Nutrição Oncológica AULA 01
Nutrição Oncológica AULA 01
Nutrição Oncológica AULA 01
Oncológica
Nutricionista Ana Paula Galeski Sganzerla
Nutricionista CRN 8/7972
Graduada em Nutrição pela Faculdade Assis Gurgacz
Especialista em Clínica e Metabolismo pela Faculdade Assis Gurgacz
Especialista em Oncologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Hospital Israelita
Albert Einstein
Especialista em Nutrição Clínica, Funcional e Fitoterapia pelo Instituto Ana Paula
Pujol
Especialista em Nutrição Oncológica pela Unyleya
Nutricionista Clínica do Centro de Oncologia do Oeste do Paraná - COOP
Nutricionista Clínica da Gastrocento
Contato: [email protected]
Instagram: @nutri.anag
Conteúdo programático:
O que é o câncer?
l
Dividindo-se rapidamente essas células tendem a ser muito agressivas e
incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem
espalhar-se para outras regiões do corpo.
Carcinogênese
l
FASE 1
l
Iniciação: célula exposta a substância
carcinogênica e altera DNA – mutação.
Com a exposição à agentes
carcinogênicos poderá ser ativada
l
FASE 2
l
Promoção: grandes volumes e
crescimento autônomo – favorecida por
alterações hormonais e radicais livres
l
FASE 3
l
Progressão: independência, reprodução
e invasão.
O câncer é uma doença crônica,
inflamatória e de baixa
intensidade.
A exposição prolongada e contínua
a fatores ambientais (cigarro,
dieta, estresse, álcool, etc) levam
agressões às células – pode não
conseguir consertar ou corrigir.
Oferecendo nutrientes e
substâncias fitoquímicas
antioxidantes e anti-inflamatórias
para ajudar a modulação dos
nossos genes para que ocorra
apoptose.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Exposição a carcinógenos e diminuição Ativação de carcinógenos pelas
da capacidade de reparo do DNA. enzimas de detoxificação (DETOX)
Existem substâncias que o Objetivo: transformar toxinas em
organismo não tem capacidade substâncias solúveis para serem
de metabolizar – não há produção eliminadas pela urina ou fezes.
de enzimas para que o processo Se não for ativada corretamente
ocorra corretamente.
pode causar “estrago” nas
células.
Para que o processo “DETOX”
ocorra é necessário uma série de
vitaminas e fitoquímicos.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Alterações no processo de
Polimorfismos genéticos
apoptose
São variações nas sequencias de Processo regulado por sinalização
DNA. de proteína e expressão gênica.
Pode aumentar ou diminuir o Remove células: velhas,
risco de câncer. infectadas ou danificadas.
Exemplo: deficiência no
metabolismo de ácido fólico
(essencial no processo de
metilação) = maior risco de
câncer de mama.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Falta de controle do ciclo
Metilação de DNA
celular
Deixa nossos genes inativos ou Há falha no processo do reparo de
ativos. DNA e as células começam a se
1) Histona acetiltransferase multiplicar e não mais responder
aos fatores inibitórios –
(HAT): promove relaxamento da autodestruição.
cromatina, diminuindo
condensação e aumentando o P53- 90% dos pacientes tem
acesso ao DNA. mutação nessa proteína.
2) Histona deacetilase (HDAC):
compacta a cromatina, fazendo o
caminho inverso.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Síntese de telomerase Processo inflamatório crônico
l
Exemplos:
l
Aflotoxinas: amendoim, milho, feijão, trigo – Câncer hepático
l
Metais tóxicos: Cádmio – Câncer de Próstata
l
Chumbo, cromo e arsênio – Câncer de bexiga
l
Chumbo – Câncer de esôfago
l
Bisfenol A e ftalatos: Água e alimentos quente ou frios em contato com plástico -
Câncer de mama
Dica de ouro!
Uma ingestão rica em alimentos de origem
vegetal como frutas, legumes, verduras,
cereais integrais, feijões e outras leguminosas,
e pobre em alimentos ultraprocessados, como
aqueles prontos para consumo ou prontos para
aquecer e bebidas açucaradas, podem
prevenir novos casos de câncer.
https://www.inca.gov.br/alimentacao. Alteração em 04 de abril de 2019
Metabolismo
Anormalidades importantes no metabolismo
de carboidratos, lipídeos e proteínas
acometem pacientes com câncer.
Metabolismo
Nos anos de 2000 e 2011 com a descoberta realizada por Douglas Hanahan
e Robert Weinberg e a publicação de “Halmarks – as marcas do câncer”
foram identificadas as dez características da célula tumoral.
l
2) Fatores tumorais
l
Fator indutor de proteólise – PIF (▼ síntese proteica, ▲ proteólise, ▲
gliconeogênese)
l
Fator mobilizador de lipídeos – LMF (▲ lipólise, ▼ lipogênese)
O que leva a perda de peso?
l
Redução da ingestão total de alimentos (consequência do tratamento e
evolução da doença);
l
Alterações metabólicas provocadas pelo tumor;
l
Aumento da demanda calórica (para aumento do tumor).
l
O aconselhamento nutricional tem a eficácia comprovada: aumenta a
ingestão calórico-proteica e composição corporal.
l
Se utilizado precocemente é capaz de melhorar a resposta ao tratamento,
evitar ou minimizar riscos infecciosos no pós-operatório, reduzir a morbi-
mortalidade, aumentar a qualidade de vida do paciente além de auxiliar no
controle dos sintomas relacionados ao tumores.
Importância do
acompanhamento nutricional.
- Controlar os efeitos adversos do tratamento oncológico, que quando não controlados e
amenizados comprometem o estado físico, imunológico, nutricional e emocional do paciente;
- Em alguns protocolos de tratamento prevenir e tratar a desnutrição, bem como evitar a
caquexia (é uma síndrome complexa e multifatorial que se caracteriza pela perda de peso,
atrofia muscular, fadiga, fraqueza e perda de apetite)
-Em alguns protocolos evitar e/ou controlar o ganho de peso;
http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/02-
Valida%C3%A7%C3%A3o-da-vers%C3%A3o-em-portugu%C3%AAs-da-
avalia%C3%A7%C3%A3o-subjetiva-global-produzida-pelo-paciente.pdf
Exames bioquímicos
Os exames bioquímicos podem ser utilizados como indicadores do estado
nutricional – atenção as alterações relacionadas a patologia.
Proteínas Meia-vida Uso clínico Limitações Referências
Albumina (g/dL) 14-21 dias Índice prognóstico Hidratação, > 3,5 normal
de gravidade distúrbio renal e 3,0 a 3,5 leve
hepático 2,4 e 2,9 moderada
< 2,4 grave
Transferrina (mg/dL) 8-10 dias Índice prognóstico Alterações no 200 a 400 normal
de monitorização metabolismo do 150 a 200 leve
ferro 100 a 150
moderada
<100 grave
Pré-albumina 2-3 dias Monitorização e Distúrbio renal, >20 normal
depleção aguda hepático e 10-15 leve
inflamações 5-10 moderada
<5 grave
Exames bioquímicos
Classificação do estado nutricional a partir da contagem total de linfócitos.
CLT (mm³) Estado nutricional
> 2000 Normal
1200 - 2000 Depleção leve
800 - 1199 Depleção grave
< 800 Depleção moderada
Anastrazol Mama (hormonioterapia) Anorexia, ganho ou perda de peso Xerostomia, náusea, vômito, dir, diarreia, constipação
Candidíase, estomatite, náusea, vômito, despepsia, dor Ingerir com água, 1/2 hora após alimentação, sem
Capecitabicina (Xeloda) mama, colorretal, pâncreas, esôfago Anorexia
abdominal, abstrução intestinal, diarréia, constipaçãp. mastigar.
pulmão, ovário, neuroblastoma, leucemia, linfoma, Anorexia, perda de peso, fadiga, mielossupressão, Estomatite, náuseas, vômitos, xerostomia, dor
Ciclofosfamida (Genuxal) Aumentar hidratação antes da dose e por 72 horas após.
mieloma toxicidade renal abdominal, diarreia.
Anorexia, perda de peso, toxicidade renal, Aumentar hidratação. Pode necessitar suplementação de
Cisplatina ovário, pênis, testículo, pulmão, cólo e reto Náuse e vômito (por 7d), diarreia, disgeusia, estomatite
mielossupressão, fadiga minerais
Retenção hidrica, retenção de sódio, intolerância a Pode precisar suplementar sódio, potássio, cálcio, vitamina
Dexametasona Glicocorticóide* Transtorno intestinal
glicose, perda de potássio, osteoporose D
Anastrozol alimentos em geral Reduz a tax de absorção sem afetar a extensão total Pode ser administrado com alimentos
Bexaroteno alimentos em geral, toranja Aumenta a biodisponibilidade Evitar gordurosos, toranja e seu suco
Estramustina Leite e derivados. Fontes de cálcio. Impedem a absorção oral Cosumir ao menos 1 hora antes ou 2 horas depois
Cérebro Efeitos Agudos: náuseas, vômitos, hiperglicemia (provocada pelo uso de esteróides), fadiga, perda de apetite.
SNC Medula espinal Efeitos tardios: cefaléia, letargia.
Língua
Laringe
Faringe
Orofaringe
n Efeitos Agudos: Xerostomia, sensibilidade alterada de boca e gasganta, disfagia, odinofagia, mucosite, disgeusia, alterações de olfato, fadiga,
Nasofaringe perda de apetite.
Tonsila Efeitos tardios: Atrofia e ressecamento de mucosa, ulceração, xerostomia, alterações de paladar, alterações de olfato, osteorradionecrose
Cabeça e pescoço Glândulas salivares (necrosse óssea por insquemia - acometimento da mandíbula), trismo.
Esôfago
Pulmão Efeitos agudos: disfagia, odinofagia, azia, fadiga, perda de apetite.
Tórax Mama Efeitos tardios: fibrose, estenose e necrose esofágica, cardiomegalia, pericardite, tosse seca, fibrose pulmonar, pneumonite.
Efeitos agudos: Náuseas, vômitos, alteração da funcção intestinal (diarreia, cólicas, gases), aumento na frequência urinária, sensação de
Sistema gastrintestinal queimação na miccção, colite, enterite aguda, intolerância à lactose, fadiga e perda de apetite.
Sistema excretor Efeitos tardios: diarreia, má absorção, colite ou enterite crônica, alterações intestinais (estreimento, ulceração, obstrução, perfuração, fístula),
Abdome e pelve Sistema reprodutor hematúria, cistite.
Cirurgia
l
Para pacientes com câncer
submetidos à cirurgia desnutridos
ou em risco de desnutrição
candidatos a cirurgia de médio ou
grande porte, recomenda-se a
utilização de fórmulas hiperproteicas
com imunonutrientes (arginina,
ácidos graxos ômega-3 e
nucleotídeos), por via oral ou enteral
na quantidade mínima de 500ml/dia
no período perioperatório, iniciando 5
a 7 dias antes da cirurgia
l
Nível de evidência: moderado
Local Principais sintomas com impacto nutricional Possível deficiência de nutrientes Exames bioquimicos recomendados
l
alterações menstruais
ondas de calor no corpo
anormalidade do l
ganho de peso
l
alteração dos níveis de colesterol sanguíneo
crescimento de células l
maior risco de trombose
l
Retenção de líquidos
Imunoterapia
Enquanto os mecanismos de ação Os efeitos colaterais da
contra o tumor oferecidos pela imunoterapia podem variar
quimioterapia se baseiam em atacar dependendo do tipo de
as células tumorais diretamente, medicamento administrado. Esses
a imunoterapia auxilia o próprio efeitos variam de paciente para
sistema imunológico do paciente a paciente, podendo incluir fadiga,
identificar e combater o câncer febre, náuseas, vômitos e diarréia
Vias de aporte nutricional
TNO: quando a ingestão oral for
TNO: na presença da instabilidade
<70% das necessidades. hemodinâmica, disfagia, odinofagia,
obstrução, êmese, broncoaspiração,
TNE: quando a via oral estiver recusa do paciente e intolerância a
contra indicada ou for < que suplementação nutricional.
60% das necessidades nos
TNE: na presença de instabilidade
últimos três dias. hemodinâmica, diarreia, vômitos, íleo
TNP: Impossibilidade total ou paralitico, sangramento do TGI ou
parcial do uso do TGI. distensão abdominal.
TNP: na presença de instabilidade
hemodinâmica, via oral ou enteral
suprindo 75 a 60% das necessidades
por 3 dias.
INCA, 2015
Vamos entender melhor
cada via de aporte
nutricional?
Dieta via oral
Na presença da doença o prazer Como avaliar a ingestão
de se alimentar é substituído por alimentar?
momento de dor, mal estar, Os métodos para avaliação de
muitas vezes náuseas, vômitos, ingestão alimentar em pacientes
cólicas abdominais e diarréia, etc oncológicos são objetivos e
subjetivos e devem ser
reconhecidos e abordados de
maneira precoce. A ingestão
dietética deve ser feita de
maneira qualitativa e, se
possível, quantitativamente,
utilizando registro alimentar,
história dietética, recordatório
alimentar ou escalas analógicas
visuais ou verbais.
Dieta via oral
O aconselhamento nutricional
dos pacientes em tratamento
antineoplásico devem contemplar
constantes modificações para
minimizar os sintomas, melhorar
a aceitação alimentar e,
consequentemente a qualidade
de vida, favorecendo o
prognóstico do paciente.
Manejo nutricional via oral para
efeitos colaterais do tratamento
Náuseas e vômitos
l
Evitar alimentos gordurosos, oleosos ou fritos, condimentados, ácidos ou picantes, muito
açucarados ou doces concentrados, muito quentes e com odores fortes;
l
Procure não ficar próximo do local de preparo do alimento, o cheiro da preparação pode
aumentar o sintomas de náuseas;
l
Prefira alimentos frescos e gelados – pois exalam menos cheiro;
l
Faça pratos coloridos e apetitosos, a apresentação do prato estimula a vontade de
comer;
l
Não fique sem se alimentar por longos períodos;
l
Não deite logo após se alimentar, se possível, ande um pouco;
l
Não use roupas apertadas;
l
Faça o cardápio ser o mais variado possível;
l
Evite o consumo de líquidos em excesso durante as refeições.
Náuseas e vômitos
l
🍉Picolé de melancia com limão:
l
Ingredientes
l
• 1 fatia grande de melancia
l
• 100ml de água de coco
l
• 100ml de chá de gengibre frio
(decocção)
l
• suco de 2 limões
l
• 3 colheres de açúcar de coco.
l
Modo de preparo
l
Bata tudo no liquidificador, coe e leve
ao congelador com palitinhos
Inapetência e anorexia
l
Alimentar-se com calma e tente criar um ambiente agradável para fazer as refeições,
ouvindo música ou em boa companhia;
l
Fazer pequenas refeições ao longo do dia (entre 6 a 8);
l
Aproveitar o intervalo entre uma sessão e outra de quimioterapia para alimentar-se melhor;
nessa fase, já sem efeitos como enjoo, o apetite tende a aumentar;
l
Evite a ingestão de muitos líquidos durante as refeições principais (almoço e jantar);
l
Prefira alimentos calóricos e com nutrientes, sempre que possível;
l
Faça pratos visualmente agradáveis e coloridos;
l
Aumente a densidade calórica e proteica das refeições, exemplos de alimentos a serem
acrescentados nas preparações: geleia de frutas sem açúcar, mel, inhame, azeite de oliva,
abacate, nozes, castanhas, ovos, leite de coco, etc;
l
Faça uso de suplementação alimentar para aumentar a densidade calórica das preparações,
conforme orientação do médico ou da nutricionista.
Saciedade precoce
l
Faça refeições frequentes, em quantidades menores;
l
Prefira alimentos de fácil digestão como sopas, purês, frango ou carnes
magras desfiadas;
l
Faça uso de chás digestivos como cidreira, erva-doce, boldo do Chile;
l
Evite frituras, alimentos gordurosos, enlatados, alimentos condimentados,
molhos picantes, sopas e temperos prontos, caldos de carnes;
l
Não ingerira líquidos durante as refeições;
l
Não ingerira bebidas gaseificadas, refrigerantes e álcool;
l
Use suplementos alimentares conforme prescrição do médico ou
nutricionista para aumentar a densidade calórica das preparações.
Inapetência / saciedade
precoce
l
Vitamina hipercalórico de banana com
canela
l
Ingredientes
l
✔️1 banana nanica congelada
l
✔️250ml de leite de coco
l
✔️1 colher (café) de canela em pó
l
✔️2 castanhas do Pará
l
✔️2 colheres (sopa) de aveia
l
✔️1 colher (sobremesa) de mel
l
Modo de preparo
l
Bater tudo no liquidificador, com exceção da
canela, separe um pouco para polvilhar no
copo antes de servir.
Mucosite
l
Fazer uma higiene oral adequada (acompanhamento odontológico faz parte da prevenção);
l
Evitar o consumo de ácidos como: limão, abacaxi, laranja.
l
Evitar refrigerantes, café;
l
Diminuir ou retirar o sal e os condimentos fortes e picantes das preparações; 🌶
l
Ingerir alimentos a temperatura ambiente ou “frios”, evitar os alimento quentes – em alguns
casos o gelado também!;
l
Evitar alimentos duros ou crocantes que podem causar lesões na boca;
l
Caso apresente dificuldade para mastigar pela dor e desconforto, ingerir alimentos líquidos e
pastosos como: sucos, vitaminas, sopas liquidificadas, sorvetes de frutas congeladas, purês;
l
Utilize caldos e molhos para umedecer e facilitar a deglutição;
l
Fracionar a dieta e aumentar a densidade calórica e proteica com o auxilio da nutricionista.
Mucosite
l
Para a prevenção na mucosite podemos:
l
Usar a crioterapia (Uma das orientações para a crioterapia consiste em uso
do gelo, picolé ou liquido gelado em bochechos 5 minutos antes do inicio
da infusão do medicamento, se mantendo até 30 minutos após o término);
l
Evitar extremos de temperatura;
l
Evitar alimentos “crocantes”;
l
Cuidar na higienização da cavidade oral;
l
Evitar o consumo de ácidos.
Diarreia
l
Fracionar a dieta em pequenas porções;
l
Ingerir uma dieta pobre em resíduos, lactose, glúten e sacarose;
l
Ingerir menos fibras insolúveis (casca de frutas, sementes, farelo de trigo, cereal integral,
verduras folhosas, etc);
l
Adequar o aporte de fibras solúveis (frutas, flocos de aveia, grão de bico, lentilha,
mandioca, cenoura, etc);
l
Aumentar a hidratação, principalmente com líquidos ricos em potássio ou sódio: água de
coco, bebidas isotônicas, suco de caju, goiaba, maçã;
l
Evite alimentos gordurosos;
l
Não use alimentos enlatados, condimentados, irritantes e apimentados;
l
Evite café, suco de frutas laxativas (mamão, laranja, ameixa);
l
Dica: chá de camomila e entrecasca de coco verde!
Diarreia
l
Fraqueza;
l
Sonolência;
l
Tonturas;
l
Boca seca;
l
Sede excessiva;
l
Lábios rachados;
l
Diminuição da quantidade de urina;
l
Coloração amarela escura na urina.
Constipação
l
Realize refeições com intervalos regulares;
l
Aumente a ingestão de água!
l
Utilize alimentos fontes de fibras como: Grãos integrais (farelo de trigo, aveia, centeio, granola ,
arroz integral); Frutas (mais laxantes: mamão, laranja com bagaço, caqui, figo, ameixa); Frutas
secas e oleaginosas (ameixa, passas, nozes, amêndoa, amendoim, castanha e outros); Vegetais
folhosos e legumes crus – quando possível (espinafre, agrião, alface, cenoura, beterraba, vagem,
quiabo);
l
Procure criar um hábito de ir ao banheiro com horários regulares, elevar os pés em um banquinho;
l
Realize atividade física (conforme liberação médica e com orientação profissional);
l
Evite frituras, enlatados, alimentos condimentados, excesso de arroz e massas;
l
Evite frutas como maçã sem casca, goiaba, banana, caju, limonada;
l
Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas;
l
Evite alimentos que formam gases: repolho, couve-flor, feijão (o grão), leite, etc.
Constipação
l
Vitamina Laxativa
l
Ingredientes
l
2 colheres de sopa de linhaça (semente)
l
3 ameixas pretas
l
1 fatia de mamão
l
1 laranja com bagaço
l
Modo de preparo
l
Deixar de molho por aproximadamente 8
horas a ameixa e a linhaça em meio
copo de água, bater o meio copo do
preparo junto com a água e acrescentar
o mamão e a laranja. Beba gelado.
Neutropenia
l
Higienização de frutas e verduras;
l
Utilizar água potável filtrada, fervida, ou mineral;
l
Dar preferência aos alimentos bem cozidos;
l
Utilizar leites e derivados somente pasteurizados e esterilizados – não
utilizar iogurte e leite fermentado;
l
Probióticos?
Disgeusia
l
Fracionar a alimentação em 6 ou 8 refeições diárias;
l
Escolha alimentos que com boa aparência e bom odor (use ervas e especiarias para realçar o odor e o sabor
das preparações);
l
Faça bochechos antes das refeições com água ou chá de camomila;
l
Chupe balas ácidas e de hortelã, gelo ou picolés de frutas cítricas nos intervalos da refeições (se não tiver
feridas na boca);
l
Consuma aves, peixes, ovos e massas com cremes, molhos e caldos bem temperados com cebolinha,
manjericão, coentro, manjerona;
l
Evite alimentos suaves e pouco temperados, excesso de café e chá preto ou mate, e alimentos
excessivamente quentes;
l
Consuma alimentos que o auxiliem na recuperação do paladar por serem ricos em zinco: camarão, carne de
vaca, frango e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais;
l
Substitua os talheres de metal pelos de plástico, caso sinta sabor residual metálico;
l
Mantenha boa higiene bucal;
l
Se o aporte nutricional for insuficiente, iniciar suplemento nutricional.
Xerostomia
l
Adequar consistência dos alimentos;
l
Utilizar gotas de limão na salada e nas bebidas;
l
Utilizar balas cítricas;
l
Ingerir líquidos durante as refeições;
l
Evitar café, chá e refrigerantes que contenham cafeína
Outros efeitos colaterais
l
Fadiga;
l
Neuropatia periférica;
l
Alopécia,
l
Alterações de pele;
l
Trismo;
l
Esofagite;
l
Alterações de unha.
Suplementação nutricional
via oral
Diminuição da ingestão dietética = pacientes que não atingem a
meta energética preconizada com a dieta oral mesmo após as
adaptações dietéticas.
Ravasco et.al., 2003.Does nutrition influence quality of life in cancer patients undergoing radiotherapy? Radiother Oncol. May;67(2):213-20.
Suplementação nutricional
A suplementação oral está indicada em pacientes que não conseguem
atingir suas metas nutricionais através da dieta oral exclusiva.
Nível de evidência: baixo
• Não! A dieta enteral é uma estratégia que deve ser usada quando o
paciente não consegue alimentar-se adequadamente
Dieta enteral
Dieta enteral
Indicação:
Necessidade de assegurar ou aumentar a ingestão de nutrientes;
Atingir mais de 60% das necessidades nutricionais estimadas por mais de 7
dias (em algumas literaturas 5 dias)
TGI integro
Pacientes desnutridos e disfagicos
Mucosite severa
Alguns procedimentos cirurgicos
Dieta enteral
l
NE deve ser fornecida para paciente em tratamento de QT com risco
nutricional e/ou desnutrição
l
NE para pacientes submetidos a radio-quimioterapia nas regiões de cabeça
e pescoço e esôfago pode aumentar a ingestão alimentar e prevenir a
perda de peso. (DITEN)
Dieta enteral
Uso prolongado: gastrostomia = conforto
Tumores esofágicos obstrutivos e câncer gástrico = jejunostomia (pode ser
feita a gastrostomia endoscópica pré-operatória)
No caso de fístulas?
- Qual a localização (TNE após)
- - No caso de auto débito (> 500ml/dia) iniciar NPT.
Dieta enteral
Métodos de administração
Gravitacional: controle da infusão por meio da roldana do equipo
Bolus: administrada geralmente por uma seringa dosadora
Bomba de infusão: volume e gotejamento controlados
Tipos de infusão:
Intermitente: infusão de determinado volume com intervalos regulares;
Cíclica: administrada por um período determinado, mas com pausa;
Contínua: durante 24h, sem pausa.
Dieta enteral
Cuidados da administração:
Verificar sinais vitais;
Peso;
Avaliação abdominal;
Controle de volume (infundido, eliminado);
Posicionamento (30 a 45º - 1 h após);
Posicionamento da sonda (marcação);
Manutenção da troca de fitas fixadoras;
Manutenção da permeabilidade da via (flush 20 a 30ml antes e após ou a
cada 3 horas).
Dieta enteral
O acompanhamento multiprofissional é para a prevenção de detecção
precoce de complicações.
• Febre;
• Falta de ar;
• Sonda entupida;
A Braspen (2019) diz que pacientes com câncer que tiverem ingestão oral ou tolerância da
nutrição enteral em quantidades inferiores a 60% de suas metas por mais de uma semana
apresentam indicação de nutrição parenteral suplementar. Para pacientes com
contraindicação ao uso da via digestiva, a nutrição parenteral deve ser indicada de maneira
exclusiva, sendo mais precoce para pacientes desnutridos ou em alto risco nutricional.
Nutrição parenteral
Cuidados a serem seguidos:
Controle glicêmico: meta <180mg/dL
Controle metabólico: controle diário de eletrólitos e semanal de perfil
parenteral;
Indicação de retomada de dieta oral ou enteral
Reavaliação da oferta nutricional
Dieta parenteral
Possíveis complicações
Esquema atual:
3h – 12 a 15g de Whey + 25g de malto em 200ml
2h – 25g de malto para 200ml
Segundo a Espen:
Sem desnutrição: 5 a 7 dias no pré-operatório
Com desnutrição: pré e pós operatório
Paciente cirúrgico
As diretrizes brasileiras de Terapia Nutricional no perioperatório recomendam que essa seja
indicada por um período de 7 a 14 dias em pacientes com risco nutricional grave, candidatos a
operações eletivas de médio e grande portes.
Em operações de grande porte para ressecção de câncer, mesmo não havendo desnutrição
grave, os suplementos contendo imunonutrientes estão indicados por 5 a 7 dias antes da cirurgia
e devem ser continuados no pós-operatório.
3) Microbiota
Exames?
“ Na escola médica aprendemos como manter o paciente vivo. Em medicina paliativa devemos
desaprender tudo isto e aprender como estar em sintonia com o que o paciente quer. ”
Jones, Hospice
Cuidados paliativos
A estratégia nutricional dos pacientes em cuidados paliativos deve ser
baseada no prognóstico. Considerar estado nutricional, ingestão alimentar
e expectativa de vida. A tomada de decisão deve ser sempre em conjunto
com o paciente, família e a equipe multiprofissional.
2016 – estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireóide, meningioma, mieloma
múltiplo.
10 recomendações
2 – SER FISICAMENTE ATIVO
Evitar comportamento sedentário
AF moderada (60 a 75% da FC máxima) / 150 minutos semanais.
l
Alho: os compostos bioativos do alho são liberados quando ele é amassado, partido,
cortado ou mastigado. Além disso o consumo deve ser feito após o preparo, sem que haja
ação de calor, que diminui as concentrações dos fitoquímicos sulfurados.
l
Leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico): contém uma substância chamada ácido fítico
que pode se ligar no trato intestinal ao Cálcio, Magnésio, Cobre, Ferro e Zinco, bloqueando
parcialmente a absorção desses importantes nutrientes. Para reduzi-lo basta deixar os
grãos de molho por aproximadamente 8 horas. O ideal é colocar duas medidas de água
para cada de medida de grão (dica: acrescente algumas gotinhas de limão).
Formas de preparo
l
Cúrcuma: Ajuda na prevenção por controlar peroxidação lipídica e danos do DNA,
tem habilidade de silenciar alterações genéticas, adjuvante nos tratamento de câncer.
Contudo para que possamos aproveitar deles devemos associar a cúrcuma moída ou
ralada a pimenta preta e uma fonte boa de gordura.
l
Cebola: o cozimento pode acarretar redução de 75% do seu conteúdo inicial de
quercetina após 15 minutos de fervura.
Compostos Bioativos
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Licopeno:
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Um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido para prevenção do câncer e de
doenças cardiovasculares.
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Carotenoide que tem maior capacidade de sequestrar radical livre.
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Sistemas relacionados a inibição da carcinogênese: eliminação e ERO´s, aumento da
desintoxicação, supressão da progressão do ciclo celular.
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Antiproliferativo CA de próstata, cólon.
Maçã com casca, cereja (Quercetina) - substância antioxidante que elimina os radicais livres do organismo,
evita o surgimento de câncer.
Agentes anti-câncer –
nutrientes!
Selênio: Possui ação antioxidante. Induz apoptose. Ação sinérgica com vitamina E.
Cálcio: Regula proliferação,diferenciação e função celular. Possui ação sinérgica
com a vitamina D.
Magnésio: Mantém a estabilidade genômica. Inibe a expressão de oncogênese.
Reduz efeitos tóxicos dos ácidos biliares sobre as células epiteliais colônicas
Vitamina D: Previne a disjunção do ciclo celular. Aumenta absorção Ca. Regula a
proliferação, diferenciação e função celular.
Vitamina E: Possui ação antioxidante. Induz apoptose. Possui ação sinérgica com o
selênio.
Zinco: Possui ação antioxidante. Anti-inflamatória. Reduz angiogênese
Paschoal V; Naves; Sant`Anna V. Nutrição clinica funcional em câncer. 552p. 2012.
Orientação básica para a
prevenção!
A recomendação básica é consumir, no mínimo, cinco porções de vegetais ao dia,
sendo duas porções de frutas e três porções de legumes sem amido (como cenoura,
couve-flor, berinjela, tomate) e verduras. Cada porção equivale a uma quantidade
que caiba na palma da sua mão (80g), do produto picado ou inteiro. Consuma
alimentos de diferentes cores, quanto mais colorida for sua refeição, melhor. Limite a
carne vermelha a 500g semanais.
E por fim, prefira descascar que desembrulhar, quanto mais natural melhor, sempre!
E os sobreviventes do
câncer?
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Cancer survivor
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Sobreviventes significa com o câncer e também viver com os efeitos colaterais e
sequelas decorrentes do tratamento.
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As terapias antineoplásicas poderão resultar em efeitos adversos transitórios ou
permanentes – podem atingir o TGI e impactar no estado nutricional.
Piocari, 2019.
Sobreviventes do câncer
Câncer de mama
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Osteoporose: Ca, Vit D, atividade física.
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Ganho de peso: adequar dieta, atividade sé possível.
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Complicações cardiovasculares: adequar dieta, controle de ganho de peso.
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Câncer de cólon e reto
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Má absorção: adequar nutrientes, monitorar peso.
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Alteração de peso: monitorar, adequar dieta, atividade física.
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Alteração do funcionamento intestinal: avaliar ingestão de fibras, utilizar pré/probióticos, hidratação;
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Enterite / diarreia: ingestão de líquidos e eletrólitos, limitar gordura e lactose, fibras (solúvel).
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Obstrução: enteral ou parenteral.
Sobreviventes do câncer
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Próstata: osteoporose, osteopenia, enterite, diarreia.
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Pulmão: esofagite, disfagia
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Bexiga: alteração do funcionamento intestinal
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Cavidade oral: xerostomia, disfagia
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Leucemia: síndrome metabólica, hipotireoidismo, osteoporose
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Ovário: osteoporose, osteopenia
Instagram: @nutri.anag