Unidade 1 - CIENCIA POLITICA
Unidade 1 - CIENCIA POLITICA
Unidade 1 - CIENCIA POLITICA
12º ANO
• Apresentação
• Conteúdos Programáticos
• Competências
• Avaliação
Ciência Política – 12º
Introdução:
• perspectiva geral sobre os temas do Programa (Competências: Saber / Saber-
Fazer/ Saber-Ser);
• Avaliação diagnóstica;
• a especificidade da disciplina, os seus múltiplos ramos e a sua relação com outras
disciplinas.
Competências:
participação
oral, o professor avaliará os trabalhos à medida que forem realizados nas aulas,
assim como os comportamentos e as atitudes;
- Promover a participação dos alunos na avaliação, mediante a informação rigorosa
sobre, por um lado, os objetivos e os resultados de cada um dos instrumentos e das
fontes de avaliação e, por outro, as dificuldades a superar e o nível de desempenho
atingido;
- Valorizar a progressão na aprendizagem;
- Motivar os alunos para a superação das suas dificuldades e elaborar os respetivos
instrumentos de apoio.
.
Principais instrumentos e fontes de avaliação:
- Grelhas de observação dos comportamentos, elaboradas com o objetivo de aferir
níveis de autonomia, sentido de responsabilidade e respeito pelos valores
democráticos;
- Grelhas de registo da participação oral: livre iniciativa na participação, capacidade
de argumentação, coerência;
- Testes escritos de tipo diagnóstico, formativo e sumativo;
Ciência Política – 12º
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Natureza da avaliação diagnóstica:
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
UNIDADE 1
Introdução:
Os estudos de Ciência Política nascem da necessidade de analisar os fenómenos políticos por um ângulo de
visão diferente do da Ciência do Direito e do da Filosofia. O Direito permite-nos conhecer as normas, a
Filosofia coloca-nos perante os valores. A Ciência Política revela-nos os factos, as situações, as realidades
da vida quotidiana.
Ciência Política – 12º
Em 1948 a UNESCO estabeleceu um quadro de rubricas como campo de estudo da Ciência Política:
1. A Teoria Política - distingue-se da filosofia política por não ser normativa. Recusa o juízo de valores mas
faz questão de formular hipóteses sobre os factos. Insere-se também ao nível da Teoria Política a História
das Ideias Políticas.
2. As Instituições Políticas - estudo monográfico do governo central e dos gover- nos locais, da
administração pública. Consiste na observação e análise das diver- sas funções assumidas por essas
instituições. O interesse do politista reside em conhecer as práticas concretas e os jogos das forças sociais
que produzem essas práticas.
3. Partidos, Grupos e Opinião Pública - estuda e analisa os partidos políticos, os grupos e associações; a
participação no governo e na administração; a opinião pública.
4. As Relações Internacionais – aqui se incluem a política externa dos Estados, o estudo das organizações
internacionais e dos mecanismos a que estão sujeitas.
Perante a definição estabelecida, a Ciência política divide-se em 2 ramos:
Ciência Política Interna ou do Estado e Ciência Política Internacional :
Apesar das delimitações referidas a Ciência Política é “necessariamente multidimensional”,
assemelhando-se quase a uma confederação de disciplinas com os seus investigadores a
surgirem de áreas ligadas à História, Sociologia, Direito, Antropologia, Economia, etc, sem
Ciência Política – 12º
Pelo prisma sociológico, a Ciência Política é a teoria do Estado, pois o Estado é fenómeno
social por excelência.
Pelo prisma jurídico, é o estudo do Direito Político. Nisto, como diz Kelsen, o Estado
pertence ao mundo do “dever ser”. A força coercitiva do Estado significa o grau de eficácia da
regra do direito, ou seja, a norma jurídica. O Estado é a organização do poder
Utilidade da Ciência Política:
• Ajuda, através dos seus instrumentos analíticos e teorias a uma melhor compreensão
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Família Aldeia
• As pessoas juntam-se naturalmente para • Resulta da reunião natural de
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Cidade ou Estado
• Forma mais elevada de comunidade e primeira comunidade autossuficiente.
• É o fim superior para o qual tendem naturalmente as anteriores comunidades.
• Existe por natureza e é o melhor e o mais completo dos bens.
• Só no seu interior é possível aos seres humanos realizarem o seu potencial.
«O homem é um animal político»
• Aristóteles considera que só no interior do
Estado, enquanto forma perfeita de associação, é
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político".
No século XVI, Maquiavel mostrou-se preocupado com a criação de um governo eficaz, que unisse e secularizasse
a Itália.
Através de sua obra “O Príncipe”, defende um príncipe ou dirigente de governo sem preocupações morais e éticas,
um dirigente que não olha a sensibilidades para atingir seus fins.
A Política era, assim, a arte de governar, ou seja, uma técnica que permitia ao dirigente ou governante alcançar os
fins independentes dos meios. Estes fins diziam respeito aquilo que era pessoal e não geral.
Usou o método comparativo-histórico, fazendo a comparação entre dirigentes da sua época e de épocas
anteriores.
Introduziu e reforçou a importância do Estado.
Jean Bodin
(1530-1596)
O Rei não está sujeito a condições postas pelo povo; todo o poder
do Estado pertence ao Rei e não pode ser partilhado com mais
ninguém (clero, nobreza ou povo).
Reconhecido como sendo o pai do Positivismo. Uma doutrina filosófica, sociológica e política, surgida
como desenvolvimento sociológico do iluminismo, das crises social e moral do fim da Idade Média e do
nascimento da sociedade industrial.
De acordo com os positivistas somente pode-se afirmar que uma teoria é correta se ela foi comprovada
através de métodos científicos válidos. Os positivistas não consideram os conhecimentos ligados as
crenças, superstição ou qualquer outro que não possa ser comprovado cientificamente. Para eles, o
progresso da humanidade depende exclusivamente dos avanços científicos.
Este Positivismo propunha à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente
a Teologia e a Metafísica (embora incorporando- as numa filosofia da história). Assim, o positivismo
associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana radical.
Redigiu o Sistema de política positiva entre 1851 e 1854, no qual expôs algumas das principais
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Marx (século XIX) introduziu uma nova perspectiva de abordagem dos fenómenos políticos e de poder,
uma vez que fez uma análise do ponto de vista económico e social.
Segundo Marx, o fenómeno politico e uma consequência das relações de produção e o regime politico era
o reflexo da organização das forças produtivas.
As teorias de Marx sobre a sociedade, a economia e a política - conhecidas coletivamente como marxismo
- afirmam que as sociedades humanas progridem através da luta de classes: um conflito entre a classe
burguesa que controla a produção e um proletariado que fornece a mão de obra para a produção.
Marx apelidou o capitalismo de "ditadura burguesa”. Previu que,
Mudança social trazida pelo comunismo natural segundo
assim como os sistemas socioeconómicos anteriores, o Marx
trabalhadores" .
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Karl Marx
- Resposta, pelos alunos, ao teste de The Political Compass e debate
dos resultados.
https://www.politicalcompass.org/test
• deverá escolher uma personalidade, pesquisar de forma a fazer a sua apresentação tendo em conta o lugar que
a mesma ocupa no certificado: esquerda/direita; autoritário ou liberal.
• Depois da pesquisa feita, o aluno deverá apresentar 2 aspetos que o aproximam (concorda) e 2 que o afastam
(discorda) em relação à personalidade escolhida.
· ESTADO
- Lobby (Hall), a chamada “corrupção”, é um grupo de pressão; é legal nos E.U.A.
Grupo de Pressão: grupo de interesses que procura influenciar as decisões políticas.
- Estado é a estrutura de um país (o “esqueleto”); neste, o poder é mais amplo. E a
Ciência Política ocupa-se do estudo de todas as manifestações de poder (nível local,
etc).
- O Cientista Político/Politólogo:
· Analisa dados;
· Está ao serviço da sociedade/acessoria ou conselheiros;
· Participa;
· Caracteriza-se pela sua imparcialidade;
· É pragmático (prático).
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- Bismarck (estadista alemão)-> real politik = ser realistas, ser práticos = PRAGMATISMO!
Pragmatismo: ter princípios e abdicar deles em várias situações; esquecermos os nossos ideais,
abdicarmos deles e ser práticos, arranjar soluções; marcar posição.
- O político deve manter a integridade na mesma, se for pragmático.
- Por vezes, um político deve fazer algo que é para o bem geral, mesmo que isso vá contra os seus
ideais, pois tem o dever de usar o poder político para governar em nome do país e não do seu prazer.
- “O mundo é feito de pessoas e as pessoas não são perfeitas.”, Carlos Henriques
- Honestidade é importante => coerência!
1.5.Politólogos: Aristóteles, Maquiavel, Bodin, Locke, Montesquieu, Tocqueville e Marx
- Vários politólogos contribuíram para a Ciência Política, devido à visão que tinham, como
Aristóteles, Maquiavel, Bodin, Locke, Montesquieu, Tocqueville e Marx.
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vezes com o adjetivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, que significa esperteza, astúcia.
- Obra principal: “O Príncipe” (escrito em 1513 e publicado em 1532), escrito sobre Lourenço de Médicis,
um manual de como governar; nesta obra, lança as bases da amoralidade política, pois “o príncipe”
deveria ser como um leão (temeroso) e como uma raposa (astuto).
- A partir desta obra, Maquiavel foi o introdutor do Princípio da amoralidade política, em que o
governante não se deve limitar por princípios morais e éticos, sendo que tudo o que for necessário para
manter o poder será legítimo, isto é, os fins justificam os meios, defendendo a razão de Estado (o
interesse e a razão de Estado são decisivos) e a criação de um sistema político-filósofo. Para ele, o
governante devia ser leão (brutal), temido, e raposa (manhoso).
- Maquiavel introduziu, no seu estudo, a comparação histórica, fazendo referência a exemplos anteriores
e contemporâneos. Ex: Júlio Cesar; Lourenço Médicis.
JEAN BODIN (1530-1596)
- Jean Bodin foi um jurista, membro do Parlamento de Paris, professor de Direito em Toulouse
e pensador francês do séc. XVI.
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- Obra mais importante: “A República”(1576), onde fala em Absolutismo e soberania pela primeira
vez! Teve uma contribuição deveras importante para a Ciência Política!!
- Este autor foi o principal teórico do “Absolutismo Régio” e introduziu os conceitos de soberania e
de Estado soberano (o Estado que, na ordem interna, não tem um poder que se lhe iguala e que, na
ordem externa, não tem um poder que o superiorize).
- Mais uma vez, este autor utiliza o Método Comparativo Histórico, isto é, compara realidades
históricas e antigas.
JOHN LOCKE (1632-1704)
- John Locke foi um filósofo inglês, ideólogo do liberalismo, considerado o principal representante do
empirismo britânico e um dos principais teóricos do Contrato Social.
- Rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que as nossas ideias tinham origem no que era captado
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pelos sentidos, contrariando Descartes. A filosofia da mente de Locke é frequentemente citada como a
origem das concepções modernas de identidade e do “self”, o “si mesmo”, através de uma continuidade
de consciência. Em suma, Locke acreditava que todos nascemos sem ideias inatas e que o conhecimento
é determinado apenas pela experiência sensorial.
- Obra primária de Política: “Dois Tratados sobre o Governo”(1690), levando à queda de Jaime I, onde
criticou a tradição, que afirmava o poder divino dos reis, e expôs a sua teoria do Estado liberal e
a propriedade privada. Defendia a tese de que todos os homens nascem livres e iguais, a ideia de um
governo limitado, assim como a existência de um contrato entre governantes e governados, com base no
livre consentimento – o Contrato Social.
- Teorizou (defendeu) a separação dos poderes em vários, esquecendo-se do poder judicial:
· Poder legislativo => cabe ao povo
· Poder executivo => cabe ao rei
· Poder confederativo ou das relações internacionais => cabe ao governo
· Poder discricional => cabe ao governo nos casos não previstos na lei
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- Locke foi o legitimador da “Glorious Revolution”, ao justificar a deposição do Rei Inglês,
pelo Direito de Resistência à opressão.
CHARLES DE MONTESQUIEU (1689-1755)
- Montesquieu foi um político, filósofo e escritor francês. Teve uma formação iluminista e revelou-se
- Obra mais relevante para a Ciência Política: “O Espírito das Leis”(1748), no qual:
1. Idealizava um “Governo não corrupto”. Teorizou a separação tripartida dos poderes: poder
magistrados). Assim, havia uma distribuição equilibrada dos poderes, sem corrupção, no sentido de
garantir a liberdade política dos cidadãos. Era, portanto, preocupado com a não corrupção de um
constituições.
2. Considerava 3 tipos de governo:
» República (governo bom), no qual o povo é soberano;
» Monarquia (governo bom, o que prefere!), no qual um só, o rei, governa mas
mediante leis estáveis;
» Despotismo (governo mau), no qual um só, sem lei e sem regras, subordina
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