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Geografia de Goiana

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Localização do município no estado de Pernanbuco

Goiana é um município brasileiro do estado de Pernambuco, situado na região Nordeste do Brasil. Sua população estimada em 2009 era de 74.424 habitantes,[1] possuindo assim a segunda maior população da Zona da Mata, a maior de sua microrregião (Zona da Mata Norte) e a 19ª do seu estado. Goiana localiza-se no nordeste do estado, a treze metros de altitude, fazendo divisa com o estado da Paraíba, estando a 62 km de Recife (capital do estado), a 51 km de João Pessoa (capital do estado vizinho) e a 2.187 km de Brasília (capital federal).

Áreas de influência

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A região do município de Goiana é uma das mais populosas do Nordeste, num raio de 100 km da sede do município podem ser encontradas mais de 6 milhões de pessoas entre os estados de Pernambuco e Paraíba,[2] encontrando-se também, dois aeroportos internacionais (Guararapes e Castro Pinto) e três portos (Recife, Cabedelo e Suape), a cidade é um ponto estratégico importante entre Recife e João Pessoa, além de não ficar longe de outros centros de zona como Timbaúba, Carpina e Caruaru.[3]

Os municípios limítrofes de Goiana são Itaquitinga, Igarassu, Itapissuma, Itamaracá, Itambé, Condado, Caaporã, Pitimbu, e Pedras de Fogo. Estes municípios estão todos integrados com Goiana, principalmente os municípios de Condado, Caaporã e Pitimbu, tanto pelos empregos como também pelo comércio e pelo turismo. No ano de 2007 o município de Goiana foi classificado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística como um Centro de Zona A, pela sua influência sobre as cidades vizinhas.[3]

O município de Goiana está localizada no extremo nordeste do estado de Pernambuco, e se desenvolveu em uma planície litorânea ou aluvional (fluviomarinha),[4] constituída por ilhas, penínsulas, alagados, manguezais e pequenas montanhas e dunas, que possuem altitudes abaixo dos 80 metros de altura. Por estes motivos os município apresenta algumas grandes planícies como por exemplo na sua sede e na praia de Catuama.[4]

O grande número de rios do município tem sua foz principal no oceano Atlântico, já que o leste municipal é totalmente banhado por este oceano, e possuindo também diversos terrenos pantanosos e manguezais.[5] Seu litoral possui 18 km de extensão, apresentando-se como destaque suas seis praias e a ilha de Itapessoca, suas praias possuem alguns arrecifes e, na maioria dos seus trechos são retas. São incomuns em Goiana os grandes abalos sísmicos ou terremotos. E também não existe atividade vulcânica expressiva, nem no município de Goiana nem nos municípios circunvizinhos. Goiana fica inserida em regiões de tabuleiros e baixadas costeiras.[5]

Águas superficiais

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O município de Goiana encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do Rio Goiana.[6] Seus principais tributários são os rios Goiana, Capibaribe-Mirim, Tracunhaém, Megaó, Barrado Goiana, da Guabiraba, Itapessoca, Itapirema, Corope e Arataca e os riachos Cupissura, Milagre, da Pitanga, Farias, João Marinho, Água do Bicho, da Ponta Branca, Ibeapecu e do Boi. Os principais açudes são: Jacaré, Zombeiro, da Mata, Santa Tereza, da Prata e a Lagoa de Catuama. Todos os cursos d’água no município têm regime de escoamento perene e o padrão de drenagem é o dendrítico.[7]

Águas subterrâneas

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O município está inserido no Domínio Hidrogeológico Intersticial e no Domínio Hidrogeológico Fissural. O Domínio Hidrogeológico Intersticial é composto de rochas sedimentares da Formação Beberibe, Grupo Barreiras, Depósitos Aluvionares, Depósitos Flúvio-lagunares, e dos Depósitos Flúvio-marinos. O Domínio Hidrogeológico Fissural é formado por rochas do embasamento cristalino que engloba o subdomínio de rochas metamórficas, constituído do Complexo Vertentes e do Complexo Belém do São Francisco.[7]

O abastecimento de água é feito por trinta poços que retiram águas dos recursos superficiais e subterrâneos do município, sendo dezenove públicos e onze particulares. Abastecendo a imensa maioria de sua população.[7]

O clima de Goiana é considerado tropical atlântico (Aw), segundo o modelo de Köppen, e a média anual das temperaturas é de 24,6 °C.[8] Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. A média anual das temperaturas médias máximas mensais é 26,51 °C, e das médias mínimas mensais, 20,35 °C.[carece de fontes?] Já as médias anuais das temperaturas máximas e mínimas absolutas aferidas em cada mês ficam, respectivamente, em 31,1 °C e 18,8 °C.[carece de fontes?] Julho é o mês mais frio, com médias máxima e mínima de 26,2 °C e 18,9 °C, e janeiro, o mais quente (31,1 °C e 20,8 °C).[carece de fontes?]

O volume pluviométrico acumulado anual é de 2.002 mm.[carece de fontes?] A precipitação média anual é de 166,83 mm, concentrados principalmente no inverno. A mudança do clima dependendo da estação do ano não é demasiada, a temperatura varia sempre entre 18° e 30°C, com raras exceções, a principal diferença entre elas é que no inverno chove mais do que no verão. A umidade relativa do ar denota índices baixos durante todo o ano.[carece de fontes?] Devido a pouca concentração de edifícios, não é comum o surgimento de ilhas de calor, por isso os termômetros permanecem abaixo da marca dos 40 °C, mesmo nos meses mais quentes do ano.[5]


Dados climatológicos para Goiana (1991-2020)
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 31,2 31,5 31,5 30,9 30,2 29,1 28,6 28,6 29,2 29,9 30,4 30,9 30,2
Temperatura média compensada (°C) 26,4 26,7 26,6 26,3 25,5 24,5 23,9 24 24,5 25,4 25,9 26,2 25,5
Temperatura mínima média (°C) 22,7 23 23,2 23,2 22,7 22 21,5 21 21,2 21,8 22,2 22,7 22,3
Precipitação (mm) 96,6 118,1 162,8 217,2 254,9 311,3 246,4 149,4 80 41,4 34,9 58,5 1 771,5
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 10 10 14 15 17 20 21 16 11 8 6 7 155
Fonte: Atlas Climatológico do Estado de Pernambuco[9]

Meio ambiente

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Como Goiana fica localizada no país de maior biodiversidade do planeta.[10] É fácil encontrar diversas aves, peixes, crustáceos e insetos, que dificilmente se encontra em outro país do mundo, já que uma entre cada cinco espécies encontram-se no Brasil.[10] Goiana se encontra em domínios de Mata Atlântica e de manguezais,[11] mas devido a exploração nos períodos colonial e imperial e, atualmente no crescimento da cidade, sobraram poucas áreas de sua vegetação nativa. São encontrados ainda manguezais nas cercanias dos rios Goiana, Capibaribe-Mirim e Tracunhaém e Mata Atlântica em zonas de preservação das Usinas Maravilha e Santa Tereza, também da reserva particular da praia de Tabatinga, que pertence a U. Santa Tereza e ao norte do distrito de Tejucopapo, na Mata de Megaó.[11] A mata da Usina é considerada pela CPRH uma mata em bom estado de conservação, já as matas de Megaó e de Massaranduba, são consideradas em estado regular de conservação pela mesma instituição.[12]

Das espécies de plantas encontradas no município de Goiana, há uma que é originalmente dele: a Capiúba (Tapirira guianensis) teve seu nome científico posto em homenagem ao município.[12] As espécies de plantas mais comuns na região são a Capiúba (Tapirira guianensis), Cabotâ-de-leite (Thyrsodium schomburkianum), Sucupira-branca (Bowdichia vigiloides) e Loureiros (Ocotea spp) e os animais da fauna local são o Anu-preto (Crotophaga ani), Anu-branco (Guira guira), Bem-te-vi (Pitangus Sulphuratus), Urubu, (Coragyps atratus) e outros como tatu, preguiça, pardal, preá e iguana.[12]

Ficam localizados no município estuários e manguezais do Rio Goiana e Megaó, do Rio Itapessoca e do Canal de Santa Cruz, sendo possível encontrar diversas espécies de crustáceos e moluscos, as mais comuns delas são o Siri (Callicnetes spp), Guaiamu (Cardisoma guanhumi), Tainha (Mugil Curema), Caranguejo-ucá (Ucides Cordatus), Ostra (Cassostrea rizophorae) e o Marisco-pedra (Anomalocardia braziliana).[12]

Monopolizadora na ocupação do solo, a cana-de-açúcar, em sua expansão, tem motivado a destruição de grande parte da cobertura florestal das várzeas e das encostas com altas declividades, apesar das restrições dessa última categoria de área ao uso agrícola, especialmente a culturas temporárias.[13] Em consequência, a cobertura florestal, no espaço canavieiro de Goiana, restringe-se a alguns vales nas porções central e oriental do município, onde os remanescentes da Mata Atlântica apresentam-se, em sua maior parte, degradados ou substituídos por bambu (Bambusa vulgaris) e outras plantações.[13] No ano de 2000, 53,6% do solo goianense, era ocupado por plantações de cana-de-açúcar.[13]

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «População na região de Goiana». Consultado em 13 de outubro de 2009. Arquivado do original em 19 de agosto de 2009 
  3. a b «Centros de zona». Consultado em 13 de outubro de 2009 [ligação inativa]
  4. a b «Planície Litorânea». Consultado em 8 de dezembro de 2009 
  5. a b c «Dados Municipais GOV PE» (PDF). Consultado em 31 de Dezembro de 2009 
  6. «Bacia Hidrográfica» (PDF). Consultado em 18 de agosto de 2009 
  7. a b c «Afluentes do Rio Goiana» (PDF). Consultado em 18 de agosto de 2009 
  8. «Clima Tropical». Consultado em 8 de dezembro de 2009 
  9. Agência Pernambucana de Águas e Clima. «Atlas climatológico do Estado de Pernambuco: normais climatológicas 1991-2020» (PDF). Consultado em 28 de novembro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 8 de março de 2024 
  10. a b «Brasil, o país de maior biodiversidade do mundo». Consultado em 6 de fevereiro de 2010. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2010 
  11. a b «Meio ambiente - Ceça apóia criação da reserva Acaú-Goiana». Consultado em 6 de fevereiro de 2010 
  12. a b c d «Diagnóstico Socio-Ambiental no Litoral Norte de Pernambuco» (pdf). Consultado em 6 de fevereiro de 2010  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Diagnóstico Socio-Ambiental no Litoral Norte de Pernambuco" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  13. a b c «Uso e Ocupação Geográfica Goianense» (PDF). Consultado em 22 de fevereiro de 2010 


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