Controle de Infecção No Bloco Operatório

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CONTROLE DE

INFECÇÃO CIRÚRGICA
Bloco Operatório

Enfermagem na Saúde do Adulto e do


Idoso Clínico e Cirúrgico

Enf. Especialista Elmara M. R. Braun


OBJETIVOS
 Relembrar terminologias relacionadas ao controle de infecção.

 Definir e classificar: as àreas do hospital e do CC conforme o risco


de contaminação.

 Classificar e descrever os tipos de cirurgias de acordo com seu


potencial de contaminação.

 Relatar as fontes de contaminação mais comuns e ressaltar


procedimentos adequados no controle da infecção cirúrgica.

 Descrever os métodos de limpeza e desinfecção e apresentar


relação de principais desinfetantes.
Terminologias
 Infecção: implantação, crescimento e multiplicação de um agente
infeccioso no organismo.

 Inflamação: reação de tecidos a agressões ou danos,


caracterizada clinicamente por calor, edema, rubor e dor.

 Esterilização: processo realizado para destruição de qualquer


forma de vida microbiana, inclusive esporos.

 Desinfecção: processo realizado para destruir agentes infecciosos


de superfícies ou artigos.

 Limpeza: processo realizado para a remoção da sujidade para


manter a higiene do ambiente.
Terminologias
 Desinfetante: são produtos usados para limpeza e desinfecção de
àreas críticas, semi-críticas e contaminadas.

 Antissepsia: destruição de microorganismos existentes nas camadas


superficiais ou profundas da pele.

 Assepsia: processo técnico usado para impedir a penetração de


microorganismos patogênicos em local que não os contêm.

 Antisséptico: agente germicida usado para a destruição de


microorganismos existentes na pele.
Controle de Infecção Cirúrgica

 Definição:
São todos os métodos e procedimentos utilizados pela equipe
multiprofissional para minimizar, controlar ou eliminar o risco de
infecção cirúrgica.

 Para podermos compreender melhor todos os fatores que


envolvem o controle de infecção cirúrgica, precisamos conhecer:
- as àreas do hospital e do CC conforme o risco de
contaminação;

- as cirurgias de acordo com seu potencial de contaminação.


Classificação das Àreas Hospitalares
pelo Risco de Contaminação

 Àreas não-críticas: são todas as àreas não ocupadas por


pacientes.
Ex: diretoria, escritórios, almoxarifado, farmácia.
Devem ser limpas.

 Àreas semi-críticas: são todas as àreas ocupadas por pacientes


com doença não-infecciosa ou infecciosa de baixa
transmissibilidade.
Ex: enfermarias e ambulatórios.
Devem ser limpas.
Classificação das Àreas Hospitalares
pelo Risco de Contaminação
 Àreas críticas: são todas as àreas onde se verifica: 1-
depressão da resistência antiinfecciosa do paciente ou 2- o
risco aumentado de transmissão de infecção. Nesses há maior
risco de contaminação.
Ex 1: CC, CO, UTI, hemodiálise

Ex 2: laboratório, banco de sangue, lavanderia, cozinha.


Devem ser limpas mas podem sofrer processos de desinfecção.

 Àreas contaminadas: são aquelas em que se verifica a presença


de sangue, pus, secreções ou excreções.
Devem passar por processos de desinfecção com remoção da
matéria orgânica.
Classificação das Àreas do CC
conforme o Risco de Contaminação
 O principal e mais importante aspecto físico a ser considerado
na localização do CC não é o seu local, e sim, a circulação geral
interna, que deve ser livre para pessoas internas e totalmente
bloqueada para o pessoal de fora.

 O acesso ao CC deve estar interligado de acordo com os


profissionais que fazem parte dele:
- Paciente: deve ter acesso pela porta/entrada principal.
- Pessoal/equipe: deve ter acesso pela entrada dos
vestiários que devem estar interligadas ao CC.
- Serviço de Apoio: devem ter entradas auxiliares para
roupa limpa, roupa suja, equipamentos, exames,material
contaminado.
Classificação das Àreas do CC
conforme o Risco de Contaminação
Classificação:

 Àrea Restrita: abrangem as SO’s, SRPA, sala de Raio X,


corredores internos, depósito de material, àreas onde as equipes
atuam, sendo obrigatório o uso de roupas privativas exclusivas
do CC.

 Àrea Semi-restrita: são as àreas de comunicação com a àrea


restrita, onde é permitido a circulação de pessoal, material e
equipamento não interferindo nas rotinas de controle e
manutenção da àrea restrita. EX: copa, sala de estar, secretaria,
expurgo.

 Àrea Irrestrita: é toda a àrea de acesso ao CC de livre


circulação interna. EX: vestiàrios e corredores de entrada,
Cirurgias e Potencial de
Contaminação
 Classificação conforme Portaria n. 2616/MS:

* Cirurgias Limpas:
São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e
inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras.
São cirurgias onde não ocorre penetração no trato digestivo,
respiratório ou genito-urinário.
Ex: cirurgias cardíacas, oftálmicas, ortopédicas (eletivas),
vasculares, herniorrafias, enxertos cutâneos, neurocirurgias.

* Cirurgias Potencialmente Contaminadas:


São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora
microbiana pouco numerosa ou tecidos de difícil
descontaminação, na ausência de processo infeccioso local ou
com falhas técnicas discretas no transoperatório.
Cirurgias e Potencial de
Contaminação
Aqui se enquadram cirurgias do trato digestivo, respiratório
ou genito-urinário sem contaminação significativa.
Ex: colecistectomia, histerectomia abdominal, cirurgias
cardíacas com circulação extra-corpórea, cirurgia do
intestino delgado – eletiva, feridas traumáticas limpas com
cirurgia até 10hs. após traumatismo.

*Cirurgias Contaminadas:
São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora
bacteriana abundante cuja descontaminação seja difícil ou
impossível, aquelas em que há falhas técnicas grosseiras ou
processo infeccioso não-supurativo.
Ex: cirurgia de cólon, intranasal,bucal e dental, orofaringe,
debridamento de queimaduras, fratura exposta e feridas
traumáticas com atendimento após 10 hs.
Cirurgias e Potencial de
Contaminação

* Cirurgias Infectadas: são aquelas realizadas em tecidos ou


òrgãos nos quais exista um processo infeccioso (com supuração
local), tecido necrótico, corpos estranhos e ferida de origem suja.
Ex: cirurgia do reto e do ânus com pús, cirurgia abdominal
com supuração e conteúdo do cólon, nefrectomia com
infecção, vísceras perfuradas.

 Esta classificação é feita no final do ato cirúrgico, pelo cirurgião.

 As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme esse


potencial de contaminação da ferida cirúrgica.
Fontes de Contaminação mais
Comuns

 As fontes de contaminação mais comuns para infecções em


feridas cirúrgicas estão agrupadas em 2 grupos básicos:

- Fontes Endógenas: representam as contaminações por


microrganismo advindos do próprio paciente.
A maioria das infecções em feridas cirúrgicas estão nesta
categoria.

- Fontes exógenos: representam as contaminações por


microorganismos advindos do meio externo ao paciente.
Fontes de Contaminação mais
Comuns
 Fontes Endógenas:
- Condições fisiológicas ou patológicas pré-cirúrgicas do
paciente;
- Técnica cirúrgica duvidosa ou grosseira;
- Antibioticoprofilaxia inadequada;
- Preparo inadequado da àrea operatória;

 Fontes Exógenas:
- Projeto arquitetônico do CC inadequado;
- Procedimentos ou rotinas inadequadas com relação ao
ambiente;
- Materiais utilizados ( esterilização);
- Falhas de procedimento da equipe multiprofissional.
Fontes Endógenas X Controle de
Infecção Cirúrgica
 Condições Patológicas ou Fisiológicas Pré-cirúrgicas do
Paciente:

*Deve-se evitar procedimentos cirúrgicos eletivos durante a


vigência de processos debilitantes como:
- infecção à distância;
- desidratação ou desnutrição grave;
- choque;
- diabetes descompensado;
- idade avançada;
- obesidade;
- uso de corticosteróides (diminui resistência do corpo)
Fontes Endógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
 Técnica cirúrgica:

* Presença de tecido desvitalizado dentro da ferida pelo:


- traumatismo provocador da lesão;
- pressão exagerada sobre os tecidos (afastadores,
suturas);
- àreas de tecido necrótico decorrente de
eletrocoagulação;
- ressecamento dos tecidos em procedimentos extensos.

*Tipo e quantidade de bactérias contaminantes:


– a simples presença de microorganismos virulentos não
é o bastante. Precisam estar em grande quantidade para
determinar infecção.
Fontes Endógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica

* Natureza e localização de ferida:


- feridas extensas com tecido desvitalizado – maior risco;
- tecidos diferentes reagem diferentemente sendo mais ou
menos resistentes à infecção.

* Presença de corpos estranhos:


– necessário remover corpos estranhos e tecidos
desvitalizados.
obs. suturas são corpos estranhos mas isentos de contaminação.

* Hemostasia dos vasos sanguíneos:


- devem ser clampeado de forma a causar o mínimo de lesão
aos tecidos circunjacentes;
Fontes Endógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
* Hemostasia dos vasos sanguíneos:
- devem ser clampeado de forma a causar o mínimo de lesão
aos tecidos circunjacentes;
- falhas na hemostasia – hematoma ou seroma – afastamento
das bordas da incisão – retardo cicatrização – predisposição à
infecção.

 Antibioticoprofilaxia:

* Sensibilidade do patógeno ao antimicrobiano;

* Contato do agente antimicrobiano com o patógeno:


-quantidade, via de administração são importantes ( via EV –
concentrações adequadas mais rapidamente .
Fontes Exógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
 Projeto Arquitetônico do CC:

*Tamanho ideal da SO:


- depende do tipo de cirurgia.
* Iluminação:
- o mais próximo possível ao natural.
* Piso:
- sem frestas ou ranhuras;
* Paredes:
- com cantos arrendondados;
* Disposição das Dependências:
- de forma a permitir o fluxo correto de material, pessoal e
pacientes;
* Lavabos:
- pias largas e torneiras que não necessitem ser fechadas
com as mãos.
Fontes Exógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
* Ventilação Interna:
- sistema de filtragem e acondicionamento do ar;
- de preferência fluxo laminar;
- efetuar trocas periódicas dos filtros e limpeza das
grades;

 Procedimentos com Relação ao Ambiente:

* Cuidados com a limpeza e desinfecção- rotinas;

*Acondicionamento e destino do lixo:


- uso de sacos plásticos impermeáveis;
- lixo deve ser fechado nos sacos em seu local de
origem e retirado de imediato para a àrea de coleta;
-lixo infectado: saco deve estar identificado
Fontes Exógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
 Esterilização:

* Todo o material, instrumental e equipamento que entre no


campo operatório deve estar estéril;

* Necessário o controle biológico das esterilizações;

* Local adequado para armazenamento do material estéril;

* Padronização das técnicas de montagem dos pacotes;

* Observar prazo de validade das esterilizações – não manter


um estoque tão numeroso.
Fontes Exógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
 Equipe Multiprofissional:

* Lavagem e escovação das mãos.

* Troca de vestimenta exclusiva do CC:


- sempre que molhadas ou sujas;

- cirurgias infectadas e sujas.

* Menor número de profissionais possível dentro da SO.

* Circulante da SO:
- deve estar devidamente treinada para executar sua função com
técnicas assépticas sem levar riscos para os pacientes.
Fontes Exógenas X Controle da
Infecção Cirúrgica
*Cirurgião/Instrumentador– paramentação:
- Avental cirúrgico: 1) impermeável aos microorganismos sob
pressão; 2) flexível, distensível e confortável – permite livre
movimentação; 3) deve permitir troca de suor e vapor com o
ambiente
- Pro-pés: 1) trocá-los sempre que sair de uma sala
contaminada ou infectada; 2) trocá-los quando sair e entrar de novo
no CC.

* Colocação dos campos operatórios com técnica asséptica.

* Infecções bacterianas no membro da equipe:


- deve ser afastado do contato com o paciente.
Limpeza e Desinfecção
 Limpeza: processo realizado para remoção física da sujidade
com o objetivo de manter a higiene do ambiente.
Método de Limpeza: àgua e sabão ou detergente.

 Desinfecção: processo realizado com o objetivo de destruir os


microorganismos de determinada àrea. É realizada com o uso
de produtos químicos.

 Produtos Químicos:
-fenólicos;
-quaternário de amônio;
-cloro ativo;
-álcoois.
-outros conforme as estabelece a Portaria n.15/88 – MS.
Métodos de Desinfecção
 Agente Químico com detergente:

- limpar superfície com o produto químico para remoção da


sujidade;
- enxaguar;
- passar o produto novamente deixando-o em contato com a
superfície pelo tempo determinado no rótulo (10-30 min.).

 Agente químico sem detergente:

- limpar a superfície com água e sabão ou detergente para


remoção da sujidade;
- enxaguar;
- passar o produto químico, deixando-o em contato com a
superfície pelo tempo determinado no rótulo (10-30 min.).
Métodos de Desinfecção
 Para Desinfecção de Áreas Contaminadas:

- colocar o produto químico sobre a matéria orgânica;


- retirar a matéria orgânica envolvida no produto químico e
desprezar;
- limpar o local novamente com o produto e deixá-lo em
contato com a superfície pelo tempo determinado no rótulo.

 Cuidados durante o processo de desinfecção:

-verificar a correta diluição do produto seguindo as


orientações de rótulo;
-usar obrigatoriamente EPI, segundo orientações no rótulo;
-verificar o tempo de contato do produto com a superfície que
está sendo limpa – 10 minutos.
Desinfetantes Químicos

Agente Finalidade Indicação Observação


Químico
Desinfetante e Focos, mobiliários Não possui ação
Álcool Etílico 70% Anti-séptico cirúrgicos, bancadas residual. Enrijece
plásticos e borrachas.
Dicloro Isocianeto Desinfetante apenas Superfície Tóxico- cuidado no
de Sódio 10% de superfície manuseio. Pouco
usado.
Fenol 0,3% Desinfetante de Mobiliário, pisos, Remover excesso
(sintético) artigos- 30’ paredes. deixando secar. Usar
Desinfetante de luvas, pois provoca
Superfície- 10’ despigmentação da
pele.
Quaternário de Desinfetante Utensílios e Remover com
Amônia 0,2% mamadeiras enxágue abundante.
Desinfetantes Químicos

Agente Finalidade Indicação Observação


Químico
Hipoclorito 1% Desinfetante de Principalmente em Corrosivo para
superfícies, pisos, unidade de metais. Ação
secreção, etc. Hemodiálise e Banco reduzida em
de Sangue. presença de matéria
orgânica. Reage na
presença do fenol
sintético.
Formaldeído 8% Desinfetante- 30’. Exceto endoscópios Causa dano em
Solução Alcóolica Esterilização- 18hs. cimentos de lentes.
10%
Glutaraldeído Desinfetante – 30’. Inst. Cirúrgicos, Ativado por 14 dias.
Pré- desinfecção -30’ lentes, cateteres,
borrachas,
Esterilização – 10hs.
máscaras, traquéias,
ventiladores, lâminas
de laringoscópio.

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