Aula 1 - Cap I e III Vazquez (Salvo Automaticamente)

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Cap.

I- Objeto da Ética
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2005.

Psicologia- UNIP
Disciplina Ética Profissional
Profª Msc. Milena Vieira Coelho
Problemas Morais e Problemas Éticos
– Problemas nas relações cotidianas
– Pautar os comportamentos por normas que julgamos mais
apropriadas - Moral – Comportamento resultado de uma reflexão
– Atos Morais x Juízo Moral
– Prática Moral – Milênios de reflexão sobre / início do pensamento
filosófico – Teoria Moral
– Problemas éticos são caracterizados pela sua generalidade,
diferentemente dos problemas morais.
– “A ética poderá dizer-lhe, em geral, o que é um comportamento
pautado por normas, ou em que consiste o fim – o bom – visado
pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do
indivíduo concreto ou o de todos. O problema do que fazer em cada
situação concreta é um problema prático-moral e não teórico-
ético”. (Vazquez, 2005, p. 17)
•“É possível falar em comportamento moral somente quando o sujeito
que assim se comporta é responsável pelos seus atos. [...] Decidir e agir
numa situação concreta é um problema prático-moral; mas investigar o
modo pelo qual a responsabili­dade moral se relaciona com a liberdade e
com o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos é um problema
teórico, cujo estudo é da competência da ética.
•Problemas éticos são também da obrigatoriedade moral, isto é, o da
natureza e fundamentos do comportamento moral enquanto
obrigatório, bem como o da realização moral, não só como
empreendimento individual mas também como empreendimento
coletivo.
•Os homens, porém, em seu comportamento prático-moral, não
somente cumprem determinados atos, como, ademais, jul­gam ou
avaliam os mesmos. Tudo isto toma a forma lógica de certos enunciados
ou proposições. Neste ponto, abre-se para a ética um vasto campo de
investigação que, em nosso tempo, constituiu uma sua seção especial
sob o nome de metaética, cuja tarefa é o estudo da natureza, função e
justificação dos juízos morais. ” (Vazquez, 2005, p. 18-19)
O campo da ética
– Problemas éticos- generalidade
– Problemas morais- vida cotidiana, situações concretas
– A ética pode contribuir para fundamentar ou justificar certa forma
de comportamento moral.
– Por causa de seu caráter prático, en­quanto disciplina teórica,
tentou-se ver na ética uma disciplina normativa, cuja função
fundamental seria a de indicar o com­portamento melhor do ponto
de vista moral. Mas esta caracte­rização da ética como disciplina
normativa pode levar — e, no passado frequentemente levou — a
esquecer seu caráter propriamente teórico. O ético transfor­ma-se
assim numa espécie de legislador do comportamento moral dos
indivíduos ou da comunidade.
– O valor da ética como teoria está naquilo que explica, e não no fato
de prescrever ou recomendar com vistas à ação em situa­ções
• A ética é explicação daquilo que foi ou é, e não uma simples
descrição. Não lhe cabe formular juízos de valor sobre a
prática moral de outras sociedades, ou de outras épocas, em
nome de uma moral absoluta e universal, mas deve, antes,
explicar a razão de ser desta pluralidade e das mudanças de
moral; isto é, deve esclarecer o fato de os homens terem
recorrido a práticas morais diferentes e até opostas.
• Como teoria, não se identifica com os princípios e normas
de nenhuma moral em particular e tampouco pode adotar
uma atitude indi­ferente ou eclética diante delas.
• Como as demais ciências, a ética se defronta com fatos. Que
estes sejam humanos implica, por sua vez, em que sejam
fatos de valor.
• A ética deve fornecer a compreen­são racional de um aspeto
real, efetivo, do comportamento dos homens.
Definição da ética
• A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral
supõe determinados princípios, normas ou regras de comporta­
mento, não é a ética que os estabelece numa determinada comu­
nidade.
• A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno
da moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor
e, partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua
origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as
fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos
morais, os critérios de justificação destes juízos e o prin­cípio que
rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.
• A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos
homens em sociedade, ou seja, é ciência de uma forma especí­
• A ética é a ciência da moral.
• Não existe uma moral científica, mas existe — ou pode existir
— um co­nhecimento da moral que pode ser científico. Aqui,
como nas outras ciências, o científico baseia-se no método,
na abordagem do objeto, e não no próprio objeto.
• Se, porém, não existe uma moral científica em si, pode existir
uma moral compatível com os conhecimentos científicos
sobre o homem, a sociedade e, em particular, sobre o
comportamento humano mo­ral. É este o ponto em que a
ética pode servir para fundamentar uma moral, sem ser em si
mesma normativa.
• A moral não é ciência, mas objeto da ciência; e, neste sentido,
é por ela estudada e investigada.
• A ética não é a moral e, portanto, não pode ser reduzida a um
conjunto de normas e prescri­ções; sua missão é explicar a
Ética e filosofia
•Ao ser definida como um conjunto sistemático de conheci­mentos
racionais e objetivos a respeito do comportamento humano moral, a
ética se nos apresenta com um objeto específico que se pretende
estudar cientificamente. Esta pretensão se opõe à concepção
tradicional que a reduzia a um simples capítulo da filosofia, na maioria
dos casos, especulativa.
•Na negação de qualquer relação entre a ética e a ciência se quer
basear a atribuição exclusiva da primeira à filosofia. A ética é então
apresentada como uma parte de uma filosofia es­peculativa, isto é,
construída sem levar em conta a ciência e a vida real.
•Um código moral, ou um sistema de normas, não é ciência, mas
pode ser explicado cientificamente, seja qual for o seu caráter ou as
necessidades so­ciais às quais corresponda.
•Desde Sócrates na Antiguidade grega: a filosofia se apresentava
como um saber total que se ocupava praticamente de tudo.
• Atualmente, lançam-se as bases de um verdadeiro conhecimento
científico que se estende progressivamente a novos objetos ou setores
da rea­lidade, inclusive à realidade social do homem. Vários ramos do
saber se desprendem do tronco comum da filosofia para consti­tuir
ciências especiais com um objeto específico de investigação e com uma
abordagem sistemática, metódica, objetiva e racional comum às
diversas ciências.
• Um dos últimos ramos que se desprendeu do tronco comum foi a
psicologia, ciência simultanea­mente natural e social, embora ainda hoje
haja quem se empenhe em fazer dela — sob a forma de tratado da
alma — uma sim­ples psicologia filosófica.
• Hoje trilham este caminho científico várias disciplinas — entre elas a
ética — que eram tradicionalmente consideradas como tarefas
exclusivas dos filósofos. Mas, atualmente, em ruptura com as filosofias
especula­tivas.
• A ética tende a estudar fenômenos que se verificam realmente na vida
do homem como ser social e constituem o que chamamos de mundo
moral, aprofundando suas raízes na própria existência histórica e social
• A moral é parte desta história humana, isto é, do processo de
autocriação ou autotransformação do ho­mem que se manifesta
de diversas maneiras, estreitamente re­lacionadas entre si:
desde suas formas materiais de existência até as suas formas
espirituais, nas quais se inclui a vida moral.
• Vemos, assim, que se a moral é inseparável da atividade prática
do homem — material e espiritual —, a ética nunca pode deixar
de ter como fundamento a concepção filosófica do homem que
nos dá uma visão total deste como ser social, his­tórico e criador.
• Toda uma série de conceitos com os quais a ética trabalha de
uma maneira específica, como os de liberdade, necessidade,
valor, consciência, socialidade, etc., pressupõem um prévio
esclarecimento filosófico. Também os problemas relacio­nados
com o conhecimento moral ou com a forma, significação e
validade dos juízos morais exigem que a ética recorra a dis­
ciplinas filosóficas especiais, como a lógica, a filosofia da lingua­
A Ética e Outras Ciências
• Comportamento moral — necessidade social de regular as relações
dos indivíduos numa certa direção
• A atividade moral é sempre vivida interna ou intimamente pelo
sujeito em um processo subjetivo para cuja elucidação contribui
muitíssimo a psicologia.
• Como ciência do psíquico, a psicologia vem em ajuda da ética
quando põe em evidência:
• As leis que regem as motivações internas do comportamento do
indivíduo;
• A estrutura do caráter e da personalidade;
• Os atos voluntários, a formação dos hábitos, a gênese da
consciência moral e dos juízos morais.
• A psicologia presta uma importante contribuição à ética quando
• Quando se su­perestima o aspecto subjetivo do comportamento
humano, isto é, a função dos fatores psíquicos e se tende a esquecer o
aspecto objetivo e social do comportamento humano, até o ponto de
transformá-lo em chave, da explicação do comportamento moral, cai-se
no psicologismo ético, isto é, na tendência a reduzir o moral ao psíquico,
e a considerar a ética como um simples ca­pítulo da psicologia. Contudo,
embora os atos morais tenham seu respectivo aspecto psíquico, a ética
não se reduz à psicologia.
• A ética apresenta também estreita relação com as ciências que estudam
as leis que regem o desenvolvimento e a estrutura das sociedades
humanas. Entre estas ciências sociais, figuram a antropologia social e a
sociologia.
• Às ciências sociais interessa, sobre­tudo, não o aspecto psíquico ou
subjetivo do comportamento humano, mas as formas sociais em cujo
âmbito atuam os indivíduos.
• O estudo do comportamento moral não pode exaurir-se no seu aspecto
social, a redução dos atos morais aos fatos sociais e a procura da chave
de explicação dos primeiros nos segundos leva ao sociologismo ético,
• Os dados e as conclusões da antropologia e da história contribuem
para que a ética se afaste de uma concepção absolutista ou supra-
histórica da moral, mas, ao mesmo tempo, lhe impõe a necessi­dade
de abordar o problema de se, através desta diversidade e sucessão
de morais efetivas, existem também, ao lado de seus aspectos
históricos e relativos, outros que perduram, sobrevivem ou se
enriquecem, elevando-se a um nível moral superior.
• Ou seja, o que influi para que o comportamento humano se
diversifique tanto?
• A antropologia e a história, ao mesmo tempo que con­tribuem para
estabelecer a correlação entre moral e vida social, propõem à ética
um problema fundamental: o de determinar se existe um progresso
moral.
• Ética e direito – comportamento normativo do homem
• Ética e economia política - ciência das relações econômicas que os
homens contraem no processo de produção. Esta vinculação se
baseia na relação efetiva, na vida social, entre os fenômenos
Cap. III- A essência da moral
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2005.

Psicologia- UNIP
Disciplina Ética Profissional
Profª Msc. Milena Vieira Coelho
O normativo e o fatual
• “A moral é um conjunto de normas, aceitas livre e
conscientemente, que regulam o comportamento individual
e social dos homens” (Vazquez, 2005, p. 63)
• Caráter normativo: normas ou regras de ação e imperativos
que enunciam algo que deve ser. Ex: “ama teu próximo como
a ti mesmo”
• Caráter fatual: fatos morais, atos humanos que se realizam
efetivamente, que são independentemente de como
pensemos que deveriam ser. Ex: atos moralmente positivos
ou negativos.
Moral e moralidade
• Moral: conjunto dos princípios, normas, imperativos
ou ideias morais de uma época ou de uma
sociedade determinada. Plano ideal.
• Moralidade: Relações efetivas, atos concretos que
adquirem um significado moral com respeito à
moral vigente. Plano real.
• A moral tende a transformar-se em moralidade
devido à exigência de realização que está na
essência do próprio normativo.
Caráter Social da Moral
• A moral possui uma qualidade social, isto é,
manifesta-se somente na sociedade, respondendo
às suas necessidades e cumprindo uma função
determinada.
• Existem padrões que em cada sociedade modelam
o comportamento individual, e tais padrões variam
de uma sociedade para outra, por isso, não faz
sentido falar em individualidade radical fora das
relações que os indivíduos contraem na sociedade.
Indivíduo como ser social.
Aspectos fundamentais da qualidade social
da moral:
• Indivíduos comportando-se moralmente, pertencem a uma
época determinada e a uma determinada comunidade humana.
Nesta, vigora alguns princípios e normas segundo o tipo de
relação social dominante. O indivíduo é sujeito às normas
estabelecidas pela sociedade. É o caráter social da moral.
• O comportamento moral é tanto de indivíduos quanto de grupos
sociais humanos. A moral possui um caráter social enquanto
regula o comportamento individual cujos resultados afetam a
outros.
• As ideias, normas e relações sociais nascem e se desenvolvem em
correspondência com uma necessidade social. A sua necessidade
e a respectiva função social explicam que nenhuma das
sociedades humanas tenha podido prescindir desta forma de
• Função social da moral: regulamentação das
relações entre os homens.
• Resultados mais concretos pela via do direito e
assegurado o cumprimento pelo Estado.
• A moral possui um caráter social porque:
• Os indivíduos se sujeitam a princípios, normas ou
valores socialmente estabelecidos;
• Regula somente atos e relações que acarretam
consequências para os outros e exigem
necessariamente a sanção dos demais;
• Cumpre a função social de induzir os indivíduos a
aceitar livre e conscientemente determinados
princípios, valores ou interesses.
O individual e o coletivo na moral
• Uma parte do comportamento moral manifesta-se na forma de
hábitos e costumes.
• O costume possui um caráter moral desde o momento em que se
apresenta com uma intenção normativa. Esta convicção íntima de
que o que foi ontem, deve ser também hoje, dá à
regulamentação habitual do comportamento, seu significado
moral.
• A consciência individual é a esfera que operam as decisões de
caráter moral, mas, por estar condicionada socialmente, não
pode deixar de refletir uma situação social concreta e, por
conseguinte, diferentes indivíduos que, numa mesma época,
pertencem ao mesmo grupo social, reagem de maneira análoga.
• Individualidade como produto social.
Estrutura do ato moral
• Motivo
• Consciência do fim visado/ antecipação ideal de
um resultado
• Decisão de realizar o fim escolhido
• Consciência dos meios para realizar o fim
escolhido e o seu emprego para obter assim o
resultado desejado
• Consequências objetivas do resultado obtido
• Qual o centro de gravidade do ato moral?
Singularidade do ato moral
• O ato moral possui uma qualidade normativa –
assume um significado moral em relação a uma
norma.
• Com a ajuda da norma, o ato moral se apresenta
como a solução de um caso determinado, singular.
• A norma, que apresenta um caráter universal, se
singulariza no ato real. As peculiaridades de cada
situação dão lugar a uma diversidade de
realizações ou de atos morais.

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