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A OUTRA FACE DO FUTEBOL Alexandre Vinicius Nicolino Maciel
BRASILEIRO: A CRIAÇÃO DA CBF E OS
DIRIGENTES ESPORTIVOS COMO Programa de Pós-Graduação em História ATORES DA EMPRESARIZAÇÃO DO da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (PPHR-UFRRJ) FUTEBOL BRASILEIRO FASES DA CBD/CBF
Gabinete Híbrida Caserna Escritório
(1914-1955) (1955-1975) (1975-1980) (1980...) CATEGORIAS DE DIRIGENTES “As associações civis adotaram estruturas restritivas aos seus torcedores ao longo da história. A necessidade de reter, reproduzir ou limitar o poder reside no anseio de manter-se sobre o controle exclusivo da ‘empresa produtora de espetáculo’.” (Simões, 2023, p.44)
“As organizações esportivas são espaços com número
limitado de membros, em que se distribuem e articulam poderes com marcas hierárquicas bem definidas” (Burlamaqui, 2013, p. 26.) CATEGORIAS DE DIRIGENTES Dirigentes Orgânicos Constroem sua relevância política a partir das relações dentro das instituições; Dirigentes Militares são ligados aos círculos militares e por ele chegam as instituições Dirigentes Empresários são membros das classes empresariais e se valem do bom êxito administrativo e das boas relações para chegar às instituições; A DITADURA EMPRESARIAL-MILITAR Termo utilizado pela primeira vez por Renê Dreifuss, para indicar a participação especifica de um grupo de civis no golpe e no regime; Categorização da principal classe favorecida com o golpe e que se direciona à chamada “elite orgânica”; No esporte, alguns personagens se aproximaram das instituições nesse período. PLANEJAMENTO MÉXICO / COBRAS 70 Acordo entre políticos, militares, empresários e dirigentes; Planejamento de preparação esportiva financiado pelos empresários; Principal movimento de hibridização da ditadura em relação ao futebol; Resultou em êxitos para todos os envolvidos. A CRIAÇÃO DA CBF “Lenta, Gradual e Segura distensão (1974) / Lei de Anistia (1979); Desaparelhamento de instituições Discurso de posse do Almirante Nunes (1974); Especialização das entidades Exigência da FIFA; Ações do empresariado com apoio do governo Giulitte Coutinho presidente do CND e CBF; Influência dos dirigentes estaduais. 1982: O PATROCÍNIO DO CAFÉ Acordo que remodelou o escudo da CBF e gerou cerca de US$ 3 milhões para a entidade; Firmado entre a CBF e estatal Instituto Brasileiro do Café (IBC), que já havia sido presidido por Giulite Coutinho; Estratégia para burlar as Leis da FIFA; Abertura política da Seleção Brasileira (Desmilitarização) Seleção da Abertura (Revista Placar) Estágio inicial do marketing na CBF. O ENFRAQUECIMENTO DA FIGURA DO CARTOLA “O profissionalismo separava os jogadores do quadro social. Eles passavam de sócios a empregados do clube. A profissionalização tem a ver com uma contradição, porque os clubes mantinham, por meio do profissionalismo, seu caráter restrito – refinado - , ao mesmo tempo em que abriam as portas para os mais pobres, apenas como empregados, como profissionais.” (Pereira, 1998).
Atuação da mídia (Revista Placar);
Conceituação da empresarização (Empresas como espaços de
eficiência); Busca pela modernidade. REVOLUÇÃO COM ESPÍRITO EMPRESARIAL Campeonato inchado e intervenção do CND (1986);
CBF se declara incapaz de realizar o campeonato
nacional de 1987; Clube dos 13
Copa União
Venda de Direitos de Transmissão
Apoio do Empresariado (Coca-Cola, Varig e TV
Globo) e da Mídia (TV Globo, Abril e Folha de S. Paulo) Inspiração europeia. A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA Formulação desenvolvida por Nilso Domingos Ouriques (1998) e aprofundada por Francisco Xavier Freire Rodrigues (2007); Inserçãode uma lógica Maniqueísta no debate: Modernização (Bom, novo e moderno) x Tradicionalismo (Mal, velho e ultrapassado);
“A reforma conservadora é “[...] feita por aqueles que
criaram-se nesta estrutura e só a estão adaptando aos seus mais novos interesses.” (Ouriques, 1998, p.134) CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão Silvio Pacheco-João Havelange abre caminho para um viés empresarial na gestão do Futebol, mas é somente com a Ditadura que a adoção é verdadeira; O processo de distensão política solidifica esse processo e entrega a gestão do futebol aos empresários; A principal causa para a empresarização do futebol se sustentava (ou ainda se sustenta) na narrativa da modernidade; O ápice desse processo é a Copa União de 1987; Todavia, o processo de modernização é conservador e não abre caminhos para a inserção de outros elementos sociais na dinâmica dos dirigentes. O clientelismo se manteve nas relações de poder. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Em nome da mudança, da revolução e da construção de um novo futebol pode-se inferir que houve apenas uma reforma que não alterou, de fato, a estrutura do futebol brasileiro. As promessas de antes tornam-se promessas do futuro. Estava em curso a modernização conservadora do futebol brasileiro em que os envolvidos assumiram novas roupagens na administração do futebol. As pessoas influentes do cenário futebolístico continuaram a disputar seu espaço no controle do futebol nacional.” (Giglio e Malaia Santos, 2021, p. 79) BURLAMAQUI, Luiz Guilherme. A Dança das cadeiras: a eleição de João Havelange à presidência da FIFA (1950-1974), 2020. BURLAMAQUI, Luiz Guilherme. A outra razão: Os presidentes de futebol entre práticas e representações. 2013. GIGLIO; Sérgio Settani; MALAIA SANTOS, João Manuel Casquinha. “Revolução com espírito empresarial”: a criação do Clube dos 13 e a modernização do futebol na Folha de S. Paulo, 2021. REFERÊNCI OURIQUES, Nilso Domingos. A modernização conservadora do futebol nacional, 1998. AS PEREIRA, Leonardo Affonso de Miranda. Footballmania: uma história social do futebol no Rio de Janeiro (1902-1938), 1998. BIBLIOGRÁ RODRIGUES, Francisco Xavier Freire. O fim do passe e a modernização conservadora no futebol brasileiro (2001-2006), FICAS 2007. SANTOS, Daniel de Araújo dos. Futebol e política: a criação do Campeonato Nacional de Clubes de Futebol, 2012.
SARMENTO, Carlos Eduardo. A regra do jogo: uma história
institucional da CBF, 2006. SIMÕES, Irlan Santos. A produção do clube: poder, negócio e comunidade no futebol, 2023.