Aula 01-Física Das Radiações e Radiobiologia

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Fsica das Radiaes

Prof. Carlos Eduardo



Caruaru,2014
Radiao
a propagao da energia em varias
formas, sendo dividida geralmente em
dois grupos:

Radiao Corpuscular;

Radiao Eletromagntica.
Radiao Corpuscular
Constituda de uma feixe de partculas ou
ncleos atmicos:
Eltrons;
Prtons;
Nutrons;
Partculas alfa; etc.
Ondas eletromagnticas so constitudas de campos eltricos (E) e magnticos
(B) oscilantes, propagando-se com velocidade constante, a velocidade da luz (c).
Exemplos de radiaes eletromagnticas: raios X, radiao gama, ondas de rdio,
ondas luminosas, radiao ultravioleta, radiao infravermelha. Nas animaes
abaixo temos representaes de ondas eletromagnticas se propagando, vemos que
o campo eltrico (E) faz um ngulo de 90

com o campo magntico (B).



Duas vises da propagao de ondas eletromagnticas da esquerda para direita.
Fonte dos gifs animados: http://en.wikipedia.org/wiki/Electromagnetic_radiation

Acessado em 19/05/2012
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Propagao da onda
Propagao da onda
Radiao Eletromagntica
E
B
x
l
f = v l
Como ocorre para toda onda, podemos caracterizar as ondas eletromagnticas por
meio de seu comprimento de onda (l), freqncia (f) e velocidade de propagao(v).












Para ondas eletromagnticos temos que a velocidade de propagao a velocidade
da luz (c), assim a equao para radiao eletromagntica fica da seguinte forma:


f = c l
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O grfico ao lado mostra diferentes faixas
do espectro da radiao eletromagntica,
separadas por tipos de radiao. H
indicao das faixas de comprimento de
onda em nanmetros ( 1nm = 10
-9
m),
Angstroms ( 1 = 10
-10
m), micrmetros
(1 m = 10
-6
m), milmetros ( 1 mm = 10
-3

m), centmetros ( 1 cm = 10
-2
m) e metros
(m). Quando mais alto no grfico ao
lado, menor o comprimento de onda (l)
e maior a energia (E) e a frequncia (f)
da radiao eletromagntica.
A parte visvel uma faixa entre
aproximadamente 400 e 700 nm (ou 4000
e 7000 ).
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Constante de Planck (6,63 .10
-34
J.s ou 4,14.10
-15
eV.s )
Frequncia da radiao
Podemos pensar que toda energia da
radiao est concentrada em pequenos
pacotes de energia, chamados ftons. A
energia dos ftons (E), associada
onda eletromagntica, dada pela
seguinte equao:

E = hf
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Teoria Quanta
E = hf
f = c
l
l
f =
c
l
E =
hc
Podemos expressar a energia de um fton em funo da freqncia, ou do
comprimento de onda, sabemos que a velocidade de propagao da radiao
eletromagntica a velocidade da luz, assim temos:











Quando temos informao sobre a frequncia (f) podemos usar a equao E = hf para
calcularmos a energia associada ao fton (E), no caso de termos conhecimento do
comprimento de onda (l) usamos a forma alternativa:

l
E =
hc
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Dualidade Onda-particula
A matria apresenta tanto caractersticas
ondulatrias como corpusculares
mv= h/
m= massa e v= velocidade (corpuscular);

= comprimento de onda e h= CTE (ondulatrio)

Radiao e suas caractersticas
Quando possuem energia, atravessam a matria,
ionizando tomos e molculasmodificao qumica;

Podem ocorrer mutaes genticas;

Modificaes nas clulas vivas;

Aplicao no tratamento de tumores;



Partculas como eltrons, psitrons ou
partculas alfa e radiao como gama e
raios X so geradas durante o decaimento
radioativo ou por meio da desacelerao
e/ou acelerao de partculas carregadas.
Essas radiaes interagem com a
matria, por meio de transferncia de
energia. Esses processos envolvem
transies dos eltrons e so importantes
para aplicaes mdicas e biolgicas,
bem como para as bases da dosimetria e
deteco de radiao
Os principais processos, onde h
interao da radiao com a matria, so
indicados ao lado.
Ionizao
Excitao
Captura
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Quando uma partcula, ou um fton, de energia suficiente incide sobre um tomo,
pode haver a ejeo de um eltron desse tomo (ionizao). A condio para que isto
ocorra que a energia da partcula, ou fton, incidente seja maior ou igual energia
do nvel onde se encontra o eltron. Temos como resultado um tomo com carga
positiva e um eltron livre com energia cintica. O eltron pode ionizar outro tomo
e o tomo ionizado absorve um eltron, emitindo o excesso de energia na forma de
um fton, um processo chamado captura.
Eltron incidente
Eltron ejetado
tomo no estado fundamental tomo sem 1 eltron na camada K
K L K L
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Ionizao
Outra forma de interao da radiao com a matria, por meio da absoro da
energia de uma partcula ou de um fton por um eltron de um tomo, onde esse
eltron salta para uma camada de mais alta energia (como na figura abaixo). Essa
transio leva o tomo a um estado excitado, onde haver a emisso do excesso
de energia na forma de um fton. A condio para que ocorra a transio que a
energia incidente seja igual diferena de energia entre dois nveis.
Radiao incidente
Eltron num estado de
mais alta energia (excitado)
tomo no estado fundamental tomo no estado excitado
K L K L
tomo no estado fundamental
K L
Emisso de fton
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Excitao
Um tomo ionizado capaz de capturar um eltron livre, liberando o excesso de
energia na forma de um fton, como mostrado no diagrama abaixo.
Eltron livre
tomo ionizado tomo sem 1 eltron na camada K
K L K L
Emisso de fton
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Captura
As radiaes podem ser classificadas
considerando-se suas caractersticas
majoritrias, assim temos a seguinte
diviso:

No ionizantes
X
Ionizantes



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DIFERENA:
ENERGI A

RADIAO - CARACTERSTICAS
Energia suficiente para arrancar eltrons de
um tomo - produo de pares de ons.
Partculas carregadas: Alfa, Beta, Prtons,
Eltrons
Partculas no carregadas: Nutrons
Ondas eletromagnticas: Gama, Raios X.
RADIAO IONIZANTE
RADIAO - CARACTERSTICAS

No possui energia suficiente para arrancar eltrons de um tomo
Pode quebrar molculas e ligaes qumicas
Ultravioleta, Infravermelho, Radiofreqncia, Laser, Microondas, Luz visvel.
RADIAO NO IONIZANTE
No possui energia suficiente para arrancar
eltrons de um tomo;

Pode quebrar molculas e ligaes
qumicas;

Ultravioleta, Infravermelho, Laser, Micro-
ondas, Luz visvel.
Tipos de Radiao e suas caractersticas
Radiao alfa ou partcula alfa ( );

Radiao beta ou partculas beta ();

Nutrons (n);

Radiao gama ou partculas gama ();

Raios X






Radiao alfa ou partcula alfa. formada por um ncleo do tomo Hlio, ou
seja, dois prtons e dois nutrons. uma radiao de baixa penetrao.
produzida pelo decaimento radioativo de elementos qumicos, como urnio e rdio.







Radiao beta ou partcula beta. composta por eltrons ou psitrons de alta
energia e so emitidos por ncleos atmicos como o potssio 40. Possui um poder
de penetrao maior que das partculas alfa. A produo de partculas beta
chamada decaimento beta.





Radiao gama ou raios gama. uma radiao eletromagntica de alta energia.
produzida em processos nucleares, tais como aniquilao de pares eltron-
psitron. A radiao gama forma a parte mais energtica do espectro
eletromagntico (localizada esquerda do grfico abaixo).
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Espectro de radiao eletromagntica, com escala de comprimento de onda em metros.
Raios X. a segunda radiao mais energtica, pode ser produzida pela
acelerao de partculas carregadas.
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Os raios X foram descobertos em 1895 de
forma quase acidental. O fsico alemo
Wilhelm Conrad Roentgen realizava
experimentos com um tudo de vidro, onde
foi feito vcuo. Neste tubo de vidro havia
dois eletrodos, e uma diferena de
potencial de milhares de volts foi aplicada.
Tal diferena de potencial levou eltrons
migrarem de um eletrodo para outro,
gerando uma radiao desconhecida at
ento, que Roentgen chamou de raios X.
Diversos testes foram feitos, e num dos
experimentos Roentgen descobriu a
radiografia mdica de raios X (mostrada
ao lado). Roentgen usou a mo de sua
esposa (Anna Bertha Ludwig) para
registrar a radiografia.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:First_medical_X-ray_by_Wilhelm_R%C3%B6ntgen_of_his_wife_Anna_Bertha_Ludwig%27s_hand_-_18951222.gif

Acessada em 19/05/2012
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Considere um tubo de vidro onde foi feito vcuo, nesse tubo temos dois eletrodos
inseridos, conforme o esquema abaixo. O catodo apresenta um filamento, que ao ser
aquecido, devido passagem da corrente eltrica I, gera uma nuvem de eltrons. O
anodo apresenta uma diferena de potencial (V2) em relao ao catodo. Tal ddp
promove a acelerao dos eltrons do catodo para o anodo.

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Os eltrons so acelerados e colidem com o anodo. Essa coliso converte a energia
cintica em energia trmica, que aquece o anodo, e em radiao eletromagntica, na
forma de raios X. Com uma ddp da ordem de algumas dezenas de kV teremos a
gerao de raios X. Este espectro de raios X chamado radiao branca, que se
sobrepe ao espectro caracterstico, devido retirada de eltrons dos tomos do
anodo.

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Eltron incidente
Eltron ejetado
tomo no estado fundamental tomo sem 1 eltron na camada K
K L K L
O modelo de Bohr suficiente para entendermos os principais aspectos do espectro
caracterstico de raios X. Considere que os tomos do anodo so bombardeados com
eltrons com energia cintica. Esses eltrons apresentam energia suficiente para
arrancar eltrons da camada K do tomo, como mostrado na figura abaixo.
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Eltron ejetado
tomo sem 1 eltron na camada K
K L
Emisso de um fton
de raios X
tomo sem 1 eltron na camada K
K L
O tomo sem um eltron instvel e tende a absorver um eltron de uma camada
mais externa. Ao absorver esse eltron o excesso de energia emitido na forma de
um fton de raios X, que ter a energia determinada pela diferena de energia entre
os nveis da transio.

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FONTES DE RADIAO NO RAIO X DIAGNSTICO
A figura abaixo uma foto de um tubo de raios X.
Fonte: http://onlineshowcase.tafensw.edu.au/ndt/content/radiographic/photo/xray_tube.jpg
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Referncias










OKUNO, E., CALDAS, I. L., CHOW, C. Fsica para cincias biolgicas e biomdicas.
Editora Harbra, 1986.

TIPLER, P. Fsica, para cientistas e engenheiros. Volume 4 3a ed. LTC-S.A.1995.










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Radiobiologia
Parte II
Radiobologia
Estuda os efeitos causados pela emisses
radioativas sobre a natureza, especialmente nos
seres vivo.
Fontes de Radiao Ambiental
Tabela- algumas fontes de Radiao
Fontes de Radiao Ambiental
Regies anomalas
Morro do Ferro em Poos de Calda, MG:
Pode atigir 3 miliroentgens/h;
Mdia da regio 1,5mr/h
Radiao de fundo normal 0,005 mr/h
Era nuclear
Pilhas;
Reatores;
Explorao de jazidas;
Aparelhos de Rx, etc.
Interaes Emisses-Biossistemas
Por que as radiaes agem sobre os
biossistemas????????

Como a matria do biossistemas comporta-se
sobre a ao das radiaes??????
Mecanismos do efeito Biolgico
das Radiaes
Ao Direta (20%)
Choca-se e age sobre as molculas biolgicas;
Inativao de enzimas, quebra de ligaes, formao
de radicais, etc.

Ao indireta (80%)
absorvido pela gua, que forma radicais muito
reativos;
Agem sobre as biomolculas, lesando-as.

Mecanismos do efeito Biolgico das Radiaes
Emergia das Radiaes e Efeitos
Biolgicos
Por que as radiaes provocam tantos danos
aos biossistemas???
R- Alta energia e a baixa energia nos
processos biolgicos
Niveis de energia:
radiaes- MeV,GeV(10
6
, 10
9
eV);
2-5eV-dissociao de ligaes moleculares;
10-12eV- ionizao de tomos, molculas,radicais reativos;
OBS.:% da emisso com choque efetivo
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
A leso inicial a nvel molecular;

Vrios nveis ou limitada

Reversveis

Irreversveis- multaes genticas
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
A Nvel Molecular
Modificaes nas propriedades(estrutura,
funo, carga, quebre de cadeia, perda de
grupamentos, entre outros)

Valor de G : o n de molculas de produto
formado, a cada 100eV de E aborvido.
Portanto, G=2 significa?

Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
A Nvel Supramoleculares


Muitos Sensveis Medianamente
Sensveis

Menos Sensveis

Tecidos hematopoitico
( linfcitos, eritroblastos,
mieloblastos)
Clulas Endoteliais Clula sseas
Tecido Conectivo Clulas Nervosas
Tecidos Epiteliais
( testculos, ovrio, pele)
Clulas Tubulares Clulas Musculares
Radiossensibilidade de alguns tecidos e clulas
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
A Nvel Supramoleculares


1 Maior quantidade de gua
2 Maior concentrao de DNA

3 Taxa elevada de reproduo
4 Baixo grau de diferenciao celular
( clulas mais jovens)
Fatores de sensibilidade Tissular (ordem decrescente)
Nveis Estruturais e Efeitos das Radiaes
A Nvel Supramoleculares
A radiossensibilidade animal est condicionada
a dois fatores:

Animal mais jovem

Animal mais evoludo na escala zoolgica ( insetos
com a carapaa de quitina)



Classificao dos efeitos biolgicos das
radiaes ionizantes
Efeitos estocsticos
probabilidade de ocorrncia
funo da dose, no apresentando
dose limiar. Ex.: cncer e os
efeitos hereditrios.


Efeitos determinsticos
Gravidade aumenta com o
aumento da dose e para os
quais existe um limiar de dose.
Ex.: a anemia, a catarata, as
radiodermites.
Uso Teraputico das Radiaes
O princpio de uso dos tecidos neoplsicos;

Radiao gama necessrio dividir a dose
efetiva;

Dose alta---efeitos colaterais;

Se um tumor exige 500r/ dose 20x25r.
Uso Teraputico das Radiaes
Doses dirias at 250-300r;

Fluxo de 2-4r/min ( 120-240r/h);

Doses totais de at 8000-10000r podem ser
usadas, possvel que a radiao provoque
ouras leses e efeitos colaterais.



Relao Dose x Efeito Biolgico
Relao Dose x Efeito Biolgico
Os efeitos esto relacionados com:

Dose ( nica ou cumulativa);

Quantidade da dose ( mais ou menos r);

rea irritada( dose local ou sistmico).
Radioproteo
MODOS DE EXPOSIO

Exposio externa



Exposio interna
Radioproteo
Sero apresentadas medidas prticas que
devem ser adotadas para assegurar o
cumprimento dos limites de dose. No
estabelecimento dessas medidas deve-se
considerar o tipo de fonte radioativa, sua
atividade, energia e os modos de exposio.
Radioproteo e Higiene das radiaes
Controle de Exposio
Distancia da fonte;
Tempo de Exposio
Radioproteo e Higiene das radiaes
Controle de Exposio

Distancia da fonte:

A dose de radiao recebida
por um indivduo inversamente
proporcional ao quadrado da distncia
entre o indivduo e a fonte.
Radioproteo e Higiene das radiaes
Diminuio da Exposio-Blindagem

Barreira de Chumbo( espessura)
Radioproteo e Higiene das radiaes
Quimioproteo

Quimioterpicos para diminuir os efeitos das
radiaes;

Cisteamina: se oxida e combinam com os
radicas oxidantes gerados pelas radiaes
Obrigado!

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