Aula de Fundamentos de Pedagogia
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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
Fundamentos de pedagogia
Docente
Guilherme J. A. Chingua
Pedagogia é a ciência que tem como objeto de
estudo a educação, o processo de ensino e a
aprendizagem. O sujeito é o ser humano, enquanto
educando.
A palavra pedagogia, etimologicamente provem do
grego p aidagogia que significa arte de
Instruir e educar crianças.
Quer dizer:
Paidos – criança
Ago – dirigir
Lógia – ciência, logo ciência de dirigir crianças.
Assim eram chamados escravos que acompanhavam
as crianças para as escolas. Hoje, pedagogo é um
especialista em assuntos educacionais e a ped agogia
é a ciência da educação que explica e orienta a prática
educativa através de uma metodologia própria.
É o conjunto de conhecimentos estruturados relativos
ao fenómeno educativo;
É o campo de conhecimentos que se ocupa ao estudo
sistemático da educação;
É a principal ciência que se ocupa da busca de
soluções para os problemas da educação;
Pedagogia é a filosofia, ciência e arte técnica da
educação.
Pedagogia é a ciência sobre a educação,
instrução e ensino do homem em todos os
momentos históricos do seu desenvolvimento.
A Pedagogia é um campo de conhecimentos que
investiga a natureza das finalidades da educação
numa determinada sociedade, bem como os
meios apropriados p ara a formação dos
indivíduos, tendo em vista a prepará-los para as
tarefas da vida social. ( LIBÂNEO, 1994:24)
Pedagogia como Ciência: seu surgimento.
Ate aos 7 anos a criança ficava sob os cuidado s da mãe
de quem rec ebia um treino rigoroso.
Depois a criança era retirada do lar e colo cado em
casernas públicas onde comiam em comum, ajudam no
fornecimento de alimentos necessários, caçavam
animais, participavam nas dan ças corais. E o restante
tempo era gasto com exercícios de ginástica - principal
elemento da educação.
18 - 20 anos: o jovem dedicava-se ao estudo de armas e
manobras militares.
20 -30 anos: participava na guerra e os treinos eram
feitos nos intervalos de gu erra.
Com 30 anos, o jovem passava o tempo a dedicar- se ao
serviço do estado, seja nas guerras ou nos treinamentos
Educação Ateniense: Enquanto que na Esparta a
educação era dada importância a educação física a
serviço da guerra para manter o estado, em Atenas
surgiu o ideal de formação completa do homem
(educação física e a intelectual), o que se resume no
desenvolvimento harmonioso da personalidade.
Por outro lado, a nova maneira de compreender a
estrutura e finalidades do estado, que er a assegurar a
liberdade pessoal. O estado não era tit ular da vida do
cidadão, mas sim os pais é que preparavam a criança
para a vida num ambiente de liberdade.
Por outro lado, a própria vocação cultural d e Atenas
que contribuiu para o desenvolvimento das ciências e
da filosofia, o que elevou o nível intelectual de seus
Em Atenas os cuidados da criança eram a cargo da família,
geralmente eram entregue aos cuidados de amas e escravos,
mais tarde pedagogo – guia de crianças á escola.Existiam
dois tipos de escola: a de música e a de ginástica e palestra.
Os Sofistas (450-400 a.c.) (sophós = sábios) surgiram como
sen do a nova class e de professores que a sociedade exigia.
Eram professores ambulantes que percorriam as grandes
cidades, ensinavam as ciências e as artes com finalidades
práticas, principalmente a eloquência, em troca de uma
elevada contribuição financeira.
Os sofistas preparavam ou forneciam aos seus alunos
discursos feitos sobre certos tópicos que seriam repetidos
em out ras cir cunstâncias, como é o caso de tribunais.
Transmitiam sentenças inteligentes para serem utilizados em
momentos oportunos
Outros sofistas davam discurso mais completo, f alavam
das ciências naturais e históricas dessa época e um treino
em dialéctica por meio da discussão e por meio do
discurso público.
O facto d e eles auto den ominarem se de s ábios e
exigirem remuneração pelos seus serviços, isto era contra
os princípios mais valorizados pelos gregos: o de
harmonia e reverencia, a relação entre professor e aluno
que era de estima mutua e não de carácter económico.
Os sofist as a centuavam de forma exagerada o valor da
individualidade, e assim o indi víduo situava-se num
nível de independência que ficava acima dos deveres do
cidadão. Foi assim que Protágoras afirma: o homem é a
medida de todas as coisas.
Os grandes Filósofos (400-300 a.c.)
Sócrates (470-399 a.c.) : Tomou como ponto de partida “o hom em é
a medida de todas as coisas” e afirmou: se o homem é a medida d e
todas as coisas, então a primeira obrigação de todo o home m é
procurar conhecer se a si mesmo.
Para Sócrates, é na consciência individual que se deve procurar os
elementos determinantes da convivência e da educação, e não em
simples opinião para guiar se de val or universal. Pois o fim da
educação é de ministrar o saber ao indivíduo pelo desenvolvimento do
seu pod er de pensamento.
Sócrates usava como métodos a ironia e a maiêutica, que consistiam e
m fazer per guntas para obter opiniões do interlocutor e depois através
de outras perguntas de forma a leva r o interlocutor a descobrir por si
mesmo a contradição e o absurdo das opiniões apresentadas (descobrir
a verdade)
Maiêutica – arte de fazer nascer as ideias.
Contribuições de Sócrates para a educação
O conhecimento possui um valor pratico ou
moral, isto é, um valor de natureza universal e
não individual;
O pro cesso obje ctivo para obter-s e o
conhecimento é o de conversação e o subjectivo é
o reflexão e organização da própria experiencia;
A educação tem por objectivo imediato, o
desenvolvimento da c apacidade de pensar e não
apenas ministrar conhecimentos.
Platão (428-348 a.c.): Comungou com ideias de Sócrates sobre:
A necessidade de procurar uma nova base moral para a vida;
A nova base deveria encontrar-se em ideias e na verdade
universal.
Aceitou e desenvolveu o método dialéctico de Sócrates, e
definiu como sendo um contínuo discurso consigo mesmo. O
que se traduz em: A educação é o processo do próprio educando,
mediante a qual são dadas as ideias que fecundam a sua alma.
Portanto, a educação consiste na actividade que cada home m
desenvolve para conquistar as ideia e viver de acordo com elas.
Acrescenta ainda que, o conhecimento não vem de fora para o
homem, é o esforço da alma para adaptar-se da verdade.
Para Platão. O papel do educador consiste em
promover no educando o processo de
interiorização, graças ao qual ele pode sentir a
presença das ideias. Ainda este afirma dizendo
que: a realidade nada mais é do que a ideia que se
realiza ou actualiza.
Platão e Sócrates divergem no facto de que para
Platão nem todos os homens tem a capacidade de
adquirir conhecimentos, apenas al gumas
pessoas, enquanto que S ócrates, para este, todos
possuem a capacidade de adquirir conhecimentos.
Aristóteles (384 -322 a.c.): Apresentou uma visão
bastante diferente de Sócrates e de Platão. Enquanto
esses dois afirmavam que a base de conhecimentos
consistia na virtude, Aristóteles afirmava que a
virtude está na conquista da felicidade e do bem.
A virtude não consiste em sim ples conhecimentos
do bem, mas da sua conquista. E o bem na sua
integridade resume-se em bem ser (intelecto) e bem-
fazer (acção).
A felicidade é um bem supremo que consiste em
realizar o que é específico do homem, é a razão
(amor, saúde, posição social, fortuna, …).
Aristóteles desenvolveu o seu conceito de educação
partindo da ideia de i mitação. Para o homem a imitação
constitui a arte e o homem se educa na medida em que a
forma de vida dos adultos, o homem se educa porque
actualiza as energias.
Aristóteles sistematizou pela primeira vez o processo de
en sino ao postular o s eguinte plano metódico:
O mestre deve em primeiro lugar expor a matéria do
conhecimento;
Em seguida tende cuidar que se imprima ou retenha o
exposto na mente do aluno;
Por fim, tem que fazer co m que o educando relacione as
diversas r epr esentações mediante o exercício.
EDUCAÇÃO NA IDADE MEDIEVAL – XV II (466-
1640)
Por causa da invasão dos povos bárbaros, a cultura greco-romana
estav a em destruição, e isto não aconteceu graças a intervenção da
igreja crista. E assim, a igreja passou a educar os novos povos nesta
época. Contrariamente aos gregos que davam ênfase o aspecto
intelectual, o cristianismo baseia-se n a ideia de ca ridade crista ou
amor, isto é concentra-se no aspecto moral da pessoa humana.
As escolas baseavam-se no princípio do cristianismo. O ponto de pa
rtida da pedagogia cristã consistia no dogma ou imposição sobre a
natureza do homem dual constit uído por corpo e po r alma. Se os
gregos antigos procuravam harmonizar estas partes, os cristãos
procuravam separá-los exaltando a alma em determento do corpo. O
corpo é a parte pecaminosa do homem relacionada com emoções, as
paixões, os instintos sensoriais que servem de base ou a vícios nos
seres humanos.
Segundo a doutrina cristã, as necessidades do
corpo levam a degradação moral da sociedade e a
sua destruição. A partir deste princípio, os cristãos
consideraram como fim principal da educação a
regeneração e aperfeiçoamento espiritual do
homem, portanto, formação de capacidades por
dominar e controlar os se ntimentos, paixões e os i
nstintos do corpo. O estímulo fundamental para o
aperfeiçoamento espiritual é a fé em Deus e a
esperança na vida ete rna. A futura vida após a
morte como consequência da vida exemplar no
mundo terreno.
As escolas ficavam situadas juntos das igrejas e
chamavam escolas pa roquiais, monásticas, catedrais
e episcopais, dependendo da designação da
instituição religiosa.
As crianças eram educadas nas escolas pelas
doutrinas cristas duque em conhecimentos científicos
e passavam o tempo ao canto coral religioso e as
rezas, que er am considerados mais importantes.
Os conteúdos de ensino eram as setes artes libe rais:
gramática, retórica, dialéctica, aritmética, geometria,
astronomia e música, como disciplina fundamental
considerava-se a teologia.
A retórica e a di aléctica preparava os alunos para
debates e temas r eligiosos, para int erpretar e
defender os dogmas da igreja, em fim, todas as
disciplinas provavam a existência de DEUS e sua
influência na natureza e nas acções do homem, e
como consequência a sua veneração.
Generalizando, na escola da idade média baseava-
se nos métodos de memorização, os alunos
decoravam as regras e definições forn ecidos pelos
livros sagrados e consequentemente n ão houve o
avanço das ciências, foi uma época de escuridão.
EDUCAÇÃO NA IDADE
MODERNA
Neo-humanismo Pedagógico - Educação Renascentista
O interesse da educação no renascimento estava centrado
nas actividades esp ecíficas da humanidade. Os humanistas
colocaram em primeiro lugar o culto do homem, fizeram
renascer a dignidade humana como tal, a capacidade e
confia nça nas suas forças físicas e intelectuais.
Foram os primeiros homens que se pronunciaram contra a
doutrina religiosa, sobr e a n atureza pecaminosa do
homem, diferenciando-se dos teólogos (eles mostraram
mais interes se pelo homem concreto, pelas suas forças na
terra).
O homem da época moderna era educado
para uma sociedade em que se anunciava a
laicização, portanto, abriam-se caminhos pa
ra a emancipação da m entalidade, ou seja,
do pensamento livre.
Definiram o desenvolvimento de todos os
aspectos da personalidade humana: físicas,
intelectuais, estéticas e morais, portanto,
defendiam uma abordagem int egral na
formação e desenvolvimento do homem.
Naturalismo Pedagógico
Educação Realista: A pedagogia Naturalista, procurou
representar uma reacção contra o formalismo
humanismo do renascimento. Os humanistas clássicos
faziam da cultura antiga não só meio como o fim de
toda a educação, sem maior preocupação na formação
de novos homens.
João Amos Comenios (1592-1671) foi o maior
pedagogo realista e um dos pensador mais eminente na
história da educação. Foi o primeiro a criar um sistema
científico coerente didáctico e a separação da pedagogia
e da filosofia, tornando-se uma ciência autónoma.
John Locke (1631-1704) foi considerado
primeiro psicólogo edu cacional, o primeiro a
de fender a necessidade de li gação entre a ped
agogia e psicologia (psicopedagogia).
Formulou pela primeira vez na história da
pedagogia de forma sistematizada e coerente
as ideias burguesas sobr e Educaçãopróxima
da vida;
Educação prática; Ensino individualizado.
Educação Naturalista de Jean Jacques Rousseau
Foi defensor da educação nat uralista e individualista. Na sua
opini ão, tudo que sai das mãos do criador é bom, tudo degenera
nas mãos do homem. A maldade humana não resulta por
conseguinte das tendências naturais do homem, mas das
influências mutiladoras da sociedade.
Daí ser preciso educar o homem fora do ambiente social em plena
natureza.
Emílio Durkheim(1858-1917) considerava a educação como um
fenómeno ex clusivamentesocial. Sem a sociologia é difícil obter
uma visão clara e nítida da natureza dos fins, ideal e funçõese dos
meios da educação. A educação é a imagem e o reflex o da
sociedade. Considerava da que todos os seus elementos, todas as
instituições educativas todos os seus métodos são de natureza
social.
Educação Pragmática
Pragmatismo é uma doutrina filosóficaque adopta como
critério da verdade a a utilidade subordinada a acção, r
eduzindo a mero instru mento de utilidade pratica. Isto ‘e
os conhecimentos são úteis quando são demonstrados na
pratica-John Dewey.
MariaMontessori
A pedagogia Montessoriana, reside no facto de c onceber
a educação com o uma Auto -educação, isto é como
processo espontâneo que se d esenvolve na alma da
criança, para isso, a condiç ão fundamental consiste e m
fornecer á criança um ambiente isento de o bstáculos
inaturais e de matérias adequados.
OvideDecroly (1871-1932)