Aula Vigilancia Epidemiologica e Sis

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA – UFPB

CENTRO DE CIÊNCIA AGRÁRIAS – CCA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS VETERINÁRIAS –
DCV
DISCIPLINA: EPIDEMIOLOGIA GERAL

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
EM SAÚDE

Docente: Inácio José Clementino


Menstranda: Dayana Inocêncio da Costa
HISTÓRICO
» No início do século XX o ocorreram as primeiras
intervenções estatais no campo da prevenção e controle
de doenças

» As intervenções consistiam em campanhas sanitária e


visavam controlar as doenças que comprometiam a
atividade econômica;

» O modelo operacional baseava-se nas seguintes etapas:


preparação, ataque, consolidação e manutenção.
HISTÓRICO
» A expressão Vigilância Epidemiológica
passou a ser aplicada a doenças
transmissíveis na década de 50, para
designar as atividades desenvolvidas na
Campanha de Erradicação da Malária;

» A vigilância era direcionada às pessoas com


base no isolamento e não de forma coletiva.
HISTÓRICO
» Na década de 60, também foi instituída uma
fase de vigilância epidemiológica durante a
campanha de erradicação da varíola; 

» Foram realizados:
› Vacinação em massa;
› Busca ativa de casos;
› Detecção precoce dos surtos; 
› Bloqueio imediato da transmissão da doença.
HISTÓRICO
» No Brasil, a Campanha de Erradicação da Varíola (1966-73) é
reconhecida como o marco da institucionalização das ações de
vigilância no país;

» Em 1969, a partir do modelo da CEV, foi organizado um


sistema de notificação de doenças e estas informações foram
disseminadas em um boletim epidemiológico quinzenal

» O principal êxito deste esforço foi o controle da poliomielite no


Brasil, na década de 80;

» As profundas mudanças no perfil epidemiológico das


observações permitiu, na 21ª Assembléia Mundial de Saúde, a
abrangência do conceito para, além das doenças
transmissíveis, as doenças não transmissíveis e agravos.
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
Conjunto de AÇÕES que proporciona o
CONHECIMENTO, a DETECÇÃO ou
PREVENÇÃO de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de
saúde INDIVIDUAL ou COLETIVA, com a
finalidade de RECOMENDAR e ADOTAR as
medidas de PREVENÇÃO e CONTROLE de
doenças ou agravos.
Lei 8.8080, 1990.
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
RESOLUÇÃO Nº 588, DE 12 DE JULHO DE 2018
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
RESOLUÇÃO Nº 588, DE 12 DE JULHO DE 2018
ANÁISE E
PROCESSAMENTO
INTERPRETAÇÃO
COLETA DE DADOS DOS DADOS
DOS DADOS
COLETADOS
PROCESSADOS

RECOMENDAÇÃO PROMOÇÃO DAS AVALIAÇÃO DA


DE MEDIDAS DE AÇÕES DE EFICÁCIA E
PREVENÇÃO E PREVENÇÃO E EFETIVIDADE DAS
CONTROLE CONTROLE MEDIDAS
APROPRIADAS INDICADAS ADOTADAS

DIVULGAÇÃO DE
INFORMAÇÕES
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA:
PERTINENTES Processo sistemático e contínuo de coleta, análise,
interpretação e disseminação de informação com
finalidade de recomendar e adotar medidas de
prevenção e controle de problemas de saúde.
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
INFORMAÇÃO

DECISÃO

AÇÃO
O objetivo principal é fornecer orientação
técnica permanente para os profissionais de
saúde, que têm a responsabilidade de decidir
sobre a execução de ações de controle de
doenças e agravos, tornando disponíveis, para
esse fim, informações atualizadas sobre a
ocorrência dessas doenças e agravos, bem
como dos fatores que a condicionam, numa
área geográfica ou população definida.
OBJETIVOS DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
› Identificar novos problemas de saúde pública.
› Detectar epidemias.
› Documentar a disseminação de doenças.
› Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade causadas
por determinados agravos.

› Identificar
doenças.
fatores de risco que envolvem a ocorrência de
OBJETIVOS DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

› para
Recomendar, com bases objetivas e científicas, as medidas necessárias
prevenir ou controlar a ocorrência de específicos agravos à saúde.

› Avaliar o impacto de medidas de intervenção por meio de coleta e


análise sistemática de informações relativas ao específico agravo, objeto
dessas medidas.

› Avaliar a adequação de táticas e estratégias de medidas de intervenção,


com base não só em dados epidemiológicos, mas também nos referentes
à sua operacionalização.

› objetivo
Revisar práticas antigas e atuais de sistemas de vigilância com o
de discutir prioridades em saúde pública e propor novos
instrumentos metodológicos.

Não podemos entender como objetivo da
vigilância a mera coleta e análise das
informações, mas a responsabilidade de
elaborar, com fundamento científico, as bases
técnicas que guiarão os serviços de saúde na
elaboração e implementação dos programas
de saúde com a preocupação de uma
contínua atualização e aprimoramento


FONTES DE DADOS PARA VIGILÂNCIA
» Notificação compulsória de doenças e agravos;

» Exames laboratoriais;

» Registros vitais;

» Vigilância sentinela;

» Registros médicos e hospitalares;

» Estudos epidemiológicos (inquéritos populacionais);

» Sistemas de registro de dados administrativos;

» Pesquisa de casos e surtos;

» Rumores.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
1. Os sistemas de vigilância devem ser simples e
contínuos.

2. Os sistemas de vigilância apresentarão,


obrigatoriamente, três componentes:
• coleta de dados;
• análise;
• ampla distribuição das informações analisadas a todos aqueles que
as geraram e que delas necessitam tomar conhecimento.
O instrumento de divulgação das informações
analisadas será o Boletim Epidemiológico.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
3. A vigilância como instrumento de saúde pública
deve ser entendida como um pré-requisito para
a elaboração de programas de saúde e um
instrumento para avaliação do seu impacto.

4. Devem ser úteis também para a identificação


dos fatores de risco e das populações vulneráveis
à exposição ao risco, de forma a tornar mais
efetivas as medidas de controle.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
5. Devem submeter-se a avaliações frequentes, de
forma que eles possam se adequar às características
dos sistemas nacionais de saúde, em cada momento.

6. Cada sistema de vigilância será responsável


pelo acompanhamento contínuo de específicos
eventos adversos à saúde, com o objetivo de
estabelecer as bases técnicas, assim como as normas
para a elaboração e implementação dos respectivos
programas de controle.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
7. Cada sistema de vigilância, de acordo com seus objetivos
e peculiaridades, apresentará características específicas.

8. Os sistemas de vigilância de específicos eventos adversos


à saúde são pré requisitos para a elaboração e instrumento
para a avaliação e reformulação periódica de programas de
controle de agravos à saúde.

9. Os sistemas de vigilância de específicos eventos adversos


à saúde incluem o acompanhamento dos respectivos
programas de controle com o objetivo de avaliar o
impacto deles decorrente.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA
• 10. Os sistemas de vigilância devem ser adequados,
periodicamente, às condições da estrutura e grau de
desenvolvimento e complexidade tecnológica do Sistema
Nacional de Saúde (SNS).

• 11. Os sistemas de vigilância constituem o elo de ligação entre o


subsistema de serviços de saúde e o de pesquisa do SNS.

• 12. Os sistemas de vigilância abrangerão quaisquer eventos


adversos à saúde, poderão ser desenvolvidos nas formas ativa ou
passiva e utilizarão todas as fontes de informações necessárias e
disponíveis.
ASPECTOS OPERACIONAIS DA
VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA
Ao planejarmos desenvolver sistemas de vigilância
para específicos agravos à saúde, é importante
considerar dois pontos:

 a vigilância pode variar em metodologia, abrangência


e objetivos;

 a vigilância necessita ser adequada ao nível de


complexidade e grau de desenvolvimento tecnológico
dos sistemas de saúde em que será implantada.
IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES
O primeiro passo é estabelecer os critérios de prioridade a
serem observados na identificação de agravos à saúde que
deverão ser contemplados com sistemas específicos de
vigilância.

OS CRITÉRIOS MAIS FREQUENTEMENTE


RECOMENDADOS SÃO OS SEGUINTES:
► incidência e prevalência de casos;
► letalidade;
► índices de produtividade perdida, como, por exemplo, dias de
incapacidade no leito, dias de trabalho perdidos;
► taxa de mortalidade;
IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES
►existência de fatores de risco ou fatores de prognóstico suscetíveis a medidas de
intervenção;

►impacto potencial das medidas de intervenção sobre os fatores de risco (risco


atribuível);

►possibilidade de compatibilizar as diversas intervenções em programas de controle


polivalentes;

►anos de vida potencialmente perdidos;

►custo e factibilidade da intervenção versus eficácia;

►existência de medidas eficazes de profilaxia e controle (vulnerabilidade do dano às


intervenções profiláticas e terapêuticas);

►identificação de subgrupos da população que estarão sujeitos a um risco elevado de


ser atingidos pelo dano.
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DE
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA

QUANDO DECIDIMOS
IMPLEMENTAR UM SISTEMA DE
VIGILÂNCIA, CUMPRE SEGUIR
AS SEGUINTES ETAPAS:
1ª ETAPA – DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO
SISTEMA DE VIGILÂNCIA PROPOSTO
ENTRE OS OBJETIVOS MAIS FREQUENTEMENTE UTILIZADOS
TEMOS:

→ descrição da história natural de uma doença;

→ identificação e investigação de surtos de determinado agravo;

→ acompanhamento de tendências;

→ identificação de contatos de doentes para a administração de drogas


de ação profilática;

→ identificação de casos num estudo de caso-controle;


2ª ETAPA – DEFINIÇÃO DE CASO
→A definição precisa do que se considera “caso”
para um específico agravo à saúde contemplado
pelo sistema de vigilância é uma questão técnica
importante para o aprimoramento da qualidade da
informação, permitindo a comparabilidade dos
dados.

→Além disso, a escolha da melhor definição está


intimamente relacionada com o objetivo do
sistema e de acordo com ele podemos optar por
definições mais sensíveis ou mais específicas.
2ª ETAPA – DEFINIÇÃO DE CASO

Lembrar que, para a maioria dos


agravos, basta ser caso suspeito para
notificar
3ª ETAPA – IDENTIFICAÇÃO DOS
COMPONENTES DO SISTEMA DE
VIGILÂNCIA
Estabelecidos os objetivos e a definição de caso, devemos passar
a identificar os componentes do sistema, que são os seguintes:

oQual a população alvo desse sistema de vigilância?


oQual a periodicidade da coleta de informações?
oQuais informações serão coletadas?
oQual é a fonte dessas informações?
oQuem provê a informação para o programa?
oComo a informação será coletada?
oComo é transferida a informação?
oQuem analisa as informações?
oComo são analisadas as informações?
oCom que frequência são analisadas as informações?
oCom que frequência são difundidos os relatórios?
4ª ETAPA – ELABORAÇÃO DO FLUXOGRAMA
PARA CADA SISTEMA DE VIGILÂNCIA

Nesta etapa, apresentam-se numa forma


gráfica os principais passos a serem
seguidos por um sistema de vigilância;

Quanto maior e mais complexo esse esquema,


mais dispendioso será o sistema.
RESPONSABILIDADE QUANTO À VIGILÂNCIA VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA (VE)

►Internacional: Organização Mundial de


Saúde (OMS)

►Federal: Ministério da Saúde

►Estadual: Secretaria da Saúde

►Municipal: Secretaria de Saúde


RESPONSABILIDADE QUANTO À DEFESA SANITÁRIA
ANIMAL

►Internacional: OIE

►Federal: Ministério da Agricultura; Defesa Sanitária


Animal, Inspeção sanitária dos Alimentos de Origem
Animal.

►Estadual: Secretaria da Agricultura; Extensão, Defesa,


Pesquisa.

►Municipal: Secretaria de Abastecimento, Serviços de


Fiscalização e Vigilância Sanitária de Alimentos.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Os Sistemas de Informação da Saúde (SIS) são compostos por uma estrutura
capaz de garantir a obtenção e a transformação de dados em informação, em que
há profissionais envolvidos em processos de seleção, coleta, classificação,
armazenamento, análise, divulgação e recuperação de dados.
o SINAN -Sistema de Informação de Agravos de Notificação;

o SIM -Sistema de Informações sobre Mortalidade;

o SINASC -Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos;

o SIH/SUS -Sistema de Informações Hospitalares;

o SIA/SUS -Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS;

o SIAB -Sistema de Informação da Atenção Básica;

o SISVAN -Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional;

o SI-PNI -Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização;

o SISÁGUA -Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para


Consumo Humano.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)

→Notificação é principal fonte de dados da VE –


comunicação da VE.

→ Conceito: ocorrência ou suspeita de ocorrência de


uma doença ou agravo à saúde feita à autoridade
sanitária por profissionais de saúde ou qualquer
cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção
pertinentes.

→O registro sistemático de doenças de notificação


compulsória ocorre desde 1969.
Importância da rápida notificação e
identificação de um evento
Importância da rápida notificação e
identificação de um evento
Importância da rápida notificação e
identificação de um evento
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)

É alimentado, principalmente ,pela


notificação e investigação de casos de doenças
e agravos constantes da lista nacional de
doenças de notificação compulsória, mas é
facultado a estados e municípios incluir
outros problemas de saúde regionalmente
importantes em sua região.
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE
DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA
PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE
DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE
DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA
SINAN - FLUXOGRAMA DE DADOS
SINAN - Ficha de Notificação Individual
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
» O sistema é eficiente quando seu
funcionamento é aferido regularmente;

» Deve demonstrar os resultados obtidos com


a ação desenvolvida que justifiquem os
recursos investidos;
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
→ Avaliações periódicas devem ser realizadas em todos os níveis,
com relação aos seguintes aspectos:

 Atualização da lista de doenças e agravos;


 Cobertura da rede de notificação e participação das fontes;
 Funcionamento do fluxo de informações;
 Investigações realizadas e sua qualidade;
 Retroalimentação do sistema;
 Composição e qualificação da equipe técnica responsável
 Interação com a comunidade cientifica e centros de
referência
 Custos de operação e manutenção.
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
As medidas quantitativas incluem:
o Sensibilidade: Capacidade em detectar casos;

o Especificidade: Capacidade de excluir os não-casos;

o Representatividade: Identificar os subgrupos da


população;

o Oportunidade: Agilidade do fluxo do sistema de


informação.
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
As medidas qualitativas incluem:
o Simplicidade: Facilitar operacionalização e reduzir
custos;

o Flexibilidade: Capacidade de adaptação a novas


situações epidemiológicas;

o Aceitabilidade: Disposição de indivíduos, profissionais


ou organizações de participarem e utilizarem o sistema.
 PERSPECTIVAS
►Uma das características da VE é estar permanentemente
acompanhando o desenvolvimento científico e tecnológico
mediante articulação com a sociedade científica e formação
de comitês técnicos assessores;

►No Brasil, a VE ainda apresenta uma série de insuficiências


decorrentes de dificuldades políticas, administrativo-
financeiras e de deficiência em recursos humanos;

►O desafio é trabalhar para o desenvolvimento da consciência


sanitária dos gestores municipais dos sistemas de saúde, para
que estes passem a priorizar as ações de saúde pública.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Sem dados, de qualidade, não são geradas


informações para que ações em saúde sejam
efetivadas;

Olhar vigilante deve ser uma característica


de todo profissional de saúde, seja envolvido
no cuidado, na gestão ou planejamento.
OBRIGADA!!!

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