Aula 06 - TCM

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

DISCIPLINA: TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA

SUPERFÍCIES ESTENDIDAS - ALETAS

Ph.D Engº Mário Ventura Mondlane


08/06/2024 1
ROTEIRO

Conceito
Equação geral da aleta- Balanço energético
Aletas com secção uniforme
Eficiência da aleta
Desempenho da aleta
Comprimento adequado da aleta

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Superfícies Estendidas
O termo superfície estendida é comumente usado em referência a um
sólido onde há transporte de energia térmica condutiva no interior de
suas fronteiras e transporte de energia térmica convectiva (e/ ou
radioativa) entre suas fronteiras e a vizinhança.
Em diversas condições de engenharia usam-se superfícies estendidas
para aumentar a eficiência de troca de calor, quer na colecta de
energia (colectores solares) quer na sua dissipação (motores).
Aletas são extensões acrescentadas à uma superfície para incrementar a área de
transmissão de calor, aumentando a quantidade total de calor transmitida.

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Superfícies Estendidas

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Superfícies Estendidas
O principio físico que justifica o uso das aletas é simples. A taxa de
transferência de calor de uma superfície que está a uma temperatura Ts para o
meio circundante que está a T∞ é expressa pela Lei de resfriamento de
Newton como

Em que:
h - é o coeficiente de troca de calor convectiva;
As - é a área superficial;
Ts - é a temperatura superficial;
T∞ - é a temperatura do fluído ambiente
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Superfícies Estendidas
Note que:
Para aumentar a dissipação de calor pode-se aumentar h, As e o potencial
térmico.

O aumento de h pode-se conseguir com o aumento da velocidade do fluido


( através de convecção forçada).

Aumentar o potencial térmico pode-se conseguir com a redução da temperatura


ambiente.

A forma mais fácil de conseguir-se o aumento da dissipação de calor é


aumentando a área superficial.
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Superfícies Estendidas

Assim, o emprego das aletas permite uma melhora da transmissão de calor pelo
aumento da área exposta ou de contato entre a superfície aquecida (T s) e o fluido
(T∞).
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Superfícies Estendidas
Aplicação de aletas-alguns exemplos:
A: camisa do cilindro de motores de combustão interna resfriados a
ar, como os do fusca e motores de motocicletas;
B: carcaça de motores elétricos;
C: condensadores e evaporadores, como os de aparelhos de ar
condicionado;
D: dissipadores de componentes eletrônicos e de CPUs de
computadores;
E: orelhas de elefantes.

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Superfícies Estendidas

Tipos de aletas:

Diferentes tipos de superfícies aletadas, de acordo


com Kreith e Bohn. (a) aleta longitudinal de perfil
retangular; (b) tubo cilíndrico com aletas de perfil
retangular; (c) aleta longitudinal de perfil
trapezoidal; (d) aleta longitudinal de perfil
parabólico; (e) tubo cilíndrico equipado com aleta
radial; (f) tubo cilíndrico equipado com aleta radial
com perfil cônico truncado; (g) pino cilíndrico; (h)
pino cônico truncado; (i) pino parabólico.

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Equação Geral da Aleta

Balanço energético da aleta

Considere um elemento de volume em uma


aleta, na localização x, que tem comprimento
x, área de seção transversal Ac e perímetro p,
conforme mostrado na Fig. Sob condições
estacionárias, o balanço de energia sobre este
elemento de volume pode ser expresso como

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Equação Geral da Aleta

Balanço energético da aleta


Premissas:
R.P e ausência de fontes internas;
Temperatura constante do fluído longe da aleta;
As propriedades térmicas do material não variam com a temperatura;
As aletas são finas, assim pode-se modelar a situação como unidimensional;
O coeficiente convectivo é constante ao longo da aleta;
A temperatura da superfície da base da aleta é a mesma que a da superfície
primária.

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Superfícies Estendidas

Calor que entra Calor que sai por Calor que sai
por condução no = condução do + por convecção
elemento em x elemento em do elemento
x + Δx

  
Q conv , x  Q conv , x  x  Q conv (3-54)
onde

Q conv  hAS T  T 

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Índice
Superfícies Estendidas
Substituindo e dividindo-se por Δx obtém-se:

(3-55)

Resolvendo-se o limite quando Δx → 0 obtém-se:

(3-56)

Da Lei de Fourier para a condução obtém-se:

(3-57)

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Índice
Superfícies Estendidas

Substituindo em 3-56 obtém-se o seguinte:


d  dT  h dAc
 Ac  T  T   0
dx  dx  k dx

ou
d 2T  1 dAc  dT  1 h dAc 
    T  T   0 (3-58)
dx 2  Ac dx  dx  Ac k dx 

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Índice
Aletas com Secção Uniforme

Daqui, deduz-se que: dAc


0
dx
e
dAc
 p
dx

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Índice
Aletas com Secção Uniforme
Portanto, a equação geral converte-se em:
d 2T h
2
 T  T   0 (3-59)
dx kAc
Fazendo
  x   T  x   T  (3-60)
então :
d dT (3-61)

dx dx

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Índice
Aletas com Secção Uniforme
Assumindo que:
hP
m 
2
(3-62)
kAc
A equação fica: d 2
 m 2
 0 (3-63)
dx 2
A solução geral desta equação da segunda ordem é dada por:

 ( x)  C1e mx  C2 e  mx (3-64)

A temperatura na base (x=0) é uma das condições essenciais:

 (0)  Tb  T   b

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Índice
Aletas com Secção Uniforme
A temperatura na base (x=0) é uma das condições essenciais:

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Perda de calor desprezível da ponta da aleta
As aletas, de modo geral, são expostas ao ambiente e, portanto, a condição de
contorno adequada para a ponta da aleta é a convecção, que também inclui os
efeitos da radiação. A equação da aleta pode ainda ser resolvida, neste caso,
utilizando a convecção na ponta da aleta como a segunda condição de contorno, mas
a análise torna-se complexa e resulta em expressões de distribuição da temperatura e
da transmissão de calor complicadas.

Em geral, a área da ponta da aleta é uma pequena fração da área total da superfície
da mesma, assim, as complexidades envolvidas na solução da equação, dificilmente
podem justificar uma melhora na exactidão.

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Perda de calor desprezível da ponta da aleta
Para determinar as constantes C1 e C2 na Eq. 3-64, é necessário estabelecer as
condições de contorno.

hAc T ( L)  T 
 
Qb  Q f

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Perda de calor desprezível da ponta da aleta

dT
hAc T ( L)  T    kAc (3-65)
dx xL

ou
dT
h ( L)  k (3-66)
dx xL

desta feita
b  C1  C2 (3-67)
e

h(C1e mL  C2 e  mL )  km(C2 e  mL  C1e mL ) (3-68)


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Perda de calor desprezível da ponta da aleta
daí, a distribuição da temperatura é expressa por:
 cosh m( L  x)  (h mk ) sinh m( L  x)
 (3-69)
b cosh mL  (h mk ) sinh mL
O calor perdido pela aleta determina-se por:
  dT d
Q f  Q b   kAc   kAc
dx x 0 dx x 0 (3-70)
Resulta em:  sinh mL  (h mk ) cosh mL
Q f  hPkAcb
(3-71)
cosh mL  (h mk ) sinh mL
Outra forma que inclui as perdas de calor por convecção é dada:

Q f   A f h T ( x)  T .dAs (3-72)
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Aleta com a ponta isolada

As aletas não são susceptíveis de ser tão longas que a sua temperatura
se aproxime da temperatura ambiente na ponta. Uma situação mais
realista é a transmissão de calor da ponta da aleta ser desprezada dado
que a transmissão de calor da aleta é proporcional à sua superfície e a
superfície da ponta da aleta é geralmente uma fração insignificante da
área total da aleta. A ponta da aleta pode ser considerada como
isolada.

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Aleta com a ponta isolada
A condição de fronteira na ponta da aleta é expressa por:
d
0
dx xL (3-73)

então
C1e mL  C2 e  mL  0 (3-74)
O perfil de temperaturas toma o seguinte aspecto:
 cosh m( L  x)

b cosh mL (3-75)
O calor dissipado pela aleta avalia-se por:

Q f  hPkAcb tanh mL (3-76)
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Aleta com a ponta isolada
Quando refere-se a uma aleta cuja ponta encontra-se isolada, é muito frequente usar-
se o conceito de comprimento corrigido Lc que permite usar as expressões relativas
à aleta com convecção no seu extremo, com um erro não superior a 8%.
Ac
Lc  L  (3-77)
p

Usando as relações próprias de Ac e p para aletas de seção retangular e circular os


comprimentos corrigidos ficam respectivamente:
t D
Lc , re tan gular  L  Lc ,circular  L  (3-78)
2 4

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Aleta com a ponta isolada

O comprimento corrigido Lc é
definido como o comprimento de
uma aleta com o extremo isolado,
que transfere o mesmo calor que
uma aleta de comprimento L com
convecção no extremo.

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Aleta com temperatura prescrita na ponta
Se a temperatura da aleta no seu extremo for medida e igual a TL a segunda
condição de fronteira pode ser expressa como: em X = L, θ = θ L.
 ( L)  T ( L)
Da condição de fronteira resulta:
 ( L)   L
(3-78)
O perfil de temperaturas é dado por:
 ( L / b ) sinh mx  sinh m( L  x)
 (3-79)
b sinh mL

O calor dissipado pela aleta é determinado de:


 cosh mL   L /  b
Q f  hPkAc b (3-80)
sinh mL

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Aleta com comprimento infinito
Para a aletas suficientemente longas com seção transversal constante (Ac=cte), a
temperatura da aleta no seu extremo tenderá para a temperatura ambiente T ∞ e
portanto θ tenderá para zero. Ou seja:
 ( L)  T ( L)  T  0 L

Da condição de fronteira resulta:


 ( L)  0 (3-81)
O perfil de temperaturas é dado por: 
 e  mx
b (3-82)
O calor dissipado pela aleta é determinado

por:
Q f  hPkAcb (3-83)

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Aleta com comprimento infinito

Aleta circular de seção


longatransversal uniforme e
a variação datemperatura
ao longo dele.

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Eficiência da aleta

Distribuição ideal e
real de temperatura em
uma aleta.

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Eficiência da aleta

Para o caso da aleta com ponta isolada pode-se escrever:


hPkA b tanh mL tanh mL (3-84)
aleta  
hPL b mL
Se as aletas forem suficientemente delgadas para o fluxo de calor ser considerado
unidimensional pode-se escrever:
hP h(2 z  2t )
mL  L L (3-85)
kA kzt

Em que: z - é a profundidade da aleta e t - a sua espessura.


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Eficiência da aleta
Partindo do princípio que a aleta é suficientemente delgada 2z>>2t, escreve-se:
2hz 2h
mL  L L (3-86)
ktz kt
Multiplicando o numerador e denominador por L(1/2) obtém-se:
2h 3/ 2
mL  L
kLt

Lt é a área do perfil da aleta que define-se como Am= Lt, assim:


2h 3/ 2
mL  L
kAm (3-87)

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Eficiência da aleta

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Eficiência da aleta

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Eficiência da aleta

Para uma situação em que se


tem um arranjo de várias
aletas, tem de tomar-se em
conta as áreas, com e sem
aletas, para se fazer o cálculo
da eficiência do arranjo.

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Eficiência da aleta
 
Qt Qt
t   (3-88)

Qmáx hAtb

Sendo:
At  N a  N b (3-89)

Ou por outra:
Na
Onde: t  1  1  aleta  (3-90)
At
N - é o número de aletas
Aa= Af - área da aleta
Ab - área da superfície primária
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Eficiência da aleta

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Eficiência da aleta

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Desempenho da aleta

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Desempenho da aleta
Em alguns casos um método válido para avaliar o desempenho de uma aleta é
comparar o calor transferido com a aleta com aquele que seria transferido sem a
aleta. A razão entre as quantidades é dada por:

Q  a A ah b Aa

com , aleta

hAb b
 a
Ab (3-91)
Q sem , aleta

Onde Aa é a área superficial total da aleta Ab a área da base da aleta. Para a aleta de
ponta isolada pode-se escrever:
Aa  pL e Ab  A (3-92)

Q tanh mL

com , aleta

hA / kP
(3-93)
Q sem , aleta

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Desempenho da aleta
A taxa de transmissão de calor para uma aleta suficientemente longa consegue-se
substituindo na fórmula anterior a de transmissão de calor para essa situação dada
pela Eq. 3-82 
Q A hpk kp (3-94)
 aleta ,longa  com , aleta
 a b

 hAbb hAb
Q sem , aleta

Para determinar a taxa de transmissão de calor de uma região aletada tem de se ter
em consideração a parte da superfície que não está aletada bem como a área das
aletas.
 
Q a,total    h A ñ , ab   a h A ab  h  A ñ , a  a A a b (3-95)
Q ñ , al
Q al

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Desempenho da aleta

A eficácia global para uma


região aletada é dada pela
seguinte expressão:

Q h A  a  A 
(3-96)
ñ,a a b
 aleta ,total  total , aleta

 h A sem , aleta b
Q total , sem , aleta

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Comprimento adequado da aleta

Devido à queda gradual da


temperatura ao longo da aleta,
a região próxima à ponta
contribui pouco ou nada para
a transmissão de calor.

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Comprimento adequado da aleta
Para ter-se a sensibilidade do comprimento adequado de uma aleta, compara-se a
energia transferida pela aleta de comprimento finito com o de uma de comprimento
infinito às mesmas condições, que é dado pela expressão:

Q hpkAa b tanh mL (3-97)
 aleta ,total  total , aleta
  tanh mL
 hpkAa b
Q total , sem , aleta

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EXEMPLO

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Exemplo 1:
Exemplo 1: Se o valor do coeficiente de convecção for grande a aleta pode originar uma
redução na transferência de calor porque a resistência à condução representa então um
impedimento maior ao fluxo de calor que a resistência à convecção.
Considere-se uma aleta de aço inoxidável em forma de pino com k = 16 W/m·ºC, L=10 cm, d
= 1 cm exposta a uma situação de transferência de calor por convecção, de água em ebulição
onde h = 5000 W/m2 oC.

Solução:

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Exemplo 2:
Exemplo 2: Num sistema de aquecimento, o vapor de água flui através de tubos cujo
diâmetro externo é D1=3 cm e cujas paredes são mantidas a uma temperatura de 120°C. Aletas
circulares de alumínio (k=180 W/m°C) com diâmetro externo D 2=6 cm e espessura constante
t=2 mm são fixadas ao tubo, conforme mostrado na abaixo. O espaço entre as aletas é de 3
mm e, desta forma, são 200 aletas por metro de comprimento do tubo. O calor é transferido
para o ar circundante que está a T ∞=25°C, com um coeficiente de transferência de calor
combinadode calor de h 60 W/m2 · C. Determine o aumento de transmissão de calor.
Solução:

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Solução 2:
Solução 2:

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Solução 2:
Solução 2:

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