Sedimentação Apresentação
Sedimentação Apresentação
Sedimentação Apresentação
E Decantação
Alunos: Eduardo Junior, Rayff Dantas e Samuel Borges
introdução
Os processos de sedimentação e decantação devem ser entendidos como a movimentação de
partículas no seio de uma fase fluída, provocada pela ação da gravidade.
A decantação é um processo de separação que permite separar misturas heterogêneas. É
utilizada principalmente em misturas bifásicas, como sólido-líquido (areia e água), sólido-gás
(poeira-gás), líquido-líquido (água e óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar).
A sedimentação é um processo de separação de dois líquidos ou de sólido suspenso num
líquido é deixada em repouso (sedimentação em batelada) ou adicionada continuamente em
uma unidade de sedimentação contínua.
No geral, entende-se que as partículas sólidas são mais densas que o fluido.
A sedimentação, geralmente, é efetuada em tanques de secção cilíndrica ou retangular
denominados de sedimentadores.
Exemplos de sedimentadores
Sedimentador retangular
Descontínuos: tanques cilíndricos com a solução em repouso por certo tempo.
Contínuos: tanques rasos de grande diâmetro, em que operam grades que giram lentamente e
removem a lama.
Classificação dos processos de
sedimentação
Os tipos de sedimentação dependem da natureza das particulas sólidas presentes na suspensão
e podem ser separadas em 4 tipos:
A) Sedimentação discreta - as partículas permanecem com dimensão e velocidade
constantes ao longo do processo.
B) Sedimentação floculenta - as partículas se aglomeram e sua dimensão e velocidade
aumentam ao longo do processo.
C) Sedimentação em zonas - as partículas sedimentam em massa (e.g., adição de cal), ficam
próximas e interagem umas com as outras.
D) Sedimentação por compressão - as partículas se compactam como lodo.
Tipos de decantação
A decantação pode ser livre ou retardada.
Decantação livre - as partículas encontram-se bem afastadas das paredes do recipiente e a
distância entre cada partícula é suficiente para garantir que uma não interfira na outra.
Decantação retardada - ou ainda decantação com interferência ocorre quando as partículas
estão muito próximas umas das outras, sendo muito freqüente o número de colisões.
Fatores que controlam a velocidade de decantação do sólido através do meio resistente são: as
densidades do sólido e do líquido, o diâmetro e a forma das partículas e a viscosidade do
fluido.
É possível, antes da decantação, realizar uma etapa visando o aumento das partículas.
Digestão e floculação
A digestão e a floculação são dois métodos utilizados com o objetivo de aumentar o tamanho
das partículas sólidas antes da decantação
Etapa essencial no caso de sistemas coloidais (dispersão de partículas de tamanho médio entre
1 e 100nm, exemplo: gelatina ou amido em água)
Neste estado a decantação é impossível, devido à anulação da ação da gravidade pelo
movimento browniano e pela repulsão elétrica entre as partículas.
A digestão consiste em deixar a suspensão em repouso até que as partículas finas sejam
dissolvidas enquanto as grandes crescem à custa das pequenas, na qual é utilizada no caso de
precipitados. Isto ocorre devido a maior solubilidade das partículas menores com relação às
maiores.
floculação
A floculação consiste em aglomerar as partículas à custa de forças de Van Der Waals
(força de atração entre as moléculas), dando origem a flocos de maior tamanho que o das
partículas isoladas.
Fatores relacionados com o grau de floculação de uma suspensão:
1. A probabilidade de haver o choque entre as várias partículas que vão formar o floco,
que depende da energia disponível das partículas em suspensão.
Portanto, uma agitação branda favorece os choques, aumentando o grau de floculação.
Entretanto, a agitação não pode ser intensa devido a possível desagregação dos aglomerados
formados;
2. A probabilidade de que, depois da colisão, elas permaneçam aglomeradas.
floculação
O uso de agente floculantes aumenta a probabilidade dos aglomerados recém-formados não se
desagregarem espontaneamente, são eles:
Eletrólitos: neutralizam a dupla camada elétrica existente nas partículas sólidas em suspensão,
eliminando dessa forma as forças de repulsão que favorecem a dispersão. Assim as partículas
podem aglomerar-se, formando flocos de dimensões convenientes.
Coagulantes: provocam a formação de precipitados gelatinosos capazes de arrastar consigo,
durante a decantação, as partículas finas existentes em suspensão, como por exemplo na
clarificação de águas, na qual é muito utilizado sais de alumínio (sulfato de alumínio) e de
ferro.
Agentes tensoativos: decantam arrastando consigo os finos de difícil decantação.
Polieletrólitos: são polímeros de cadeias longas com um grande número de pontos ativos nos
quais as partículas sólidas se fixam, formando flocos.
A escolha do melhor floculante deve ser feita experimentalmente para cada caso específico.
Classificação dos tipos de
sedimentadores
Os decantadores mais comuns são:
a) de rastelos;
b) helicoidal;
c) ciclone separador;
d) hidroseparador;
Quanto ao objetivo da sedimentação, os decantadores podem ser classificados em:
clarificadores ou espessadores.
Decantadores para sólidos
grosseiros
É uma operação mais simples de conduzir do que a sedimentação de partículas finas.
Pode ser realizada em tanques de decantação operando em batelada ou em processo contínuo.
As partículas podem ser retiradas pelo fundo do decantador e o fluido um pouco acima, ou
ambos pelo fundo, através de manobras adequadas.
Não permitem a classificação dos sólidos pelo tamanho.
Quando a classificação é necessária, utilizam-se decantadores contínuos.
Os modelos mais comuns de decantadores contínuos são: decantador de rastelos,
decantador helicoidal, ciclone separador e hidroseparador.
Decantador de rastelos
A suspensão é alimentada num ponto
intermediário de uma calha inclinada.
Um conjunto de rastelos arrasta os grossos
(decantados facilmente), para a parte
superior da calha.
Devido à agitação moderada promovida
pelos rastelos, os finos permanecem na
suspensão que é retirada através de um
vertedor que existe na borda inferior da
calha.
Decantador helicoidal
Semelhante ao decantador de rastelos
A suspensão é alimentada num ponto
intermediário de uma calha semicircular
inclinada.
A helicóide arrasta continuamente os
grossos para a extremidade superior da
calha.
O movimento lento promovido pelo
mecanismo transportador evita a
decantação dos finos, que permanecem
na suspensão sendo retirada através de
um vertedor.
Ciclone separador
A alimentação é feita tangencialmente na
secção superior cilíndrica do ciclone por meio
de uma bomba.
Os finos saem pela abertura existente na parte
superior e os grossos saem pelo fundo da parte
cônica inferior, através de uma válvula de
controle.
O ar carregado de pó percorre um caminho em
espiral em torno de e para fora do cano do
ciclone .
A força centrífuga desenvolvida no vórtice
tende a deslocar radialmente as partículas para
a parede, de modo que aqueles que atingem a
parede deslizam para baixo para dentro do
cone.
O ciclone é essencialmente um dispositivo de
hidroseparador
O mais conhecido é um tanque
cilíndrico com fundo cônico e
equipado com rastelos que giram
lentamente.
Decantador para sólidos finos
A decantação de sólidos finos pode ser
feita sem interferência mútua das
partículas (decantação livre) ou com
interferência (decantação retardada).
O tipo de decantação, de modo geral,
depende da concentração de sólidos na
suspensão.
A velocidade de decantação pode ser
calculada através de correlações
empíricas para a decantação retardada e
pelas leis de Stokes e Newton.
Decantador em batelada
Decantador para sólidos finos
Peso .d 3p
Vol
6
2
Cd . . Ap .V
p .g .Vol .g .Vol
2
.( p ).g .d p ³
V
3. .Cd
Determinação da velocidade
terminal de uma partícula
Lei de Newton
24 24.
4.( p ).g.d p
Cd
V Re V .d p .
3. .Cd
2
g .( p ).d p Lei de Stokes
V
18.
Determinação da velocidade de
sedimentação
A velocidade de sedimentação u é determinada traçando uma reta tangente à curva gerada
através de um ensaio de decantação num dado momento. A inclinação da curva nos dá:
Ensaio de decantação
Dimensionamento de clarificadores
O projeto de decantadores se baseia na curva de decantação, que é obtida através de um ensaio
de decantação com uma amostra da suspensão diluída a ser clarificada.
Cada partícula decanta com velocidade proporcional ao seu tamanho e a clarificação vai
progredindo, mas não há uma linha nítida de separação entre a suspensão e o líquido
clarificado.
A única separação nítida é entre o sedimento sólido depositado no fundo e o resto da
suspensão. Este comportamento é típico das suspensões diluídas.
Deve-se usar um coeficiente de segurança de 100% ou mais para atender uma série de fatores
imprevisíveis, como: escoamentos preferenciais, diferenças locais de temperatura que causam
turbulência e consequentemente reciclagem dos sólidos, os distúrbios causados por variações
bruscas das condições de operação (alimentação ou retirada de lama ou o escorregamento de
grandes massas de lama) e algumas vezes até mesmo reações químicas e pequenas explosões
decorrentes da decomposição de compostos.
Sedimentação Discreta
1
Vh
H 2 Vs
B
L Vh .t Vh . H Q
VS Vh
H VS .t L B.H
1
Vh
H 2 Vs
B
Vh . H
VS Q.H Q Q
L VS VS
Q B.H .L B. L As
Vh
B.H
Sedimentação Discreta
1 Vs q
Vh
H 2 Vs
B
Q Q Q Taxa de escoamento
VS q superficial
B . L As As
Partículas com Vs superiores a q serão removidas durante o
processo de sedimentação gravitacional
Dimensionamento de clarificadores
A área de decantação S (m2) é obtida a partir de dados experimentais podendo ser calculada
pela equação:
QA
S
u
QA = vazão volumétrica da suspensão alimentada (m3/h)
u = velocidade de decantação (m/h)
Dimensionamento de Espessadores
Decantações de soluções concentradas
Evolução da decantação com o tempo
I - líquido claro A
II - zona de decantação B
QC Q Q E
Q QE
u
S
Balanço de materiais do sólido considerando: que o sistema opera em regime permanente e
não há arraste de sólidos:
Q A C A Q C QE C E
Q QE
Para determinar a área temos: S
u
H=V/S
V = volume do sedimentador (m3)
S= área de decantação (m2)
QA C A s
V (t E t c )
s m
Logo:
Em que:
Vazão mássica do sólido : QA.CA
Vazão volumétrica de sólido : QA.CA / ρS
Tempo de residência do sólido na zona de compressão .. tE - tC
área do sedimentador... S
Densidades do sólido, líquido e média (ρs, ρ, ρm)
Aplicações industriais
Produção de vinho: após a prensagem, o mosto deve ser clarificado por sedimentação,
filtração ou centrifugação com o objetivo de remover os sólidos. Na sedimentação o mosto é
resfriado a 15ºC e deve repousar entre 12 a 48 horas;
GEANKOPLIS, C. J. Transport Process and Unit Operations. 4 Ed. Editora: Prentice Hall
International Editions, 2003;
MCCABE, Warren L.; SMITH, Julian C.; HARRIOT, Peter. Unit operations of chemical
engineering. Boston: McGraw-Hill, 2005
SHREVE, R. N.; BRINK Jr, J. A. (1980) “Indústrias de Processos Químicos” – Ed. Guanabara
Dois S.A., Rio de Janeiro – RJ, 4ª edição.