Expressionismo alemão: diferenças entre revisões
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O '''expressionismo alemão''' (alemão: ''Deutscher Expressionismus'') consistia em uma série de movimentos criativos relacionados na [[Alemanha]] antes da [[Primeira Guerra Mundial]], que atingiu o auge em [[Berlim]] durante a [[década de 1920]]. Esses desenvolvimentos na Alemanha foram parte de um [[Expressionismo|movimento expressionista]] maior na cultura do norte e centro da Europa em áreas como [[arquitetura]], [[dança]], pintura, escultura e cinema. Este artigo trata principalmente da evolução do cinema expressionista alemão antes e imediatamente após a Primeira Guerra Mundial, aproximadamente de 1910 a 1930. |
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⚫ | Foi um estilo [[cinema]]tográfico cujo auge se deu na década de 1920, que caracterizou-se pela distorção de [[cenário]]s e [[Personagem|personagens]], através da [[maquiagem]], dos recursos de [[fotografia]] e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como os realizadores viam o mundo. |
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Pedro Monteiro, que mostra as origens e anseios do [[Movimento artístico|movimento]]:<ref>{{citar web|url= http://www.overmundo.com.br/overblog/o-expressionismo-recriando-conceitos-e-valores| titulo=O Expressionismo Recriando conceitos e Valores| autor= MONTEIRO, Pedro |data= <small>11/08/2007</small>|acessodata=12 de Abril de 2008|públicado=overmundo}}</ref> |
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{{Quote1|''O expressionismo, nascido na Alemanha no final do século XIX, é maior que a idéia de um movimento de arte, e antes de tudo, uma negação ao mundo burguês. Seu surgimento contribuiu para refletir posições contrárias ao racionalismo moderno e ao trabalho mecânico, através de obras que combatiam a razão com a fantasia. Influenciados pela filosofia de Nietzsche e pela teoria do inconsciente de Freud, os artistas alemães do início do século fizeram a arte ultrapassar os limites da realidade, tornando-se expressão pura da subjetividade psicológica e emocional.''}} |
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O expressionismo, cuja origem podemos remontar a fortes evidências em [[Van Gogh]]<ref>{{citar web|url=http://www.estacaovirtual.com/arquivo/mat1998/express.html| titulo=pesadelos alemães|autor=SEIDL, Daniel|acessodata=14 de Janeiro de 2009|publicado=Estação Virtual}}</ref> |
O expressionismo, cuja origem podemos remontar a fortes evidências em [[Van Gogh]],<ref name=":0">{{citar web|url=http://www.estacaovirtual.com/arquivo/mat1998/express.html| titulo=pesadelos alemães|autor=SEIDL, Daniel|acessodata=14 de Janeiro de 2009|publicado=Estação Virtual}}</ref> se estendeu por quase todas as artes, como o [[cinema]] e a [[pintura]], e caracteriza-se pela distorção da [[imagem]] (uso de cores vibrantes e remetentes ao sobrenatural), do retorno ao gótico e a oposição a uma sociedade imersa no desolador cenário do racionalismo moderno, pregador do trabalho mecânico. As vibrantes e alucinógenas pinturas expressam um desligamento com o real, a prioridade do "eu" e sua visão pessoal do mundo. |
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[[Imagem:Der-Sturm.jpg|thumb|direita|Logo do ''Der Sturm'', revista que divulgava a arte expressionista alemã]] |
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Tal identidade de uma arte de crise se intensifica ao coincidir com a instalação da frágil [[República de Weimar]] após uma catastrófica guerra perdida e um humilhante [[Tratado de Versalhes]], que arruinou a nação alemã, o que contribuiu não apenas para formar uma nova proposta de postura estética, mas também uma moral de enfrentamento das autoridades (foi por essa razão que os nazistas consideraram o expressionismo uma arte [[Decadentismo|decadente]]). O [[Nazismo]] e a própria [[Segunda Guerra Mundial]] destruíram muitas destas obras. |
Tal identidade de uma arte de crise se intensifica ao coincidir com a instalação da frágil [[República de Weimar]] após uma catastrófica guerra perdida e um humilhante [[Tratado de Versalhes]], que arruinou a nação alemã, o que contribuiu não apenas para formar uma nova proposta de postura estética, mas também uma moral de enfrentamento das autoridades (foi por essa razão que os nazistas consideraram o expressionismo uma arte [[Decadentismo|decadente]]). O [[Nazismo]] e a própria [[Segunda Guerra Mundial]] destruíram muitas destas obras. |
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== História == |
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Entre os primeiros filmes expressionistas, ''[[Der Student von Prag]]''<ref name="RM">{{citar livro|url=http://www.filmreference.com/Writers-and-Production-Artists-Ei-Gi/Galeen-Henrik.html|título=Henrik Galeen - Films as writer:, Other films:|autor =Roger Manvell|publicado=Film Reference|acessodata=2009-04-23|autorlink =Roger Manvell}}</ref> (1913), ''[[O Gabinete do Dr. Caligari]]'' (1920), ''[[Von morgens bis mitternachts]]'' (1920), ''[[Der Golem, wie er in die Welt kam|Der Golem]]''<ref name="RM" /> (1920), ''[[Der müde Tod]]'' (1921), [[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|''Nosferatu'']]<ref name="RM" /> (1922), ''[[Fantasma (filme)|Fantasma]]'' (1922) e ''[[Schatten]]'' (1923) eram altamente simbólicos e estilizados. |
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A reivindicação alemã dos poetas fez surgir uma nova poesia que chegava a desprezar a tradição poética alemã, fazendo uso de metáforas, verbos incisivos, neologismos e versos independentes do posterior e do anterior. |
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[[Imagem:Paul Wegener als Student von Prag, Filmplakat 1913.jpg|miniaturadaimagem|Paul Wegener como "O Estudante de Praga" no pôster do [[Der Student von Prag|filme de 1913]] por Zajac, Lithographie, Steindruck]] |
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Jakob Van Hoddis em ''Weltende'' (Fim do Mundo) - 1911: |
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O movimento expressionista alemão foi inicialmente restrito à Alemanha devido ao isolamento que o país experimentou durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1916, o governo proibiu os filmes estrangeiros. A demanda dos cinemas para gerar filmes levou a um aumento na produção nacional de filmes de 24 filmes em 1914 para 130 filmes em 1918. Com a inflação também em alta, os alemães assistiam aos filmes com mais liberdade porque sabiam que o valor de seu dinheiro estava constantemente diminuindo.<ref>Thompson, Kristin. Bordwell, David. ''Film History: An Introduction'', Third Edition. McGraw Hill. 2010, p.87</ref> |
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Além da popularidade dos filmes na Alemanha, em 1922 o público internacional começou a apreciar o cinema alemão, em parte devido à diminuição do sentimento antialemão após o fim da Primeira Guerra Mundial. Na época em que a proibição de importação de 1916 foi suspensa, Alemanha tornou-se parte da indústria cinematográfica internacional.<ref name=":0" /> |
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{{Quote1|''O chapéu voa da cabeça do cidadão,<br>Em todos os ares retumba-se gritaria.<br>Caem os telhadores e se despedaçam<br>E nas costas — lê-se — sobre a maré.<br>A tempestade chegou, saltam à terra<br>Mares selvagens que esmagam largos diques.<br> A maioria das pessoas tem coriza.<br>Os trens precipitam-se das pontes.''}} |
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[[Imagem:Golem 1920 Poster.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Um pôster do filme mudo de 1920 ''[[Der Golem, wie er in die Welt kam|Der Golem]]'', estrelado e co-dirigido por [[Paul Wegener]] e [[Carl Boese]].]] |
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Várias culturas europeias da década de 1920 abraçaram uma ética de mudança e uma vontade de olhar para o futuro, experimentando novas ideias e estilos artísticos ousados. Os primeiros filmes expressionistas compensaram a falta de orçamentos extravagantes usando cenários com ângulos absurdamente não realistas e geometricamente absurdos, juntamente com designs pintados em paredes e pisos para representar luzes, sombras e objetos. Os enredos e histórias dos filmes expressionistas freqüentemente lidavam com loucura, insanidade, traição e outros tópicos "intelectuais" desencadeados pelas experiências da Primeira Guerra Mundial (em oposição aos filmes de ação-aventura padrão e românticos). Filmes posteriores frequentemente categorizados como parte da breve história do expressionismo alemão incluem [[Metrópolis (filme)|''Metropolis'']] (1927) e ''[[M - Eine Stadt sucht einen Mörder|M]]'' (1931), ambos dirigidos por [[Fritz Lang]]. Essa tendência foi uma reação direta contra o realismo. Seus praticantes usaram distorções extremas na expressão para mostrar uma realidade emocional interna ao invés do que estava na superfície.<ref>Thompson, Kristin. Bordwell, David. ''Film History: An Introduction'', Third Edition. McGraw Hill. 2010, p.91</ref> |
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O extremo anti-realismo do expressionismo durou pouco, desaparecendo depois de apenas alguns anos. No entanto, os temas do expressionismo foram integrados em filmes posteriores das décadas de 1920 e 1930, resultando em um controle artístico sobre a localização do cenário, luz, etc. para melhorar o clima de um filme. Essa escola sombria e temperamental da produção cinematográfica foi trazida para os Estados Unidos quando os nazistas ganharam o poder e vários cineastas alemães emigraram para Hollywood. Esses diretores alemães encontraram estúdios de cinema dos EUA dispostos a adotá-los, e vários diretores e cinegrafistas alemães floresceram lá, produzindo um repertório de filmes de Hollywood que teve um efeito profundo no cinema como um todo.<ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/65184408|título=Street with no name : a history of the classic American film noir|ultimo=Dickos|primeiro=Andrew|data=2002|editora=University Press of Kentucky|local=Lexington|páginas=9-34|oclc=65184408}}</ref> O teórico do cinema nazista Fritz Hippler, entretanto, era um defensor do expressionismo. Dois outros filmes produzidos na Alemanha nazista usando o estilo expressionista foram ''[[Das Stahltier]]'' (1935) de [[Willy Zielke]] e ''[[Michelangelo. Das Leben eines Titanen]]'' (1940) por [[Curt Oertel]]. |
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Há também a tragédia, em forma de clamores e sofrimentos, no poema ''Schwrmut'' (Melancolia) de [[August Stramm]] - 1914: |
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[[Imagem:Wismar Markt Nosferatu 01.jpg|miniaturadaimagem|Placa comemorativa do clássico filme mudo de 1922 [[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|''Nosferatu'']] na praça do mercado de Wismar, Alemanha, onde parte dele foi filmado.]] |
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Dois gêneros que foram especialmente influenciados pelo expressionismo são o filme de [[Terror (gênero)|terror]] e o filme [[Film noir|noir]]. Carl Laemmle e o Universal Studios se destacaram ao produzir filmes de terror famosos da era muda, como [[O Fantasma da Ópera (filme de 1925)|''O Fantasma da Ópera'']], de Lon Chaney. Cineastas alemães como Karl Freund (o diretor de fotografia de Drácula em 1931) definiram o estilo e o clima dos filmes de monstros da Universal da década de 1930 com seus cenários sombrios e artisticamente projetados, fornecendo um modelo para as gerações posteriores de filmes de terror. Diretores como Fritz Lang, [[Billy Wilder]], [[Otto Preminger]], Alfred Hitchcock, Orson Welles, Carol Reed e Michael Curtiz introduziram o estilo expressionista nos dramas policiais dos anos 1940, expandindo a influência do expressionismo no cinema moderno. |
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{{Quote1|''Avançar almejar<br>Vida anseia<br>Arrepiar gregoriano ficar<br>Procurar olhares<br>Morrer cresce<br>O vir/lurdi Gritem!<br>Profundamente<br>Nós<br>Emudecemos''}} |
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Pelo fato da maioria dos poetas do movimento terem sido de origem judaica, poucos sobreviveram à Segunda Guerra Mundial.{{carece de fontes|data=abril de 2017}} |
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== Cinema == |
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Com [[Metrópolis (filme)|Metrópolis]] ([[1927]]) de [[Fritz Lang]],[[Das Kabinett des Doktor Caligari|O gabinete do Dr. Caligari]] ([[1919]]), de [[Robert Wiene]], [[Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens|Nosferatu, uma sinfonia de horrores]] ([[1922]]), de [[Friedrich Wilhelm Murnau]], uma nova forma de cinema surge, com temas sombrios de suspense policial e mistério em um ambiente urbano, personagens bizarros e assustadores, uma distorção da imagem devido a uma excessiva dramaticidade tanto na atuação quanto na maquiagem e cenografia fantástica de recriação do imaginário humano. A influência dos expressionistas do cinema se fez sentir em [[Hollywood]], tanto na temática quanto na linguagem, inclusive porque muitos dos diretores alemães de então migraram para Hollywood e lá realizaram filmes. O cinema é a forma mais lembrada do expressionismo alemão. |
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== Ver também == |
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* [[Expressionismo]] |
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* Movimentos do expressionismo alemão nas artes plásticas: |
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** [[Der Blaue Reiter]] |
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== Ligações externas == |
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* [http://www.germinaliteratura.com.br/livros_expressionismo_por_jabahia.htm/ Expressionismo alemão] |
* [http://www.germinaliteratura.com.br/livros_expressionismo_por_jabahia.htm/ Expressionismo alemão] |
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Edição atual tal como às 22h31min de 9 de junho de 2021
História da arte |
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Por expressão artística |
O expressionismo alemão (alemão: Deutscher Expressionismus) consistia em uma série de movimentos criativos relacionados na Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial, que atingiu o auge em Berlim durante a década de 1920. Esses desenvolvimentos na Alemanha foram parte de um movimento expressionista maior na cultura do norte e centro da Europa em áreas como arquitetura, dança, pintura, escultura e cinema. Este artigo trata principalmente da evolução do cinema expressionista alemão antes e imediatamente após a Primeira Guerra Mundial, aproximadamente de 1910 a 1930.
Foi um estilo cinematográfico cujo auge se deu na década de 1920, que caracterizou-se pela distorção de cenários e personagens, através da maquiagem, dos recursos de fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como os realizadores viam o mundo.
O expressionismo, cuja origem podemos remontar a fortes evidências em Van Gogh,[1] se estendeu por quase todas as artes, como o cinema e a pintura, e caracteriza-se pela distorção da imagem (uso de cores vibrantes e remetentes ao sobrenatural), do retorno ao gótico e a oposição a uma sociedade imersa no desolador cenário do racionalismo moderno, pregador do trabalho mecânico. As vibrantes e alucinógenas pinturas expressam um desligamento com o real, a prioridade do "eu" e sua visão pessoal do mundo.
Tal identidade de uma arte de crise se intensifica ao coincidir com a instalação da frágil República de Weimar após uma catastrófica guerra perdida e um humilhante Tratado de Versalhes, que arruinou a nação alemã, o que contribuiu não apenas para formar uma nova proposta de postura estética, mas também uma moral de enfrentamento das autoridades (foi por essa razão que os nazistas consideraram o expressionismo uma arte decadente). O Nazismo e a própria Segunda Guerra Mundial destruíram muitas destas obras.
História
[editar | editar código-fonte]Entre os primeiros filmes expressionistas, Der Student von Prag[2] (1913), O Gabinete do Dr. Caligari (1920), Von morgens bis mitternachts (1920), Der Golem[2] (1920), Der müde Tod (1921), Nosferatu[2] (1922), Fantasma (1922) e Schatten (1923) eram altamente simbólicos e estilizados.
O movimento expressionista alemão foi inicialmente restrito à Alemanha devido ao isolamento que o país experimentou durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1916, o governo proibiu os filmes estrangeiros. A demanda dos cinemas para gerar filmes levou a um aumento na produção nacional de filmes de 24 filmes em 1914 para 130 filmes em 1918. Com a inflação também em alta, os alemães assistiam aos filmes com mais liberdade porque sabiam que o valor de seu dinheiro estava constantemente diminuindo.[3]
Além da popularidade dos filmes na Alemanha, em 1922 o público internacional começou a apreciar o cinema alemão, em parte devido à diminuição do sentimento antialemão após o fim da Primeira Guerra Mundial. Na época em que a proibição de importação de 1916 foi suspensa, Alemanha tornou-se parte da indústria cinematográfica internacional.[1]
Várias culturas europeias da década de 1920 abraçaram uma ética de mudança e uma vontade de olhar para o futuro, experimentando novas ideias e estilos artísticos ousados. Os primeiros filmes expressionistas compensaram a falta de orçamentos extravagantes usando cenários com ângulos absurdamente não realistas e geometricamente absurdos, juntamente com designs pintados em paredes e pisos para representar luzes, sombras e objetos. Os enredos e histórias dos filmes expressionistas freqüentemente lidavam com loucura, insanidade, traição e outros tópicos "intelectuais" desencadeados pelas experiências da Primeira Guerra Mundial (em oposição aos filmes de ação-aventura padrão e românticos). Filmes posteriores frequentemente categorizados como parte da breve história do expressionismo alemão incluem Metropolis (1927) e M (1931), ambos dirigidos por Fritz Lang. Essa tendência foi uma reação direta contra o realismo. Seus praticantes usaram distorções extremas na expressão para mostrar uma realidade emocional interna ao invés do que estava na superfície.[4]
O extremo anti-realismo do expressionismo durou pouco, desaparecendo depois de apenas alguns anos. No entanto, os temas do expressionismo foram integrados em filmes posteriores das décadas de 1920 e 1930, resultando em um controle artístico sobre a localização do cenário, luz, etc. para melhorar o clima de um filme. Essa escola sombria e temperamental da produção cinematográfica foi trazida para os Estados Unidos quando os nazistas ganharam o poder e vários cineastas alemães emigraram para Hollywood. Esses diretores alemães encontraram estúdios de cinema dos EUA dispostos a adotá-los, e vários diretores e cinegrafistas alemães floresceram lá, produzindo um repertório de filmes de Hollywood que teve um efeito profundo no cinema como um todo.[5] O teórico do cinema nazista Fritz Hippler, entretanto, era um defensor do expressionismo. Dois outros filmes produzidos na Alemanha nazista usando o estilo expressionista foram Das Stahltier (1935) de Willy Zielke e Michelangelo. Das Leben eines Titanen (1940) por Curt Oertel.
Dois gêneros que foram especialmente influenciados pelo expressionismo são o filme de terror e o filme noir. Carl Laemmle e o Universal Studios se destacaram ao produzir filmes de terror famosos da era muda, como O Fantasma da Ópera, de Lon Chaney. Cineastas alemães como Karl Freund (o diretor de fotografia de Drácula em 1931) definiram o estilo e o clima dos filmes de monstros da Universal da década de 1930 com seus cenários sombrios e artisticamente projetados, fornecendo um modelo para as gerações posteriores de filmes de terror. Diretores como Fritz Lang, Billy Wilder, Otto Preminger, Alfred Hitchcock, Orson Welles, Carol Reed e Michael Curtiz introduziram o estilo expressionista nos dramas policiais dos anos 1940, expandindo a influência do expressionismo no cinema moderno.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Expressionismo
- Movimentos do expressionismo alemão nas artes plásticas:
Referências
- ↑ a b SEIDL, Daniel. «pesadelos alemães». Estação Virtual. Consultado em 14 de Janeiro de 2009
- ↑ a b c Roger Manvell. Henrik Galeen - Films as writer:, Other films:. [S.l.]: Film Reference. Consultado em 23 de abril de 2009
- ↑ Thompson, Kristin. Bordwell, David. Film History: An Introduction, Third Edition. McGraw Hill. 2010, p.87
- ↑ Thompson, Kristin. Bordwell, David. Film History: An Introduction, Third Edition. McGraw Hill. 2010, p.91
- ↑ Dickos, Andrew (2002). Street with no name : a history of the classic American film noir. Lexington: University Press of Kentucky. pp. 9–34. OCLC 65184408