Unidade 01
Unidade 01
Unidade 01
Unidade 01
Objetivos da Aprendizagem
• entender o contexto do envelhecimento • Tópico 1 – envelhecimento
populacional;
populacional e o papel do enfermeiro
• atuar em consonância com a promoção e a
defesa dos direitos da pessoa idosa; no cuidado com a pessoa idosa
• entender a importância de promover ações • Tópico 2 – legislação da pessoa idosa
para a saúde da pessoa idosa,
• compreendendo o papel do enfermeiro; • Tópico 3 – promoção da saúde da
• conhecer a Política Nacional do Idoso e os pessoa idosa
fundamentos do Estatuto do Idoso.
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O PAPEL DO
ENFERMEIRO NO CUIDADO COM A PESSOA IDOSA
Sabe-se que, hoje, há, aproximadamente, 20 milhões de pessoas, no Brasil, com idade igual ou superior a
60 anos; em 2025, esse número chegará a 32 milhões, sendo o sexto país em número de idosos; e, em
2050, provavelmente, o número de pessoas idosas será maior ou igual ao de crianças e jovens de 0 a 15
anos; fato marcante em todo o mundo (BRASIL, 2013)
https://www.youtube.com/watch?v=PoxndG1Yyd0
O envelhecimento da população se processa em meio a condições de vida, para parcelas imensas da
população, ainda muito desfavoráveis. Os rendimentos de aposentadoria dos idosos elevam a renda familiar
entre os mais pobres, contribuindo para reduzir os níveis de pobreza no país. A pessoa idosa pode ser
inserida na sociedade de maneira qualificada, assumir papéis relevantes e, por que não, reiniciar um novo
ciclo de trabalho. Há um crescente reconhecimento de que o idoso deve ter a condição de trabalhar
enquanto desejar e os direitos da idade devem ser reconhecidos e recompensados.
A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. No entanto, existem importantes diferenças entre os países
desenvolvidos, em que o envelhecimento ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, e os
países em desenvolvimento, nos quais esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma
reorganização social e da área de saúde adequada para atender às novas demandas emergentes (BRASIL,
2006).
O Papel do Enfermeiro no Cuidado a Pessoa Idosa
Em resumo, ao mesmo tempo em que aumenta o número de pessoas idosas, diminui a oferta de cuidado
familiar (proteção familiar). Se a família não possui condições de cuidar do idoso, se o idoso possui seus
vínculos familiares fragilizados ou rompidos ou mesmo se há ausência de família, o acolhimento institucional
se torna uma alternativa para superar a condição de vulnerabilidade e risco social, prevista no Estatuto do
Idoso (PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2014)
O profissional de Enfermagem, no que diz respeito à saúde da população idosa, possui várias atribuições, entre
as quais está a realização da consulta de Enfermagem, processo metodológico de sistematização de
conhecimento configurado em método aplicado na perspectiva educativa e assistencial, capaz de dar respostas
à complexidade do sujeito assistido. A realização da consulta de Enfermagem tem seu aporte legal amparado
na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 (BRASIL, 1986), que a
legitima como uma atividade privativa do enfermeiro (SILVA; VICENTE; SANTOS, 2014)
Os estudos evidenciam que o cuidado de Enfermagem para a população idosa requer o desenvolvimento de
habilidades, bem como de competências técnicas e científicas, um direcionamento específico, pautado em uma
prática baseada em evidências, para uma assistência de qualidade para essa clientela. O profissional deve
compreender as questões do processo de envelhecimento, facilitar o acesso do idoso aos diversos níveis de
atenção, estar qualificado e estabelecer uma relação respeitosa (DIAS et al., 2014).
Tópico 2- Legislação da Pessoa Idosa
• A política nacional do idoso objetiva assegurar os direitos sociais da
pessoa idosa, criando condições para promover sua autonomia, integração
e participação efetiva na sociedade. Considera-se idosa, para os efeitos da
lei, a pessoa maior de 60 anos de idade (BRASIL, 1994).
Diretrizes
• I- viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua integração às
demais gerações;
• II- participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das
políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos;
• III- priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção
dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência; IV- descentralização político-
administrativa;
• V- capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços;
Diretrizes
• VI- implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos,
programas e projetos em cada nível de governo;
• VII- estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociais do envelhecimento;
• VIII- priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando desabrigados e
sem família;
• IX- apoio a estudos e pesquisas sobre as questões relativas ao envelhecimento (BRASIL, 1994).
Princípios
• I- a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
• II- o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e
informação para todos;
• IV- o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta
política;
• V- as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano
do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei
(BRASIL, 1994).
Estatuto do Idoso
• O Estatuto da Pessoa Idosa visa a “regular os direitos assegurados às
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. A pessoa idosa goza de
todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral”, estando asseguradas, “por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física
e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social”
(BRASIL, 2003).
• Em 2019, foi sancionado o Projeto de Lei nº 3.646, de 2019, que altera a Lei nº 10.741/2003
do Estatuto do Idoso, para substituir as expressões “idoso” e “idosos” por “pessoa idosa” e
“pessoas idosas”.
https://www.youtube.com/watch?v=PoxndG1Yyd0
https://www.youtube.com/watch?v=PDdSx8w8AYo
DIREITOS FUNDAMENTAIS – ESTATUTO DO IDOSO
DO DIREITO À VIDA
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua
proteção um direito
social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e à saúde,
mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam
um envelhecimento
saudável e em condições de dignidade.
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
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Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
I- faculdade de ir vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;
II- opinião e expressão; III- crença e culto religioso;
IV- prática de esportes e de diversões;
V- participação na vida familiar e comunitária;
VI- participação na vida política, na forma da lei; VII- faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos
objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade da pessoa idosa, colocando-o a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
DOS ALIMENTOS
Art. 11. Os alimentos serão prestados à pessoa idosa na forma da
lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar
entre os prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas
perante o Promotor de Justiça, que as referendará, e passarão a ter
efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições
econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público
esse provimento, no âmbito da assistência social.
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso,
por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS),
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,
incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.
§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: I-
cadastramento da população idosa em base territorial;
II- atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III- unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;
IV- atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições
públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público,
nos meios urbano e rural;
V- reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das sequelas decorrentes do
agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer às pessoas idosas,
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos
relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da
idade.
§ 4º As pessoas idosas com deficiência ou com limitação
incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da
lei.
Art. 16. À pessoa idosa internada ou em observação é assegurado o
direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as
condições adequadas para a sua permanência em tempo integral,
segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo
tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso
ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domínio de suas faculdades
mentais, é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde
que lhe for reputado mais favorável.
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
Art. 20. A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso da pessoa idosa à educação, adequando
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
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§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação,
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas.
Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a
discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados
os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade.
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social
observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários
sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
[...]
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 33. A assistência social às pessoas idosas será prestada, de forma articulada,
conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas
pertinentes.
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam
meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é
assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica
da Assistência Social – Loas.
DA HABITAÇÃO
Art. 37. A pessoa idosa tem direito à moradia digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou,
ainda, em instituição pública ou privada.
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§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será
prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou
carência de recursos financeiros próprios ou da família.
DO TRANSPORTE
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos, fica assegurada a gratuidade dos transportes
coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando
prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que
faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% dos
assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado referencialmente
para idosos.
Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
[...]
Art. 46. A política de atendimento à pessoa idosa far-se-á por meio do conjunto articulado de
ações governamentais e não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
[...]
Art. 48. As entidades de são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional da
Pessoa Idosa, conforme a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de assistência à pessoa idosa
ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e
Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da
Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento.
[...]
Atuação da Enfermagem em situações de
violência contra a pessoa idosa
• A violência contra o idoso é um ato único e repetido ou uma omissão que
cause dano ou aflição e resulte, na maioria das vezes, em sofrimento,
lesão, dor, falha ou perda dos direitos humanos (MASCARENHAS et al.,
2010). Todos os dias, pessoas com mais de 60 anos sofrem algum ato de
violência, a qual pode ser caracterizada em vários tipos (INSTITUTO DE
LONGEVIDADE MAG, 2022):
Tipos de Violência
• Violência física: uso de força física para compelir a pessoa idosa a fazer algo que ela
• não deseja, para feri-la, provocar dor, incapacidade ou morte.
• • Violência psicológica: agressões verbais ou gestuais, que objetivam aterrorizar,
• humilhar, restringir a liberdade ou isolar a pessoa idosa do convívio social.
• • Violência sexual: ato ou jogo sexual, de caráter homo ou hétero-relacional,
praticado contra pessoas idosas. Esses abusos visam a obter excitação, relação sexual
ou práticas eróticas, por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.
• Abandono: manifesta-se pela ausência ou a deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou
familiares de prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção e assistência.
• Negligência: recusa ou omissão de cuidados necessários a pessoa idosa por parte dos responsáveis familiares
ou institucionais. É uma das formas de violência mais presentes no país. Com frequência, está associada a
outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e sociais, sobretudo para aquelas que se
encontram em situação de múltipla dependência ou incapacidade.
• Violência financeira ou econômica: trata-se da exploração imprópria ou ilegal ou do uso não consentido de
recursos financeiros e patrimoniais da pessoa idosa.
• Autonegligência: condutas da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou segurança, pela recusa
de prover cuidados necessários a si mesma.
• Violência medicamentosa: é administração, seja por familiares, cuidadores e profissionais, de
medicamentos prescritos de forma indevida, aumentando, diminuindo ou excluindo as doses de
medicamentos.
• Violência emocional e social: agressão verbal crônica, incluindo palavras depreciativas que possam
desrespeitar a identidade, a dignidade e a autoestima da pessoa idosa. Caracteriza-se pela falta de
respeito à intimidade e aos desejos, pela negação do acesso a amizades e pela desatenção a necessidades
sociais e de saúde.
Atuação da Enfermagem
• O enfermeiro, além das diversas competências e habilidades de sua profissão, deve conhecer a
política nacional do idoso e o Estatuto do Idoso, a fim de promover os direitos da pessoa idosa e
protegê-la. A identificação da violência contra a pessoa idosa requer do profissional importante
habilidade de escuta, observação e compreensão do contexto que o idoso está inserido. O enfermeiro
necessita de um maior entendimento do processo de agressão para realizar o atendimento à pessoa
idosa, com o intuito de melhorar o acolhimento e incentivar as vítimas para realização de denúncias.
•
https://www.youtube.com/watch?v=Lb2tZkrsBhQ
O atendimento adequado ao idoso vítima de violência requer uma preparação dos diferentes profissionais,
incluindo a área social e do direito, para identificação, prevenção e intervenção nos casos de maus-tratos e
negligência a uma pessoa idosa. A equipe de Enfermagem, em especial o enfermeiro, deve, durante a anamnese
do paciente, proporcionar segurança e liberdade de modo que permita ao idoso relatar o ocorrido e identificar o
agressor, notificando, então, a violência, contribuindo para o dimensionamento epidemiológico do problema e
permitindo o desenvolvimento de programas e ações específicas para sua redução (MUSSE; RIOS, 2015).
A fragilidade do idoso precisa ser trabalhada e o profissional de saúde, principalmente o enfermeiro,
precisa demonstrar respeito e afetividade, para atender o idoso maltratado e fragilizado no seu mundo,
utilizando, ainda, a sua intuição profissional, para conquistar e agilizar os trâmites legais que irão evitar
qualquer possibilidade de agressão futura. Portanto, a interação é importante entre
família/idoso/enfermagem no processo de descoberta dos problemas de maus-tratos (ARAÚJO; CRUZ;
ROCHA, 2012).
Tópico 3- Promoção da Saúde na pessoa
idosa
• O envelhecimento saudável “é um processo contínuo de otimização da
habilidade funcional e de oportunidades para manter e melhorar a saúde
física e mental, promovendo independência e qualidade de vida ao longo
da vida” (OPAS, 2021a). A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS),
em conjunto com Organização Mundial da Saúde (OMS), estruturou
linhas de ação para promover um envelhecimento saudável, com as
seguintes diretrizes:
Diretrizes para o envelhecimento saudável
• Promover políticas públicas e alianças para o envelhecimento
• saudável na Região das Américas.
• • Apoiar o desenvolvimento de ambientes amigáveis, adaptados a
• todas as pessoas idosas.
• • Alinhar os sistemas de saúde para que atendam às necessidades
• específicas das pessoas idosas.
• • Desenvolver sistemas sustentáveis e equitativos de prestação de
• cuidados de longo prazo.
• • Melhorar a mensuração, o monitoramento e a pesquisa sobre
• envelhecimento (OPAS, 2021a).
Idadismo
• surge quando a idade é usada para categorizar e dividir as pessoas de maneira
a causar prejuízos, desvantagens e injustiças, e para arruinar a solidariedade
entre as gerações. [...] O idadismo prejudica nossa saúde e nosso bem-estar e é
uma grande barreira para que sejam sancionadas políticas eficazes e adotadas
medidas que promovem o envelhecimento saudável (OPAS, 2022, p. 2).
https://www.youtube.com/watch?v=pFEfzEFGQXY
Promoção da Saúde da pessoa idosa
• A promoção da saúde é um processo de capacitação da comunidade, que
visa à melhoria de suas condições de vida e saúde, combinando ações do
Estado nas respectivas políticas públicas de saúde, ações comunitárias,
ações dos próprios indivíduos, para o desenvolvimento das suas
habilidades, e intervenções para as ações conjuntas intersetoriais
(SANTOS et al., 2008).
Década do envelhecimento saudável
• O Brasil tem avançado muito nas políticas voltadas para as pessoas idosas,
mas a velocidade de sua transição demográfica, epidemiológica e social
torna necessária uma resposta mais efetiva e eficiente diante dessas
mudanças. A Década do Envelhecimento Saudável é uma oportunidade de
reforçarmos a importância da prática de estratégias vigentes e de
propormos novas ações e atitudes para acrescentarmos mais anos às vidas
das pessoas idosas (OPAS, 2020a).
Propostas da década do envelhecimento saudável
Ações Fundamentais da Enfermagem
• adquirir conhecimentos específicos de Gerontologia, priorizando as questões demográficas e
epidemiológicas; diferenciar as alterações fisiológicas e patológicas no processo de envelhecimento;
• conhecer a legislação nacional e políticas públicas voltadas às pessoas idosas, procurando difundi-las
entre os próprios idosos, família e comunidade;
• desenvolver ações considerando as limitações e a presença das Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT) das pessoas idosas, nos diferentes contextos (domicílio, instituição de longa permanência,
instituições hospitalares), possibilitando a manutenção da sua autonomia e independência;
• capacitar as pessoas idosas, família, comunidade, estudantes, professores e trabalhadores
acerca do processo de envelhecimento, cuidado às pessoas idosas e questões relacionadas à
velhice;
A Enfermagem exerce um papel de suma importância na promoção da saúde da pessoa idosa, uma vez que
atua diretamente no cuidado e no ensino do autocuidado, nos diversos níveis de atenção, com estratégias de
promoção da saúde e de prevenção de agravos em um contexto integral e multidisciplinar.