Tratamento de Efluentes - Qualidade Da Água
Tratamento de Efluentes - Qualidade Da Água
Tratamento de Efluentes - Qualidade Da Água
31/01 à 02/02/2017
Pompéia, 2017.
1º Workshop Efluentes Industriais
1 – Norma;
2 – Consumo de água;
3 – Medição real;
Vazão de Infiltração;
Vazões de Pico;
Turbidez: Característica física da água, decorrente da presença de substâncias em suspensão, ou seja, sólidos
suspensos, finamente divididos ou em estado coloidal, e de organismos microscópicos. Medida da redução
de transparência ou de impedimento da passagem da luz. A unidade de medida da Turbidez é NTU.
Origem: presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos
orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc.
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam elevações na turbidez das águas;
Não é muito utilizado para medição de qualidade de efluentes (medida gravimétrica mais
utilizada - sólidos em suspensão);
Origem:
Presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico;
Dentre os colóides orgânicos pode-se mencionar os ácidos húmico e fúlvico, substâncias naturais
resultantes da decomposição parcial de compostos orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos;
Diversos efluentes industriais contendo taninos (efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes
de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc.), lignina e celulose (efluentes de indústrias de celulose e
papel, da madeira, etc.).
Alguns outros metais presentes em efluentes industriais conferem-lhes cor mas, em geral, íons
dissolvidos pouco ou quase nada interferem na passagem da luz.
1º Workshop Efluentes Industriais
SÓLIDOS
SEDIMENTÁVEIS
ST(RT)
Sólidos Totais
1º Workshop Efluentes Industriais
A DBO está diretamente relacionada com a quantidade de ar que será adicionada no sistema
1º Workshop Efluentes Industriais
Qualidade da água - Características Químicas
Matéria orgânica em águas – Medidas de matéria orgânica
Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO
A determinação da DBO pode ser feita de maneira analítica ou teórica.
Parâmetro fundamental para o controle da poluição das águas por matéria orgânica. Nas
águas naturais a DBO representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido que poderá
ocorrer devido à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, o que poderá trazer os
níveis de oxigênio nas águas abaixo dos exigidos pelos peixes, levando-os à morte.
Padrão de classificação das águas naturais. Nas classes que correspondem às águas menos
poluídas, exigem-se baixos valores máximos de DBO e elevados limites mínimos de oxigênio
dissolvido.
A DBO é também uma ferramenta imprescindível nos estudos de autodepuração dos cursos
d’água.
Na legislação do Estado de São Paulo (Decreto Estadual nº 8468/1976): DBO5 de cinco dias é
padrão de emissão de esgotos diretamente nos corpos d’água, sendo exigidos ou uma DBO5
máxima de 60 mg/L ou uma eficiência global mínima de 80%. Este último critério favorece aos
efluentes industriais concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO ainda altos,
mesmo removida acima de 80%.
Efluentes de indústrias que são orgânicos biodegradáveis mas não possuem microrganismos
decompositores como, por exemplo, os de indústrias têxteis e de celulose e papel. Nesse caso,
não havendo microrganismos na amostra, é necessário introduzi-los artificialmente através de
semeadura. Há, basicamente, dois tipos de sementes que podem ser utilizadas: aclimatadas ou
não aclimatadas.
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Qualidade da água - Características Químicas
Demanda Química de Oxigênio – DQO
A demanda química de oxigênio consiste em uma técnica utilizada para a avaliação do
potencial de matéria redutora de uma amostra, através de um processo de oxidação química
em que se emprega o dicromato de potássio (K2Cr2O7). Neste processo, o carbono orgânico de
um carboidrato, por exemplo, é convertido em gás carbônico e água.
Importante: Quando a relação DQO/DBO for maior que 3 é um grande indicativo da presença
de efluentes industriais. A relação ótima DQO/DBO = 2
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Qualidade da água - Características Químicas
Demanda Química de Oxigênio – DQO
Características importantes associadas ao parâmetro:
As relações DQO/DBO são diferentes para os diversos efluentes e que, para um mesmo
efluente, a relação se altera mediante tratamento, especialmente o biológico. Desta forma, um
efluente bruto que apresente relação DQO/DBO igual a 3/1, poderá, por exemplo, apresentar
relação da ordem de 10/1 após tratamento biológico, que atua em maior extensão sobre a
DBO.
Curiosidade: Outro uso importante que se faz da DQO é para a previsão das diluições das
amostras na análise de DBO. Como o valor da DQO é superior, e pode ser obtido no mesmo dia
da coleta, poderá ser utilizado para balizar as diluições
1º Workshop Efluentes Industriais
Origem:
Outras fontes: há ainda os óleos descarregados nas águas naturais em situações específicas, os
derramamentos provenientes de acidentes marítimos e fluviais. A poluição difusa (estradas e
vias públicas) podem contribuir para o aparecimento de óleos e graxas em águas.
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Teste de O&G
Óleo Mineral Óleo Animal/Vegetal
1º Workshop Efluentes Industriais
Qualidade da água - Características Químicas
Óleos e graxas.
Características importantes associadas ao parâmetro:
Os óleos e graxas provocam obstrução em redes coletoras de esgotos e inibição em processos
biológicos de tratamento pois, impede a transferência de oxigênio e nutrientes para os
microrganismos do esgoto.
Parâmetro de lançamento na rede coletora; o limite para os níveis de óleos e graxas nos
lançamentos de efluentes é de 150 mg/L (Decreto Estadual nº 8468/1976).
Quando o teor de óleos e graxas é reduzido, não traz inibição aos tratamentos biológicos; ao
contrário, degradam-se em parte, reduzindo ainda mais sua concentração.
a) Legislação do Estado de São Paulo (Decreto Estadual nº 8468/1976): limite de 100 mg/L.
b) Legislação federal (CONAMA 430/2011): despejo industrial máximo 50 mg/L (vegetal) e
máximo 20 mg/L (mineral). Despejo Sanitário máximo 100 mg/L.
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Qualidade da água - Características Químicas
Óleos e graxas.
Óleo disperso: normalmente apresentando diâmetro de gotas entre 50 e 100 μm, também pode
ser removido através de processos gravitacionais; no entanto, a eficiência de separação
dependerá essencialmente da distribuição de diâmetros de gotas e da presença de agentes
desestabilizantes.
Origem:
Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos biológicos. São tidos como
macronutrientes pois, depois do carbono, o nitrogênio é o elemento exigido em maior
quantidade pelas células vivas;
Os nitratos são tóxicos, causando uma doença denominada metahemoglobinemia infantil,
que é letal para crianças (o nitrato é reduzido a nitrito na corrente sanguínea, competindo com
o oxigênio livre, tornando o sangue azul). Por isso, o nitrato é padrão de potabilidade, sendo 10
mg/L o valor máximo permitido pela Portaria do MS n° 2914 de Dezembro de 2011.
A amônia é um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não
suportam concentrações acima de 5 mg/L.
Quando descarregados nas águas naturais conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes
presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio tornando-o mais fértil e
possibilitam o crescimento em maior extensão dos seres vivos que os utilizam, especialmente as
algas, o que é chamado de eutrofização.
1º Workshop Efluentes Industriais
O Sulfato é um íons mais abundantes na natureza. Surge nas águas subterrâneas através da dissolução de
solos e rochas, como o gesso (CaSO4) e o sulfato de magnésio (MgSO4) e pela oxidação de sulfatos (exemplo:
pirita, sulfeto de ferro). Nas águas superficiais, ocorre através das descargas de esgotos domésticos (por
exemplo, através da degradação de proteínas) e efluentes industriais (exemplos: efluentes de indústrias de
celulose e papel, química, farmacêutica,etc.).
O sulfato pode ser reduzido a sulfeto dentro da própria tubulação de esgoto, sendo então carreado para o
efluente.
Alguns efluentes industriais possuem sulfeto diretamente, isto é, sem ser oriundo da redução de sulfato.
São os casos dos efluentes de curtumes, indústrias de celulose e refinarias de petróleo.
As concentrações de sulfato em águas naturais variam em geral na faixa de 2 a 80 mg/L, embora possam
exceder a 1000 mg/L em áreas próximas a descargas industriais ou em regiões áridas onde sulfatos
minerais, tal como o gesso, estão presentes.
1º Workshop Efluentes Industriais
Nas águas para abastecimento público, o sulfato deve ser controlado porque provoca
efeitos laxativos, sendo o padrão de potabilidade fixado em 400 mg/L pela Portaria
2914/2011 do Ministério da Saúde.
Outro problema relativamente recente refere-se aos prejuízos que a presença de sulfato pode
trazer para o tratamento anaeróbio de efluentes industriais que os contêm. Uma preocupação
está exatamente na presença de sulfato que, reduzido a sulfeto, intoxica as metanobactérias,
além de as sulfo-bactérias competirem com elas pelo uso do substrato que é constituído de
ácidos voláteis. Não se têm limites seguros de concentração de sulfeto nos diversos efluentes
que possam determinar a possibilidade ou não de emprego do tratamento anaeróbio. Embora
os limites de tolerância não tenham ainda sido bem definidos, tem-se observado que
concentrações da ordem de 100 a 150 mg/L são inibitórias.
O cloreto é o ânion Cl- que se apresenta nas águas subterrâneas através de solos e
rochas. Nas águas superficiais são fontes importantes as descargas de esgotos
sanitários, sendo que cada pessoa expele através da urina cerca de 6 g de cloreto por
dia, o que faz com que os esgotos apresentem concentrações de cloreto que
ultrapassam a 15 mg/L.
Da mesma forma que o sulfato, sabe-se que o cloreto também interfere no tratamento
anaeróbio de efluentes industriais. Os estudos tem apontado que o motivo é que o cloreto
pode provocar alterações na pressão osmótica em células de microrganismos.
Interferem na determinação da DQO e, embora esta interferência seja atenuada pela adição
de sulfato de mercúrio, as análises de DQO da água do mar não apresentam resultados
confiáveis.
1º Workshop Efluentes Industriais
Qualidade da água - Características Químicas
Cianeto
Origem:
O cianeto é o ânion (CN)- que aparece nas águas naturais devido a descargas de
efluentes industriais, principalmente os provenientes de seções de galvanoplastias
(eletrólito utilizado no processo de recobrimento de peças metálicas por
eletrodeposição).
A dosagem máxima diária suportada pelo homem é de 0,05 mg/kg e o padrão de potabilidade
fixado pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde é de 0,07 mg/L.
No Estado de São Paulo, o Decreto n° 8468 estabelece o limite máximo de 2,0 mg/L para a
concentração de cianeto em efluentes industriais ligados à rede pública provida de sistema de
tratamento. Para a descarga de efluentes diretamente no corpo receptor, tanto a legislação
federal (CONAMA 430/2011) quanto a estadual impõem 0,2 mg/L como padrão de emissão.
1º Workshop Efluentes Industriais
Qualidade da água - Características Químicas
Fenóis
Origem:
Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais através das descargas de
efluentes industriais. Indústrias de processamento da borracha, de colas e adesivos,
de resinas impregnantes, de componentes elétricos (plásticos) e as siderúrgicas,
entre outras, são responsáveis pela presença de fenóis nas águas naturais.
Os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e aos microrganismos
que tomam parte nos sistemas de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes
industriais. Em sistemas de lodos ativados, concentrações de fenóis na faixa de 50 a
200 mg/L trazem inibição, sendo que 40 mg/L são suficientes para a inibição da
nitrificação.
Na digestão anaeróbia, 100 a 200 mg/L de fenóis também provocam inibição.
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Qualidade da água - Características Químicas
Fenóis
Características importantes associadas ao parâmetro:
De acordo com o Artigo 19-A do Decreto Estadual 8468/76 o índice de fenóis para
lançamento em rede deve ser abaixo de 5,0 mg/L. O índice de fenóis constitui
também padrão de emissão de esgotos diretamente no corpo receptor, sendo
estipulado o limite de 0,5 mg/L tanto pela legislação do Estado de São Paulo (Artigo
18 do Decreto Estadual no 8468) como pela legislação federal (CONAMA 430/2011).
Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são bastante restritivos,
tanto na Legislação Federal quanto na do Estado de São Paulo.
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Qualidade da água - Características Químicas
Outros parâmetros relevantes:
• Surfactantes
Origem: Os esgotos sanitários possuem de 3 a 6 mg/L de detergentes. As indústrias de
detergentes descarregam efluentes líquidos com cerca de 2000 mg/L do princípio ativo. Outras
indústrias, incluindo as que processam peças metálicas, empregam detergentes especiais com
a função de desengraxante, como é o caso do percloretileno.
•Acidez
Origem: Os ácidos minerais surgem em águas naturais principalmente através de descargas de
efluentes industriais não neutralizados. São muito os ramos industriais que utilizam-se de
ácidos em seus processos industriais, destacando-se as metalurgias e a siderurgia, onde são
frequentes os processos de decapagem ácida.
• Alcalinidade
Origem: Os principais componentes da alcalinidade são os sais do ácido carbônico, ou seja,
bicarbonatos e carbonatos, e os hidróxidos. A principal fonte de alcalinidade de hidróxidos em
águas naturais decorre da descarga de efluentes de indústrias, onde se empregam bases fortes
como soda cáustica e cal hidratada.
1º Workshop Efluentes Industriais
Qualidade da água - Características Químicas
Outros parâmetros relevantes:
• Pesticidas
Origem: Uso indiscriminado e inadequado de inseticidas, fungicidas e herbicidas.
• Ferro
Origem: Efluentes industriais, principalmente de metalúrgicas que desenvolvem
atividades de remoção da camada oxidada (ferrugem) das peças antes de seu uso,
processo conhecido por decapagem.