aniversário de 125 anos, ofereceu uma recompensa de 1,25 milhões de dólares australianos pela captura segura de um lobo-da-tasmânia vivo.[90] Quando a oferta acabou no final de junho do mesmo ano, ninguém havia produzido nenhuma evidência da existência do animal. Uma recompensa de 1,75 milhões de dólares australianos foi oferecida por um operador de passeios tasmaniano, Stewart Malcolm.[86] A caça é ilegal sob os termos da proteção do lobo-da-tasmânia, então qualquer recompensa feita por sua captura é inválida, uma vez que uma licença de caça não seria emitida.[88]

Pesquisas e projetos modernos

[editar | editar código-fonte]
Espécime empalhado no Museu Nacional da Austrália em Camberra, Território da Capital Australiana

Documentos de todos os espécimes, muitos dos quais estão em coleções europeias, estão agora arquivados no International Thylacine Specimen Database. O Museu Australiano em Sydney começou um projeto de clonagem em 1999.[91] O objetivo era usar material genético dos espécimes retirados e preservados no começo do século XX para clonar novos indivíduos e restaurar a espécie da extinção. Diversos microbiologistas rejeitaram o projeto como uma jogada de relações públicas a fim de atrair atenção e seu proponente-chefe, o Professor Mike Archer, recebeu em 2002 uma indicação para o Bent Spoon Award do Australian Skeptics por ser "o autor do mais absurdo pedaço de besteira paranormal ou pseudo-científico".[92]

Esqueleto de lobo-da-tasmânia, Muséum national d'histoire naturelle, Paris

No final de 2002, os pesquisadores obtiveram algum êxito uma vez que conseguiram extrair DNA replicável dos espécimes.[93] Em 15 de fevereiro de 2005, o museu anunciou que estava suspendendo o projeto após testes mostrarem que o DNA retirado dos espécimes havia sido muito degradado para ser utilizável.[94][95] Em maio de 2005, o Professor Michael Archer, Reitor de Ciência da Universidade de Nova Gales do Sul, antigo diretor do Museu Australiano e biólogo evolucionário, anunciou que o projeto estava sendo reiniciado por um grupo de universidades interessadas e um instituto de pesquisa.[86][96]

Espécime no Museu de Oslo

O International Thylacine Specimen Database foi completado em abril de 2005 e é a culminação de um projeto de pesquisa de quatro anos para catalogar e fotografar digitalmente, se possível, todo material conhecido remanescente de espécimes de lobos-da-tasmânia mantido em coleções de museus, universidades e privadas.[67][97] Os documentos originais são mantidos pela Sociedade Zoológica de Londres.[3]

Em 2008, os pesquisadores Andrew J. Pask e Marilyn B. Renfree da Universidade de Melbourne e Richard R. Behringer da Universidade do Texas supostamente conseguiram restaurar a funcionalidade de um gene acentuassomo Col2A1 obtido de tecidos de um lobo-da-tasmânia conservados em etanol por 100 anos em coleções de museus. O material genético foi observado funcionando em ratos transgênicos. A pesquisa aumentou as esperanças de eventualmente restaurar a população de lobos-da-tasmânia.[98][99]

Em 2022, o laboratório da Universidade de Melbourne recebeu um donativo de 5 milhões de dólares para os ajudar a trazer de volta a espécie. A investigação propõe nove passos-chave para a deextinção do lobo-da-Tasmânia. O financiamento permitirá ao laboratório avançar e concentrar-se em três áreas-chave: melhorar a compreensão do genoma do lobo-da-Tasmânia, desenvolver técnicas para utilizar células estaminais marsupiais para criar um embrião, e depois transferir com sucesso o embrião para um útero substituto hospedeiro, como por exemplo um Diabo-da-Tasmânia.[100]

Referências culturais

[editar | editar código-fonte]
Brasão da Tasmânia
Ilustração de um lobo-da-tasmânia

O lobo-da-tasmânia tem sido utilizado extensivamente como um símbolo da Tasmânia. O animal aparece no brasão oficial da Tasmânia, no logotipo usado pelo governo da ilha - originalmente criado para a Tourism Tasmania - e na medalha da Royal Society of Tasmania, além do brasão e do símbolo do Conselho da Cidade de Launceston.[101] O lobo-da-tasmânia está no logotipo oficial da Associação Tasmaniana de Críquete e é o mascote do time Tasmanian Tigers.[101] Desde 1998, tem sido proeminentemente veiculado em placas de automóveis australianas. Também apareceram em selos postais da Austrália, Guiné Equatorial e Micronésia[102] e em uma moeda comemorativa do centenário da Austrália.[101]

A difícil situação do lobo-da-tasmânia foi apresentada em uma campanha para The Wilderness Society intitulada We used to hunt Thylacines (em português: Nós costumávamos caçar lobos-da-tasmânia). É mostrado comercialmente nos produtos de cerveja da Cascade Brewery e em seus anúncios na televisão, assim como em várias empresas menores.[103] Em jogos eletrônicos, Ty the Tasmanian Tiger é a estrela de sua própria trilogia,[104] e o lobo-da-tasmânia é um dos animais de Zoo Tycoon 2: Extinct Animals, um pacote de expansão do jogo para computador, Zoo Tycoon 2.[105] O lobo-da-tasmânia também se mostra presente na série de jogos Crash Bandicoot, onde o vilão Tiny Tiger é um lobo-da-tasmânia mutante.

Na televisão, no começo da década de 1990, o desenho animado "Taz-Mania" apresentava o personagem Wendell T. Wolf, que supostamente era o último sobrevivente da espécie. O lobo-da-tasmânia também foi destacado em um episódio de Kratts' Creatures, "In Search of the Tasmanian Tiger", no qual os apresentadores saem em busca do que acreditavam ser um tigre-da-tasmânia.[106]

O lobo-da-tasmânia também é tema de Tiger Tale, um livro para crianças baseado no mito aborígene sobre como o lobo-da-tasmânia conseguiu suas listras,[107] e como um personagem chamado Rolf no musical sobre extinção, Rockford's Rock Opera.[108]

O Filme The Hunter (2011), O Caçador (em português), protagonizado por Willen Dafoe, conta a história de um mercenário enviado para caçar o último tigre-da-tasmânia, vivo.[109]

Referências

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D.E.; Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal Species of the World 3 ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. p. 23. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. Piper, Katarzyna J. (2007). «Early Pleistocene mammals from the Nelson Bay local fauna, Portland, Victoria, Australia». Journal of Vertebrate Paleontology. 27 (2): 492–503. doi:10.1671/0272-4634(2007)27[492:EPMFTN]2.0.CO;2 
  3. a b c d «Thylacinus cynocephalus». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235. Consultado em 12 de dezembro de 2017 
  4. a b Harris, G. P. (1808). «Description of two new Species of Didelphis from Van Diemen's Land». Transactions of the Linnean Society of London. 9 (1): 174–178. doi:10.1111/j.1096-3642.1818.tb00336.x. Consultado em 21 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  5. Geoffroy-Saint-Hilaire, [Étienne] (1810). «Description de deux espèces de Dasyures (Dasyurus cynocephalus et Dasyurus ursinus. Annales du Muséum National d'Histoire Naturelle. 15: 301–306. Consultado em 21 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  6. a b Temminck, C. J. (1827). «Thylacine de Harris. – Thylacinus harrisii». Monographies de mammalogie. 1. Paris: G. Dufour et Ed. d'Ocagne. pp. 63–65 
  7. Grant, J. (1831). «Notice of the Van Diemen's Land Tiger». Gleanings in Science. 3 (30): 175–177. Consultado em 21 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  8. Warlow, W. (1833). «Systematically arranged Catalogue of the Mammalia and Birds belonging to the Museum of the Asiatic Society, Calcutta». The Journal of the Asiatic Society of Bengal. 2 (14): 97. Consultado em 21 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  9. «Genus Thylacinus, Temm.». Descriptive Catalogue of the Specimens of Natural History in Spirit Contained in the Museum of the Royal College of Surgeons of England. Vertebrata: Pisces, Reptilia, Aves, Mammalia. London: Taylor and Francis. 1859. p. 147 
  10. Krefft, Gerard (1868). «Description of a new species of Thylacine (Thylacinus breviceps. The Annals and Magazine of Natural History. Fourth Series. 2 (10): 296–297. doi:10.1080/00222936808695804. Consultado em 21 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 2 de agosto de 2017 
  11. De Vis, C. W. (1894). «A thylacine of the earlier nototherian period in Queensland». Proceedings of the Linnean Society of New South Wales. 8: 443–447. Consultado em 8 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2019 
  12. «Grande Dicionario Houaiss». houaiss.uol.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  13. França, Elisa Almeida. E Se...Trouxéssemos de volta animais extintos? Arquivado em 14 de fevereiro de 2009, no Wayback Machine.. Super Interessante, ed. 152, nov. 2002. Página visitada em 22 de setembro de 2008.
  14. «Lobo-da-tasmânia». Michaelis On-Line. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  15. «Tradução de lobo-da-tasmânia no Dicionário Infopédia de Português Inglês». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  16. De Cicco, Lucia Helena Salvetti. Lobo (ou tigre) da Tasmânia Arquivado em 27 de setembro de 2008, no Wayback Machine.. Saúde Animal. Página visitada em 22 de setembro de 2008.
  17. Assim como os nomes alternativos comuns, o tilacino foi chamado por uma gama de outros nomes, que frequentemente faziam uma identificação clara da espécie na dificuldade dos registros. Outros nomes pelos quais ele era ocasionalmente identificado incluem lobo-marsupial, hiena, lobo-zebra, lobo-canguru, cuíca-zebra, tigre, tigre-marsupial, gato-tigre, lobo tasmaniano com marsúpio, e cuíca-hiena.
  18. «Riversleigh». Australian Museum. 1999. Consultado em 22 de setembro de 2008. Arquivado do original em 14 de junho de 2006 
  19. «Is there a fossil Thylacine?». Australian Museum. 1999. Consultado em 22 de setembro de 2008. Arquivado do original em 2 de junho de 2009 
  20. «Lost Kingdoms: Dickson's Thylacine (Nimbacinus dicksoni. Australian Museum. 1999. Consultado em 22 de setembro de 2008. Arquivado do original em 19 de março de 2006 
  21. «Lost Kingdoms: Powerful Thylacine (Thylacinus potens. Australian Museum. 1999. Consultado em 22 de setembro de 2008. Arquivado do original em 25 de março de 2005 
  22. a b C.N. Johnson and S, Wroe (novembro de 2003). «Causes of extinction of vertebrates during the Holocene of mainland Australia: arrival of the dingo, or human impact?». The Holocene. 13 (6): 941–948. doi:10.1191/0959683603hl682fa 
  23. L Werdelin (1986). «Comparison of Skull Shape in Marsupial and Placental Carnivores». Australian Journal of Zoology. 34 (2): 109–117. doi:10.1071/ZO9860109 
  24. a b c «Threatened Species: Thylacine - Tasmanian tiger, Thylacinus cynocephalus» (PDF). Parks and Wildlife Service, Tasmania. Dezembro de 2003. Consultado em 22 de setembro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 2 de outubro de 2006 
  25. Anna Salleh (15 de dezembro de 2004). «Rock art shows attempts to save thylacine». ABC Science Online. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  26. Rembrants. D. (1682). "A short relation out of the journal of Captain Abel Jansen Tasman, upon the discovery of the South Terra incognita; not long since published in the Low Dutch". Philosophical Collections of the Royal Society of London, (6), 179-86. Citado em Paddle (2000) p.3
  27. Roth H.L. (1891). "Crozet's Voyage to Tasmania, New Zealand, etc....1771–1772.". London. Truslove and Shirley. Citado em Paddle (2000) p.3
  28. Robert Paddle (2000). The Last Tasmanian Tiger: The History and Extinction of the Thylacine. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 3. ISBN 0-521-53154-3 
  29. a b «Information sheet: Thylacine Thylacinus cynocephalus». Victoria Museum. Abril de 2005. Consultado em 19 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 5 de dezembro de 2008 
  30. Robert Paddle (2002). The Last Tasmanian Tiger: The History and Extinction of the Thylacine. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 5. ISBN 0-521-53154-3 
  31. T. F. Hoad (Ed.) (1986). The Concise Oxford Dictionary of English Etymology. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-863120-0 
  32. «The mitochondrial genome sequence of the Tasmanian tiger (Thylacinus cynocephalus)». Genome Research, CSH Press. 2009. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  33. a b c d e f g h i j Joan Dixon. «Fauna of Australia chap.20 vol.1b» (PDF). Australian Biological Resources Study (ABRS). Consultado em 19 de janeiro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 8 de janeiro de 2009 
  34. a b «Australia's Thylacine: What did the Thylacine look like?». Australian Museum. 1999. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  35. a b c d Dr Eric Guiler (2006). «Profile - Thylacine». Departamento de Zoologia da Universidade da Tasmânia. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  36. a b Sally Bryant and Jean Jackson Threatened Species Unit, Parks and Wildlife Service, Tasmania (1999). Tasmania's Threatened Fauna Handbook (PDF). [S.l.]: Bryant and Jackson. pp. 190–193. ISBN 0-7246-6223-5 
  37. Menna Jones (dezembro de 1997). «Character displacement in Australian dasyurid carnivores: size relationships and prey size patterns». Ecological Society of America. Ecology. Consultado em 26 de janeiro de 2009 
  38. A bolsa escrotal é quase única dentro dos marsupiais – o único outro membro da espécie marsupial a apresentar isto é a Cuíca-d'água, Chironectes minimus que é encontrada na América Latina.
  39. AFP (21 de outubro de 2003). «Extinct Thylacine May Live Again». Discovery Channel. Consultado em 26 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 8 de outubro de 2012 
  40. a b c d e f «Wildlife of Tasmania: Mammals of Tasmania: Thylacine, or Tasmanian tiger, Thylacinus cynocephalus». Parks and Wildlife Service, Tasmania. 2006. Consultado em 26 de janeiro de 2009 
  41. Paddle (2000). p.49
  42. «Tasmanian Tiger». Archives Office of Tasmania. 1930. Consultado em 26 de janeiro de 2009 
  43. a b c Greg Heberle (2004). «Reports of alleged thylacine sightings in Western Australia» (PDF). Conservation Science W. Aust. 5 (1): 1–5. Consultado em 26 de janeiro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 9 de novembro de 2006 
  44. Paddle (2000). p.65–66
  45. «Mummified thylacine has national message». Museu Nacional da Austrália, Camberra. 16 de junho de 2004. Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 20 de junho de 2015 
  46. a b «Australia's Thylacine: Where did the Thylacine live?». Australian Museum. 1999. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  47. Paddle (2000). p.42–43
  48. Paddle (2000). p.38–39
  49. Paddle (2000). p.60
  50. Paddle (2000). p.228–231
  51. Paddle (2000). p.81
  52. Pople, A. R., G. C. Grigg, S. C. Cairns, L. A. Beard and P. Alexander (2000). «Trends in the numbers of red kangaroos and emus on either side of the South Australian dingo fence: evidence for predator regulation?». Wildlife Research. 27 (3): 269–276. doi:10.1071/WR99030 
  53. «Emu». Consultado em 12 de dezembro de 2008 
  54. Alguns escritores vão além ao postular que o maxilar e o pulo bípede do tilacino maduro eram especializados em caçar o emu e ou quebrar seu pescoço ou ferir a veia jugular.
  55. Paddle (2000). p.29–35
  56. Baseado na falta de relatos em primeira-mão confiáveis, Robert Paddle argumentou que a predação de ovelhas e aves pode ter sido exagerada, sugerindo que o tilacino foi usado como um bode expiatório conveniente para a falta de controle das fazendas de ovelha, e a imagem dele como um matador de aves ficou impressa na consciência pública por uma notória foto tirada por Henry Burrell em 1921.
  57. Paddle (2000) p.79–138
  58. Paddle (2000). p.96
  59. Relatos de sobrevivência de tilacinos no sul da Austrália persistiram até a década de 1840 a partir de fontes indígenas e europeias.
  60. Paddle (2000) p.23–24
  61. «Introducing the Thylacine». The Thylacine Museum. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  62. «Tiger's demise: dingo did do it - National - smh.com.au». Smh.com.au. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  63. Paddle (2000) Plate 2.1 p.19
  64. Carol Freeman (junho de 2005). «Is this picture worth a thousand words? An analysis of Henry Burrell's photograph of a thylacine with a chicken» (PDF). Australian Zoologist. 33 (1). Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 25 de fevereiro de 2009 
  65. Boyce, James (2006). «Canine Revolution: The Social and Environmental Impact of the Introduction of the Dog to Tasmania». Environmental History. 11 (1): 102–129 – via JSTOR 
  66. Paddle (2000). p.202–203
  67. a b «Tasmanian tiger skin: Charles Selby Wilson collection». Museu Nacional da Austrália, Camberra. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  68. «Additional Thylacine Topics: Persecution». The Thylacine Museum. 2006. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  69. Paddle (2000) p.198–201
  70. Paddle foi incapaz de encontrar quaisquer registros de que um Frank Darby foi empregado pelo Zoológico de Beaumaris/Hobart durante o tempo que Reid ou seu pai estavam no comando, e notou diversas inconsistências na história que Darby contou durante seu entrevista em 1968.
  71. Paddle (2000). p195
  72. Leigh Dayton (19 de maio de 2001). «Rough Justice». New Scientist. Consultado em 16 de janeiro de 2009 
  73. Fleay foi mordido no traseiro enquanto filmando este filme, tendo ignorado as vocalizações de ameaça na forma de bocejos e assobios feitos pelo animal.
  74. «National Threatened Species Day». Department of the Environment and Heritage, Australian Government. 2006. Consultado em 16 de janeiro de 2009 
  75. Paddle (2000). p.184
  76. «Appendices I, II and III». Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora. 14 de junho de 2006. Consultado em 16 de janeiro de 2009 
  77. «The Tasmanian Tiger: Thylacinus cynocephalus». Associação de Pesquisa de Fauna Australiana Rara. 2003. Consultado em 19 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 11 de outubro de 2006 
  78. Buck Emburg e Joan Emburg. «Thylacine Sightings Map». Tasmanian-tiger.com. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  79. «Thyla seen near CBD?». The Sydney Morning Herald. 18 de agosto de 2000. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  80. «Mystery that burns so bright». The Sydney Morning Herald. 9 de maio de 2000. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  81. James Woodford (30 de janeiro de 1995). «New bush sighting puts tiger hunter back in business». The Sydney Morning Herald. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  82. Dingos, o competidor possível do tilacino, agora são raros, senão extintos, na Nova Guiné Ocidental.
  83. Corbett, L.K (2004). «IUCN Red List: Canis lupus ssp. dingo». IUCN. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  84. Louise Williams (15 de abril de 1997). «Tassie tiger sighting claim in Irian Jaya». The Sydney Morning Herald. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  85. «Tourist claims to have snapped Tasmanian tiger». The Sydney Morning Herald. 1 de março de 2005. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  86. a b c Daniel Dasey (15 de maio de 2005). «Researchers revive plan to clone the Tassie tiger». Sydney Morning Herald. Consultado em 19 de janeiro de 2009. Cópia arquivada em 9 de agosto de 2017 
  87. «Tourist claims to have snapped Tasmanian tiger». Sydney Morning Herald. 1 de março de 2005. Consultado em 19 de janeiro de 2009 
  88. a b Jason Steger (26 de março de 2005). «Extinct or not, the story won't die». The Age. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  89. Murray McAllister (2000). «Reward Monies Withdrawn». Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2007 
  90. «Revista Australiana anda à caça do tigre-da-tasmânia». Ciberia. Consultado em 19 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 27 de setembro de 2007 
  91. Julia Leigh (30 de maio de 2002). «Back from the dead». London: The Guardian. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  92. «Tasmanian tiger clone a fantasy: scientist». Melbourne Age. 22 de agosto de 2002. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  93. «Attempting to make a genomic library of an extinct animal». Australian Museum. 1999. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  94. «Museum ditches thylacine cloning project». ABC News Online. 15 de fevereiro de 2005. Consultado em 14 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 15 de outubro de 2008 
  95. Deborah Smith (17 de fevereiro de 2005). «Tassie tiger cloning 'pie-in-the-sky science'». Sydney Morning Herald. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  96. Judy Skatssoon (15 de fevereiro de 2005). «Thylacine cloning project dumped». ABC Science Online. Consultado em 14 de janeiro de 2009 
  97. Peles ocasionalmente aparecem em posse privada, como a pele Wilson adquirida pelo National Museum of Australia em 1987.
  98. Resurrection of DNA Function In Vivo from an Extinct Genome by Andrew J. Pask, Richard R. Behringer1 and Marilyn B. Renfree PLoS ONE 21/05/2008
  99. Tasmanian tiger gene lives again Nature News 20/05/2008
  100. «No longer science fiction: $5M gift brings de-extinction of the thylacine one step closer» 
  101. a b c Imaging the Thylacine. University of Tasmania Library. Página visitada em 22 de setembro de 2008.
  102. Philip R. Burns (6 de julho de 2003). «Thylacine Stamps». Consultado em 22 de setembro de 2008 
  103. «The Commercial Thylacine» (em inglês). Imaging the Thylacine. 24 de setembro de 2007. Consultado em 27 de janeiro de 2009 
  104. «Ty the Tasmanian Tiger» (em inglês). Game Spot. Consultado em 28 de janeiro de 2009 
  105. «Zoo Tycoon 2: Extinct Animals» (em inglês). Microsoft. Consultado em 16 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2009 
  106. «#105 In Search of the Tasmanian Tiger» (em inglês). Public Broadcasting Service. Consultado em 27 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 6 de maio de 2009 
  107. «Tiger Tale» (em inglês). Bandicoot Books. Consultado em 28 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 5 de janeiro de 2009 
  108. Arnold, Sue (13 de dezembro de 2008). «Review: Rockford's Rock Opera». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  109. Smith, Ian Haydn (2012). International film guide 2012: the definitive annual review of world cinema. Brighton: International Film Guide. p. 66. ISBN 978-1-908215-01-7. OCLC 774640292 
  • Guiler, E. (1985). Thylacine: The Tragedy of The Tasmanian Tiger. Oxford University Press. ISBN 0-19-554603-2
  • Guiler, E. & Godard, P. (1998). Tasmanian Tiger: A lesson to be learnt. Abrolhos Publishing. ISBN 0-9585791-0-5
  • Guiler, E. R. (1961a). "Breeding season of the Thylacine." Journal of Mammalogy 42(3): 396–397.
  • Guiler, E. R. (1961b). "The former distribution and decline of the Thylacine." Australian Journal of Science 23(7): 207–210.
  • Lord, C. (1927). "Existing Tasmanian marsupials." Papers and Proceedings of the Royal Society of Tasmania 61: 17–24.
  • Lowry, D. C. (1967). "Discovery of a Thylacine (Tasmanian Tiger) Carcase In a Cave Near Eucla, Western Australia." Helictite.
  • Paddle, R. (2000). The Last Tasmanian Tiger: The History and Extinction of the Thylacine. Cambridge University Press. ISBN 0-521-53154-3
  • Park, A. (1986). "A Tasmanian Tiger Extinct or Merely Elusive." Australian Geographic 1(3): 66–83.
  • Pearce, R (1976). "Thylacines in Tasmania." Australian Mammal Society Bulletin 3: 58.
  • Smith, S. J. (1980). "The Tasmanian Tiger - 1980. A report on an investigation of the current status of thylacine Thylacinus cynocephalus, funded by the World Wildlife Fund Australia." Hobart: National Parks and Wildlife Service, Tasmania.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
Commons Imagens e media no Commons
Wikispecies Diretório no Wikispecies