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3-MCPD

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3-MCPD
Alerta sobre risco à saúde
Nome IUPAC 3-cloropropano-1,2-diol
Outros nomes 3-monocloropropano-1,2-diol ; α-clorohidrino; Glicerol α-monoclorohidrino; Clorodeoxiglicerol; 3-cloro-1,2-propanediol
Identificadores
Número CAS 96-24-2
PubChem 7290
Número EINECS 202-492-4
ChemSpider 7018
KEGG C18676
ChEBI 18721
SMILES
InChI
1/C3H7ClO2/c4-1-3(6)2-5/h3,5-6H,1-2H2
Propriedades
Fórmula química C3H7ClO2
Massa molar 110.53 g mol-1
Aparência Viscoso, líquido transparente
Densidade 1.32 g·cm−3
Ponto de fusão

−40 °C, 233 K, -40 °F

Ponto de ebulição

213 °C, 486 K, 415 °F

Riscos associados
Frases R R26/27/28-R36/37/38
Frases S S24-S45
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

O 3-MCPD (3-monocloropropano-1,2-diol ou 3-cloropropano-1,2-diol) é um composto químico orgânico, fazendo parte do grupo de contaminantes alimentares químicos mais comuns, os cloropropanóis. Suspeita-se que é carcinogénico nos humanos.[1]

Surge principalmente nos alimentos através da hidrólise de proteínas quando o ácido hidroclorídrico é adicionado a altas temperaturas para acelerar a desintegração das proteínas em aminoácidos. Além disto, o cloreto pode reacionar com a estrutura baseada no glicerol dos lípidos para produzir o 3-MCPD. O 3-MCPD também pode estar em alimentos que estiveram em contacto com materiais contendo resinas epicloridrinadas usadas para produzir algumas sacas do chá e o revestimento das salsichas.[2]

Em 2009, o 3-MCPD foi achado nalguns molhos da Ásia oriental e do Sudeste asiático tais como o molho de ostra, o molho de Hoisin e o molho de soja.[3] Usar o ácido hidroclorídrico é muito mais rápido do que fermentação tradicional pelo apreciada pelos produtores, além do seu preço inferior; contudo, é responsável pela aparição dos cloropropanóis. Um estudo de 2013 da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar apontou, como as principais fontes alimentares de 3-MCPD na Europa; a margarina, os óleos vegetais (excluindo o azeite de noz), as carnes conservadas, o pão e os produtos das confeitarias industriais.[4]

O 3-MCPD pode encontrar-se também em veniagas de papel tratadas com resinas epicloridrinadas.[5]

Absorção e toxicidade

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A Agência Internacional de Pesquisa no Cancro classificou o 3-MCPD no Grupo 2B, "possivelmente carcinogénico para humanos".[6] O 3-MCPD é carcinogénico em roedores via um mecanismo não-genotóxico.[7] Este composto consegue atravessar barreira hemato-testicular e a barreira hematoencefálica.[8][9]

O 3-MCPD é causante de problemas na fertilidade masculina,[9][10] sendo que é possível usá-lo como esterilizante químico de ratazanas.[11]

  1. «Aecosan - Agencia Española de Consumo, Seguridad Alimentaria y Nutrición». www.aecosan.msssi.gob.es (em espanhol). Consultado em 26 de abril de 2018 
  2. «IFST issues statement on 3-MCPD». foodnavigator.com (em inglês) 
  3. «Food Standards Agency - 3-MCPD in soy sauce and related products - Q&As». 22 de fevereiro de 2014. Consultado em 26 de abril de 2018 
  4. «Analysis of occurrence of 3-monochloropropane-1,2-diol (3-MCPD) in food in Europe in the years 2009-2011 and preliminary exposure assessment | European Food Safety Authority». www.efsa.europa.eu (em inglês). Consultado em 26 de abril de 2018 
  5. «Determination of 1,3-dichloro-2-propanol and 3-chloro-1,2-propanediol in papers treated with polyamidoamine-epichlorohydrin wet-strength resins by gas chromatography-mass spectrometry using selective ion monitoring». Journal of Chromatography A (em inglês). 788 (1-2): 195–203. 14 de novembro de 1997. ISSN 0021-9673. doi:10.1016/S0021-9673(97)00711-5 
  6. «IARC Monographs- Classifications». monographs.iarc.fr. Consultado em 26 de abril de 2018. Arquivado do original em 10 de junho de 2017 
  7. «Mutagenesis | Oxford Academic». OUP Academic (em inglês). Consultado em 26 de abril de 2018 
  8. Edwards, Elizabeth M.; Jones, A. R.; Waites, G. M. H. (1 de maio de 1975). «THE ENTRY OF α-CHLOROHYDRIN INTO BODY FLUIDS OF MALE RATS AND ITS EFFECT UPON THE INCORPORATION OF GLYCEROL INTO LIPIDS». Journal of Reproduction and Fertility (em inglês). 43 (2): 225–232. ISSN 1470-1626. PMID 1127646. doi:10.1530/jrf.0.0430225 
  9. a b Ericsson RJ, Baker VF (março de 1970). «Male antifertility compounds: biological properties of U-5897 and U-l5,646». Journal of reproduction and fertility. 21 (2): 267–73. PMID 5443210. doi:10.1530/jrf.0.0210267 
  10. Samojlik E, Chang MC (abril de 1970). «Antifertility activity of 3-chloro-1,2-propanediol (U-5897) on male rats». Biology of Reproduction. 2 (2): 299–304. PMID 5520328. doi:10.1095/biolreprod2.2.299. Consultado em 26 de abril de 2018 [ligação inativa]
  11. Ericsson RJ (julho de 1970). «Male antifertility compounds: U-5897 as a rat chemosterilant». Journal of reproduction and fertility. 22 (2): 213–22. PMID 5428943. doi:10.1530/jrf.0.0220213 

Ligações externas

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