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Diogo Ortiz de Vilhegas

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 Nota: Para o bispo de São Tomé e de Ceuta, veja Diogo Ortiz de Vilhegas (1480-1544).

Diogo Ortiz de Vilhegas (em castelhano: Diego Ortiz de Villegas ou Diego Ortiz de Calzadilla; Calzadilla de los Barros, 1457[1][a]Almeirim, 1519) foi um prelado português de origem castelhana.

D. Diogo Ortiz de Vilhegas era filho de Alfonso Ortiz de Villegas e de sua mulher María de Silva, tendo vindo para Portugal como confessor da princesa D. Joana, a Beltraneja,[1] tendo sido muito estimado de D. João II e D. Manuel I. Assim, ainda na década de 1480, D. João II encarregou-o de analisar as propostas de navegação do genovês Cristóvão Colombo, e esteve presente quando o rei encarregou Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva de demandarem o Preste João, tendo passado pelo seu crivo o mapa-múndi que foi entregue aos dois exploradores. Como recompensa, em 1491, D. João nomeou-o prior do Mosteiro de São Vicente de Fora e bispo de Tânger.[carece de fontes?]

Foi, sucessivamente, bispo de Tânger (1491–1500), de Ceuta Primaz da África e Administrador Apostólico de Valença (1500–1504) e de Viseu (1505-1519).[carece de fontes?]

Acompanhou o monarca nos seus derradeiros anos, tendo assistido à sua morte no Alvor, em 1495; no seu testamento, o defunto rei encomendava o seu leal servidor ao Duque de Beja e seu sucessor na Coroa, D. Manuel. Este, seguindo a linha do seu antecessor, nomeou D. Diogo sucessivamente para o bispado de Ceuta (1500) e em 1504 para o bispado de Viseu (tomando posse em 1505).[b]

São múltiplas as demonstrações de serviço e confiança em Ortiz de Vilhegas por parte da coroa portuguesa. Nomeadamente integrou a comitiva manuelina em importante jornada ao Reino de Castela (1498); pregou em Lisboa na chegada da armada de Vasco da Gama (1499), foi o orador da missa de despedida da esquadra de Pedro Álvares Cabral, quando este deixou Portugal, a 8 de Março de 1500; assumiu o papel de mestre de gramática do seu filho e herdeiro, o príncipe D. João (futuro D. João III); 1509–1510), perto do final da vida (1517), ainda recebeu a incumbência de ser capelão-mor da infanta D. Isabel e, no seu testamento, D. Manuel I mandou que se morresse na menoridade do príncipe o reino fosse governado, entre outros, por este bispo.[4]

O prelado também interveio no processo da expulsão e batismo forçado dos judeus em 1497 e compôs um catecismo que também se destinava à instrução na fé católica desta comunidade.[4]

Faleceu em Almeirim, em 1519, tendo sido sepultado no Mosteiro de Nossa Senhora da Serra, nessa mesma vila, pertença da Ordem de São Domingos.[carece de fontes?]

Notas

  1. Segundo algumas fontes, teria sido nomeado catedrático de astrologia e matemáticas da Universidade de Salamanca, o que aponta para que tenha nascido antes de 1457.[2]
  2. O rei comunicou a escolha por carta de 4 de maio de 1505, e que foi preconizado pela bula Hodie venerabilem fatrem, datada em Roma, a 27 de junho desse ano.[3]

Referências

  1. a b Pulido 2012, p. 71.
  2. Domínguez Pérez 2019.
  3. Paiva 2016, p. 162.
  4. a b Paiva 2016, p. 163.
Precedido por
Frei Nuno Álvares de Aguiar
Brasão episcopal
Bispo de Tânger

1491 — 1500
Sucedido por
João Lobo
Precedido por
Fernando de Almeida
Brasão episcopal
Bispo de Ceuta

1500 — 1504
Sucedido por
Frei Henrique de Coimbra, O.F.M.
Precedido por
Fernão Gonçalves de Miranda
Brasão episcopal
Bispo de Viseu

1505 — 1519
Sucedido por
Cardeal-Infante
Afonso de Portugal

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