Nutrição Oncológica AULA 01

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Nutrição

Oncológica
Nutricionista Ana Paula Galeski Sganzerla
Nutricionista CRN 8/7972
Graduada em Nutrição pela Faculdade Assis Gurgacz
Especialista em Clínica e Metabolismo pela Faculdade Assis Gurgacz
Especialista em Oncologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Hospital Israelita
Albert Einstein
Especialista em Nutrição Clínica, Funcional e Fitoterapia pelo Instituto Ana Paula
Pujol
Especialista em Nutrição Oncológica pela Unyleya
Nutricionista Clínica do Centro de Oncologia do Oeste do Paraná - COOP
Nutricionista Clínica da Gastrocento

Contato: [email protected]
Instagram: @nutri.anag
Conteúdo programático:
 O que é o câncer?

 Qual a importância da nutrição no tratamento oncológico?

 Como diagnosticar nutricionalmente o paciente oncológico?

 Como manejar a conduta para recuperar / manter o estado nutricional do paciente em


tratamento de câncer?
 Quais as diferenças na conduta nutricional do paciente oncológico de acordo com o
tratamento proposto pelo oncologista?
O que é câncer?
l
Câncer é o nome dado ao conjunto de mais de 100 doenças que têm em
comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e
órgãos.

l
Dividindo-se rapidamente essas células tendem a ser muito agressivas e
incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem
espalhar-se para outras regiões do corpo.
Carcinogênese
l
FASE 1
l
Iniciação: célula exposta a substância
carcinogênica e altera DNA – mutação.
Com a exposição à agentes
carcinogênicos poderá ser ativada
l
FASE 2
l
Promoção: grandes volumes e
crescimento autônomo – favorecida por
alterações hormonais e radicais livres
l
FASE 3
l
Progressão: independência, reprodução
e invasão.
O câncer é uma doença crônica,
inflamatória e de baixa
intensidade.
 A exposição prolongada e contínua
a fatores ambientais (cigarro,
dieta, estresse, álcool, etc) levam
agressões às células – pode não
conseguir consertar ou corrigir.

 Mas como fazer isso?

 Oferecendo nutrientes e
substâncias fitoquímicas
antioxidantes e anti-inflamatórias
para ajudar a modulação dos
nossos genes para que ocorra
apoptose.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Exposição a carcinógenos e diminuição Ativação de carcinógenos pelas
da capacidade de reparo do DNA. enzimas de detoxificação (DETOX)
 Existem substâncias que o  Objetivo: transformar toxinas em
organismo não tem capacidade substâncias solúveis para serem
de metabolizar – não há produção eliminadas pela urina ou fezes.
de enzimas para que o processo  Se não for ativada corretamente
ocorra corretamente.
pode causar “estrago” nas
células.
 Para que o processo “DETOX”
ocorra é necessário uma série de
vitaminas e fitoquímicos.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Alterações no processo de
Polimorfismos genéticos
apoptose
 São variações nas sequencias de  Processo regulado por sinalização
DNA. de proteína e expressão gênica.
 Pode aumentar ou diminuir o  Remove células: velhas,
risco de câncer. infectadas ou danificadas.
 Exemplo: deficiência no
metabolismo de ácido fólico
(essencial no processo de
metilação) = maior risco de
câncer de mama.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Falta de controle do ciclo
Metilação de DNA
celular
 Deixa nossos genes inativos ou  Há falha no processo do reparo de
ativos. DNA e as células começam a se
 1) Histona acetiltransferase multiplicar e não mais responder
aos fatores inibitórios –
(HAT): promove relaxamento da autodestruição.
cromatina, diminuindo
condensação e aumentando o  P53- 90% dos pacientes tem
acesso ao DNA. mutação nessa proteína.
 2) Histona deacetilase (HDAC):
compacta a cromatina, fazendo o
caminho inverso.
Quais são os fatores
envolvidos na
carcinogênese?
Síntese de telomerase Processo inflamatório crônico

 Ocorrendo alterações no DNA, o  Fase inicial = combater e eliminar


processo de carcinogêne e a células transformadas
instalação do câncer = a célula  Inflamação crônica = citotóxica
do câncer tem a capacidade de
expressar a enzima telomerase.
 Sintetiza novos telôremos = as
células do câncer não
envelhecem e não morrem
Fatores de risco
l
MODIFICÁVEIS l
NÃO MOFICÁVEIS
l
Tabaco
l
Envelhecimento
l
Alimentação inadequada
l
Agentes infecciosos
l
Etnia ou raça
l
Radiação ultravioleta l
Hereditariedade
l
Inatividade física
l
Sexo
l
Álcool
l
Exposições ocupacionais
l
Fatores reprodutivos
l
Poluição ambiental l
Drogas medicinais
l
Obesidade
l
Alimentos contaminados
l
Radiação ionizante
MACKLAY, J. et al. The cancer atlas . Atlanta:
American Cancer Society, 2006
Existem outros fatores de riscos
relacionados a nutrição?
l
Sim! “Qualquer substância química estranha ao organismo” Presentes em
medicamentos, detergentes, desinfetantes, metais tóxicos, aditivos alimentares,
agrotóxicos, aflatoxinas, poluentes do ar, migrantes de embalagens e solventes.

l
Exemplos:
l
Aflotoxinas: amendoim, milho, feijão, trigo – Câncer hepático
l
Metais tóxicos: Cádmio – Câncer de Próstata
l
Chumbo, cromo e arsênio – Câncer de bexiga
l
Chumbo – Câncer de esôfago
l
Bisfenol A e ftalatos: Água e alimentos quente ou frios em contato com plástico -
Câncer de mama
Dica de ouro!
 Uma ingestão rica em alimentos de origem
vegetal como frutas, legumes, verduras,
cereais integrais, feijões e outras leguminosas,
e pobre em alimentos ultraprocessados, como
aqueles prontos para consumo ou prontos para
aquecer e bebidas açucaradas, podem
prevenir novos casos de câncer.
https://www.inca.gov.br/alimentacao. Alteração em 04 de abril de 2019
Metabolismo
 Anormalidades importantes no metabolismo
de carboidratos, lipídeos e proteínas
acometem pacientes com câncer.
Metabolismo
Nos anos de 2000 e 2011 com a descoberta realizada por Douglas Hanahan
e Robert Weinberg e a publicação de “Halmarks – as marcas do câncer”
foram identificadas as dez características da célula tumoral.

Hanahan D. Weinberg, R.A. The Hallmarkes of câncer, 2000.


Hanahan D. Weinberg, R.A. Hallmarkes of câncer: The Next Generation, 2011.
Metabolismo do câncer
 Diminuição dos sinais inibitórios: Existem diversos fatores que
controlam o crescimento tumoral no corpo humano. No câncer há uma
falha no processo de sinalização e as células começam a crescer e se
multiplicar.

 Autonomia: As células do câncer possuem autonomia (por não responder


aos sinais inibitórios) e se proliferam de forma independente.

 Angiogênese: As células tumorais tem maior capacidade de angiogênese


devido a maior expressão de fatores de crescimento (fator determinante
com relação a mestástase)
Metabolismo do câncer
 Invasão e metástase: As células tumorais tem maior capacidade de
realizar quimiotaxia (causada pela diferença de concentração de
determinadas substâncias como proteína de fase aguda). Isso leva a uma
maior facilidade de invasão de tecidos vizinhos através das vias sanguínea,
linfática e perioneal.

 Replicação ilimitada: Ocorre devido à diminuição dos sinais inibitórios e


a autonomia (↑ sobrevivência devido a síntese de telomerase).

 Diminuição da apoptose: As células tumorais apresentam diminuição da


“morte celular programada”.
Metabolismo do câncer
 Metabolismo desregulado: A maioria das células cancerosas usam vias
metabólicas anormais para gerar energia. Através da identificação de
novas mutações sabe-se que alguns tipos de câncer preferem usar os
ácidos graxos, a glutamina, o acetado como substrato energético
preferencial.

 Capacidade de iludir o sistema imunológico: Elas parecer “invisíveis”


ao sistema imunológico. (imunoterapia!)

 DNA instável: As células cancerosas tem anomalidades cromossômicas


graves. Quanto mais mutações, mais alterações metabólicas (↑
agressividade e ↓ resposta ao tratamento)
Metabolismo do câncer
 Inflamação: Os compostos do microambiente inflamatório do tumor
incluem leucócitos, citocinas e outros componentes que são orquestrados
pelo NFk-B e Stat3.
- Intrínseca: eventos genéticos que causam neoplasia

- Extrínseca: impulsionada por alterações inflamatórias que predispõe ao câncer.

Os tumores sólidos são compostos de populações heterogêneas de células neoplásicas e de um


conjunto elaborado de células mesenquimatosas e inflamatórias recrutadas de origem
hospedeira que formam o estroma associado ao tumor e são coletivamente conhecidas como
microambiente tumoral.
Alterações metabólicas do
câncer
l
Energia l
Proteínas
l
▼Balanço energético l
▼Massa muscular
l
▼Depósito energético l
▲Proteólise muscular
l
Carboidratos l
▲Transporte de a.a. hepático
l
▲Gliconeogênese? l
-Balanço nitrogenado
l
▲Resistência à insulina l
Lipídeos
l
▲Consumo de glicose l
▼Estoque de gordura
l
▲Ag livres
Alterações metabólicas do
câncer
l
A doença oncológica provoca alterações metabólicas:
l
1) Citocinas pró-inflamatórias
l
TNF-alfa; IL-1; IL-6
l
Hipermetabolismo e anorexia (▼ grelina e ▲ serotonina)

l
2) Fatores tumorais
l
Fator indutor de proteólise – PIF (▼ síntese proteica, ▲ proteólise, ▲
gliconeogênese)
l
Fator mobilizador de lipídeos – LMF (▲ lipólise, ▼ lipogênese)
O que leva a perda de peso?
l
Redução da ingestão total de alimentos (consequência do tratamento e
evolução da doença);
l
Alterações metabólicas provocadas pelo tumor;
l
Aumento da demanda calórica (para aumento do tumor).

Inquérito Brasileiro de Nutrição Oncológica, INCA 2013


Dúvidas frequentes sobre
peso do paciente com

câncer
1- Todo paciente com câncer perde peso?
 2- O que faz ganhar peso no tratamento?
 3- O paciente obeso é necessariamente bem nutrido?
 4- A conduta nutricional muda de acordo com o que?
Atenção nutricional
l
O plano terapêutico do paciente deve ser individualizado e compreende:
avaliação nutricional, cálculo das necessidades nutricionais e definição da
terapia nutricional;

l
O aconselhamento nutricional tem a eficácia comprovada: aumenta a
ingestão calórico-proteica e composição corporal.
l
Se utilizado precocemente é capaz de melhorar a resposta ao tratamento,
evitar ou minimizar riscos infecciosos no pós-operatório, reduzir a morbi-
mortalidade, aumentar a qualidade de vida do paciente além de auxiliar no
controle dos sintomas relacionados ao tumores.
Importância do
acompanhamento nutricional.
 - Controlar os efeitos adversos do tratamento oncológico, que quando não controlados e
amenizados comprometem o estado físico, imunológico, nutricional e emocional do paciente;
 - Em alguns protocolos de tratamento prevenir e tratar a desnutrição, bem como evitar a
caquexia (é uma síndrome complexa e multifatorial que se caracteriza pela perda de peso,
atrofia muscular, fadiga, fraqueza e perda de apetite)
 -Em alguns protocolos evitar e/ou controlar o ganho de peso;

 -Modular a resposta orgânica ao tratamento oncológico (condicionar o organismo a estar mais


preparado para receber o tratamento, exemplo: preparo imunológico);
 - Orientar a alimentação e suplementação necessária no pré e pós operatório.

 -Melhorar a qualidade de vida!!


Importância do
acompanhamento
nutricional.
 Pacientes desnutridos ou em risco nutricional apresentam um
pior prognóstico da doença.
 O baixo IMC e a perda de peso são preditores independentes
da sobrevida global.
 10 a 20% dos óbitos de pacientes oncológicos podem ser
atribuídos à desnutrição, e não ao próprio câncer.
 Até 80% desses pacientes podem apresentar desnutrição já no
momento do diagnóstico. Entretanto, apenas 30 a 60% deles
recebem terapia nutricional adequada.
Sistematização do cuidado
nutricional
 Identificar fatores de risco;
 Uso de instrumentos apropriados;
 Colaboração interdisciplinar.
Sistematização do cuidado
nutricional
1- Avaliação e reavaliação
2- Diagnóstico nutricional
nutricional
 Coletar informações relevantes  Identificar o problema
 Analisar e interpretar dados  Determinar etiologia / causa
coletados  Investigar sinais e sintomas
Sistematização do cuidado
nutricional
3- Monitoramento nutricional 4- Intervenção nutricional

 Selecionar ou identificar  Determinar intervenção e


indicadores de qualidade prescrição
 Monitorar e avaliar a resolução do  Estipular metas e objetivos
diagnóstico  Implementar ações
Avaliação nutricional

Antropometria

Altura

Peso (peso habitual, atual e perda de peso)

IMC

Dobras cutâneas

Circunferência

Pressão palmar

Bia

Ultrassom
BARRÉRE, et al. Guia Nutricional em Oncologia. Rio de Janeiro: Athenel, 2017
Avaliação nutricional
 Ressonância magnética.
Triagem nutricional
 Os métodos de triagem que podem ser aplicados a população oncológica
são:
 Triagem de Risco Nutricional 2002 (NRS-2002)
 Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (MUST)
 Avaliação Global Subjetiva Produzida Pelo Paciente versão reduzida (ASG-
PPP versão reduzida)
 Instrumento de Triagem de Desnutrição (MST)
 Mini Avaliação Nutricional versão reduzida (MNA-VR)
 até 24 a 48 horas após a admissão hospitalar.

 Nível de evidência: moderado


ASG-PPP
 Padrão ouro

 Primeira parte: perda de peso,


alterações de ingestão, sintomas
e capacidade funcional.

 Segunda parte: fatores


associados ao diagnóstico e ao
exame físico.

http://www.braspen.com.br/home/wp-content/uploads/2016/12/02-
Valida%C3%A7%C3%A3o-da-vers%C3%A3o-em-portugu%C3%AAs-da-
avalia%C3%A7%C3%A3o-subjetiva-global-produzida-pelo-paciente.pdf
Exames bioquímicos
 Os exames bioquímicos podem ser utilizados como indicadores do estado
nutricional – atenção as alterações relacionadas a patologia.
Proteínas Meia-vida Uso clínico Limitações Referências
Albumina (g/dL) 14-21 dias Índice prognóstico Hidratação, > 3,5 normal
de gravidade distúrbio renal e 3,0 a 3,5 leve
hepático 2,4 e 2,9 moderada
< 2,4 grave
Transferrina (mg/dL) 8-10 dias Índice prognóstico Alterações no 200 a 400 normal
de monitorização metabolismo do 150 a 200 leve
ferro 100 a 150
moderada
<100 grave
Pré-albumina 2-3 dias Monitorização e Distúrbio renal, >20 normal
depleção aguda hepático e 10-15 leve
inflamações 5-10 moderada
<5 grave
Exames bioquímicos
Classificação do estado nutricional a partir da contagem total de linfócitos.
CLT (mm³) Estado nutricional
> 2000 Normal
1200 - 2000 Depleção leve
800 - 1199 Depleção grave
< 800 Depleção moderada

Valores de referência para neutrófilos.


Neutrófilos (células) Referência
>1500 Normal
1000 - 1500 Neutropenia leve
500 - 1000 Neutropenia moderada
<500 Neutropenia grave
Estado nutricional
As temidas Sarcopenia e Caquexia
 O diagnóstico da caquexia no  No paciente com câncer, o
paciente com câncer envolve a diagnóstico da sarcopenia
avaliação da perda de peso, (sarcopenia secundária) é
avaliação da ingestão alimentar e realizada na maioria das vezes
de mediadores inflamatórios, através da avalição da massa
além da avaliação da massa muscular, podendo envolver a
muscular avaliação da função e
performance no caso de
pacientes idosos (pacientes
idosos).
Caquexia
 A caquexia associada ao câncer é uma síndrome multifatorial,
caracterizada por uma perda progressiva da massa muscular esquelética,
acompanhada ou não de perda de gordura, não podendo ser totalmente
revertida pela terapia nutricional convencional, levando a uma alteração
funcional progressiva.
Caquexia – terapia
nutricional
 A conduta nutricional deve-se basear-se em uma dieta hipercalórica e
hiperproteica, na tentativa de estabilizar e/ou recuperar o estado
nutricional. (Nível de evidência: baixo)
 Aporte calórico: 30 a 35Kcal/Kg/dia
 Aporte proteico: 1,2 a 2,0g de proteína/Kg/dia
 Vitaminas e minerais: RDA
 W-3: 2g/dia (melhora do apetite, MM, PC, ingestão alimentar) –
controvérsio.
Sarcopenia – terapia
nutricional
 A estratégia nutricional no paciente oncológico com sarcopenia deve
conter uma dieta hiperproteica e fracionada de forma a ofertar 20 a 30g de
proteína por refeição. Nível de evidência: baixo
 Proteína: 1,2 a 1,5g/Kg/dia (Doses próximas a 2,0g de proteínas/kg/dia são
indicadas para suportar balanço proteico positivo, especialmente, se a
desnutrição, inflamação, resistência à insulina e o sedentarismo estiverem
presentes. Em indivíduos com função renal normal, a dose de 2,0g de
proteínas/kg/dia é segura. De maneira diferente, em pacientes com
falência renal aguda ou crônica, o fornecimento de proteína não deverá
exceder 1,0 a 1,2g/ kg/dia).
 Vitamina D: se < 20ng/mL
 Tipos de proteínas: HMB?
E no caso da obesidade?
 Em pacientes com câncer e obesidade, em tratamento antineoplásico, a
perda de peso deve ser indicada com cautela. Para promover perda de
peso gradual e melhorar o perfil metabólico, recomenda-se restrição
energética, associada a hábitos alimentares saudáveis. Em relação à oferta
de proteínas, sugerimos uma dieta hiperproteica associada a um programa
de exercícios resistidos.
Obesidade – terapia
nutricional
 A perda de peso controlada pode melhorar a performance funcional, os
desfechos e a qualidade de vida.
 Calorias: entre 20 e 25 kcal/kg/d. Obeso sem recomendação específica,
sugere-se -500Kcal/dia (cuidado com obesidade sarcopenica)
 Proteína: 1,2 a 1,5g proteínas/kg/dia (20 a 30% do VCT) distribuídas nas
refeições do dia, associada a um programa de exercícios de resistência
pode ser uma estratégia segura, recomendada para idosos com obesidade
– Whey Protein.
Por onde começar?
Definição do tratamento
l
A terapia nutricional varia de acordo com a opção e o momento do
tratamento:
l
- Tratamento cirúrgico
l
- Radioterapia
l
- Imunoterapia
l
- Quimioterapia
l
- Braquiterapia
Estar entrosado com a
equipe
l
Tratamento multidisciplinar que envolve vários aspectos:
l
- físico
l
- psicológico
l
- social
l
- cultural
l
- espiritual
l
- econômico

Beaumont T, Leadbeater M. Treatment and care of patients with


metastatic breast cancer. Nurs Stand, 2011
Quimioterapia
l
Método que utiliza compostos químicos l
Reações adversas
para a destruição das células tumorais! l
Hematológicas: leucopenia,
l
• Curativa - Controle completo do tumor neutropenia, trombocitopenia, anemia;
l
• Adjuvante - após cirurgia curativa. l
Gastrointestinais: náuseas, vômitos,
Objetivo: esterilizar células residuais diarreia, obstipação, anorexia, disgeusia;
locais ou circulantes, diminuindo a l
Metabólicas: hipomagnesemia,
incidência de metástases à distância.
hiponatremia, hipercalcemia,
l
• Neoadjuvante ou prévia - obter a hiperuricemia;
redução parcial do tumor.
Complementação terapêutica com a
l
Outras: cardiotoxidade,
cirurgia e/ou radioterapia. hepatotoxidade, toxidade pulmonar,
neurotoxidade, toxidade vesical,
l
• Paliativa - não curativa. Melhorar a toxidade renal, disfunção reprodutiva,
qualidade da sobrevida do paciente. fadiga.
WAITZBERG, D.L. Dieta, nutrição e câncer, 2006. p.277 -
297
Quimioterapia
Profissional que
atende paciente
oncológico tem
que conhecer
sobre
quimioterapia!
Medicamento Tipo de Câncer Efeito Nutricional Efeito TGI Dieta

Anastrazol Mama (hormonioterapia) Anorexia, ganho ou perda de peso Xerostomia, náusea, vômito, dir, diarreia, constipação

Candidíase, estomatite, náusea, vômito, despepsia, dor Ingerir com água, 1/2 hora após alimentação, sem
Capecitabicina (Xeloda) mama, colorretal, pâncreas, esôfago Anorexia
abdominal, abstrução intestinal, diarréia, constipaçãp. mastigar.

Mucosite, estomatite, náuseas, vômitos, dor GI, diarreia,


Carboplatina ovário, pulmão, cérebro, TGI Anorexia Aumentar hidratação
constipação, disgeusia

pulmão, ovário, neuroblastoma, leucemia, linfoma, Anorexia, perda de peso, fadiga, mielossupressão, Estomatite, náuseas, vômitos, xerostomia, dor
Ciclofosfamida (Genuxal) Aumentar hidratação antes da dose e por 72 horas após.
mieloma toxicidade renal abdominal, diarreia.

Anorexia, perda de peso, toxicidade renal, Aumentar hidratação. Pode necessitar suplementação de
Cisplatina ovário, pênis, testículo, pulmão, cólo e reto Náuse e vômito (por 7d), diarreia, disgeusia, estomatite
mielossupressão, fadiga minerais

Retenção hidrica, retenção de sódio, intolerância a Pode precisar suplementar sódio, potássio, cálcio, vitamina
Dexametasona Glicocorticóide* Transtorno intestinal
glicose, perda de potássio, osteoporose D

Mielossupressão, anorexia, fadiga, neuropatia


Docetaxel (Taxotere) Mama, pulmão, próstata Mucosite, náusea, vômito, diarreia.
periférica
Toxicidade de
quimioterápicos
 Afetam estruturas normais que se
renovam constantemente, como
a medula óssea, os pelos e a
mucosa do tubo digestivo.

A toxicidade é variável para os


diversos tecidos e depende da
droga utilizada – fator
determinante para a conduta.
Quimioterápicos via oral
• A facilidade para administração contribui para adesão do tratamento.
• Os fármacos por muitas vezes possui estreita faixa terapêutica.
• Seu efeito depende diretamente da biodisponibilidade!
• Os nutrientes podem alterar a biodisponibilidade devido a interações
famacocinéticas e/ou farmacodinâmicas.
Fármaco Alimento/nutriente Interação Recomendação/manejo

Anastrozol alimentos em geral Reduz a tax de absorção sem afetar a extensão total Pode ser administrado com alimentos

Bexaroteno alimentos em geral, toranja Aumenta a biodisponibilidade Evitar gordurosos, toranja e seu suco

Estramustina Leite e derivados. Fontes de cálcio. Impedem a absorção oral Cosumir ao menos 1 hora antes ou 2 horas depois

Alimentos: níveis séricos máximos podem ser


reduzidos. Cola: eleva níveis séricos - toxicidade.
Metotrexato Alimentos em geral. Cola. Leite. Leite: diminui a absorção Não administrar com alimentos.

Uso concomitante com abacate e laranja amarga


pode gerar crise hipertensiva. Evite alimentos e
bebidas que contenham tiramina (queijo, carne
Procarbazina Abacate, laranja amarga, tiramina. curada, condimentos com soja) Evitar consumo concomitante com esses alimentos.
Radioterapia
l
É uma modalidade clínica que Efeitos colaterais
lida com o uso das radiações l
• Sistema nervoso central: anorexia,
ionizantes no tratamento de náuseas, vômitos.
pacientes com neoplasias l
• Cabeça e pescoço: mucosite, disfagia
malignas e, ocasionalmente, (dificuldade de engolir), xerostomia,
benignas, com o objetivo de odinofagia (dor para engolir o alimento),
disgeusia, disosmia (alteração do olfato),
destruir células tumorais. anorexia.
l
Curativa ou paliativa l
• Tórax: disfagia, odinofagia, esofagite,
l
Neoadjuvante, adjuvante ou associada a Qt. náuseas, vômitos;
l
• Abdômen e pelve: náuseas, vômitos,
diarreia, fístulas, enterite actínica
(Inflamação do intestino delgado
decorrente de radiação)..
Região irradiada Estruturas anatômicas irradiadas Sintomas / Efeitos colaterais

Cérebro Efeitos Agudos: náuseas, vômitos, hiperglicemia (provocada pelo uso de esteróides), fadiga, perda de apetite.
SNC Medula espinal Efeitos tardios: cefaléia, letargia.

Língua
Laringe
Faringe
Orofaringe
n Efeitos Agudos: Xerostomia, sensibilidade alterada de boca e gasganta, disfagia, odinofagia, mucosite, disgeusia, alterações de olfato, fadiga,
Nasofaringe perda de apetite.
Tonsila Efeitos tardios: Atrofia e ressecamento de mucosa, ulceração, xerostomia, alterações de paladar, alterações de olfato, osteorradionecrose
Cabeça e pescoço Glândulas salivares (necrosse óssea por insquemia - acometimento da mandíbula), trismo.

Esôfago
Pulmão Efeitos agudos: disfagia, odinofagia, azia, fadiga, perda de apetite.
Tórax Mama Efeitos tardios: fibrose, estenose e necrose esofágica, cardiomegalia, pericardite, tosse seca, fibrose pulmonar, pneumonite.

Efeitos agudos: Náuseas, vômitos, alteração da funcção intestinal (diarreia, cólicas, gases), aumento na frequência urinária, sensação de
Sistema gastrintestinal queimação na miccção, colite, enterite aguda, intolerância à lactose, fadiga e perda de apetite.
Sistema excretor Efeitos tardios: diarreia, má absorção, colite ou enterite crônica, alterações intestinais (estreimento, ulceração, obstrução, perfuração, fístula),
Abdome e pelve Sistema reprodutor hematúria, cistite.
Cirurgia
l
Para pacientes com câncer
submetidos à cirurgia desnutridos
ou em risco de desnutrição
candidatos a cirurgia de médio ou
grande porte, recomenda-se a
utilização de fórmulas hiperproteicas
com imunonutrientes (arginina,
ácidos graxos ômega-3 e
nucleotídeos), por via oral ou enteral
na quantidade mínima de 500ml/dia
no período perioperatório, iniciando 5
a 7 dias antes da cirurgia

l
Nível de evidência: moderado
Local Principais sintomas com impacto nutricional Possível deficiência de nutrientes Exames bioquimicos recomendados

Dificuldade de mastigação ou deglutição, aumento do risco de


aspiração, sensibilidade bucal, xerostomia, alterações no paladar e
Cavidade oral olfato. Não se aplica Avaliar individualmente

Laringe Disfagia, aumento do risco de aspiração Não se aplica Avaliar individualmente

Gastroparesia, Ingestão e/ou refluxo de ácido gástrico, disfagia,


Esôfago motilidade reduzida. Não se aplica Avaliar individualmente

Pulmão Falta de ar, saciedade precoce Não se aplica Avaliar individualmente

Sindrome de dumping, desidratação, saciedade precoce,


Estômago gastroparesia, má absorção de gordura B12, D, cálcio e ferro Vitamina B12, 25-OH-vitamina D, Cálcio, Ferro

Retinol sérico, 25-OH-vitamina D, Alfatocoferol


plasmático, TP ou TAP, vitamina B12, mágnésio,
Vesícula biliar e ducto biliar Gastroparesia, Hiperglicemia, Má absorção de gordura. A, D, E, K, B12, magnésio, zinco, cálcio e ferro zinco, cálcio e ferro
Hormonioterapia
 A hormonioterapia é uma  • Seus efeitos colaterais estão
forma de tratar o câncer diretamente ligados à ausência dos
hormônios ao longo do tratamento.
que diminui ou bloqueia  Exemplos:
a ação de certos l
redução da libido

hormônios que, por uma l

l
alterações menstruais
ondas de calor no corpo
anormalidade do l
ganho de peso

organismo, estimulam o ressecamento da pele e vagina


l

l
alteração dos níveis de colesterol sanguíneo
crescimento de células l
maior risco de trombose

tumorais no corpo. Osteoporose, osteoponia, artralgias


l

l
Retenção de líquidos
Imunoterapia
 Enquanto os mecanismos de ação  Os efeitos colaterais da
contra o tumor oferecidos pela imunoterapia podem variar
quimioterapia se baseiam em atacar dependendo do tipo de
as células tumorais diretamente, medicamento administrado. Esses
a imunoterapia auxilia o próprio efeitos variam de paciente para
sistema imunológico do paciente a paciente, podendo incluir fadiga,
identificar e combater o câncer febre, náuseas, vômitos e diarréia
Vias de aporte nutricional

TNO: quando a ingestão oral for 
TNO: na presença da instabilidade
<70% das necessidades. hemodinâmica, disfagia, odinofagia,
obstrução, êmese, broncoaspiração,

TNE: quando a via oral estiver recusa do paciente e intolerância a
contra indicada ou for < que suplementação nutricional.
60% das necessidades nos 
TNE: na presença de instabilidade
últimos três dias. hemodinâmica, diarreia, vômitos, íleo

TNP: Impossibilidade total ou paralitico, sangramento do TGI ou
parcial do uso do TGI. distensão abdominal.

TNP: na presença de instabilidade
hemodinâmica, via oral ou enteral
suprindo 75 a 60% das necessidades
por 3 dias.
INCA, 2015
Vamos entender melhor
cada via de aporte
nutricional?
Dieta via oral
 Na presença da doença o prazer  Como avaliar a ingestão
de se alimentar é substituído por alimentar?
momento de dor, mal estar,  Os métodos para avaliação de
muitas vezes náuseas, vômitos, ingestão alimentar em pacientes
cólicas abdominais e diarréia, etc oncológicos são objetivos e
subjetivos e devem ser
reconhecidos e abordados de
maneira precoce. A ingestão
dietética deve ser feita de
maneira qualitativa e, se
possível, quantitativamente,
utilizando registro alimentar,
história dietética, recordatório
alimentar ou escalas analógicas
visuais ou verbais.
Dieta via oral
 O aconselhamento nutricional
dos pacientes em tratamento
antineoplásico devem contemplar
constantes modificações para
minimizar os sintomas, melhorar
a aceitação alimentar e,
consequentemente a qualidade
de vida, favorecendo o
prognóstico do paciente.
Manejo nutricional via oral para
efeitos colaterais do tratamento
Náuseas e vômitos
l
Evitar alimentos gordurosos, oleosos ou fritos, condimentados, ácidos ou picantes, muito
açucarados ou doces concentrados, muito quentes e com odores fortes;
l
Procure não ficar próximo do local de preparo do alimento, o cheiro da preparação pode
aumentar o sintomas de náuseas;
l
Prefira alimentos frescos e gelados – pois exalam menos cheiro;
l
Faça pratos coloridos e apetitosos, a apresentação do prato estimula a vontade de
comer;
l
Não fique sem se alimentar por longos períodos;
l
Não deite logo após se alimentar, se possível, ande um pouco;
l
Não use roupas apertadas;
l
Faça o cardápio ser o mais variado possível;
l
Evite o consumo de líquidos em excesso durante as refeições.
Náuseas e vômitos
l
🍉Picolé de melancia com limão:
l
Ingredientes
l
• 1 fatia grande de melancia
l
• 100ml de água de coco
l
• 100ml de chá de gengibre frio
(decocção)
l
• suco de 2 limões
l
• 3 colheres de açúcar de coco.
l
Modo de preparo
l
Bata tudo no liquidificador, coe e leve
ao congelador com palitinhos
Inapetência e anorexia
l
Alimentar-se com calma e tente criar um ambiente agradável para fazer as refeições,
ouvindo música ou em boa companhia;
l
Fazer pequenas refeições ao longo do dia (entre 6 a 8);
l
Aproveitar o intervalo entre uma sessão e outra de quimioterapia para alimentar-se melhor;
nessa fase, já sem efeitos como enjoo, o apetite tende a aumentar;
l
Evite a ingestão de muitos líquidos durante as refeições principais (almoço e jantar);
l
Prefira alimentos calóricos e com nutrientes, sempre que possível;
l
Faça pratos visualmente agradáveis e coloridos;
l
Aumente a densidade calórica e proteica das refeições, exemplos de alimentos a serem
acrescentados nas preparações: geleia de frutas sem açúcar, mel, inhame, azeite de oliva,
abacate, nozes, castanhas, ovos, leite de coco, etc;
l
Faça uso de suplementação alimentar para aumentar a densidade calórica das preparações,
conforme orientação do médico ou da nutricionista.
Saciedade precoce
l
Faça refeições frequentes, em quantidades menores;
l
Prefira alimentos de fácil digestão como sopas, purês, frango ou carnes
magras desfiadas;
l
Faça uso de chás digestivos como cidreira, erva-doce, boldo do Chile;
l
Evite frituras, alimentos gordurosos, enlatados, alimentos condimentados,
molhos picantes, sopas e temperos prontos, caldos de carnes;
l
Não ingerira líquidos durante as refeições;
l
Não ingerira bebidas gaseificadas, refrigerantes e álcool;
l
Use suplementos alimentares conforme prescrição do médico ou
nutricionista para aumentar a densidade calórica das preparações.
Inapetência / saciedade
precoce
l
Vitamina hipercalórico de banana com
canela
l
Ingredientes
l
✔️1 banana nanica congelada
l
✔️250ml de leite de coco
l
✔️1 colher (café) de canela em pó
l
✔️2 castanhas do Pará
l
✔️2 colheres (sopa) de aveia
l
✔️1 colher (sobremesa) de mel
l
Modo de preparo
l
Bater tudo no liquidificador, com exceção da
canela, separe um pouco para polvilhar no
copo antes de servir.
Mucosite
l
Fazer uma higiene oral adequada (acompanhamento odontológico faz parte da prevenção);
l
Evitar o consumo de ácidos como: limão, abacaxi, laranja.
l
Evitar refrigerantes, café;
l
Diminuir ou retirar o sal e os condimentos fortes e picantes das preparações; 🌶
l
Ingerir alimentos a temperatura ambiente ou “frios”, evitar os alimento quentes – em alguns
casos o gelado também!;
l
Evitar alimentos duros ou crocantes que podem causar lesões na boca;
l
Caso apresente dificuldade para mastigar pela dor e desconforto, ingerir alimentos líquidos e
pastosos como: sucos, vitaminas, sopas liquidificadas, sorvetes de frutas congeladas, purês;
l
Utilize caldos e molhos para umedecer e facilitar a deglutição;
l
Fracionar a dieta e aumentar a densidade calórica e proteica com o auxilio da nutricionista.
Mucosite
l
Para a prevenção na mucosite podemos:
l
Usar a crioterapia (Uma das orientações para a crioterapia consiste em uso
do gelo, picolé ou liquido gelado em bochechos 5 minutos antes do inicio
da infusão do medicamento, se mantendo até 30 minutos após o término);
l
Evitar extremos de temperatura;
l
Evitar alimentos “crocantes”;
l
Cuidar na higienização da cavidade oral;
l
Evitar o consumo de ácidos.
Diarreia
l
Fracionar a dieta em pequenas porções;
l
Ingerir uma dieta pobre em resíduos, lactose, glúten e sacarose;
l
Ingerir menos fibras insolúveis (casca de frutas, sementes, farelo de trigo, cereal integral,
verduras folhosas, etc);
l
Adequar o aporte de fibras solúveis (frutas, flocos de aveia, grão de bico, lentilha,
mandioca, cenoura, etc);
l
Aumentar a hidratação, principalmente com líquidos ricos em potássio ou sódio: água de
coco, bebidas isotônicas, suco de caju, goiaba, maçã;
l
Evite alimentos gordurosos;
l
Não use alimentos enlatados, condimentados, irritantes e apimentados;
l
Evite café, suco de frutas laxativas (mamão, laranja, ameixa);
l
Dica: chá de camomila e entrecasca de coco verde!
Diarreia
l
Fraqueza;
l
Sonolência;
l
Tonturas;
l
Boca seca;
l
Sede excessiva;
l
Lábios rachados;
l
Diminuição da quantidade de urina;
l
Coloração amarela escura na urina.
Constipação
l
Realize refeições com intervalos regulares;
l
Aumente a ingestão de água!
l
Utilize alimentos fontes de fibras como: Grãos integrais (farelo de trigo, aveia, centeio, granola ,
arroz integral); Frutas (mais laxantes: mamão, laranja com bagaço, caqui, figo, ameixa); Frutas
secas e oleaginosas (ameixa, passas, nozes, amêndoa, amendoim, castanha e outros); Vegetais
folhosos e legumes crus – quando possível (espinafre, agrião, alface, cenoura, beterraba, vagem,
quiabo);
l
Procure criar um hábito de ir ao banheiro com horários regulares, elevar os pés em um banquinho;
l
Realize atividade física (conforme liberação médica e com orientação profissional);
l
Evite frituras, enlatados, alimentos condimentados, excesso de arroz e massas;
l
Evite frutas como maçã sem casca, goiaba, banana, caju, limonada;
l
Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas;
l
Evite alimentos que formam gases: repolho, couve-flor, feijão (o grão), leite, etc.
Constipação
l
Vitamina Laxativa
l
Ingredientes
l
2 colheres de sopa de linhaça (semente)
l
3 ameixas pretas
l
1 fatia de mamão
l
1 laranja com bagaço
l
Modo de preparo
l
Deixar de molho por aproximadamente 8
horas a ameixa e a linhaça em meio
copo de água, bater o meio copo do
preparo junto com a água e acrescentar
o mamão e a laranja. Beba gelado.
Neutropenia
l
Higienização de frutas e verduras;
l
Utilizar água potável filtrada, fervida, ou mineral;
l
Dar preferência aos alimentos bem cozidos;
l
Utilizar leites e derivados somente pasteurizados e esterilizados – não
utilizar iogurte e leite fermentado;
l
Probióticos?
Disgeusia
l
Fracionar a alimentação em 6 ou 8 refeições diárias;
l
Escolha alimentos que com boa aparência e bom odor (use ervas e especiarias para realçar o odor e o sabor
das preparações);
l
Faça bochechos antes das refeições com água ou chá de camomila;
l
Chupe balas ácidas e de hortelã, gelo ou picolés de frutas cítricas nos intervalos da refeições (se não tiver
feridas na boca);
l
Consuma aves, peixes, ovos e massas com cremes, molhos e caldos bem temperados com cebolinha,
manjericão, coentro, manjerona;
l
Evite alimentos suaves e pouco temperados, excesso de café e chá preto ou mate, e alimentos
excessivamente quentes;
l
Consuma alimentos que o auxiliem na recuperação do paladar por serem ricos em zinco: camarão, carne de
vaca, frango e de peixe, fígado, gérmen de trigo, grãos integrais, castanhas, cereais;
l
Substitua os talheres de metal pelos de plástico, caso sinta sabor residual metálico;
l
Mantenha boa higiene bucal;
l
Se o aporte nutricional for insuficiente, iniciar suplemento nutricional.
Xerostomia
l
Adequar consistência dos alimentos;
l
Utilizar gotas de limão na salada e nas bebidas;
l
Utilizar balas cítricas;
l
Ingerir líquidos durante as refeições;
l
Evitar café, chá e refrigerantes que contenham cafeína
Outros efeitos colaterais
l
Fadiga;
l
Neuropatia periférica;
l
Alopécia,
l
Alterações de pele;
l
Trismo;
l
Esofagite;
l
Alterações de unha.
Suplementação nutricional
via oral
 Diminuição da ingestão dietética = pacientes que não atingem a
meta energética preconizada com a dieta oral mesmo após as
adaptações dietéticas.

 Ravasco et.al., 2003.Does nutrition influence quality of life in cancer patients undergoing radiotherapy? Radiother Oncol. May;67(2):213-20.
Suplementação nutricional
 A suplementação oral está indicada em pacientes que não conseguem
atingir suas metas nutricionais através da dieta oral exclusiva.
Nível de evidência: baixo

De acordo com o Consenso de Nutrição Oncológica, a terapia


nutricional oral (TNO) é indicada quando a ingestão por via oral
convencional é menor que 70% das necessidades nutricionais.
A TNO é a primeira opção em terapia nutricional por ser a via
mais fisiológica, desde que o trato gastrointestinal funcionante.
Qual suplemento
prescrever?
l
Hiperproteicos: soro do leite, leucina;
l
Imunomodulares: Betaglucana de levedura, arginina;
l
Hipercalóricos;
l
Prebióticos;
l
Probióticos;
l
Enzimas digestivas;
l
Reposição magistral de vitaminas e minerais;
l
Fitoterápicos;
l
Ômega-3.
Vias alternativas
Dieta enteral
• Dieta enteral é sinônimo de piora do prognóstico?

• Não! A dieta enteral é uma estratégia que deve ser usada quando o
paciente não consegue alimentar-se adequadamente
Dieta enteral
Dieta enteral
 Indicação:
 Necessidade de assegurar ou aumentar a ingestão de nutrientes;
 Atingir mais de 60% das necessidades nutricionais estimadas por mais de 7
dias (em algumas literaturas 5 dias)
 TGI integro
 Pacientes desnutridos e disfagicos
 Mucosite severa
 Alguns procedimentos cirurgicos
Dieta enteral
l
NE deve ser fornecida para paciente em tratamento de QT com risco
nutricional e/ou desnutrição
l
NE para pacientes submetidos a radio-quimioterapia nas regiões de cabeça
e pescoço e esôfago pode aumentar a ingestão alimentar e prevenir a
perda de peso. (DITEN)
Dieta enteral
 Uso prolongado: gastrostomia = conforto
 Tumores esofágicos obstrutivos e câncer gástrico = jejunostomia (pode ser
feita a gastrostomia endoscópica pré-operatória)
 No caso de fístulas?
- Qual a localização (TNE após)
- - No caso de auto débito (> 500ml/dia) iniciar NPT.
Dieta enteral
Métodos de administração
 Gravitacional: controle da infusão por meio da roldana do equipo
 Bolus: administrada geralmente por uma seringa dosadora
 Bomba de infusão: volume e gotejamento controlados

Tipos de infusão:
 Intermitente: infusão de determinado volume com intervalos regulares;
 Cíclica: administrada por um período determinado, mas com pausa;
 Contínua: durante 24h, sem pausa.
Dieta enteral
 Cuidados da administração:
 Verificar sinais vitais;
 Peso;
 Avaliação abdominal;
 Controle de volume (infundido, eliminado);
 Posicionamento (30 a 45º - 1 h após);
 Posicionamento da sonda (marcação);
 Manutenção da troca de fitas fixadoras;
 Manutenção da permeabilidade da via (flush 20 a 30ml antes e após ou a
cada 3 horas).
Dieta enteral
 O acompanhamento multiprofissional é para a prevenção de detecção
precoce de complicações.

• Complicações mecânicas: deslocamento da sonda, escoriação da


ostomia, obstrução da sonda, esofagite.
• Complicações gastrintestinais: constipação intestinal e/ou diarreia,
distensão abdominal, cólicas, empachamento, náuseas e vômitos;
• Complicações infecciosas: contaminação microbiológica, pneumomia
aspirativa;
• Complicações metabólicas: deficiência de micronutrientes específicos,
desidratação hipertônica, hiper-hidratação.
Dieta enteral
Quando suspender?
• Tosse no início ou durante a infusão da dieta;

• Febre;

• Diarreia (acima de três evacuações liquidas ao dia);

• Prisão de ventre (acima de 3 a 5 dias sem evacuar);

• Náuseas, vômitos, mal estar ou dor no estômago;

• Falta de ar;

• Urina mais escura e em menor volume;

• Membros inferiores (pés, tornozelo, pernas) inchados;

• Sonda entupida;

• Sensação ou indícios de a sonda ter deslocado.


Dieta enteral
E o desmame?

 Ingestão oral > 60% por 3 dias (INCA)


 Ingestão oral > 50 e 70% (Sociedade de Geriatria e Gerontologia)
Dieta parenteral
 A nutrição parenteral
está indicada em
pacientes com câncer
que não toleram, não
atingem suas
necessidades por via
digestiva ou possuem
contraindicação ao uso
do trato
gastrointestinal.

 Nível de evidência: moderado


Dieta parenteral
 O INCA (2016)propõem alguns critérios para utilização de nutrição parenteral:

• Impossibilidade total ou parcial de uso do TGI;


• Dificuldade de alcançar necessidades nutricionais pela TNE por mais de 5 a 7 dias.
• Obstrução intestinal;
• Síndrome de intestino curto (insuficiência ou falência intestinal);
• Fístulas enterocutâneas de alto débito;
• Pacientes críticos de alto risco nutricional e contraindicação a TNE.

A Braspen (2019) diz que pacientes com câncer que tiverem ingestão oral ou tolerância da
nutrição enteral em quantidades inferiores a 60% de suas metas por mais de uma semana
apresentam indicação de nutrição parenteral suplementar. Para pacientes com
contraindicação ao uso da via digestiva, a nutrição parenteral deve ser indicada de maneira
exclusiva, sendo mais precoce para pacientes desnutridos ou em alto risco nutricional.
Nutrição parenteral
 Cuidados a serem seguidos:
 Controle glicêmico: meta <180mg/dL
 Controle metabólico: controle diário de eletrólitos e semanal de perfil
parenteral;
 Indicação de retomada de dieta oral ou enteral
 Reavaliação da oferta nutricional
Dieta parenteral
Possíveis complicações

 Metabólicas: hiper ou hipoglicemia, hipertrigliricidemia, alterações de


eletrólitos (principalmente Na, K e Mg)

 Gastrointestinais: Esteatose hepática, atrofia das vilosidades


gastrointestinais.
Terapia nutricional na alta
hospitalar
 “Com o dia e o horário da alta estabelecidos, a
equipe de atendimento trabalha no sentido
contrário para orquestrar o processo de
liberação do paciente, fazendo de tudo para
atingir a meta”

Intitute for Healthcare Improvement


Orientação de alta
hospitalar
Paciente cirúrgico
 Para pacientes com câncer submetidos à cirurgia desnutridos ou em risco
de desnutrição candidatos a cirurgia de médio ou grande porte,
recomenda-se a utilização de fórmulas hiperproteicas com imunonutrientes
(arginina, ácidos graxos ômega-3 e nucleotídeos), por via oral ou enteral na
quantidade mínima de 500ml/dia no período perioperatório, iniciando 5 a 7
dias antes da cirurgia.

 Nível de evidência: moderado


Paciente cirúrgico
 Recomenda-se a abreviação do tempo de jejum para 2 a 3 horas com fórmula
contendo maltodextrina a 12,5% com ou sem fonte nitrogenada na
quantidade de 200ml.

Esquema atual:
3h – 12 a 15g de Whey + 25g de malto em 200ml
2h – 25g de malto para 200ml

Segundo a Espen:
 Sem desnutrição: 5 a 7 dias no pré-operatório
 Com desnutrição: pré e pós operatório
Paciente cirúrgico
 As diretrizes brasileiras de Terapia Nutricional no perioperatório recomendam que essa seja
indicada por um período de 7 a 14 dias em pacientes com risco nutricional grave, candidatos a
operações eletivas de médio e grande portes.

 Em pacientes desnutridos, submetidos a operações para tratamento de câncer do aparelho


digestivo e de cabeça e pescoço, recomenda-se a terapia nutricional pré-operatória com
imunonutrientes por 7 a 14 dias, a qual deve ser continuada no pós-operatório por mais 5 a 7
dias.

 Em operações de grande porte para ressecção de câncer, mesmo não havendo desnutrição
grave, os suplementos contendo imunonutrientes estão indicados por 5 a 7 dias antes da cirurgia
e devem ser continuados no pós-operatório.

 O uso dessas fórmulas nutricionais por 5 a 7 dias no pré-operatório e, se possível,


continuado por até 7 dias no pós-operatório, resulta em redução de cerca de 50% das
chances de infecção, além de redução do tempo de internação.
Paciente cirúrgico
 No pós-operatório deve-se iniciar a dieta precocemente nas primeiras 12 a
24 horas na presença de estabilidade hemodinâmica independente da via
de alimentação.

 Nível de evidência: forte


Paciente cirúrgico
 Alimentação quando há peristaltimo?

 Cirurgias do TGI alto e baixo (esofagectomia, gastrectomia, colectomia,


retossigmoidectomia) = evolução gradativa / seguir tolerância.
 Colectomia total: dieta isenta de resíduos
 Cirurgias envolvendo o pâncreas: restringir gordura e controlar glicemia
 Colecistectomia: dieta hipogordurosa de 20 a 30 dias
Exemplo de paciente
cirúrgico
 RESSECÇÃO INTESTINAL  E SOBRE ABSORÇÃO?
 Adaptação: 1-2 anos  Duodeno: Ca, Mg, P, Fe, Ác fólico.

1) Estrutural  Jejuno: Ptna, Cho, Lip, Vit e Min

2) Funcional  Íleo: vit B12, sais biliares.

3) Microbiota
 Exames?
“ Na escola médica aprendemos como manter o paciente vivo. Em medicina paliativa devemos
desaprender tudo isto e aprender como estar em sintonia com o que o paciente quer. ”
Jones, Hospice
Cuidados paliativos
 A estratégia nutricional dos pacientes em cuidados paliativos deve ser
baseada no prognóstico. Considerar estado nutricional, ingestão alimentar
e expectativa de vida. A tomada de decisão deve ser sempre em conjunto
com o paciente, família e a equipe multiprofissional.

 Nível de evidência: baixo


Cuidados paliativos
 A terapia nutricional (TN) englobando suplemento nutricional oral, nutrição
enteral, nutrição parenteral, pode ser administrada em cuidado paliativo
com potencial aumento de sobrevida e qualidade de vida em pacientes
específicos.

 No final de vida a TN não deve ser utilizada, devido à ausência de


benefícios nesses pacientes.

 Os objetivos da terapia nutricional em cuidados paliativos mudam


conforme a doença avança e a condição clínica do paciente se altera,
devendo ser reavaliados periodicamente, de modo que a tomada de
decisão relativa à TN deve ser baseada no prognóstico do paciente
Cuidados paliativos
Comfort food
 “No mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as
migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, atento ao
que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um
prazer delicioso, isolado, sem noção da sua causa… De onde
me teria vindo aquela poderosa alegria? Senti que estava
ligado ao gosto do chá e do bolo, mas que o ultrapassava
infinitamente e não devia ser da mesma natureza.”

 (Em Busca do Tempo Perdido)


Comfort food
 Como consta no
próprio termo, trata-se
do conceito de usufruir
de uma “comida de
conforto”. Isto é, que
desperta emoções de
aconchego e alegria,
nos remetendo a
momentos especiais
10 recomendações
1- PESO SAUDÁVEL
 Manter o peso mais baixo possível, dentro do saudável;
 Evitar ganho de peso e aumento da CC (H <90 e M <80)

 Peso adequado reduz risco de 13 tipos de câncer!!!

 2002 – cólon, reto, esôfago, rim, mama e endométrio.

 2016 – estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireóide, meningioma, mieloma
múltiplo.
10 recomendações
2 – SER FISICAMENTE ATIVO
 Evitar comportamento sedentário
 AF moderada (60 a 75% da FC máxima) / 150 minutos semanais.

3- CONSUMIR UMA DIETA RICA EM CEREAIS INTEGRAIS, VEGETAIS,


FRUTAS E LEGUMINOSAS
 30g de fibras dietéticas
 5 porções (400g) de frutas e vegetais não amiláceos
 Proteção do ciclo celular = eliminação/detox dos agentes externos, reparo de DNA, controle de apoptose.
10 recomendações
4- LIMITAR O CONSUMO DE FAST FOOD E OUTROS ALIMENTOS
PROCESSSADOS RICOS EM GORDURA, AMIDO E AÇÚCARES.
 Evitar alta densidade energética, o ideal é 125Kcal por 100g de alimento.
 Alta densidade energética = 225 a 275Kcal por 100g de alimento.

5- LIMITAR O CONSUMO DE CARNE VERMELHA


E PROCESSADA
 Carne vermelha 3 porções semana /
 350 a 500g por semana.
 Processada evitar!
10 recomendações
6 – LIMITAR O CONSUMO DE BEBIBAS AÇÚCARADAS
 Preferir água!
 E os adoçantes?

7- EVITAR O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOOLICAS


 O ideal é não consumir!

8- NÃO USAR SUPLEMENTOS PARA PREVENÇÃO


 Exemplo: altas doses de Betacaroteno = aumenta risco de CA de pulmão
em fumante e ex-fumante.
10 recomendações
9- PARA MÃES – AMAMENTAR O BEBE
 Protege contra o câncer de mama, principalmente triplo negativo.

10- APÓS O DIAGNÓSTICO SEGUIR OS 10 PASSOS.


 Válido para a população em geral!
Compostos Bioativos
 Os efeitos antitumorais dos alimentos
quimiopreventivos consistem em sua capacidade
antioxidante, anti-inflamatória, anti-hormonais e
antiangiogênica, podendo bloquear as ERO´s,
promover apoptose e atuar como antagonistas de
fatores de crescimento neoplásico.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Formas de preparo
l
Frutas cítricas: a vitamina C é facilmente degradada quando o alimento é processado.
Para manter maiores níveis da substância, corte a fruta somente no momento do consumo.

l
Alho: os compostos bioativos do alho são liberados quando ele é amassado, partido,
cortado ou mastigado. Além disso o consumo deve ser feito após o preparo, sem que haja
ação de calor, que diminui as concentrações dos fitoquímicos sulfurados.

l
Leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico): contém uma substância chamada ácido fítico
que pode se ligar no trato intestinal ao Cálcio, Magnésio, Cobre, Ferro e Zinco, bloqueando
parcialmente a absorção desses importantes nutrientes. Para reduzi-lo basta deixar os
grãos de molho por aproximadamente 8 horas. O ideal é colocar duas medidas de água
para cada de medida de grão (dica: acrescente algumas gotinhas de limão).
Formas de preparo
l
Cúrcuma: Ajuda na prevenção por controlar peroxidação lipídica e danos do DNA,
tem habilidade de silenciar alterações genéticas, adjuvante nos tratamento de câncer.
Contudo para que possamos aproveitar deles devemos associar a cúrcuma moída ou
ralada a pimenta preta e uma fonte boa de gordura.

l
Cebola: o cozimento pode acarretar redução de 75% do seu conteúdo inicial de
quercetina após 15 minutos de fervura.
Compostos Bioativos
l
Licopeno:
l
Um dos mais potentes antioxidantes, sendo sugerido para prevenção do câncer e de
doenças cardiovasculares.
l
Carotenoide que tem maior capacidade de sequestrar radical livre.
l
Sistemas relacionados a inibição da carcinogênese: eliminação e ERO´s, aumento da
desintoxicação, supressão da progressão do ciclo celular.
l
Antiproliferativo CA de próstata, cólon.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
l
Isoflavonas
l
Ação preventiva de câncer, inclusive hormônio relacionado (estrogênio), bloqueando
receptores e diminuindo a capacidade dos hormônios produzirem células
cancerígenas.
l
Genisteína inibe moléculas envolvidas no estresse oxidativo e na resposta
inflamatória (AP-1 e NF-kB).

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
l
Epigalocatequina-galato
l
É um antioxidante potente!
l
Inativa a ação de transdutor de sinais e ativador de transcrição que desempenha um
papel critico no inicio do carcinoma nasofaríngeo.
l
Suprime a ativação de NF-kB em células de carcinoma epidermóide.
l
Induz a apoptose em células de adenocarcinoma de pulmão e carcinoma de esôfago.
l
Regula negativamente as metaloproteinases da matriz que inibe a invasão,
angiogênese e metástase do tumor.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
l
Curcumina
l
Inibe a formação de citocinas pró-inflamatórias. Estado inflamatório está relacionado a
promoção de tumores.
l
Quimiopreventivo = inibição da carcinogênese de vários tipos de cânceres: pancreático,
gástrico, próstata, mamário, oral, hepático, colorretal e leucemia.
l
Ação diferente por estágios:
l
- Iniciação e promoção: modula os fatores de transcrição controlando a destoxificação
da carcinogênse, regula citocinas pró-inflamatórias, fatores de transcrição ativados por
RL.
l
- Promoção e progressão: diminui o tamanho do tumor e induz a apoptose.
l
Atenção aos efeitos antagonistas da curcumina e os fármacos citotóxicos.
BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017
Compostos Bioativos
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Brássicas
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Glicosinalatos →sulfurados→ crucíferas.
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Associação inversa com o risco de câncer de cólon, estômago, intestino, próstata,
pulmão e mama.
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No câncer colorretal sua ação protetora se dá por meio da ação de substâncias
químicas capazes de estimular enzimas de destoxificação ou hepáticas.
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No câncer de mama altera a atividade de hormônios como o estrogênio.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
• Organossulforados
• Possuem ação antioxidante, antimutagênica, anticancerinogênica, antitrombótica,
antimicrobiana e efeito prebiótico.
• O consumo diminui o risco de sarcoma e carcinoma em estômago, cólon, próstata,
bexiga, pulmão, pele, mama, entre outros.
• Alho: prevenção do CA colorretal por diminuir nitrito. Atividade antimutagênica
reparando DNA.
• Cebola: quercertina, ação antioxidante previne CA de pulmão. Aumenta a
biodisponibilidade do Tamoxifeno.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
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Resveratrol
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Fitoalexina – polifenol
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Ação antioxidante, cardioprotetora, anti-inflamatória, anticancerígeno,
quimiopreventiva, neuroprotetora, antimetastátiva.
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Inibição de fatores de ativação carcinogênicos, apoptose celular, supressão de vias
pró-inflamatórias.
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Supressão da proliferação de células tumorais: linfóide, mielóide, mama, cólon,
pulmão, melanoma, próstata entre outros.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Compostos Bioativos
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Cacau
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Polifenóis – taninos – flavonóides.
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Ação antioxidante, anti-inflamatória, cardioprotetora, quimiopreventiva.
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Previne ou retarda o aparecimento de diversos tipos de câncer: próstata, fígado,
cólon.

BARRERI, et al. Guia Nutricional em Oncologia. 2017


Lista de Compras anti-
câncer
 Frutas vermelhas e roxas - fontes de antocianinas e elagitanos, que regulam o ciclo celular das células de
câncer, inibindo seu crescimento e proliferação.
 Canela - rica em polifenóis e cinamaldeído - que possuem ação anti-inflamatória e antitumoral.

 Alho - compostos organossulfurados - propriedades antioxidantes e inibição do crescimento tumoral.

 Gengibre - gingerois, shogaois, paradois - atividade antimoduladora e antitumoral.

 Chá verde - flavonoides - combatem os radicais livres e inibe o crescimento do tumor.

 Peixes (atum e salmão) - Ômega 3 (EPA E DHA) - anti-inflamatórios e antitumoral.

 Vegetais Crucíferos (Brócolis, couve-flor) - fonte de isotiocianatos - inibem o desenvolvimento de células


cancerígenas em vários órgãos.
 Açafrão - contem curcumina, desmetoxicurcumina e bisdemetoxicurcumina - propriedades anti-inflamatórias,
antioxidantes e anticancerígenas.
 Uvas (Resveratrol) - reduz a atividade das células tumorais, inibe o crescimento do tumor e de metástases.

 Maçã com casca, cereja (Quercetina) - substância antioxidante que elimina os radicais livres do organismo,
evita o surgimento de câncer.
Agentes anti-câncer –
nutrientes!

Selênio: Possui ação antioxidante. Induz apoptose. Ação sinérgica com vitamina E.

Cálcio: Regula proliferação,diferenciação e função celular. Possui ação sinérgica
com a vitamina D.

Magnésio: Mantém a estabilidade genômica. Inibe a expressão de oncogênese.
Reduz efeitos tóxicos dos ácidos biliares sobre as células epiteliais colônicas

Vitamina D: Previne a disjunção do ciclo celular. Aumenta absorção Ca. Regula a
proliferação, diferenciação e função celular.

Vitamina E: Possui ação antioxidante. Induz apoptose. Possui ação sinérgica com o
selênio.

Zinco: Possui ação antioxidante. Anti-inflamatória. Reduz angiogênese
Paschoal V; Naves; Sant`Anna V. Nutrição clinica funcional em câncer. 552p. 2012.
Orientação básica para a
prevenção!
 A recomendação básica é consumir, no mínimo, cinco porções de vegetais ao dia,
sendo duas porções de frutas e três porções de legumes sem amido (como cenoura,
couve-flor, berinjela, tomate) e verduras. Cada porção equivale a uma quantidade
que caiba na palma da sua mão (80g), do produto picado ou inteiro. Consuma
alimentos de diferentes cores, quanto mais colorida for sua refeição, melhor. Limite a
carne vermelha a 500g semanais.

 E por fim, prefira descascar que desembrulhar, quanto mais natural melhor, sempre!
E os sobreviventes do
câncer?
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Cancer survivor
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Sobreviventes significa com o câncer e também viver com os efeitos colaterais e
sequelas decorrentes do tratamento.
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As terapias antineoplásicas poderão resultar em efeitos adversos transitórios ou
permanentes – podem atingir o TGI e impactar no estado nutricional.

Piocari, 2019.
Sobreviventes do câncer
Câncer de mama
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Osteoporose: Ca, Vit D, atividade física.
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Ganho de peso: adequar dieta, atividade sé possível.
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Complicações cardiovasculares: adequar dieta, controle de ganho de peso.

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Câncer de cólon e reto
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Má absorção: adequar nutrientes, monitorar peso.
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Alteração de peso: monitorar, adequar dieta, atividade física.
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Alteração do funcionamento intestinal: avaliar ingestão de fibras, utilizar pré/probióticos, hidratação;
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Enterite / diarreia: ingestão de líquidos e eletrólitos, limitar gordura e lactose, fibras (solúvel).
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Obstrução: enteral ou parenteral.
Sobreviventes do câncer
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Próstata: osteoporose, osteopenia, enterite, diarreia.
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Pulmão: esofagite, disfagia
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Bexiga: alteração do funcionamento intestinal
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Cavidade oral: xerostomia, disfagia
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Leucemia: síndrome metabólica, hipotireoidismo, osteoporose
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Ovário: osteoporose, osteopenia
Instagram: @nutri.anag

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