Unidade 1 - CIENCIA POLITICA

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CIÊNCIA POLÍTICA

12º ANO
• Apresentação
• Conteúdos Programáticos
• Competências
• Avaliação
Ciência Política – 12º

Introdução:
• perspectiva geral sobre os temas do Programa (Competências: Saber / Saber-
Fazer/ Saber-Ser);
• Avaliação diagnóstica;
• a especificidade da disciplina, os seus múltiplos ramos e a sua relação com outras
disciplinas.
Competências:

Competências relativas ao saber:


- Caracterizar, nos seus traços gerais, a Ciência Política e o campo da atividade política;
-  Relacionar a Ciência Política com outras ciências e áreas do saber;
-  Relacionar a política com a vida em sociedade;
Ciência Política – 12º

-  Identificar e caracterizar as principais teorias políticas;


-  Problematizar ideologias e soluções políticas;
-  Refletir de modo sistemático e crítico sobre a Política.
Competências:

Competências relativas ao saber-fazer:


-  Ler e interpretar diferentes tipos de documentos relativos aos temas da disciplina;
-  Aplicar os principais conceitos e os instrumentos de análise específicos da Ciência
Política na análise de novas situações / problemas;
Ciência Política – 12º

-  Confrontar diferentes opiniões, reflectindo criticamente sobre elas;


-  Fundamentar as perspectivas pessoais;
-  Construir textos fundamentados e coerentes;
-  Utilizar técnicas de pesquisa, de tratamento e de apresentação da informação.
Competências:

Competências relativas ao saber-ser:

-  Colaborar nas tarefas propostas de forma responsável;


-  Respeitar opiniões diferentes;
Ciência Política – 12º

-  Respeitar as normas e os valores democráticos;


-  Adoptar atitudes de tolerância, de solidariedade, de cooperação e de não-
discriminação.
Avaliação
O processo de avaliação deve acompanhar o processo de ensino-aprendizagem e deve
orientar-se por um conjunto de princípios fundamentais:
-  Partir de uma avaliação diagnóstica rigorosa;
-  Privilegiar a avaliação formativa, fazendo coincidir as tarefas e atividades de
avaliação com as tarefas e atividades de ensino-aprendizagem;
-  Diversificar os instrumentos de avaliação: além dos testes escritos e da
Ciência Política – 12º

participação
oral, o professor avaliará os trabalhos à medida que forem realizados nas aulas,
assim como os comportamentos e as atitudes;
-  Promover a participação dos alunos na avaliação, mediante a informação rigorosa
sobre, por um lado, os objetivos e os resultados de cada um dos instrumentos e das
fontes de avaliação e, por outro, as dificuldades a superar e o nível de desempenho
atingido;
-  Valorizar a progressão na aprendizagem;
-  Motivar os alunos para a superação das suas dificuldades e elaborar os respetivos
instrumentos de apoio.
.
Principais instrumentos e fontes de avaliação:
-  Grelhas de observação dos comportamentos, elaboradas com o objetivo de aferir
níveis de autonomia, sentido de responsabilidade e respeito pelos valores
democráticos;
-  Grelhas de registo da participação oral: livre iniciativa na participação, capacidade
de argumentação, coerência;
-  Testes escritos de tipo diagnóstico, formativo e sumativo;
Ciência Política – 12º

-  Trabalhos escritos realizados nas aulas quer individualmente, quer em grupo;


-  Trabalhos realizados fora do contexto de aula: fichas, pesquisas de livros, jornais e
revistas, pesquisas na Internet, entre outros.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Natureza da avaliação diagnóstica:

Dado o carácter de iniciação desta disciplina, propõe-se que a avaliação diagnóstica a


realizar no início da Unidade I – Introdução, seja escrita e verse, pelo menos, os seguintes
aspectos:
-  Conhecimentos de História: movimentos de Reforma e Contra-Reforma, Revoluções
Liberais (Inglesa, Americana, Francesa e Portuguesa), História dos Direitos Humanos,
Ciência Política – 12º

História Política do século XX, nomeadamente 1a e 2a Guerras Mundiais, a difusão dos


regimes democráticos, o fim dos regimes colonialistas, a ascensão e queda do chamado
Bloco de Leste. História de Portugal, nomeadamente o regime salazarista, o 25 de Abril
de 1974 e a adesão à União Europeia;
-  Conhecimentos adquiridos em Filosofia: noções de cultura, normas, valores, Ética,
Direito, Política, Estado, sociedade civil, leis, liberdade, igualdade, equidade, justiça
social, consciência cívica, direito à diferença;
-  Conhecimentos de vocabulário específico da Ciência Política;
-  Competências linguísticas / argumentativas: domínio da língua portuguesa e
capacidade de argumentação.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
UNIDADE 1

Introdução:

• A diversidade do Campo da Ciência Política: Os diferentes ramos da disciplina.


Ciência Política – 12º

Algumas disciplinas afins. (Conhecer os principais temas do Programa de Ciência


Política e os objetivos gerais da disciplina).
Política (definição)
Atividade humana que tem por objecto a conquista, a manutenção e o exercício do poder,
no âmbito do Estado.
Ciência Política – 12º

Ciência Política (definição)

Sinteticamente pode dizer-se que Ciência Política é o estudo científico da Política.


São ciências políticas os ramos do saber que direta ou indiretamente digam respeito ao
Estado e aos fenómenos de poder que se produzam no Estado ou fora dele.
A ciência política é a disciplina que se ocupa de estudar os problemas do Estado e do
poder político na atualidade, através da observação dos factos e da sua explicação.
A Ciência Política tem um campo próprio de investigação, devidamente estabelecido, e um campo que
partilha com outras ciências sociais.

Os estudos de Ciência Política nascem da necessidade de analisar os fenómenos políticos por um ângulo de
visão diferente do da Ciência do Direito e do da Filosofia. O Direito permite-nos conhecer as normas, a
Filosofia coloca-nos perante os valores. A Ciência Política revela-nos os factos, as situações, as realidades
da vida quotidiana.
Ciência Política – 12º

Em 1948 a UNESCO estabeleceu um quadro de rubricas como campo de estudo da Ciência Política:

1. A Teoria Política - distingue-se da filosofia política por não ser normativa. Recusa o juízo de valores mas
faz questão de formular hipóteses sobre os factos. Insere-se também ao nível da Teoria Política a História
das Ideias Políticas.

2. As Instituições Políticas - estudo monográfico do governo central e dos gover- nos locais, da
administração pública. Consiste na observação e análise das diver- sas funções assumidas por essas
instituições. O interesse do politista reside em conhecer as práticas concretas e os jogos das forças sociais
que produzem essas práticas.

3. Partidos, Grupos e Opinião Pública - estuda e analisa os partidos políticos, os grupos e associações; a
participação no governo e na administração; a opinião pública.

4. As Relações Internacionais – aqui se incluem a política externa dos Estados, o estudo das organizações
internacionais e dos mecanismos a que estão sujeitas.
Perante a definição estabelecida, a Ciência política divide-se em 2 ramos:
Ciência Política Interna ou do Estado e Ciência Política Internacional :
Apesar das delimitações referidas a Ciência Política é “necessariamente multidimensional”,
assemelhando-se quase a uma confederação de disciplinas com os seus investigadores a
surgirem de áreas ligadas à História, Sociologia, Direito, Antropologia, Economia, etc, sem
Ciência Política – 12º

que exista rigidez nas metodologias aplicadas.


No entanto, para encontrar a óptica própria da Ciência Política impõe-se distingui-la da
visão normativa, jurídica, ética ou instrumental.
A Ciência Política deve incluir sempre três dimensões de análise do estudo do poder ou
sistema político:
1ª)Forma (como se apresenta);

2ª) Sede (onde reside);


3ª) Ideologia (forma de atuação).
EM FORMA DE SÍNTESE:

A Ciência Política é:


A teoria e a prática da política e a descrição e análise dos sistemas políticos e do
comportamento político.

A Ciência Política abrange:


Ciência Política – 12º

Os diversos campos do conhecimento humano, com vistas a melhor entender os fatos,


teorias, comportamentos e sistemas políticos.

A Ciência Política utiliza metodologias como:


Interpretacionalismo, estruturalismo, behaviorismo, racionalismo etc.
Pesquisas em documentos históricos, registros oficiais etc.
Artigos académicos, pesquisas de campo, análise estatística etc.
Prismas de análise da Ciência Política

Pelo Prisma filosófico, a Ciência Política estuda os factos, as instituições e as ideias.


a) Considerando o passado: como foram ou deveria ter sido.

b) Compreendendo o presente: como são ou devem ser.


Ciência Política – 12º

c) Projetando o futuro: como serão ou deverão ser.

Pelo prisma sociológico, a Ciência Política é a teoria do Estado, pois o Estado é fenómeno
social por excelência.
Pelo prisma jurídico, é o estudo do Direito Político. Nisto, como diz Kelsen, o Estado
pertence ao mundo do “dever ser”. A força coercitiva do Estado significa o grau de eficácia da
regra do direito, ou seja, a norma jurídica. O Estado é a organização do poder
Utilidade da Ciência Política:

• A utilidade da Ciência Política baseia-se na existência de uma disciplina que consiga


sistematizar os processos, movimentos e instituições políticas, isto é, os fenómenos
políticos.

• Ajuda, através dos seus instrumentos analíticos e teorias a uma melhor compreensão
Ciência Política – 12º

dos sistemas políticos e seu aperfeiçoamento.

• Permite aos cidadãos mais esclarecidos intervir na legitimação do poder e participar


de forma ativa na vida política dos Estados.
Ciência Política (um pouco de história)

Aristóteles (C.384-322 A.C.)


Considerado o fundador da Ciência Política, Aristóteles no seu tratado Política
analisa a realidade dos regimes políticos e sistemas de governo, propõe uma
tipologia das formas políticas que considera “sãs” (monarquia, aristocracia,
Ciência Política – 12º

república) e estuda os desvios que elas podem sofrer, transformando-se em


formas “políticas degeneradas” (tirania, oligarquia, demagogia).
A “Política” Contém um vasto leque de informações sobre a cultura clássica e
variadíssimos pontos para reflexão sobre problemas políticos, éticos e sociais.

Ao longo dos oito livros que compõem a "Política", Aristóteles descreve a


sociedade humana representada no conceito de cidade-estado e compara-a
com outras formas de organização conhecidas à época. Para além disso,
analisa comparativamente diferentes regimes políticos, confrontando as suas
vantagens e desvantagens.
O QUE
LEGITIMA A
AUTORIDADE
Aristóteles
(c. 385-322 a.C.)
DO ESTADO?

A natureza do ser humano


Ciência Política – 12º

apenas se realiza através


da organização
comunitária e política. O
Estado é a forma mais
perfeita e acabada da
organização comunitária e
política. É para ele que
tendemos naturalmente.
«O homem é um animal político»

• Na perspetiva de Aristóteles, o Estado e o poder político


Ciência Política – 12º

surgem naturalmente. Os seres humanos associam-se


naturalmente, primeiro em famílias, depois em aldeias e,
por fim, em cidades (Estados).

• O Estado é o culminar de um processo natural e o fim


para o qual tendem naturalmente todas as anteriores
formas de associação.
«O homem é um animal político»

Família Aldeia
• As pessoas juntam-se naturalmente para • Resulta da reunião natural de
Ciência Política – 12º

formarem famílias. É a forma de várias famílias.


associação originária.

Cidade ou Estado
• Forma mais elevada de comunidade e primeira comunidade autossuficiente.
• É o fim superior para o qual tendem naturalmente as anteriores comunidades.
• Existe por natureza e é o melhor e o mais completo dos bens.
• Só no seu interior é possível aos seres humanos realizarem o seu potencial.
«O homem é um animal político»
• Aristóteles considera que só no interior do
Estado, enquanto forma perfeita de associação, é
Ciência Política – 12º

possível aos humanos realizarem a sua natureza


intelectual e moral e conquistarem a vida boa.

• Aquele que por natureza for autossuficiente e não


sentir necessidade de se associar não é humano.
Será ou um bicho (infra
-humano, incapaz de usar a palavra) ou um deus
(sobre-humano).
Ciência Política (um pouco de história)

Globalmente, Aristóteles defende que a natureza de qualquer objeto está na sua


finalidade (telos). Desta forma, a natureza do ser humano só pode ser encontrada
na comunidade social e política, porque o "Homem é naturalmente um animal
Ciência Política – 12º

político".

Aristóteles, no livro II, critica os regimes socialistas e comunistas, porque na sua


ótica existem duas coisas que fazem com que os seres humanos sintam solicitude
e amizade exclusiva: a propriedade e a afeição. Daí, propriedade comum de bens
é contrária à noção de individualidade que a propriedade privada acarreta
consigo. A propriedade privada é, para Aristóteles, um bem necessário à
felicidade do indivíduo.
Ciência Política (um pouco de história)

• Na "Política", Aristóteles defende também a pluralidade das


formas de governo, uma vez que os seres humanos, embora
partilhando a natureza, buscam a felicidade de formas
Ciência Política – 12º

diferentes: se todas buscassem a felicidade da mesma forma


legitimar-se-ia uma única forma de governo. Apesar de
defender a existência de várias formas de governo, Aristóteles
inclina-se para governos assentes nas classes médias, com
uma constituição que defenda o bem comum e a propriedade
privada.
«O homem é um animal político»
Aristóteles, Política, Lisboa,
Vega, 1998.
Ciência Política – 12º
NICOLAU MAQUIAVEL
(1469-1527)

Quando queremos dizer que


alguém é ardiloso, astuto ou
Ciência Política – 12º

pérfido, costumamos dizer que é


maquiavélico. O adjetivo nã o é
nada lisonjeiro, mas o
responsável por ele é um dos
filó sofos mais importantes da
histó ria da filosofia política.
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
nasceu em Florença, na época do
Renascimento.
NICOLAU MAQUIAVEL
(1469-1527)

Durante o período medieval, o poder político


era concebido como presente divino. Os
teólogos elaboraram suas teorias políticas
baseados nas escrituras sagradas e no direito
Ciência Política – 12º

romano. No período do Renascimento, os


clássicos gregos e latinos influenciaram o
pensamento político. Maquiavel, no entanto,
elaborou uma teoria política totalmente inédita,
fundamentada na prática e na experiência
concreta. "O Príncipe" sintetiza o pensamento
político de Maquiavel. A obra foi escrita durante
algumas semanas, em 1513, durante o exílio de
Maquiavel, que tinha sido banido de Florença,
acusado de conspirar contra o governo. Mas só
foi publicada em 1532, cinco anos depois da
morte do autor.
NICOLAU MAQUIAVEL
(1469-1527)
Ciência Política – 12º

No século XVI, Maquiavel mostrou-se preocupado com a criação de um governo eficaz, que unisse e secularizasse
a Itália.

Através de sua obra “O Príncipe”, defende um príncipe ou dirigente de governo sem preocupações morais e éticas,
um dirigente que não olha a sensibilidades para atingir seus fins.

A Política era, assim, a arte de governar, ou seja, uma técnica que permitia ao dirigente ou governante alcançar os
fins independentes dos meios. Estes fins diziam respeito aquilo que era pessoal e não geral.

Usou o método comparativo-histórico, fazendo a comparação entre dirigentes da sua época e de épocas
anteriores.
Introduziu e reforçou a importância do Estado.
Jean Bodin
(1530-1596)

No século XVI, Bodin escreveu “República”. Obra que era uma


sistematização e explicação dos fenoómenos políticos.
Ciência Política – 12º

Deu relevância à ideia de soberania do Estado.

Jean Bodin considera que o Estado está divido em ordem interna e


ordem externa; e apenas considera um Estado soberano, se este for
superior nestas duas dimensões.

O Rei não está sujeito a condições postas pelo povo; todo o poder
do Estado pertence ao Rei e não pode ser partilhado com mais
ninguém (clero, nobreza ou povo).

A soberania manifesta-se, principalmente, pela constituição de um


sistema de normas jurídicas capaz de estabelecer as pautas
fundamentais do comportamento humano.
Montesquieu
(1689- 1755)
No século XVIII, Montesquieu, em pleno Iluminismo, difunde ideias políticas que têm por base a ação
humana.
Este posicionamento surge como alternativa às ideias de Aristóteles, chamando a atenção para a “natureza
das coisas” a partir de suas idiossincrasias, ou seja, pelo conjunto de ações e modo próprio de um
Ciência Política – 12º

determinado grupo social.

O despotismo deveria ser afastado pois, na República o poder pertence ao


povo ou à parcela esclarecida deste; na monarquia o poder pertence ao
monarca, ao passo que no despotismo o poder pertence a um indivíduo,
que governa sem honra e utiliza o terror e a violência como forma de
governo.
Para não se cair no despotismo, Montesquieu idealiza a separação
institucional do poder a fim de que este não caia na mão de uma só
pessoa.
Augusto Comte
(1798-1857)
Ciência Política – 12º

Reconhecido como sendo o pai do Positivismo. Uma doutrina filosófica, sociológica e política, surgida
como desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do
nascimento da sociedade industrial.

De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada
através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as
crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o
progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.
Este Positivismo propunha à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente
a Teologia e a Metafísica (embora incorporando- as numa filosofia da história). Assim, o positivismo
associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical.

Redigiu o Sistema de política positiva entre 1851 e 1854, no qual expôs algumas das principais
Ciência Política – 12º

consequências de sua concepção de mundo não-teológica e não-metafisica, propondo uma interpretação


pura e plenamente humana para a sociedade e sugerindo soluções para os problemas sociais.
Karl Marx
(1818-1883)
Ciência Política – 12º

Marx (século XIX) introduziu uma nova perspectiva de abordagem dos fenómenos políticos e de poder,
uma vez que fez uma análise do ponto de vista económico e social.

Segundo Marx, o fenómeno politico e uma consequência das relações de produção e o regime politico era
o reflexo da organização das forças produtivas.

As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como marxismo
- afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe
burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão de obra para a produção.
Marx apelidou o capitalismo de "ditadura burguesa”. Previu que,
Mudança social trazida pelo comunismo natural segundo
assim como os sistemas socioeconómicos anteriores, o Marx

Ao longo da história, a divisão entre proprietários e não


capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua proprietários esteve na origem de todos os conflitos
sociais
auto-destruição e substituição por um novo sistema: o
Ciência Política – 12º

Comunismo primitivo: o estilo de vida dos caçadores-


recolectores; tecnologia muito simples e posse colectiva
socialismo.
Antiguidade: ordem social baseada na divisão entre
proprietários e escravos
Argumentou que uma sociedade socialista seria governada pela
Feudalismo: modo de produção baseado na agricultura.
classe trabalhadora a qual ele chamou de "ditadura do Proprietários de terras e servos

Capitalismo: modo de produção industrial caracterizado


proletariado", o "estado dos trabalhadores" ou "democracia dos pela divisão entre burguesia e proletariado

trabalhadores" .
Ciência Política – 12º

“ A desvalorizaçã o do mundo humano


aumenta em proporçã o direta com a
valorizaçã o do mundo das coisas.

Karl Marx
- Resposta, pelos alunos, ao teste de The Political Compass e debate
dos resultados.
https://www.politicalcompass.org/test

Após o resultado obtido, cada aluno:


Ciência Política – 12º

• deverá escolher uma personalidade, pesquisar de forma a fazer a sua apresentação tendo em conta o lugar que
a mesma ocupa no certificado: esquerda/direita; autoritário ou liberal.
• Depois da pesquisa feita, o aluno deverá apresentar 2 aspetos que o aproximam (concorda) e 2 que o afastam
(discorda) em relação à personalidade escolhida.

• O trabalho deverá ser apresentado à turma.

Mais tarde iremos repetir o teste e aferir os resultados.


Exercício:

1. Porquê Ciência Política e não Ciências Políticas?


2. Indique os elementos constitutivos do Estado.
Ciência Política – 12º

3. Relacione entre si os elementos constitutivos do Estado.


4. Relacione a frase “O Estado é o detentor do monopólio da coação
física legítima” com o exercício do poder político.
Exercício:
1. Porquê Ciência Política e não Ciências Políticas?
A designação “Ciência Política” é preferível porque, embora esta disciplina se cruze com muitas outras
disciplinas científicas e possua uma enorme variedade de ramos, forma uma unidade temática e é um
campo de estudo independente dessas outras áreas. A Ciência Política estuda a Política como atividade
humana orientada para a conquista do poder e relativa às opções que o Homem tem de fazer para
ordenar a vida social.
Ciência Política – 12º

2. Indique os elementos constitutivos do Estado.


O Povo, Território e o Poder.
3. Relacione entre si os elementos constitutivos do Estado.
O Povo exerce o poder político sobre o território ( são todos os cidadãos quer naturais, quer residentes);
O território é o espaço físico sobre o qual o povo exerce o poder;
O poder político é o exercício da coação legítima dentro do espaço territorial.
4. Relacione a frase “O Estado é o detentor do monopólio da coação física legítima” com o exercício do
poder político.
O exercício do poder político consiste no uso da força para impor a vontade (soberana) do povo. Como tal
só o Estado detém o poder de decidir sobre avida e a morte dos homens e sobre a sua liberdade, só ele
pode obter a seu favor o trabalho obrigatório dos homens e só ele tem o poder de decidir sobre a
propriedade dos homens.
 1. A CIÊNCIA POLÍTICA
 
1.1.Noções de Poder, de Política e de Ciência Política
 
Poder: “O poder é a faculdade (capacidade) de mandar e a capacidade de se fazer
Ciência Política – 12º

obedecer.”, Marcello Caetano


 
Politólogos: “São os ‘cientistas’ da Política”, Carlos Henriques
 
Política: “A Política é a atividade humana de tipo competitivo, que tem por objeto a
conquista, a manutenção e o exercício do poder na sociedade.”, Freitas do Amaral
 
- “Política é a arte de governar.”, Carlos Henriques
- Política deriva de “pólis”, que significa cidade-estado em Grego. Atenas não foi
das maiores cidades-estado gregas, mas foi das mais importantes, pois esta é o
berço do “Dermostatus”, da Democracia! (apesar de em Atenas só 10% da
população votar e ser politicamente ativa, contrastando com o sufrágio universal
da democracia moderna)
 
Ciência Política – 12º

- Política é conflito de ideias e opiniões, implicando oposição, pois não haveria


política se todos pensassem da mesma maneira.
 
Ciência Política: “Ciência Política é a disciplina que estuda os problemas do poder
na atualidade, através da observação dos factos e da sua explicação racional
mediante conceitos.”, Freitas do Amaral
 
- O termo “Ciência Política” foi utilizado pela 1ª vez no final do século XIX, em
1880, por Herbert Adams!
Ciência Política: “Ciência Política é a
disciplina que estuda os problemas
do poder na atualidade, através da
observação dos factos e da sua
Ciência Política – 12º

explicação racional mediante


conceitos.”, Freitas do Amaral
 
- O termo “Ciência Política” foi
utilizado pela 1ª vez no final do
século XIX, em 1880, por Herbert
Adams!
1.2.Os campos da Ciência Política e a sua Interdisciplinalidade
 
- A Ciência Política é auxiliada por múltiplas ciências, a saber: o Direito, a Filosofia, a História,
a Geografia, a Sociologia, a Psicologia, etc.
 - Estas ciências são ciências auxiliares à Ciência Política no trabalho do analista político.
Ciência Política – 12º

 - A Ciência Política abrange


vários campos, tais como:
· as Relações
Internacionais;
· a Ideologia (crença
política);
· o Direito Público;
·  a Filosofia Política;
·  a Filosofia Ética;
·....
Ciência Política – 12º
Ciência Política – 12º
1.3.Metodologia da Ciência Política
 
- A Ciência Política é uma Ciência Social (humana), cujo objeto é o poder.
 
- A sua Metodologia = moddus operandi = modo de operar (pois tem de haver um método) é:
Ciência Política – 12º

analisar, interpretar, recomendar/elaborar sugestões, isto é, faz a análise e interpretação de


fontes/dados, através de:

·Documentos primários – fontes originais


·Documentos secundários – documentos modificados, que traduzem opiniões. Ex: crónicas.
 
- Espírito crítico é essencial! E deve ser posto em prática por meio de críticas construtivas..
 
- Comparação:     Historiador – olha para o passado;
                             Analista Político – olha para o presente e apresenta soluções para o futuro.
Ciência Política – 12º
Ciência Política – 12º
1.4.O objeto da Ciência Política
 
A Ciência Política possui dois objectos:
·         PODER (no geral)
Ciência Política – 12º

·         ESTADO
 
- Lobby (Hall), a chamada “corrupção”, é um grupo de pressão; é legal nos E.U.A.
 Grupo de Pressão: grupo de interesses que procura influenciar as decisões políticas.
- Estado é a estrutura de um país (o “esqueleto”); neste, o poder é mais amplo. E a
Ciência Política ocupa-se do estudo de todas as manifestações de poder (nível local,
etc).
 
- O Cientista Político/Politólogo:
·         Analisa dados;
·         Está ao serviço da sociedade/acessoria ou conselheiros;
·         Participa;
·         Caracteriza-se pela sua imparcialidade;
·         É pragmático (prático).
Ciência Política – 12º

 
- Bismarck (estadista alemão)-> real politik = ser realistas, ser práticos = PRAGMATISMO!
 
Pragmatismo: ter princípios e abdicar deles em várias situações; esquecermos os nossos ideais,
abdicarmos deles e ser práticos, arranjar soluções; marcar posição.
 
- O político deve manter a integridade na mesma, se for pragmático.
 
- Por vezes, um político deve fazer algo que é para o bem geral, mesmo que isso vá contra os seus
ideais, pois tem o dever de usar o poder político para governar em nome do país e não do seu prazer.
 
- “O mundo é feito de pessoas e as pessoas não são perfeitas.”, Carlos Henriques
 
- Honestidade é importante => coerência!
1.5.Politólogos: Aristóteles, Maquiavel, Bodin, Locke, Montesquieu, Tocqueville e Marx
 
- Vários politólogos contribuíram para a Ciência Política, devido à visão que tinham, como
Aristóteles, Maquiavel, Bodin, Locke, Montesquieu, Tocqueville e Marx.
 
Ciência Política – 12º

                        ARISTÓTELES (384-322 A.C.)


- Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão, e o maior sábio da Grécia Antiga.
Como filósofo, era conhecedor de todos os campos do saber.
 
- É considerado o Pai da Ciência Política, isto é, o seu fundador e o seu primeiro
Politólogo, tendo dito: “Política é a ciência maior.” Por maior entende-se a mais
importante, melhor, mais digna. Por isso, podemos afirmar que a Ciência Política é uma
ciência com quase 2400 anos!
- Obra que mais se destaca: “A Política”, na qual introduziu um método de estudo, de análise e de
classificação e estabeleceu uma analogia entre
Estado São (saudável/bem geral), como
                        1. Monarquia: Poder concentrado numa pessoa (rei) que governa para o bem/interesse geral.
                        2. Aristocracia: Poder concentrado num grupo restrito de pessoas para o interesse geral.
Ciência Política – 12º

                        3. República: Governada pela multidão para o bem de todos, para o interesse geral.


 
Estado Depravado, como
                         1. Tirania; Forma depravada de Monarquia (degenera desta); O monarca governa para seu
prazer, esquecendo o interesse dos seus súbditos.
                         2. Oligarquia: Provém de “oligói”, palavra grega que significa “mais ricos”; degenera de
Aristocracia; Grupo restrito governa para os mais ricos.
                         3. Democracia: Degenera de República; Multidão governa apenas a favor dos mais pobres
(povo beneficia).
                         4. Demagogia: Degenera de Democracia; Pessoas entregues à depravação do próximo.
                        NICOLAU MAQUIAVEL  (1469-1527)
- Nicolau Maquiavel foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento.
- É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, tendo escrito sobre o
Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser. O seu pensamento foi mal
interpretado historicamente e as opiniões contraditórias sobre o seu trabalho adjetivaram-no muitas
Ciência Política – 12º

vezes com o adjetivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, que significa esperteza, astúcia.
- Obra principal: “O Príncipe” (escrito em 1513 e publicado em 1532), escrito sobre Lourenço de Médicis,
um manual de como governar; nesta obra, lança as bases da amoralidade política, pois “o príncipe”
deveria ser como um leão (temeroso) e como uma raposa (astuto).
- A partir desta obra, Maquiavel foi o introdutor do Princípio da amoralidade política, em que o
governante não se deve limitar por princípios morais e éticos, sendo que tudo o que for necessário para
manter o poder será legítimo, isto é, os fins justificam os meios, defendendo a razão de Estado (o
interesse e a razão de Estado são decisivos) e a criação de um sistema político-filósofo. Para ele, o
governante devia ser leão (brutal), temido, e raposa (manhoso).
- Maquiavel introduziu, no seu estudo, a comparação histórica, fazendo referência a exemplos anteriores
e contemporâneos. Ex: Júlio Cesar; Lourenço Médicis.
JEAN BODIN (1530-1596)
- Jean Bodin foi um jurista, membro do Parlamento de Paris,  professor de Direito em Toulouse
e pensador francês do séc. XVI.
 
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- Obra mais importante: “A República”(1576), onde fala em Absolutismo e soberania pela primeira
vez! Teve uma contribuição deveras importante para a Ciência Política!!
 
- Este autor foi o principal teórico do “Absolutismo Régio” e introduziu os conceitos de soberania e
de Estado soberano (o Estado que, na ordem interna, não tem um poder que se lhe iguala e que, na
ordem externa, não tem um poder que o superiorize).
 
- Mais uma vez, este autor utiliza o Método Comparativo Histórico, isto é, compara realidades
históricas e antigas.
                        JOHN LOCKE (1632-1704)
- John Locke foi um filósofo inglês, ideólogo do liberalismo, considerado o principal representante do
empirismo britânico e um dos principais teóricos do Contrato Social.

- Rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que as nossas ideias tinham origem no que era captado
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pelos sentidos, contrariando Descartes. A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a
origem das concepções modernas de identidade e do “self”, o “si mesmo”, através de uma continuidade
de consciência. Em suma, Locke acreditava que todos nascemos sem ideias inatas e que o conhecimento
é determinado apenas pela experiência sensorial.

- Obra primária de Política: “Dois Tratados sobre o Governo”(1690), levando à queda de Jaime I, onde
criticou a tradição, que afirmava o poder divino dos reis, e expôs a sua teoria do Estado liberal e
a propriedade privada. Defendia a tese de que todos os homens nascem livres e iguais, a ideia de um
governo limitado, assim como a existência de um contrato entre governantes e governados, com base no
livre consentimento – o Contrato Social.
- Teorizou (defendeu) a separação dos poderes em vários, esquecendo-se do poder judicial:
·         Poder legislativo => cabe ao povo
·         Poder executivo => cabe ao rei
·         Poder confederativo ou das relações internacionais => cabe ao governo
·         Poder discricional => cabe ao governo nos casos não previstos na lei
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- Locke foi o legitimador da “Glorious Revolution”, ao justificar a deposição do Rei Inglês,
pelo Direito de Resistência à opressão.
CHARLES DE MONTESQUIEU (1689-1755)

- Montesquieu foi um político, filósofo e escritor francês. Teve uma formação iluminista e revelou-se

um crítico à monarquia absolutista e do clero.


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- Obra mais relevante para a Ciência Política: “O Espírito das Leis”(1748), no qual:

            1. Idealizava um “Governo não corrupto”. Teorizou a separação tripartida dos poderes: poder

legislativo (assembleia parlamentar), poder executivo (monarca/regente) e poder judicial (juízes e

magistrados). Assim, havia uma distribuição equilibrada dos poderes, sem corrupção, no sentido de

garantir a liberdade política dos cidadãos. Era, portanto, preocupado com a não corrupção de um

poder, salvaguardando a sua independência. Esta separação é atualmente consagrada em muitas

constituições.

           
            2. Considerava 3 tipos de governo:
                                 » República (governo bom), no qual o povo é soberano;
                                 » Monarquia (governo bom, o que prefere!), no qual um só, o rei, governa mas
mediante leis estáveis;
                                 » Despotismo (governo mau), no qual um só, sem lei e sem regras, subordina
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tudo à sua vontade e aos seus caprichos.

            3. Classificou classificou as formas de governo, dividindo em formas puras de governo e


formas impuras de governo:
  1.      As formas puras de governo são 2.      As formas impuras de governo são

a.       Monarquia – governo de um só a.       Tirania – corrupção da Monarquia


b.      Aristocracia – governo de vários b.      Oligarquia – corrupção da
c.       Democracia – governo do povo Aristocracia
c.       Demagogia – corrupção da
Democracia
- Em suma, era defensor:
                  » ...de uma monarquia limitada, opondo-se ao absolutismo – especificamente de uma
Monarquia Parlamentar (modelo inglês)
                  » ....da limitação pelo Direito
                  » ....da separação tripartida dos poderes
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                        KARL MARX (1818-1883)
- Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna,
que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. É considerado
o maior filósofo de todos os tempos.
 
- O seu pensamento influenciou inúmeras áreas (Filosofia, Geografia, História, Direito,
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Socialogia, Literatura, Pedagogia, Economia, Antropologia, Psicologia, Teologia, Comunicação,


Administração, Design, Arquitectura, etc), nomeadamente a Ciência Política.
 
- Como filósofo, defendeu uma sociedade justa e livre, tendo sido o Pai do
Comunismo (teoria da sociedade sem classes), uma teoria baseada num método científico
que se traduziu na análise histórica da evolução do Homem, chegando às seguintes
conclusões:
                                   1. Antigo Regime – escravo/esclavagista;
                                   2. Idade Média – servo/senhor;
                                   3. Idade Moderna – proletário/capitalista.
- Aliando a Filosofia, a História e a Política, Marx faz uma análise económica e social da sociedade
humana, que evolui através da luta de classes, identificando uma continuidade nos modos de
produção (esclavagismo, feudalismo e capitalismo), apenas abalada pelas revoluções que alteram
esses modos de produção.
 
- Marx propõe a tomada do poder pela classe trabalhadora mediante uma revolução, dando início
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à ditadura do proletariado, fase de transição para o Comunismo.


 
- Obra mais importante: “O Capital”(1867), onde crítica o capitalismo e expõe a sua teoria marxista.

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