Desenvolvimento Social Na Adolescência: Ma. Larissa Brito Mendonça

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Desenvolvimento

social na adolescência
Ma. Larissa Brito Mendonça
Adolescente e contexto Social

Observar o biológico e o social representam as duas faces da mesma moeda e estão tão
inter-relacionadas que considerá-las separadamente é um reducionismo somente
justificável com uma finalidade didática. Portanto, deve-se considerar os contextos sociais
(família, escola, iguais) nos quais transcorre a vida dos adolescentes.
Em princípio, não cabe esperar transformações radicais no desenvolvimento social com a
chegada da adolescência.
No entanto, é razoável pensar que todas as mudanças que o adolescente experimenta
repercutirão sobre as relações que ele estabelece em todos aqueles contextos dos quais
participa, como a família, o grupo de iguais ou a escola.
Adolescentes

As mudanças nos adolescentes que podem ser chamadas de movimento para


independência incluem:
● puberdade,
● expansão do raciocínio lógico,
● incremento do pensamento idealista e egocêntrico,
● mudanças na escola,
● amizades,
● namoros
Família

A família é o microssistema no qual as crianças e os adolescentes tendem a estabelecer


suas primeiras relações interpessoais. Bronfenbrenner (1996) utilizou o termo
microssistema para descrever o ambiente imediato em que a pessoa em desenvolvimento
estabelece interações face a face, por meio de vivências eficazes em nível de afetividade.
● valores,
● crenças
● ideologias,
Dando lugar ao desenvolvimento de um complexo repertório cognitivo, emocional e
comportamental.
FamíliaS

A família como microssistema é responsável pela inserção cultural de seus membros na


sociedade.
É principal célula social. Apesar de ser uma célula social comum aos indivíduos, muitas
são as estruturas e configurações assumidas pela família ao longo da evolução da
sociedade. É pois, um grupo social em constante devir.
● Famílias (no plural): pluralidade de formas de ser e viver em família.
● Cosanguinidade e parentesco, coabitação e afinidade.
● Biológicos e legais; convivências e vínculos afetivos relacionais.
Famílias

A família como um todo se modifica em consonância com as transformações sociais.


No Brasil, apesar da pluralidade, verificam-se algumas tendências que marcaram a
redefinição e o funcionamento das famílias contemmporâneas:
● diminuição do número de pessoas na família;
● aumento do número de divórcios e recasamentos;
● maior participação da mulher na manutenção econômica do lar;
● casais de dupla carreira e diferentes maneiras de compartilhar papéis nas funções
parentais
Acarretando múltiplos arranjos e redefinições em suas configurações.
Diversas FamíliaS

● famílias monoparentais,
● divorciadas,
● recasadas,
● adotivas,
● homossexuais
● de pessoas que moram sozinhas
Famílias

A família, como um sistema complexo, pode influenciar de


maneira ambígua a vida dos adolescentes, ora constituindo-
se em relações de apoio e afeto, ora desfavorecendo o
desenvolvimento saudável destes.
Pode ser fator de risco ou de proteção.
Adolescência e família

Conflitos na relação do jovem com seus pais é regra?


Temos enfoques que consideram a adolescência como um período no qual as relações
familiares se tornam imensamente problemáticas e as concepções que defendem a
“normalidade” nas relações entre pais e filhos.
● Em um extremo está a perspectiva psicanalítica, que fala de explosão de conflitos,
da rebelião do adolescente e da separação emocional em relação aos pais.
● Imagem mais normalizada e realista, surgida de um importante número de
pesquisas realizadas sobre amostras muito mais amplas e representativas do que
nos casos clínicos em que os autores de orientação psicanalítica fundamentaram
suas concepções.
Desmistificar

Desmistificar a relação adolescência-família-conflito:


Adolescência e família

Durante a adolescência ocorre uma série de mudanças na relação que os adolescentes


estabelecem com seus pais, porém, essas mudanças não têm de supor necessariamente o
aparecimento de conflitos graves.
Laursen e Collins (1994) ressaltaram que, menos de 10% das famílias parecem passar por
dificuldades sérias durante essa etapa e, sem dúvida, muitas delas já passavam por
problemas durante a infância.
Perturbações temporais

Nessa etapa, os adolescentes ficam mais assertivos, passam mais tempo fora de casa e
diminuem o número de interações positivas com seus pais.
Portanto, segundo Laursen e Collins (1994) parece que a puberdade coincide com o
momento de maior conflito, e, ao longo da adolescência, o número de conflitos entre pais
e filhos tende a diminuir, ao mesmo tempo em que aumenta a intensidade afetiva com a
qual o adolescente experimenta esses problemas.
Podem aparecer algumas disputas e ocorrer mudanças nas relações pais-filhos.
Conflitos entre pais e filhos

No geral, essa mudança não tem por que supor uma ruptura emocional, nem acarretar
problemas importantes; antes, os conflitos produzidos costumam relacionar-se com
aspectos da vida cotidiana, tais como as tarefas de casa, as amizades, a forma de se vestir
ou a hora de voltar para casa.
Desidealização dos pais: a imagem de pais oniscientes e todo-poderosos, própria da
infância, é substituída por outra muito mais realista, na qual eles terão espaço para defeitos
e virtudes.
Possíveis causas

● mudanças cognitivas: mudanças que irão afetar a forma como pensam sobre si
mesmos e sobre os demais. Essas melhoras intelectuais permitirão ao jovem ter
uma forma diferente de ver as normas e as regulamentações familiares, chegando a
questioná-las;
Além disso, sua recém-adquirida capacidade para diferenciar o real do hipotético irá
permitir-lhe criar alternativas para o funcionamento da própria família. Também será
capaz de apresentar argumentos mais sólidos e convincentes em suas discussões
familiares, o que significará um claro questionamento da autoridade dos pais.
● discrepâncias entre as expectativas de pais e filhos
Possíveis causas

● Passam mais tempo com os iguais, o que lhes permitirá uma maior experiência em
relações horizontais ou igualitárias que pode levá-los a desejar um tipo de relação
semelhante em sua família.
● No entanto, esse desejo de dispor de uma maior capacidade de influência na tomada
de decisões familiares nem sempre coincide com o de seus pais, e a situação mais
frequente é a de filhos que desejam mais independência do que seus pais estão
dispostos a conceder.
● Aumentar restrições X flexibilizar a postura
Os conflitos podem ser bons?

Conflitos podem ser como catalisadores das mudanças nas relações entre pais e
filhos, promovendo assim a adaptação e o desenvolvimento.
Negociações cotidianas e disputas menores são esperadas, servindo ao
funcionamento desenvolvimental positivo de promover independência e
identidade do adolescente.
Os conflitos podem ser bons?

Quando os pais apresentam:


● expectativas negativas sobre a adolescência
● consideram esse período como inevitavelmente problemático,
● se mostram coercitivos e pouco comunicativos com seus filhos
● reagem às mudanças próprias da adolescência com o imobilismo
● aumento de restrições,
É possível que ocorra um deterioramento importante nas relações familiares e que tenha
um impacto negativo sobre o desenvolvimento e o comportamento do adolescente.
Generalização do Adolescente isolado

Redução no tempo em que meninos e meninas passavam interagindo


com sua família em atividades coletivas, como ver televisão juntos ou
conversar. Esse tempo é substituído pela permanência solitária do
adolescente em seu quarto e pelas relações com o grupo de amigos.
Em geral, a maioria dos adolescentes costuma falar com seus pais sobre
muitos dos temas que os preocupam, talvez com a exceção de alguns
assuntos que preferem comentar com seus amigos, como os referentes
às relações sexuais ou às drogas.
Generalização do Adolescente isolado

As pesquisas existentes sobre esse aspecto (Noller,1994) indicam que tanto


os meninos como as meninas mostram mais comunicação e intimidade
com suas mães do que com seus pais, provavelmente porque elas passam
mais tempo em casa e estão mais disponíveis e, além disso, mostram mais
receptividade e sensibilidade às opiniões e às inquietações de seus filhos.
Porém, já que também são as mães que apresentam um maior número de
interações negativas com seus filhos, parece que elas tanto podem ser
autoritárias como ponderadas.
Adolescente e o contexto familiar

● Uma correta compreensão do que ocorre no contexto familiar durante a adolescência


exige uma verdadeira visão sistêmica que contemple as relações bidirecionais entre
todos os elementos que de dentro ou de fora desse contexto estejam interligados.
Ex: não é necessariamente apenas o adolescente que pode estar passando por
mudanças, os pais também podem estar enfrentando crises do processo evolutivo.
Os pais podem estar passando por mudanças como satisfação marital, questão financeira,
carreira, perspectiva de tempo e problemas de saúde.
Busca da Autonomia

● Ambivalência: Alternância entre condutas maduras e comportamentos infantis nos


primeiros anos da adolescência.
● novos privilégios X novas responsabilidades
● Desvinculação afetivas dos pais: autonomia emocional
● inclui componentes como a tendência a compreender os pais como pessoas com
desejos e necessidades próprias, sua desidealização, a independência e a individuação
do adolescente.
● Autonomia afetiva passo necessário no processo de individuação do adolescente.
Busca da Autonomia
Separação Radical. Segundo Steinberg e Silverberg, A separação afetiva dos pais pode deixar o
adolescente em uma situação de vulnerabilidade e vazio emocional que o levará a uma excessiva
dependência do grupo de iguais para preencher esse vazio. Outros autores questionaram que a
desvinculação afetiva dos progenitores representa um passo necessário no processo de individuação
do adolescente.
Segundo a teoria do apego, uma alta autonomia emocional estaria refletindo a frieza na relação afetiva
estabelecida com os pais na infância, frieza que havia levado a um apego do tipo inseguro-evitativo.
Encontra-se que os adolescentes que mostram uma maior autonomia emocional têm uma auto-estima
mais baixa, modelos representacionais inseguros de sua relação com os pais na infância e um meio
familiar caracterizado pela falta de afeto e apoio.
Quais das posturas estão totalmente corretas?
A importância da família

Estudos apontam que a separação, no sentido radical, pode não ser saudável para a construção
de identidade e de ajuste emocional e social, pois o(a) adolescente não encontra um lugar de
apoio para orientação e regulação de suas experiências emocionais.
Fuhrman e Holmbeck, (1995) indicam que uma alta autonomia emocional costuma levar a
problemas adaptativos, sobretudo a longo prazo, quando ocorre em um contexto familiar
pouco coeso e que oferece pouco apoio.
Em compensação, quando o meio familiar é mais favorável, traduz-se em uma série de
conseqüências positivas, como uma boa atitude e bons rendimentos acadêmicos, uma elevada
auto-estima e uma identidade mais estabelecida, ainda que também possam surgir alguns
problemas de conduta (Silverberg e Gondoli,1996).
Contexto favorável para o desenvolvimento do Adolescente

Papel moderador da família


Os dados disponíveis hoje apoiam a hipótese de que um meio ótimo para o desenvolvimento e
autonomia do adolescente é aquele em que as relações dos pais com os filhos combinam o afeto
com o favorecimento da individualidade, mediante condutas que estimulam a autonomia
cognitiva e a iniciativa própria.
Ex: favorecendo a discussão, a troca de pontos de vista entre pais e filhos e a adoção de
opiniões próprias por parte destes últimos.
Controle e supervisão da conduta do adolescente: muitos dos problemas de conduta que
surgem durante a adolescência podem estar relacionados com o escasso controle parental;
Ex: conhecer quem são os amigos de seus filhos ou interessar-se por suas atividades
Contexto favorável para o desenvolvimento do Adolescente

É preciso considerar que a adolescência é um período de exploração no qual os


adolescentes necessitam ter experiências diversas que irão ajudá-los a construir sua
identidade.
Ainda que essa experimentação leve a certos riscos, ela é necessária, por isso, o ideal é
que ocorra sob a supervisão de adultos que possam detectar situações de risco excessivo.
Portanto, é necessário supervisão de adultos, mas evitar conduta vigilante ou super
protetora.
Comunicação, respeito mútuo e cooperação.
Flexibilidade

Conforme assinalou Eccles e seus colaboradores (1993), muitos dos problemas surgidos
durante essa etapa têm sua origem na falta de ajuste entre o contexto familiar e as
novas necessidades dos adolescentes.
A flexibilidade e a sensibilidade diante das mudanças do adolescente é imprescindível.
Modificando suas expectativas e as normas e práticas educativas que regem a família para
procurar ajustá-las às novas necessidades evolutivas do adolescente.
Comunicação

Um estudo de Meeus et al. (2005) demonstra que no final da adolescência, o suporte


parental apresenta-se relacionado à maior estabilidade no processo de desenvolvimento da
identidade, levando o(a) adolescente ao compromisso social e relacional e a menos
necessidade do suporte emocional dos pais.
Importante que os pais se mostrem atentos e receptivos diante das preocupações de seus
filhos e que, também, lhes proporcionem apoio e informação que lhes permitam
desenvolver habilidades úteis em áreas de especial risco durante essa etapa (relações
sexuais, drogas).
Pais democraticos

Comunicação + afeto + controle não-coercitivo da conduta + exigências de uma conduta


responsável na relação com os filhos favorecerão a adaptação dos mesmo, que
demonstrarão:
● desenvolvimento mais saudável,
● uma melhor atitude
● e rendimentos acadêmicos
● menos problemas de conduta
Pais autoritários

forma fria + excessivamente controladora


costuma ocorrer que, a curto prazo, seus filhos se mostrem obedientes e conformistas, mas
que, a longo prazo, sobretudo quando a disciplina é muito severa, tendam:
● a se rebelar
● se voltar excessivamente para os amigos, buscando neles a oportunidade de manter
interações de caráter mais igualitário;
● desenvolvam uma baixa auto-estima,
● sintomas depressivos
● atitude hostil
● rejeição para com seus pais.
Pais permissivos

Relação calorosa e afetuosa com seus filhos + déficit no controle de sua conduta.
O que estará relacionado com:
● falta de esforço,
● problemas de conduta
● consumo de álcool e drogas.
Pais indiferentes

Falta de controle + falta de afeto no contexto familiar. Desenvolverão problemas tanto de:
● externalização (agressividade, condutas anti-sociais, consumo de drogas, escassa
competência social)
● internalização (baixa auto-estima, problemas psicológicos).
Essa teoria pode estar totalmente certa?

● São dados da cultura ocidental


● Não se pode universalizar
● depende da composição ou estrutura familiar
● não especificação clara dos mecanismos que compõem cada uma
● Discrepância entre estilo paterno e materno
Famílias e Famílias

Divórcio dos pais na adolescência. Como isso pode atravessar o período da


adolescência?
Relações com os iguais

Grupo de iguais: contexto de socialização mais influente.


Os adolescentes irão compreender-se melhor, o que repercutirá no fato de que as relações com
os amigos estejam marcadas pela reciprocidade e que a partir da adolescência os amigos
apóiem e ajudem uns aos outros, mostrando um maior comportamento pró-social.
Desenvolvimento de uma alta auto- estima e uma melhor compreensão dos demais.
Em geral, ter amigos é um indicador de boas habilidades interpessoais e um sinal de um bom
ajustamento psicológico.
Apoio emocional; relações horizontais; apoio para resolução de problemas; estimula o
autoconceito e a identidade.
Relações com os iguais

Adolescentes que não têm habilidades sociais e mostram-se desajeitados em


sua relação com o grupo de iguais, e aqueles que residem em regiões
afastadas ou isoladas, ou com os que se vêem obrigados a mudar de escola e
romper com seu círculo de amigos podem ter mais dificuldades.
Dados indicam que a suscetibilidade à pressão dos iguais é maior durante a
adolescência inicial. À medida que os adolescentes vão construindo sua
identidade e ficando mais autônomos, tornam-se mais capazes de resistir à
pressão do grupo.
As pressões dos iguais podem ser neutras e positivas também.
Capacidade de influência: se são pessoas próximas ou status social
Relações com os iguais

É errôneo pensar que os vínculos com o grupo de iguais supõem


uma diminuição da influência dos pais e um afastamento dos valores
familiares que levam o adolescente a se envolver em condutas anti-
sociais ou pouco saudáveis.
Os adolescentes costumam se incorporar a grupos formados por
companheiros que têm uma origem social e alguns valores muito
parecidos com os seus e os de sua família; por isso, o grupo tenderá
mais a reforçar os valores familiares do que a anulá-los ou a
contradizê-los.
Relações com os iguais

Outro aspecto importante é que a turma vai condicionar as relações sociais de seus
membros, já que impulsionam os adolescentes a se relacionar com alguns e a ignorar, ou
evitar, outros.
Também estabelece normas sobre a forma de se relacionar não somente com os iguais,
mas também com os adultos: como serão as amizades, se intensas ou superficiais; que tipo
de relações de casal é inconveniente; como administrar os conflitos em casa ou no colégio.

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