Cronica

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Interpretação

de texto

Crônica: o narrar
e o argumentar.

Professor Diego Godoy de Lima


INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA
CHRONOS = TEMPO

Registro dos acontecimentos dentro


de um determinado tempo, ou seja,
um texto que reporte esses
acontecimentos.
INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA
É um texto curto, simples e os fatos
ocorrem logo no início dessa
narrativa.

O tempo e o espaço são limitados.


INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA
É considerada um gênero híbrido,
ou seja, ocorre uma oscilação entre
a literatura e o jornalismo.
INTERPRETAÇÃ
O

CARACTERÍSTICAS
1) Conta fatos do dia a dia de
forma artística;
2) Texto curto e leve que tenta
despertar uma crítica social;
INTERPRETAÇÃ
O

CARACTERÍSTICAS
3) Narrador-observador ou
narrador-personagem
4) Linguagem simples e direta,
próxima ao leitor e sempre
adaptada ao contexto que envolve a
narrativa.
INTERPRETAÇÃ
O
O nascimento da Crônica
(Machado de Assis)
Há um meio certo de começar a crônica por uma
trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado
calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço,
bufando como um touro, ou simplesmente
sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos
fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas
conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a
febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis,
e La glace est rompue; está começada a crônica.
INTERPRETAÇÃ
O
ELEMENTOS BÁSICOS DA
CRÔNICA
FOCO PERSONAGEN
FATO
NARRATIVO S

Personagem – 1ª pessoa
Ou observador – 3ª pessoa

TEMPO ESPAÇO
INTERPRETAÇÃ
O

A Crônica como uma ideia em espiral


INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA LÍRICA ou POÉTICA


 Episódios sentimentais;
 Bom de conversa;
 Linguagem poética
 Figuras de linguagem.
INTERPRETAÇÃ
O
Eu sei, mas não devia
(Marina Colasanti)

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não


devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento
de fundos 
e a não ter outra vista que não seja as janelas
ao redor. 
INTERPRETAÇÃ
O
E porque não tem vista, logo se acostuma a
não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma
a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se
acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol,
esquece o ar, esquece a amplidão.
INTERPRETAÇÃ
O
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado
porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo
da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
INTERPRETAÇÃ
O
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a
guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja
número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas
negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa
duração.
INTERPRETAÇÃ
O
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no
telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de
volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e
o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
INTERPRETAÇÃ
O

E a ganhar menos do que precisa.


E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais
dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se
cobra.
INTERPRETAÇÃ
O

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.


A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na
infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.
INTERPRETAÇÃ
O

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de


cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.
INTERPRETAÇÃ
O

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo


de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
INTERPRETAÇÃ
O

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se


afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila
e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e
sua no resto do corpo.
INTERPRETAÇÃ
O

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando


no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a
gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono
atrasado.
INTERPRETAÇÃ
O

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,


para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para
esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos
poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.
INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA HUMORÍSTICA
Esse tipo de crônica apela para o humor como
forma de entreter o público, ao mesmo tempo que
utiliza da ironia e do humor como ferramenta
essencial para criticar alguns aspectos seja da
sociedade, política, cultura, economia, etc.
INTERPRETAÇÃ
O

CRÔNICA NARRATIVA
 Conta uma história ficcional que pode acontecer;
 Personagem dentro de um tempo;
 Pode ter falas;
 Chama o leitor para ver o mundo do seu ponto de
vista.
INTERPRETAÇÃ
O
Despedida (trecho)
(Rubem Braga)
E no meio dessa confusão alguém partiu sem
se despedir; foi triste. Se houvesse uma
despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha
sido melhor assim, uma separação como às
vezes acontece em um baile de carnaval —
uma pessoa se perde da outra, procura-a por
um instante e depois adere a qualquer cordão.
INTERPRETAÇÃ
O

É melhor para os amantes pensar que a última


vez que se encontraram se amaram muito —
depois apenas aconteceu que não se
encontraram mais. Eles não se despediram, a
vida é que os despediu, cada um para seu lado
— sem glória nem humilhação.
INTERPRETAÇÃ
O
CRÔNICA DISSERTATIVA ou
ARGUMENTATIVA
 Defesa de um ponto de vista;
 Argumentos;
 Induz a convencer por meio de sua conclusão.
INTERPRETAÇÃ
O
O direito à tristeza (trecho)
(Contardo Calligari)
As crianças têm dois deveres. Um, salutar, é o
dever de crescer e parar de ser crianças. O
outro, mais complicado, é o de ser felizes, ou
melhor, de encenar a felicidade para os
adultos. Esses dois deveres são um pouco
contraditórios, pois, crescendo e saindo da
infância, a gente descobre, por exemplo, que
os
INTERPRETAÇÃ
O
que os picolés não são de graça. Portanto,
torna-se mais difícil saltitar sorrindo pelos
parques à espera de que a máquina fotográfica
do papai imortalize o momento. Em suma, se
obedeço ao dever de crescer, desobedeço ao
dever de ser feliz.
INTERPRETAÇÃ
O
A descoberta dessa contradição pode levar
uma criança a desistir de crescer. E pode fazer
a tristeza (às vezes o desespero) de outra
criança, incomodada pela tarefa de ser, para a
família inteira, a representante da felicidade
que os adultos perderam (por serem adultos,
porque a vida é dura, porque doem as costas,
porque o casamento é tenso, porque não
sabemos direito o que desejamos).
Interpretação
de texto

Nível discursivo:
discurso e
interdiscursividade.

Professor Diego Godoy de Lima


INTERPRETAÇÃ
O

LÍNGUA
Principal meio de comunicação estabelecendo
uma identidade dentre as variações regionais.
INTERPRETAÇÃ
O

IDEOLOGIA
Conjunto de ideias sobre visões de mundo,
principalmente nas questões políticas e sociais
INTERPRETAÇÃ
O

IDEOLOGIA
A ideologia pode fazer com que grupos,
classes sociais ou até mesmo habitantes de um
país, sintam-se SUPERIORES ou
INFERIORES em relação ao outro.
INTERPRETAÇÃ
O

DISCURSO
É a palavra em movimento, ou seja,
construção dos sentidos de um determinado
texto.

Uma mesma palavra empregada em diferentes


tipos de discurso terá a sua significação
dependente do tipo de assunto e da formação
ideológica do discurso.
INTERPRETAÇÃ
O

DISCURSO
É a palavra em movimento, ou seja,
construção dos sentidos de um determinado
texto.

Uma mesma palavra empregada em diferentes


tipos de discurso terá a sua significação
dependente do tipo de assunto e da formação
ideológica do discurso.
INTERPRETAÇÃ
O

SIGNO LINGUÍSTICO
É um elemento representativo que apresenta
dois aspectos: o SIGNIFICADO e o
significante.
INTERPRETAÇÃ
O

SIGNIFICANTE
Ao escutar palavra (signo) CACHORRO,
reconhecemos a sequência de sons que
formam essa palavra. Esses sons se
identificam com a lembrança deles localizada
em nossa memória.
INTERPRETAÇÃ
O

SIGNIFICADO
Quando escutamos essa palavra
(CACHORRO), logo pensamos em um animal
irracional, de quatro patas, com pelos, olhos
orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à
mente é o SIGNIFICADO do signo
CACHORRO e também encontra-se
armazenado em nossa memória.
INTERPRETAÇÃ
O

INTERDISCURSIVIDADE
Consiste na relação entre dois discursos
caracterizada por um citar o outro. É
reproduzir um texto com a mesma visão de
mundo do outro.
INTERPRETAÇÃ
O

INTERDISCURSIVIDADE
Texto 1
Do que a terra mais garrida 
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; 
“Nossos bosques têm mais vida” 
“Nossa vida”, no teu seio, “mais amores,” 

(trecho do Hino Nacional Brasileiro) 


INTERPRETAÇÃ
O

INTERDISCURSIVIDADE
Texto 2

Nossas flores são mais bonitas 


nossas frutas mais gostosas 
mas custam cem mil réis a dúzia. 

(Mendes, Murilo. Canção do exílio.) 


INTERPRETAÇÃ
O

INTERDISCURSIVIDADE
Texto 3

Nosso céu tem mais estrelas, 


Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 

(Dias, Gonçalves. Canção do exílio.) 

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