Salomão e a Rainha de Sabá
Solomon and Sheba | |
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Cartaz do filme | |
No Brasil | Salomão e a Rainha de Sabá |
Em Portugal | Salomão e a Rainha de Sabá Salomão e a Rainha do Sabá |
Estados Unidos 1959 • cor • 141 min | |
Gênero | drama histórico-romântico |
Direção | King Vidor |
Produção | Ted Richmond |
Roteiro | Anthony Veiller (roteiro) Paul Dudley (roteiro) George Bruce (roteiro) Crane Wilbur (história) |
Elenco | Yul Brynner Gina Lollobrigida George Sanders |
Música | Mario Nascimbene |
Idioma | inglês |
Solomon and Sheba (bra: Salomão e a Rainha de Sabá[1][2]; prt: Salomão e a Rainha de Sabá[3] ou Salomão e a Rainha do Sabá[4]) é um filme épico estadunidense de 1959, do gênero drama histórico-romântico, dirigido por King Vidor,[1] com roteiro de Anthony Veiller, Paul Dudley e George Bruce baseado em história de Crane Wilbur, por sua vez inspirada no Livro dos Reis e nas II Crônicas, da Bíblia.[5]
Realizado em Technirama com colorido Technicolor, Salomão e a Rainha de Sabá foi distribuído pela United Artists.[6]
Tyrone Power morreu durante as filmagens na Espanha e teve que ser substituído por Yul Brynner no papel de rei Salomão.[7]
A trama cinematográfica diverge substancialmente das fontes bíblicas, principalmente na representação da rainha de Sabá como aliada do Antigo Egito e em oposição ao rei Salomão, de Israel, além de seu caso amoroso com o monarca.[carece de fontes]
A produção alcançou notoriedade devido a uma cena de orgia ritual,[carece de fontes] que incluía uma dança sensual de Gina Lollobrigida, intérprete da rainha de Sabá — mesmo sem nudez, foi uma sequência bastante licenciosa para os padrões da época.
Elenco
[editar | editar código-fonte]- Yul Brynner...rei Salomão
- Gina Lollobrigida...rainha de Sabá
- George Sanders...Adonias
- Marisa Pavan...Abisag
- David Farrar... faraó Siamun
- Harry Andrews...Baltor
- John Crawford...Joabe
- Laurence Naismith...Hezrai
- Finlay Currie...rei Davi
- Jean Anderson...Takyan
- William Devlin...Natã
- Jack Gwillim...Josias
- José Nieto...Ahab
- Maruchi Fresno...Betsabá (não creditado)
- Ramiel Peña...Zadoque (não creditado)
Sinopse
[editar | editar código-fonte]Depois de quarenta anos sob a liderança do Rei Davi, Israel está unificado e próspero e os beligerantes inimigos fronteiriços, que incluía o Egito e aliados, foram derrotados. Agora moribundo, Davi escolhe como seu sucessor por inspiração divina seu filho mais novo Salomão, contrariando o guerreiro Adonias que se considerava com o direito de ser o próximo rei. Coroado, Salomão não quer entrar em guerra com o irmão e deixa o comando do exército para Adonias e o braço-direito dele Joabe, enquanto constrói um Templo como prometera a seu pai. Reinando com sabedoria, Salomão torna Israel ainda mais próspero e sem guerras. Mas os reinos da fronteira temem o crescimento e a religião dos israelitas e articulam para derrubar Salomão. Um desses inimigos de Israel é a rainha de Sabá que prefere evitar a guerra e se oferece para ir à corte de Salomão, com o intuito de espioná-lo e assassiná-lo. Mas acaba cativada pela sabedoria e personalidade do rei e se apaixona, mas o culto pagão dela, ao ser tolerado por Salomão de ser praticado em Jerusalém, desagrada Deus e acaba com a unificação de Israel. Adonias, que nunca desistira de ficar com a coroa, resolve se aproveitar e planeja atacar o irmão se aliando ao Egito.[carece de fontes]
Produção
[editar | editar código-fonte]Edward Small anunciou planos para um filme sobre o Rei Salomão no início de 1953.[8] No ano seguinte, Julius Epstein tinha escrito o roteiro para ele que pretendia contar com a produção de Clarence Greene e Russell Rouse (sob a supervisão de Small).[9] Small então anunciou que estava desenvolvendo o projeto com Arthur Hornblow Jr. e em 1955 Gina Lollobrigida foi contratada.[10] A United Artists concordou em ser a distribuidora no ano seguinte.[11] Small providenciou antecipadamente 75% (do total de 6 milhões de dólares) do orçamento do filme, cabendo a United Artists o restante 25%.[12]
Lollobrigida tornou-se parceira financeira, sob a garantia de uma porcentagem dos lucros[13] O papel do Rei Salomão ficara entre Tyrone Power e Yul Brynner; o primeiro assinou após parte do roteiro ter sido reescrito.[14]
O envolvimento de Power fez com que o filme se tornasse uma coprodução com a produtora dele, a Copa Productions, liderada por Ted Richmond. Nesse intervalo, Small e Hornblow tinham realizado juntos Witness for the Prosecution e mantinham um contrato mas decidiram terminar a sociedade. Small se associou à Copa Productions, com Hornblow retendo um ganho financeiro[15]
O filme foi realizado em Madri e Valdespartera, Zaragoza, Espanha. A produção começou em 15 de setembro de 1958 e esperava-se terminá-la em meados de dezembro daquele ano.
Morte de Tyrone Power
[editar | editar código-fonte]Dois terços foram filmados pela unidade que estava em Madri quando, em 15 de novembro, Tyrone Power, encenando um duelo com George Sanders, reclamou de dores em seu braço esquerdo e no peito. Internado às pressas num hospital, morreu de enfarte pouco depois; sua esposa, grávida, o acompanhava. Um funeral foi realizado em 16 de novembro, na base aérea norte-americana de Torrejon.[16]
Os produtores do filme ficaram abalados. As cenas de amor ainda não haviam sido feitas, outro ator deveria entrar para o elenco se o roteiro continuasse como estava; as cenas de batalha tinham sido filmadas e a maior parte poderia ser aproveitada, apenas adicionando-se close-ups do novo ator.[17] Outra possibilidade discutida era reescrever o roteiro aproveitando as cenas de Power, ou usar o trabalho do ator na primeira metade do filme (como "Salomão jovem"), ficando o novo ator para aparecer na segunda metade. Isso ficou difícil pois tinha que ter a aprovação de três parceiros, estrela e diretor: Small, Copa Productions e Gina Lollobrigida.[12]
Em 16 de novembro Small ofereceu o papel de Salomão a Yul Brynner, amigo de Power, e o ator aceitou.[18] Com isso o ator desistiu do papel em Spartacus, com o qual tinha se comprometido.Mas a United Artists não tinha conversado com Brynner e ficou relutante em aceitar as condições oferecidas a ele. Ted Richmond queria deixar a produção e por algum tempo o destino do filme ficou incerto.[12]
Outra opção para o cancelamento fora cogitada: os produtores haviam feito um seguro de 3 milhões de dólares no caso do falecimento de um dos seis protagonistas[19] Lloyds de Londres pagava 100.000 dólares diários durante a interrupção.[20] Ao final, decidiram continuar com o projeto com Brynner no papel de Salomão.
O filme foi completado em dez semanas após muitas dificuldades em manter-se o orçamento estimado de 6 milhões de dólares.[21][22] Mas era relativamente barato considerando-se a escala do projeto e a Espanha se tornou preferencial para produções de Hollywood.[23]
Lançamento
[editar | editar código-fonte]Solomon and Sheba estreou mundialmente em 27 de outubro de 1959 no Cine Astoria, Charing Cross Road, Londres, apresentado em película de 70mm.
Recepção
[editar | editar código-fonte]Solomon and Sheba foi recebido com indiferença ou negativamente e a atuação de Yul Brynner foi criticada por nada menos que o diretor do filme, King Vidor, que achava que Tyrone Power se saíra melhor como um rei em conflito do que Brynner, que aparentemente mostrava estar inseguro[24] A revista Variety, contudo, elogiou algumas cenas escrevendo (tradução livre/aproximada) "cenas magnificamente produzidas", e descreveu Lollobrigida como tendo exibido "a rainha que era uma mulher cerebral e também com uma beleza sensual".[25] Continuando, a revista disse que Brynner "teve uma atuação refinada ao apresentar Salomão como um cantor e poeta, mas que ao final se mostra um homem comum de carne e sangue que não resistiu à Rainha de Sabá".[25]
Bilheteria
[editar | editar código-fonte]O filme arrecadou cerca de 5,5 milhões de dólares na América do Norte[26] e no total 12,2 milhões.
Referências
- ↑ a b «Salomão e a Rainha de Sabá». Brasil: CinePlayers. Consultado em 18 de maio de 2019
- ↑ «Salomão e a Rainha de Sabá». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 18 de maio de 2019
- ↑ «Descoberto palácio da rainha de Sabá». Diário de Notícias. Lisboa. 9 de maio de 2008. Consultado em 18 de maio de 2019.
Até Hollywood se rendeu à sua história, em 1959, com Solomon and Sheba, de King Vidor (Salomão e a Rainha de Sabá, no título português).
- ↑ «Salomão e a Rainha do Sabá». Portugal: CineCartaz. Consultado em 18 de maio de 2019
- ↑ Oviatt, Ray (29 de janeiro de 1960). «New Biblical Epic Stays With Formula». Toledo Blade. Consultado em 21 de setembro de 2013
- ↑ «'Solomon and Sheba': Art of War Varies Little Over Years». The Milwaukee Sentinel. 3 de janeiro de 1960. Consultado em 21 de setembro de 2013
- ↑ Campbell, Richard H.; Pitts, Michael R. (1981). The Bible on Film. Londres: The Scarecrow Press. p. 44-5. ISBN 0810814730
- ↑ Hopper, Hedda (30 de outubro de 1953). «Looking at Hollywood: Spencer Tracy to Do 'Digby' Film Version». Chicago Daily Tribune. p. a11
- ↑ THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (31 de agosto de 1954). «GREENE AND ROUSE TO MAKE 12 FILMS: They Form Team to Produce, Write and Direct With the Backing of Edward Small». New York Times. p. 26
- ↑ «Drama: Lollobrigida to Star in 'Solomon and Sheba'». Los Angeles Times. 4 de novembro de 1955. p. B10
- ↑ THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (8 de maio de 1956). «UNIVERSAL IS HOST TO FOREIGN AIDES: Movie Studio Greets Sales Officials From Abroad in First Global Conference Of Local Origin». New York Times. p. 28
- ↑ a b c «Future Still in Doubt for Power's Last Film: One of 3 Coproducers Reportedly Engaged Yul Brynner Without Consulting Partners». Los Angeles Times. 19 de novembro de 1958. p. 28
- ↑ THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (6 de fevereiro de 1958). «FOX BUYS RIGHTS TO AUTOBIOGRAPHY: Studio Will Film 'Beloved Infidel' by Sheilah Graham -- 'Solomon' Advances». New York Times. p. 24
- ↑ Special to The New York Times. (17 de novembro de 1958). «BRYNNER TO ASSUME TYRONE POWER ROLE». New York Times. p. 38
- ↑ THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (20 de junho de 1958). «PHIL CAREY CAST IN DISNEY MOVIE: Actor to Star With Mineo in 'Tonka' -- Negulesco to Direct 'The Blessing'». New York Times. p. 27
- ↑ «Tyrone Power, 44, Dies in Spain; Stricken After Duel on Film Set: Tyrone Power, 44, Dies in Spain; Stricken After Duel on Film Set». New York Times. Associated Press. 16 de novembro de 1958. p. 1
- ↑ «Movie Halted; Some Scenes May Be Saved». Los Angeles Times. 16 de novembro de 1958. p. A
- ↑ «Yul Brynner to Take Over Tyrone Power's Film Role: Immediate Resumption Set in Spain». Los Angeles Times. 17 de novembro de 1958. p. B1
- ↑ THOMAS M. PRYOR Special to The New York Times. (18 de novembro de 1958). «METRO WILL FILM PLAY TO BOW IN '59: Buys 'The Golden Fleecing' by Lorenzo Semple Jr. -- Donen Comedy Scheduled». New York Times. p. 43
- ↑ «Tyrone Power's Body Due to Arrive Today: Widow and His Secretary Also Coming by Air; Funeral Service Being Arranged». Los Angeles Times. 18 de novembro de 1958. p. 5
- ↑ Gies, Joseph (1 de fevereiro de 1959). «Sheba Was An Expensive Girl!: Problems? Everything From Jets To Vanishing Helmets». Los Angeles Times. p. i10
- ↑ Scheuer, Philip K (17 de julho de 1959). «Shooting, Dubbing of Spectacle Told: 'Solomon and Sheba' Giant Undertaking for King Vidor». Los Angeles Times. p. 23
- ↑ «HOLLYWOOD STAND: Case for Shooting in Spain Upheld by 'Solomon and Sheba' Producer By MURRAY SCHUMACHHOLLYWOOD.». New York Times. 4 de outubro de 1959. p. X7
- ↑ «TCM – "Solomon and Sheba"». Consultado em 13 de agosto de 2012
- ↑ a b «Review: "Solomon and Sheba"». Variety. Consultado em 21 de setembro de 2013
- ↑ "All-Time Top Grossers", Variety, 8 de janeiro de 1964 p 69
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