A 3-4- História DaTeologia

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BREVE HISTÓRIA

DA TEOLOGIA
CONTEÚDO

HISTÓRIA DA TEOLOGIA CATÓLICA

1. História do termo Teologia


2. Diferentes estilos de reflexão teológica
3. Síntese da Teologia da Época Patrística
4. A Teologia escolástica medieval
5. Teologia anti-moderna da idade média
até Vaticano II Cinco (5) séculos
6. A teologia hoje
1. HISTÓRIA DO TERMO TEOLOGIA

Na antiguidade a teologia era entendida como um


hino, onde Deus era glorificado mais do que
explicado pelo espírito humano. Era o acto mesmo
de louvar a Deus. Não se tratava de explicar Deus,
que é inexplicável, mas de O louvar sem cessar,
pela sua grandeza.
Até antes da Idade Média latina a teologia era
concebida, particularmente na ordem monástica,
não como uma ciência propriamente dita das
coisas divinas, mas como meditação dos
mistérios.
Pedro Abelardo, no século XII - Tende a
racionalizar completamente a teologia, ao
mesmo tempo que suscita em São Bernardo de
Claraval, por exemplo, uma aproximação
apaixonada.
 Provoca noutros pensadores, mesmo próximos deste

último como Guilherme de Saint-Thierry, um esforço


para utilizar mais sistematicamente uma crítica
racional dos conceitos e uma construção
racionalmente ajustada das verdades da fé num
sistema ordenado.
Mais adiante, S. Alberto Magno no século XIII e S.
Tomás de Aquino definem a Teologia como a ciência
sagrada, que coloca o conjunto das verdades da fé num
sistema racional, à partir de um reconhecimento mais
claro das verdades propriamente sobrenaturais, e como
tais recebidas da revelação unicamente, por oposição às
verdades sobre Deus que podem ser atingidas pela razão
sozinha.
 Sustentam que a teologia é ciência da fé. E como tal

não pode prosseguir e se desenvolver senão na luz da fé.


Esta teologia exige que o rigor racional do pensamento
dialético seja constantemente associado a uma exploração
não somente alargada mas também penetrante de todo o
dado revelado e tradicional, sob a salvaguarda do magistério
vivo da Igreja e num espírito de uma fé viva e vivida.
 Assim se compreende a Teologia como um discurso

sistemático, reflexivo e crítico, sobre Deus e tudo o que


a Ele se refere. Uma Teologia que se alimenta da
revelação divina contida na Palavra de Deus,
proclamada e anunciada pela Igreja em seu Magistério.
Um discurso aberto ao pensamento humano e capaz
de iluminar a razão e se deixar interpelar por ela.
2. DIFERENTES ESTILOS DE REFLEXÃO TEOLÓGICA

Existem diferentes estilos de reflexão teológica,


tanto no que se refere ao conteúdo, como ao género
literário. Assim, podemos distinguir diferentes estilos
de acordo com a época.
 No primeiro século do cristianismo podemos

encontrar 3 estilos principais: a Teologia


narrativa dos evangelhos, a literatura epistolar e
a apocalíptica. Em seu núcleo conjugam-se facto
e interpretação, compreensão e anúncio, sob
notório influxo do judaísmo.
 Esta teologia é:
 Pneumática (embebida pelo espírito que suscita
a continuidade dos seguidores de Jesus)
 Eclesial, nascida no seio de uma comunidade
 Missionária, destinada a transmitir e recriar fé
cristã.
 Vivencial, repleta de sentimentos, conotações
afectivas e força convocatória, proveniente da
experiência do seguimento do ressuscitado
 Contextualizada na história da comunidade em que foi

elaborada.

 Aberta ao futuro estimulando assim interpretações

enriquecedoras, novas releituras situadas.


Síntese da teologia da época patrística

 Na época patrística que abarca o período de seis

séculos, compreendendo desde a geração


imediatamente posterior aos apóstolos até a dos que
prepararam a teologia medieval, encontramos um
outro estilo de teologia devido ao objectivo do
discurso: esclarecer a identidade da fé cristã no seu
encontro com as culturas, helénica, romana e mesmo a
judaica.
 O cristianismo vê-se às voltas com o imenso

desafio de traduzir para a cultura helénica, a sua


boa nova. Necessita também justificar-se diante
daqueles que, utilizando a filosofia grega,
consideram o cristianismo e a fé cristã algo
secundário ou de pouco valor.
 Após o período das perseguições, com o
reconhecimento do império romano a Igreja corre
dois riscos helenizar a sua doutrina (por uma
união entre fé e pensamento grego) e secularizar-
se (entrando nas estruturas do império pelo
caminho das honras, privilégios, apoio do poder
político).
 3. Síntese da Teologia da época Patrística:
 Ponto de partida a experiência intensa do
mistério proclamado, celebrado e vivido, exercitada
na leitura do texto sagrado e das realidades
mundanas.
 Quem faz teologia? – Bispos, sacerdotes e leigos
(homilias, textos litúrgicos, comentários de textos
de escritura, catequese...). no inicio do século III,
formam-se “escolas teológicas”.
 As mais conhecidas foram Antioquia (exegese literal
de Escritura), Alexandria (exegese espiritual
“sentido”).
 Características teológicas: teologia bíblica,
litúrgica, Cristológica, eclesial, inculturada e plural

 Foi um tempo de verdadeiro esforço de inculturação

da fé. As escolas teológicas testemunham de um


pluralismo teológico sadio, que contribui para o
aprofundamento da verdade revelada.

 A liturgia é o berço da teologia patrística, e mostra

como se deve articular o pensar e o celebrar a fé .


 Limites pouca atenção ao concreto histórico, fraco

traço profético devido ao compromisso com o poder


temporal, progressiva des-escatologização e des-
historização da teologia; Deficiência do instrumento
teológico utilizado (o seu dualismo neoplatônico, o
rigor ético de outras correntes como por exemplo os
epicureus, e cépticos.
4. A TEOLOGIA ESCOLÁSTICA MEDIEVAL

 A teologia escolástica medieval atravessou

oito (8) séculos, três (3) fases importantes:


A dialéctica (Sto. Anselmo) a grande
escolástica e a escolástica tardia.
 1) Fase – A teologia se limita a leitura e comentário da

Palavra de Deus. Pouco a pouco (VIII – X) esta maneira de


fazer teologia é influenciada pelas mudanças
significativas verificadas na sociedade e na igreja.
O surgimento de associações, corporações, ordens
religiosas, movimento das ordens mendicantes e
também universidades vai influenciar
positivamente a maneira de fazer teologia.
2) Fase- Do século X – XII, mas concretamente de 1120-
1160, o pensamento de Aristóteles é redescoberto e
sua metodologia é posta em relevo – usa-se a sua
dialéctica (“Sicet nom”) = recolhem-se argumentos
aparentemente contraditórios, discute-se a questão e
depois se tiram conclusões.
 Santo Anselmo (1033- 1109) une a teologia monástica

agostiniana, favorável a absoluta suficiência de fé, ao


pensamento especulativo dialéctico. Trabalha para
transformar a verdade criada em verdade sabida, pensada
e expressa. A fé em busca da inteligência (fides quarens
intellectum) conclusões deduzíveis.
 Em 1054, temos o primeiro grande cisma
Ocidente/Oriente com Miguel Cerulário. A
teologia Oriental não assimila a dialética, ela conserva
o aspeto contemplativo e simbólico, privilegiando a
dimensão apofática, misteriosa, o silêncio da teologia.
 A figura mais alta da escolástica é S. Tomás de Aquino

combina rigor teórico, criatividade e ousadia. Desenvolve


uma teologia obediente à revelação que responde às
exigências da epistemologia de Aristóteles e por
conseguinte ela é chamada ciência.

 A Summa teológica durante séculos foi texto base da

elaboração teológica.
 3) Fase-Com Tomás de Aquino saímos do credere- crer para

compreender (da patrística) e passamos ao crer e compreender.

A elaboração sistematizante do pensamento é feita por via da

relação afirmação, negação e síntese – o movimento de

pensamento é uma elipse e não um círculo. Temos um duplo foco

da teologia: ciência que Deus comunica e ciência que o homem

alcança pela reflexão autónoma, ela conjuga o ponto de vista de

Deus e o ponto de vista do homem, concilia fé e razão.


 Conclusão

 Temos um duplo foco da teologia: ciência que Deus

comunica e ciência que o homem alcança pela


reflexão autónoma, ela conjuga o ponto de vista de
Deus e o ponto de vista do homem, concilia fé e razão.
 Referências
 Manual de Fundamentos de Teologia Católica

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