Protocolo de Madrid
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O Sistema de Madrid ou Protocolo de Madrid (oficialmente Sistema de Madrid para o registo internacional de marcas) é um tratado internacional para registro de marcas assinado em 1991, vigorando a partir de 1998. Segundo esse acordo, uma empresa não precisa mais registrar sua marca em cada um dos países para onde exporta. Com isso, simplificam-se os processos burocráticos e reduzem-se os gastos com registros locais. A sua base legal é o Acordo de Madrid (em espanhol, Arreglo de Madrid), tratado multilateral assinado em 1891, além do protocolo de 1991.
Em abril de 2014, o Protocolo de Madrid havia registrado 91 membros. Portugal aderiu ao original Acordo de Madrid (de 1891), em 31 de outubro de 1893, e ao Protocolo de Madrid (de 1989), em 20 de março de 1997.[1] A adesão do Brasil foi formalizada em 26 de junho de 2019.[2]
Sobre a adesão do Brasil ao Protocolo de Madrid
[editar | editar código-fonte]O Brasil aderiu ao Sistema de Madri por meio do Decreto Legislativo 49 de 28/05/2019 (DOU 30/05/2019). Embora tramitasse no Congresso Nacional desde o ano de 1999, o projeto de decreto legislativo avançou rapidamente em 2019, aprovado na Câmara dos Deputados em 04 de abril, e no Senado Federal em 22 de maio. O presidente da República Jair Bolsonaro assinou aos 26 de junho o decreto de promulgação, formalizando a adesão do Brasil ao Protocolo.
Vantagens
[editar | editar código-fonte]Segundo o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), as principais vantagens da adesão ao Protocolo de Madrid são a simplificação de procedimentos e a redução de custos. O Instituto, no entanto, adverte que a adesão ao protocolo exigirá adaptações na legislação brasileira. Uma delas é a criação de um sistema multiclasses, que permita que um pedido de registro seja inserido em mais de uma categoria. Hoje existem 45 classes. Pela lei nacional, é preciso fazer um pedido para cada classe. O INPI explica ainda que, pelo sistema multiclasses, se um pedido for indeferido em uma das classes, será anulado por completo.
Desvantagens
[editar | editar código-fonte]Os opositores à adesão do Brasil ao Protocolo de Madrid argumentam que, se o registro for recusado em diversos países, o empresário terá que entrar com um recurso em cada país, o que pode ser dispendioso. Além disso, ao se fazer um pedido em determinada classe, o protocolo não exige que o autor do pedido pertença àquele ramo de atuação. Na lei brasileira, essa exigência visa evitar a pirataria, ou ainda que pessoas registrem marcas apenas para negociá-la posteriormente.
Segundo especialistas, o Protocolo de Madrid também pode dificultar a contestação de marcas estrangeiras no Brasil. Hoje, a lei brasileira exige que a pessoa domiciliada no exterior mantenha um procurador no país para representá-la judicialmente. No Protocolo de Madrid não há essa previsão.
Países Signatários
[editar | editar código-fonte]Em 02 de julho de 2019 a lista de países signatários [3] era a seguinte:
Afghanistan |
African Intellectual Property Organization (OAPI) |
Albania |
Algeria |
Antigua and Barbuda |
Armenia |
Australia |
Austria |
Azerbaijan |
Bahrain |
Belarus |
Belgium |
Bhutan |
Bosnia and Herzegovina |
Botswana |
Brazil |
Brunei Darussalam |
Bulgaria |
Cambodia |
Canada |
China |
Colombia |
Croatia |
Cuba |
Cyprus |
Czech Republic |
Democratic People's Republic of Korea |
Denmark |
Egypt |
Estonia |
Eswatini |
European Union |
Finland |
France |
Gambia |
Georgia |
Germany |
Ghana |
Greece |
Hungary |
Iceland |
India |
Indonesia |
Iran (Islamic Republic of) |
Ireland |
Israel |
Italy |
Japan |
Kazakhstan |
Kenya |
Kyrgyzstan |
Lao People’s Democratic Republic |
Latvia |
Lesotho |
Liberia |
Liechtenstein |
Lithuania |
Luxembourg |
Madagascar |
Malawi |
Mexico |
Monaco |
Mongolia |
Montenegro |
Morocco |
Mozambique |
Namibia |
Netherlands |
New Zealand |
North Macedonia |
Norway |
Oman |
Philippines |
Poland |
Portugal |
Republic of Korea |
Republic of Moldova |
Romania |
Russian Federation |
Rwanda |
Samoa |
San Marino |
Sao Tome and Principe |
Serbia |
Sierra Leone |
Singapore |
Slovakia |
Slovenia |
Spain |
Sudan |
Sweden |
Switzerland |
Syrian Arab Republic |
Tajikistan |
Thailand |
Tunisia |
Turkey |
Turkmenistan |
Ukraine |
United Kingdom |
United States of America |
Uzbekistan |
Zambia |
Zimbabwe |
Referências
- ↑ Madrid Agreement Concerning the International Registration of Marks and Protocol Relating to the Madrid Agreement Concerning the International Registration of Marks (Madrid Protocol,1989). Lista de signatários (15 de outubro de 2015)
- ↑ Adesão do Brasil ao Protocolo referente ao Acordo de Madri relativo ao Registro Internacional de Marcas. Ministério das Relações Exteriores, 26 de Junho de 2019.
- ↑ WIPO (2 de julho de 2019). «Members of the Madrid Union» (PDF). WIPO. Consultado em 26 de agosto de 2019