Blockstream
Blockstream | |
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Corporação | |
Atividade | Software para criptomoedas |
Fundação | 2014 |
Fundador(es) | Adam Back Mark Friedenbach |
Sede | Montreal, Canadá |
Pessoas-chave | Adam Back (Diretor executivo) Gregory Maxwell (Arquiteto de software) |
Empregados | 10–50 (2016)[1] |
Website oficial | www |
Blockstream é uma companhia de tecnologia focada em inovação em criptomoedas e contratos inteligentes, localizada em Montreal, Canadá. Fundada por Adam Back, Gregory Maxwell, Pieter Wuille e outros oito co-fundadores no final de 2014,[2] tem como uma de suas principais atividades o seu trabalho com sidechains.[3]
Origem da empresa
[editar | editar código-fonte]A tecnologia usada em sidechains foi originalmente descrita em um white paper[4] de outubro de 2014, escrito por vários dos fundadores da companhia, com o objetivo de solucionar problemas de escalabilidade do Bitcoin, propondo redes ponto-a-ponto descentralizadas para facilitar a validação de operações sem ter que aumentar o tamanho do bloco, mas sem ter o problema de fragmentação de estrutura e falta de interoperabilidade apresentado em altchains.[4][5] A proposta inicial da Blockstream é o uso dos chamados 'pegged sidechains' para a transferência de ativos entre múltiplas blockchains e altcoins.[4]
No white paper apoiado pela Blockstream, atenção foi trazida para a necessidade de mudanças na infraestrutura do Bitcoin e sua blockchain para se adequar às demandas do mercado atual, como a criação de uma uma rede de blockchains, com a usada atualmente pelo projeto da Bitcoin designada como blockchain pai, e as transações entre estas estariam sujeitas a uma prova de validação para preservação dos valores. A tecnologia proposta requer apenas um soft fork do protocolo Bitcoin,[6] ou seja, uma evolução do código atual mas com retrocompatibilidade.
História
[editar | editar código-fonte]2014
[editar | editar código-fonte]Em novembro de 2014, a Blockstream anunciou um investimento de 21 milhões de dólares,[7] com cerca de 40 investidores, numa rodada liderada por Reid Hoffman, co-fundador da LinkedIn, além de empresas de investimentos de risco como a Khosla Ventures e a Real Ventures. Hoffman cita a extensibilidade da capacidade do Bitcoin Core, projeto no qual a Blockstream é um dos maiores contribuidores, como o principal ponto para o apoio à companhia.[8]
2015
[editar | editar código-fonte]Em junho de 2015, Blockstream lançou a versão alpha de seu software de sidechains, o Sidechain Elements.[9] Elements é um ambiente de desenvolvimento e testes online, consistindo de, além do software básico para construir uma sidechain de testes, diversos componentes que não estão presentes na blockchain do Bitcoin: transações confidenciais, segregated witness, novos códigos de operação, outorga de ativos básicos e uma carteira virtual.[10] Esse ambiente é rodado sobre uma sidechain com modelo de segurança federado, que, apesar de ser ponto-a-ponto e baseada em consenso, a segurança para a blockchain é provida por um grupo de funcionários pré-definidos.[9]
Em julho desse ano, a Blockstream, juntamente à Bitgo, Bitnet, Xapo e outras empresas do ramo de criptomoedas, enviou uma carta ao senado da Califórnia para agilizar o processo da legislação de moedas digitais,[11] em busca de uma política pró-tecnologia que licencia e regulamenta negócios de moedas digitais.
Em setembro, Rusty Russel, conhecido pelo seu trabalho no kernel Linux, foi contratado pela Blockstream para trabalhar na implementação da Lightning Network (LN) do Bitcoin.[12] A Lightning Network propõe reduzir os custos de transação por permitir que nós armazenem dados de transações em cache antes de submetê-las para a blockchain.[12][13]
Em 12 de outubro de 2015, a Blockstream anunciou o lançamento de sua sidechain Liquid,[14] que é uma pegged sidechain, permitindo transferências de ativos entre a sidechain e a blockchain principal. A Blockstream alega que Liquid reduz os atrasos e desacordos envolvidos em uma transferência normal de bitcoins e que casas de câmbio participantes — Bitfinex, BTCC, Kraken, Unocoin e Xapo — podem realizar trocas instântaneas entre suas contas e blocos de pedidos.[15] O código fonte da Liquid é aberto, e a Blockstream afirma que pode ser incorporado ao protocolo bitcoin.[6]
2016
[editar | editar código-fonte]Em janeiro, a Blockstream abre parceria estratégica com a PwC,[16][17] companhia prestadora de serviços profissionais, para trazer soluções a partir da tecnologia blockchain e suas funcionalidades para empresas ao redor do mundo.[18]
Em fevereiro de 2016, outra rodada de investimentos foi realizada, com o montante de 55 milhões de dólares[19][20] alcançado com o investimento originado de sete empresas: AngelList, AXA Strategic Ventures, Blockchain Capital, Data Collective, Digital Garage, Horizons Ventures e Mosaic Ventures.[21]
Em março, Blockstream, juntamente com outras 10 novas companhias, entra como membro geral no Hyperledger,[22] um esforço iniciado pela Linux Foundation, para dar suporte a livros-razão distribuídos baseados em blockchain. O projeto procura criar um padrão aberto para transações comerciais conduzidas globalmente via livros-razão distribuídos.[23]
Em abril deste ano, a Blockstream contratou Christopher Allen,[24] um pioneiro na segurança online, para trabalhar em iniciativas estratégicas, incluindo a participação da companhia com a colaboração multi-empresas Hyperledger. Allen ajudará, também, em esforços técnicos futuros com organizações de padrões internacionais como a W3C, IETF e OASIS.[25]
Em maio de 2016, a Blockchain.info anunciou Thunder, que afirma ser uma continuação de Lightning.[26]
Controvérsia
[editar | editar código-fonte]Os debates sobre o tamanho de bloco do Bitcoin tem causado o questionamento sobre a capacidade do Bitcoin escalar.[27][28] E a Blockstream, por possuir um relacionamento com o do Bitcoin Core através da contribuição de 5 de seus membros — Pieter Wuille, Jorge Timón, Gregory Maxwell, Mark Friedenbach, and Matt Corallo,[29] é questionada sobre seu posicionamento em relação à mudança do tamanho de bloco. É indagado sobre as intenções de a Blockstream interferir no assunto por controlar o protocolo Bitcoin por meio do emprego de desenvolvedores do Bitcoin Core. Um dos desenvolvedores do Bitcoin, Mike Hearn, por outro lado, deixou o projeto por uma disputa envolvendo uma tentativa falha de aumento do tamanho de bloco, onde Hearn afirmava ser opor a Maxwell.[30]
No entanto, Wladimir van der Laan, mantenedor chefe do Bitcoin Core, é financiado pela Iniciativa de Moedas Digitais do MIT e apenas integra requisições de atualização do código Bitcoin que possuem consenso técnico generalizado.[31]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Crunchbase: Blockstream Company Profile». Crunchbase. Consultado em 10 de abril de 2016
- ↑ «BitBeat: Bitcoin Coding Allstars Launch Sidechains Project to Boost Innovation». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Perfil da empresa no Crunchbase». Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ a b c «White paper sobre sidechains.» (PDF). Enabling Blockchain Innovations with Pegged Sidechains. 22 de outubro de 2014. Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ Swan, Melanie (2015). «Blockchain: Blueprint for a New Economy». Blockchain: Blueprint for a New Economy. O'Reilly Media. Consultado em 7 de julho de 2016
- ↑ a b «Liquid Recap and FAQ». blockstream.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Blockstream Raises Large Seed Round to Advance Cryptocurrency». Techvibes. 17 de novembro de 2014. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «The Future of the Bitcoin Ecosystem and "Trustless Trust" – Why I Invested in Blockstream». 17 de novembro de 2014. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ a b «Blockstream to Release First Open Source Code for Sidechains» (em inglês). 9 de junho de 2015. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Sidechains And Lightning, The New New Bitcoin». TechCrunch. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Silicon Valley Was Built On Permissionless Innovation; We Shouldn't Give That Up Just Because 'Bitcoin' Is Involved - Techdirt». Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ a b «Preliminary, Simplified Implementation of Bitcoin Lightning Network Released». 1 de setembro de 2015. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «The Lightning Network: What is it and what's happening?». blockstream.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Introducing Liquid: Bitcoin's First Production Sidechain». blockstream.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Liquid Bitcoin». TechCrunch. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «PwC and Blockstream Announce Strategic Partnership». blockstream.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «PwC and Blockstream Announce Strategic Partnership /PR Newswire UK/». www.prnewswire.co.uk. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «PwC partners with blockchain technology company». Consultado em 8 de julho de 2016. Cópia arquivada em 12 de maio de 2016
- ↑ Vigna, Paul (3 de fevereiro de 2016). «Bitcoin Startup Blockstream Raises $55 Million in Funding Round». Wall Street Journal. ISSN 0099-9660
- ↑ «Blockstream Raises $55 Million to Build Out Bitcoin's Blockchain - CoinDesk» (em inglês). 3 de fevereiro de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Blockstream raises $55m». Finextra Research. 3 de fevereiro de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Blockstream Among 10 New Firms to Join Hyperledger Blockchain Project - CoinDesk» (em inglês). 29 de março de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Meet the Technical Minds Behind the Hyperledger Blockchain Project - CoinDesk» (em inglês). 12 de março de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Advancing Privacy & Interoperability - Blockstream Welcomes Christopher Allen». www.blockstream.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Blockstream Adds Another Marquee Developer in Security Pioneer Christopher Allen - CoinDesk» (em inglês). 5 de abril de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Announcing the Thunder Network Alpha Release». Blockchain Blog. 16 de maio de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Expectations High For Blocksize Debate Ahead of Hong Kong Summit» (em inglês). 2 de dezembro de 2015. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Hard Fork Question Divides Developers at Scaling Bitcoin Day 2 - CoinDesk» (em inglês). 7 de dezembro de 2015. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ «Learn from the top people in the Bitcoin world». www.weusecoins.com. Consultado em 8 de julho de 2016
- ↑ Popper, Nathaniel (14 de janeiro de 2016). «A Bitcoin Believer's Crisis of Faith». The New York Times. ISSN 0362-4331
- ↑ «Wladimir van der Laan». www.weusecoins.com. Consultado em 8 de julho de 2016
Ligações Externas
[editar | editar código-fonte]- Sítio oficial
- Projeto Elements Arquivado em 21 de junho de 2016, no Wayback Machine.