Batalha de Saule
Batalha de Saule | |||
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Cruzada Livónia | |||
Suposto local da batalha, perto de Jauniūnai | |||
Data | 22 de setembro de 1236 | ||
Local | Desconhecido | ||
Desfecho | Vitória decisiva samogícia | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A Batalha de Saule[1] decorreu o 22 de setembro de 1236[1][2][3] entre os Irmãos Livónios da Espada[1][4] e os samogícios pagãos. Sendo derrotados os cruzados,[4] os sobreviventes da Ordem aceitaram começar a fazer parte da Ordem Teutónica em 1237.[2][4][5] As forças livónias foram destroçadas, incluindo o mestre livónio, Volquin.[6] Esta foi a primeira grande derrota sofrida pelas ordens nas terras bálticas.[5] A batalha encorajou as revoltas entre os curónios, semigalianos, selónios e oésios, tribos que tinham sido anteriormente conquistadas pelos Irmãos Livónios da Espada. Nesta contenda os cruzados perderam por volta de trinta anos de conquistas na margem esquerda do Daugava.[7] Para comemorar a batalha, os parlamentos lituano e letónio declararam em 2000 o 22 de setembro como o Dia da Unidade Báltica.[2]
Contexto
[editar | editar código-fonte]Os Irmãos da Espada foram estabelecidos em 1202 em Riga para conquistar e converter as tribos bálticas ao cristianismo. Por volta da década de 1230 baixo a liderança do mestre Volquin, a Ordem estava a lidar com dificuldades financeiras, decrescimento do seu poder e má reputação.[8] A Ordem estava em conflito com o papado do Papa Gregório IX e com o Sacro Império, dois dos seus maiores apoiantes.[9] O 19 de fevereiro de 1236, o Papa Gregório IX emitiu uma bula papal declarando a cruzada contra a Lituânia. Volquin tinha como alvo a Samogícia, planeando conquista a costa do mar Báltico e ligar-se com os cavaleiros teutónicos na Prússia. Os Irmãos da Espada queriam continuar a expandir-se pelo rio Daugava mas tinham certa relutância em marchar contra a Samogícia.[10] No outono de 1236 uma seção de cruzados chegaram do Holsácia. Volquin reuniu uma grande força guerreira, a qual incluiu tropas da República de Pskov,[8] livónias, latgalianas e estónias.[10]
Eventos da batalha
[editar | editar código-fonte]Os cavaleiros marcharam em direção ao sul, pilhando e arrasando os assentamentos locais. Os locais só tinham uns poucos dias para reunir tropas para defender-se. Durante o retorno dos cavaleiros pelo norte, contudo, eles encontraram um determinado grupo de samogícios num cruzamento fluvial. De maneira a evitar o risco de perder os seus cavalos no pântano, os holsácios rejeitaram lutar a pé, forçando os cavaleiros a acampar pela noite.[8] A manhã seguinte, no dia de São Maurício, a principal força pagã, possivelmente liderada pelo duque Vykintas, chegou ao campo. A cavalaria ligeira lituana lançou dardos de arremesso a curta distância, que foram muito eficazes contra a fraca e mal armada cavalaria pesada livónia. O terreno pantanoso era vantajoso para os mal armados pagãos. As mal equipadas forças armadas nativas baixo o comando dos Irmãos da Espada rapidamente caíram em desgraça. Os cruzados e cavaleiros que tentaram chegar a Riga foram alegadamente mortos pelos semigalianos.
Palco bélico
[editar | editar código-fonte]A localização exata do lugar onde decorreu a batalha é desconhecida. A Chronicum Livoniæ de Hermann de Wartberge mencionou que a batalha teve lugar em terram Sauleorum. Tradicionalmente, este foi identificado com Šiauliai (alemão: Schaulen, letão: Šauļi) na Lituânia ou na pequena cidade de Vecsaule perto de Bauska no que é atualmente a Letónia.[11] Em 1965 o historiador alemão Friedrich Benninghoven propôs a vila de Jauniūnai no distrito de Joniškis, na Lituânia como o local da batalha. A teoria arrecadou algum apoio académico e em 2010 o governo lituano patrocinou a construção de um memorial em Jauniūnai.[12] A vila de Pamūšis situada a uns dez quilómetros a este de Jauniūnai no rio Mūša, também diz ser o palco bélico.[13] Saule/Saulė significam "o Sol" em letão e em lituano respetivamente.
Referências
- ↑ a b c LIND, John. Alexander Nevsky, Saint (ca. 1220–1263). The Encyclopedia of War, 2012.
- ↑ a b c «J.Vaiškūnas. Baltų vienybė». DELFI. Consultado em 28 de março de 2016
- ↑ SMITH-SIVERTSEN, Hermann. The Baltic States. Central and Southeast European Politics since 1989, 2010, 447-72.
- ↑ a b c MOL, Johannes A. 11.11. 30, Jähnig, Verfassung und Verwaltung des Deutschen Ordens. The Medieval Review, 2011.
- ↑ a b «T.Baranauskas: Ar priminsime Europai apie Šiaulių mūšį?». DELFI. Consultado em 28 de março de 2016
- ↑ MURRAY, Alan V. The Sword Brothers at war: observations on the military activity of the Knighthood of Christ in the conquest of Livonia and Estonia (1203-1227). Ordines Militares: Yearbook for the Study of the Military Orders, 2013, 18: 27-37.
- ↑ BIELINIS, Jonas. Lietuvos TSR istorijos ir kultūros paminklų sąvadas. Vyriausioji enciklopedijų redakcija, 1988.
- ↑ a b c Christiansen, Eric (4 de dezembro de 1997). The Northern Crusades (em inglês). [S.l.]: Penguin Adult. ISBN 9780140266535
- ↑ Urban, William (2000). The Prussian Crusade (2ª edição). Chicago, Ilinois: Lithuanian Research and Studies Center. pp. 142-147
- ↑ a b GUDAVIČIUS, Edvardas; INSTITUTAS, Lietuvos Istorijos. Mindaugas. Zara, 1998.
- ↑ SUŽIEDĒLIS, Simas. Encyclopedia Lituanica. Boston:[J. Kapǒcius, 1970-1978., 1970.
- ↑ «Saulės mūšio memorialui pabaigti skirs milijoną litų». DELFI. Consultado em 5 de abril de 2016
- ↑ Baškys, Vytautas (3 de janeiro de 2011). «ŠIAURĖS ATĖNAI». Baltų vienybės diena – Saulės mūšio atgarsis. Consultado em 5 de abril de 2016