Herança Jacente e Vacante
Herança Jacente e Vacante
Herança Jacente e Vacante
E VACANTE
Herança jacente
■ Art. 1.819, CC. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente
conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de
um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua
vacância.
■ Conceito – é o acervo patrimonial do de cujus que falece sem ter herdeiros conhecidos.
■ Diligências – arrecadação dos bens e nomeação do curador
Art. 740, CPC. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de
secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à
arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
■ Intimação de representante da Fazenda Pública
.
Administração da herança jacente
■ Art. 739, CPC. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração
de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a
declaração de vacância.
■ § 1º Incumbe ao curador:
■ I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
■ II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de
outros porventura existentes;
■ III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
■ IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
■ V - prestar contas ao final de sua gestão.
Art. 617, CPC. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao
tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge
ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a
herança estiver distribuída em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
■ Art. 741, CPC. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede
mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais
do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no
órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os
sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira
publicação.
§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade
do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário
Se, no prazo previsto em lei, algum herdeiro se habilitar no processo de arrecadação requerendo seu
direito sucessório e for julgado procedente, o processo de arrecadação se converterá em um processo de
inventário.
■ Atenção: Os credores também podem se habilitar no processo de arrecadação para que suas dívidas
sejam pagas. Tanto os credores do falecido quanto os credores dos herdeiros renunciantes. Art. 1.821,
CC. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das
forças da herança.
Alienação mediante prévia autorização
judicial
■ Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
■ I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
■ II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
■ III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
■ IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro
para o pagamento;
■ V - de bens imóveis:
■ a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
■ b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
■ § 1º Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a
importância para as despesas.
■ § 2º Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só
serão alienados depois de declarada a vacância da herança.
Herança vacante
■ Art. 1.820,CC. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão
expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira
publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança
declarada vacante.
■ Momento em que a herança se torna vacante a titularidade do Estado é provisória
■ Art. 1.822, CC. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que
legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em
território federal.
■ Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão
excluídos da sucessão.
■ Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta
desde logo declarada vacante.
■ Decreto-lei nº 8.207 /45, art. 3º Adquirindo o domínio dos bens arrecadados, a União,
o Estado ou o Distrito Federal ficam obrigados a aplicá-los em fundações destinadas ao
desenvolvimento do ensino universitário, e o Ministério Público respectivo fiscalizará
essa aplicação.
Quando Hermenegildo morreu, deixou o pequeno casebre onde residiu nos últimos anos da sua
vida e alguns bens pessoais. Sua vizinha tentou alegar que era companheira do falecido, mas não
houve comprovação satisfatória dessa alegação. Há notícia de que ele teria deixado um filho, que o
abandonara há muitos anos, bem como teria um primo em outro Estado, mas não há elementos
indicativos de quem sejam.