Miguel Ducas Glabas Tarcaniota
Miguel Ducas Glabas Tarcaniota | |
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Nascimento | ca. 1235 |
Morte | Entre 1305-1308 |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Cônjuge | Maria Ducena Comnena Branena Paleóloga |
Filho(a)(s) | Ana Tarcaniotissa; Filha de nome desconhecido |
Ocupação | General |
Principais trabalhos |
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Miguel Ducas Glabas Tarcaniota ou Miguel Tarcaniota Glabas (em grego: Μιχαὴλ Δοῦκας Γλαβᾶς Ταρχανειώτης; nascimento ca. 1235 - morte após 1304) foi um notável aristocrata e general bizantino. Serviu sob os imperadores Miguel VIII Paleólogo (r. 1259–1282) e Andrônico II Paleólogo (r. 1282–1328) nos Bálcãs, lutando contra o Segundo Império Búlgaro, Sérvia, os Angevinos de Nápoles e o Despotado do Epiro. Também é notável como um patrono de várias igrejas, mais notadamente a Igreja de Pamacaristo em Constantinopla (moderna Istambul), onde foi enterrado.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Miguel Ducas Glabas Tarcaniota nasceu ca. 1235 e é atestado pela primeira vez ca. 1260/1262, quando foi designado para capturar a cidade de Mesembria no mar Negro do deposto czar búlgaro Mitso Asen (r. 1256–1257).[1] Em ca. 1263, derrotou um exército búlgaro em Bizie, fortificou Brise, e capturou as fortalezas de Escopos, Petras e Escópelo, e as cidades de Agatópolis, Sozópolis, Debelto e Anquíalo.[2]
Ele reaparece em 1278-1279, liderando outra campanha contra a Bulgária, onde um revolta bem sucedida contra o czar Constantino Tico (r. 1257–1277) colocou Lacanas (r. 1278–1279) no trono. Ao ouvir isso, o imperador Miguel VIII enviou Glabas como chefe de um exército para colocar o príncipe exilado João Asen III (r. 1279–1280) no trono búlgaro. Glabas conseguiu capturar a capital búlgara, Tarnovo, onde apreendeu a esposa bizantina de Lacanas, Maria, e o filho deles Miguel. Ele então perseguiu Lacanas à fortaleza de Silistra, que ele sitiou, mas falhou em capturar. Finalmente, contudo, com ajuda de Nogai, Lacanas conseguiu derrotou os bizantinos e fazê-los se retirar.[3] Em 1282, os sérvios invadiram o território bizantino no norte da Macedônia, e o novo imperador, Andrônico II Paleólogo (r. 1282–1328) enviou Glabas contra eles com 4000 auxiliares tártaros. Embora os tártaros tenham atacado a Sérvia, os sérvios foram capazes de conquistar muito do norte da Macedônia, incluindo Escópia.[2][4][5]
Em algum momento entre 1247 e 1291, Glabas foi enviado para a Albânia, onde lutou contra os Angevinos e recuperou Dirráquio, Cruja e Canina. Depois, possivelmente em 1292, derrotou o sebastocrator Teodoro, jovem irmão do governante da Tessália, Constantino Ducas (r. 1289–1303), e sem sucesso sitiou a capital epirota, Janina. Durante este tempo, constantemente subiu na hierarquia imperial, ocupando progressivamente títulos mais altos: de primicério da corte (33º na hierarquia), tornou-se grande papia (22º), curopalata (19º) em 1262, pincernas (15º) por 1282, grande conostaulo (12º) de 1282 e, finalmente, em algum momento entre 1297 e 1304, protoestrator (8º, em essência o comandante-em-chefe do exército como nominalmente superior ao grande doméstico que tinha se tornado um posto honorífico).[1][2][6][7]
Em 1297/1298, Glabas foi nomeado como o governador da parte Ocidental do império, com Tessalônica como sua sede, e enviado para lidar com os sérvios, que continuaram a atacar periodicamente as possessões bizantinas na Macedônia e Albânia desde 1282. Tão recente quanto 1296, eles conquistaram Dirráquio. Apesar de sua grande experiência militar e um exército relativamente forte a sua disposição, Glabas foi incapaz de fazer qualquer progresso, com os sérvios contando com táticas de guerrilha e se recusando a uma batalha campal. Consequentemente, ele alertou Andrônico II a concluir um tratado de paz com Estêvão Milutino (r. 1282–1321). Isto levou ao tratado de 1299 entre os dois Estados, selado pelo casamento de Simonida, a filha de Andrônico II, com Estêvão Milutino.[8][9] Depois de sua atuação mal sucedida na Macedônia, Glabas retornou para o Oriente e ca. 1302/1303, diz-se que construiu ou reconstruiu quinze fortalezas na Trácia.[1] Em 1304, Glabas foi enviado para conter uma invasão búlgara sob o czar Teodoro Esfendóstlabo (r. 1300–1322), que tomou vários fortes e cidades junto da cordilheira dos Bálcãs e a costa do mar Negro. Glabas teve alguns sucessos: de acordo com um panegírico do poeta cortesão Manuel File, ele retomou Rusocastro e Mesembria, reconstruiu Anquíalo e forçou os búlgaros a se retirarem para além da cordilheira. Neste momento, contudo, ele ficou doente e retornou para Constantinopla, enquanto o coimperador Miguel IX Paleólogo (r. 1294–1320) assumiu o comando.[10]
Não se sabe quando Glabas morreu, mas foi provavelmente em algum momento entre 1305 e 1308. Antes de sua morte, tornou-se um monge. Foi enterrado por sua viúva em uma pequena capela na igreja de Pamacaristo, em Constantinopla, que ele e sua esposa tinham restaurado e entregue ao patriarca João XII em 1293. A igreja foi possivelmente decorada com um ciclo de afrescos celebrando suas façanhas militares, descrito por File.[11] Glabas e sua esposa fundaram várias outras igrejas com a riqueza deles: em 1302/1303 eles também patrocinaram a restauração da capela de São Eutímio na Igreja de São Demétrio em Tessalônica, bem como o mosteiro Prisclabetza em Prilepo e a igreja Ateniotissa em Constantinopla, onde ele também financiou a construção de um hospício.[2]
Miguel Ducas Glabas Tarcaniota tem sido frequentemente confundido, incluindo em estudos relativamente modernos, com o protovestiário Miguel Tarcaniota, um sobrinho de Miguel VIII Paleólogo (r. 1259–1282) que foi morto em 1283. Glabas foi lembrado por seus contemporâneos como um excelente soldado: o historiador Nicéforo Gregoras alegou que sua experiência militar fez outros generais "parecerem crianças".[7] File também registra que ele havia escrito um tratado sobre "vários tópicos militares", um dos últimos exemplos atestados na longa tradição dos manuais bizantinos.[12]
Família
[editar | editar código-fonte]Glabas casou-se com Maria Ducena Comnena Branena Paleóloga. A ascendência dela é desconhecida, exceto que ela teve um irmão, Andrônico Comneno Branas Ducas Ângelo, e foi uma parente do ministro Teodoro Metoquita. Após sua morte, ela tornou-se uma freira com o nome Marta.[1][2] Juntos tiveram duas filhas:[13]
- Ana Tarcaniotissa, que casou-se com o sebasto Andrônico Branas Ducas Ângelo Paleólogo, o filho do sebastocrator Constantino Paleólogo.[13]
- Filha de nome desconhecido, que casou-se com Andrônico Asen, filho do czar búlgaro João Asen III (r. 1279-1280) e Irene Paleóloga.[13] Foi o último governador na Moreia.[14]
Referências
- ↑ a b c d Kazhdan 1991, p. 852.
- ↑ a b c d e Trapp 1991, p. 27504.
- ↑ Fine 1994, p. 195–198.
- ↑ Fine 1994, p. 219.
- ↑ Laiou 1972, p. 30.
- ↑ Cavallo 1997, p. 226.
- ↑ a b Laiou 1972, p. 94–95 (nota 27).
- ↑ Laiou 1972, p. 94–97.
- ↑ Bartusis 1997, p. 73.
- ↑ Laiou 1972, p. 160–161.
- ↑ Kazhdan 1991, p. 852, 1567.
- ↑ Bartusis 1997, p. 10.
- ↑ a b c Cawley 2011, MIKHAEL Doukas Glabas Tarchaneiotes.
- ↑ Cawley 2011, Asanes.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Michael Doukas Glabas Tarchaneiotes», especificamente desta versão.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Bartusis, Mark C. (1997). The Late Byzantine Army: Arms and Society 1204–1453. Filadélfia: Pennsylvania University Press. ISBN 0-8122-1620-2
- Cavallo, Guglielmo (1997). The Byzantines. Chicago: Chicago University Press. ISBN 0-226-09792-7
- Cawley, Charles (2011). «'Byzantine 1261-1453' from Medieval Lands». Foundation for Medieval Genealogy
- Fine, John Van Antwerp (1994). The Late Medieval Balkans: A Critical Survey from the Late Twelfth Century to the Ottoman Conquest. Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press. ISBN 978-0472082605
- Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8
- Laiou, Angeliki E. (1972). Constantinople and the Latins: The Foreign Policy of Andronicus II, 1282–1328. Cambridge: Harvard University Press
- Trapp, Erich; Beyer, Hans-Veit; Kaplaneres, Sokrates; Leontiadis, Ioannis (1991). «27504. Ταρχανειώτης, Μιχαὴλ ∆ούκας Γλαβᾶς». Prosopographisches Lexikon der Palaiologenzeit (em alemão). 11. Viena: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften
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