Antonio C J Sampaio - A Curva Do Tempo

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A curva do tempo: as

transformações na economia e
sociedade do Estado do Brasil no
século XVIII
Antonio Carlos Jucá de Sampaio
O descobrimento do ouro e seu
impacto na economia colonial
 Descoberta do ouro: não foi fortuito
◦ Incentivo da Coroa portuguesa e espanhola: expedições ao
interior em busca de metais preciosos.
 Experiência da América espanhola;
 Relatos fantasiosos sobre o interior da América portuguesa.
 Primeiras descobertas: século XVI
◦ Repartição Sul (1590): dom Francisco de Sousa
◦ Apressamento do indígena.
◦ Repartição Sul (1658): Salvador Correia de Sá.
◦ Repartição Sul (1671): Afonso de Furtado Mendonça.
 Povoamento do sul: Colônia de Sacramento
 Acesso a prata do Peru.
 Final do século XVII: descoberta das jazidas na região
“Minas do Ouro”.
Os múltiplos impactos do ouro: produção
aurífera, circuitos mercantis e reorganização
colonial
 Produção aurífera: transformações na economia e sociedade colonial.
 Impactos diretos:
 Forte aumento dos preços: escravos, gêneros alimentícios (farinha de mandioca),
animais (carne e alimentação).
 Bens rurais, bens urbanos, as embarcações e chácaras: crescimento da urbe carioca e
expansão do capital mercantil.
◦ Pico da inflação: variação regional.
 Demanda por escravos: intensificação do tráfico negreiro.
 Demanda por mão de obra; ouro era moeda de troca.
 Mudança na importância dos portos de desembarque de escravos africanos: Rio de Janeiro
ultrapassou a Bahia como principal destino dos escravos.
 Formação de novos circuitos mercantis dentro do Império lusitano
 Carreira das Índias
 Expansão mercantil no Reino: reforço do papel de entreposto comercial.
 Impactos indiretos:
 Rápida ocupação de novas áreas: sistema de abastecimento da área mineradora
 Eixos mercantis específicos para o comércio de abastecimento das Minas do Ouro;
 Sistemas agrários destinados a produção de artigos primários para as Minas do Ouro.
Nem tudo que reluz é ouro
 Importância do ouro: povoador de terras e
incentivador do comércio.
 Século XVIII: outras atividades econômicas
 Produção agropecuária: expansão.

◦ Expansão das áreas produtoras de alimentos:


 Crescimento demográfico na colônia: escravos e migrantes
reinóis.
◦ Expansão da agroexportação:
 Açúcar: antigas e novas áreas;
 Tabaco: mercadoria/moeda no tráfico negreiro.
◦ Pecuária:
 Abastecimento de carne verde e salgada;
 Couro.
A segunda metade do setecentos:
diversificação produtiva e o fim da “idade
do ouro”
 Política do Marquês de Pombal: aumento da pauta de
exportação do Brasil.
 Incentivo a diversificação dos produtos exportados:
◦ Cia. Geral de Comércio: Grão-Pará e Maranhão e de Pernambuco
e Paraíba
◦ Baunilha, Linhaça e pinhão;
◦ Algodão.
◦ Açúcar e tabaco.
 Processo de expansão das novas áreas produtivas:
acumulação endógena na colônia.
◦ Crescimento das exportações: dinamismo da economia colonial.
◦ Comércio colonial: expansão com a África, Ásia e Europa.
Novos perfis sociais
 Século XVIII: nova elite mercantil.
◦ Reprodução e força: controle do crédito e a mão de
obra.
 Principais elementos da economia colonial.
◦ Crédito: redes de endividamento; práticas de
adiantamento; relações de confiança e amizade.
◦ Mão de obra: controle do comércio de almas
(traficantes de escravos)

 Controle sobre os mecanismos de reiteração


da estrutura social.
“A elite mercantil tornou-se de forma irreversível a
elite de fato da sociedade da América portuguesa.
Responsável pelos fios que definiam a tessitura social,
fato esse reconhecido pela monarquia, viu ao longo do
Setecentos seu poder consolidar-se paulatinamente.”
(p. 331)

“O (...) período colonial tardio (...) deve ser entendido


não como um período de recuperação econômica, mas
sim de consolidação das formas de acumulação que se
desenvolveram ao longo do Setecentos, formas
vinculadas à hegemonia do capital mercantil” (p. 331)

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