Aula 05-Lesao-EstadodePerigo-Direito Civil-Obrigacoes

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ireito Civil II – Direito das Obrigações

Parte Geral

Prof. Me. Fabiano Ferreira Lopes


www.fabianolopes.com

DEFEITOS DO NEGÓCIO
JURÍDICO
Lesão e Estado de perigo
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica do Estado de Perigo

Estado de Perigo pode ser entendido pela dicção do art. 156 do Código Civil:

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de


salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte,
assume obrigação excessivamente onerosa.

Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz


decidirá segundo as circunstâncias. (Código Civil)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica do Estado de Perigo

Elementos que configuram o Estado de Perigo


- Necessidade de preservação humana
- Defesa própria
- Defesa de um familiar
- Dolo de aproveitamento
- Assunção de obrigação excessivamente onerosa

Consequências do Estado de Perigo


Enunciado 148 da III Jornada de Direito Civil do CJF: “Ao estado de perigo (art.
156) aplica-se, por analogia, o disposto no §2º do art. 157.”
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. (Art.
157 do Código Civil) (Código Civil)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica do Estado de Perigo


PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO COMINATÓRIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO
CARACTERIZADA. DESPESAS DE TRATAMENTO MÉDICO. INTERNAÇÃO DE PACIENTE
EM HOSPITAL PARTICULAR. ALEGAÇÃO DE ESTADO DE PERIGO NÃO
RECONHECIDA PELA INSTÂNCIA A QUO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ. 1. Deve ser rejeitada a alegada violação do art. 535
do CPC, na medida em que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide,
fundamentando seu proceder de acordo com os fatos apresentados e com a
interpretação dos regramentos legais que entendeu aplicáveis, demonstrando as
razões de seu convencimento. 2. O estado de perigo pressupõe a
onerosidade excessiva e o dolo de aproveitamento que, se não provados,
inviabilizam a anulação do negócio jurídico. 3. A Corte de origem, soberana
no exame das circunstâncias fático-probatórias da causa, afastou a configuração
do estado de perigo. Nesse contexto, a análise das razões recursais e a reforma do
aresto hostilizado, com a desconstituição de suas premissas como pretende a
parte agravante, demandaria necessariamente o reexame de provas, o que é
(STJ - AgRg no AREsp: 672493 DF 2015/0049746-6, Relator: Ministro
defeso nesta fase recursal (Súmula 7/STJ). 4. Agravo Regimental não provido.
HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 07/05/2015, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJe 22/05/2015)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica da Lesão

Lesão tem seu conceito definido no art. 157 do Código Civil:

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo
em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou
se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. (Código Civil)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica da Lesão

o prejuízo que uma pessoa sofre na


conclusão de um ato negocial, resultante
da desproporção existente entre as
prestações das duas partes.
(Caio Mário da Silva Pereira. Instituições
de direito civil, V. I. Rio de Janeiro:
Forense, 2002. P. 347)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica da Lesão

Elementos que configuram o Lesão


- Desproporção evidente entre prestação e contra-prestação;
- Desigualdade Originária;
- Nexo Causal.

Lesão x Estado de Perigo

Consequência da Lesão
Enunciado 149 da III Jornada de Direito Civil do CJF: “Em atenção ao princípio da
conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que
possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do
magistrado promover o incitamento dos contratantes a seguir as regras do art. 157,
parágrafo segundo, do CC do 2002.”
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Disciplina jurídica da Lesão


RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL ENTRE
PARTICULARES. RESCISÃO DO CONTRATO. VALORES PAGOS. PERDA INTEGRAL. PREVISÃO EM
CLÁUSULA PENAL. VALIDADE. NEGÓCIO JURÍDICO. AUSÊNCIA DE VÍCIOS. PROPOSIÇÃO DO
PROMITENTE COMPRADOR. ALEGAÇÃO DE INVALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. PROIBIÇÃO DE
COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na
vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2.
Cinge-se a controvérsia a discutir a validade de cláusula penal que prevê a perda integral dos
valores pagos em contrato de compromisso de compra e venda firmado entre particulares. 3.
Para a caracterização do vício de lesão, exige-se a presença simultânea de elemento
objetivo - a desproporção das prestações - e subjetivo - a inexperiência ou a premente
necessidade, que devem ser aferidos no caso concreto. 4. Tratando-se de negócio jurídico
bilateral celebrado de forma voluntária entre particulares, é imprescindível a comprovação dos
elementos subjetivos, sendo inadmissível a presunção nesse sentido. 5. O mero interesse
econômico em resguardar o patrimônio investido em determinado negócio jurídico
não configura premente necessidade para o fim do art. 157 do Código Civil. 6. Na
hipótese em apreço, a cláusula penal questionada foi proposta pelos próprios recorrentes, que
não comprovaram a inexperiência ou premente necessidade, motivo pelo qual a pretensão de
anulação configura comportamento contraditório, vedado pelo princípio da boa-fé objetiva. 7.
(STJ - REsp: 1723690 DF 2018/0030908-1, Relator: Ministro RICARDO
Recurso especial não provido
VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 06/08/2019, T3 - TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: DJe 12/08/2019 RB vol. 660 p. 186)
Apressa-te a viver bem e pensa que
cada dia é, por si só, uma vida.

Sêneca (4 a.C. – 65
d.C.)

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