Hegemonia regional
A hegemonia regional é um conceito nas Relações Internacionais que se refere a influência exercida sobre os países vizinhos por uma nação independentemente poderosa, que pode ser referida como uma hegemonia regional. A relação entre as hegemonias regionais e outros Estados dentro de suas esferas de influência é análoga em relação à uma hegemonia global e os demais Estados no sistema internacional.
O estudioso proeminente de relações internacionais, John Mearsheimer escreve extensivamente sobre a busca de hegemonias regionais em seu livro, The Tragedy of Great Power Politics (A Tragédia das Políticas das Grandes Potências). Segundo a sua teoria, conhecida como realismo ofensivo, a natureza anárquica do sistema internacional, o desejo de sobrevivência e a incapacidade para ter certeza das intenções de outros Estados em última análise, podem levá-los em busca de uma hegemonia regional. De acordo com Mearsheimer, a hegemonia global é uma meta inatingível, em vez disso, um Estado que tem atingido o nível de hegemonia regional, pode desenvolver esforços para impedir o desenvolvimento de competidores em outras regiões.
Exemplos contemporâneos
[editar | editar código-fonte]Os exemplos atuais listados abaixo são muitas vezes politicamente sensíveis ou discutíveis. Muitas vezes, análises de hegemonias regionais são baseadas em um contexto específico ou perspectiva que torna a sua identificação subjetiva.
- China e Japão na Ásia Oriental.
- Os Estados Unidos nas Américas.[1]
- O Brasil[2][3][4][5] e México[6][7] na América Latina.
- Egito e Arábia Saudita no Mundo Arábe.
- Etiópia, Uganda e Quênia no Chifre da África e África Oriental.[8]
- Índia[9] e Paquistão[10] no Sul da Ásia.
- Indonésia e Vietnã no Sudeste Asiático.
- Nigéria na África Ocidental.
- África do Sul na África Austral.[11]
- Arábia Saudita, Israel e Irã no Sudoeste Asiático.[1][12]
- Turquia nas regiões que antes eram controladas pelo Império Otomano, como Oriente Médio, Balcãs, Ásia Central e Sudoeste Asiático, inclusive com uma influência limitada na Europa.
- Rússia nas áreas que não fazem parte da União Europeia e nos ex-satélites da União Soviética.
- França, Alemanha, Reino Unido, Itália e uma expansão da Polônia e Espanha na União Europeia.
- Argélia e Marrocos no Magrebe.
- Austrália e Nova Zelândia na Oceania.
Referências
- ↑ a b David J. Myers. 1991. Regional Hegemons: Threat Perception and Strategic Response. ISBN 978-0813381558
- ↑ www.fntg.org
- ↑ «www.blackwell-synergy.com». Consultado em 7 de novembro de 2011. Arquivado do original em 24 de fevereiro de 2012
- ↑ lap.sagepub.com
- ↑ «www.brazzilmag.com». Consultado em 7 de novembro de 2011. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2006
- ↑ Ministry of Foreign Affairs of Japan
- ↑ «Oxford Analytica». Consultado em 7 de novembro de 2011. Arquivado do original em 24 de abril de 2007
- ↑ Ethiopia regional powerhouse[ligação inativa]
- ↑ Regional Hegemony and Its Discontents: India and South Africa Compared By Stephen F. Burgess
- ↑ The United States and the great powers: world politics in the twenty-first century
- ↑ Prys, Miriam (2009). «Regional Hegemon or Regional Bystander: South Africa's Zimbabwe Policy 2000-2005». Politikon. 36 (2): 193–218
- ↑ M. A. Muqtedar Khan. Jihad for Jerusalem: Identity and Strategy in International Relations. p131-135. Preager/Greenwood Press.